Revisada por vênus. 🛰️
Atualizada em: 27.11.2024
— Onde você vai? Não pode sair de perto de mim! — a professora a chamou, a voz firme, mas com um toque de preocupação.
Sayuri estava tão empolgada que ignorou a advertência. Ela olhou para sua professora enquanto continuava correndo na direção oposta, a animação iluminando seu rosto.
— Não podemos passar por um lugar antes? Por favor... vai ser rápido! — implorou, juntando as mãos em um gesto de súplica.
A professora hesitou, o olhar indeciso. Sayuri podia sentir a tensão no ar: o desejo de explorar versus a responsabilidade de manter a turma unida. Após um momento que pareceu eterno, a professora finalmente cedeu.
— Está bem, mas temos que ser rápidas, ok?
Um grito de alegria escapou dos lábios de Sayuri. Com um brilho nos olhos, ela agarrou sua mala e correu em direção ao destino que tanto desejava.
— Você sabe o caminho? — perguntou a professora, enquanto atravessavam as ruas.
— É claro! — Sayuri exclamou, a animação transbordando em sua voz. Conhecia cada esquina, cada café, cada loja que havia pesquisado com tanto afinco. Após alguns minutos, elas chegaram ao local.
JYP Entertainment.
Sayuri, agora com o coração na boca, se aproximou da recepcionista.
— 실례하지만, Stray Kids가 여기 있는지 알려주실 수 있나요? (Por favor, poderia me informar se os Stray Kids estão aqui?)
A recepcionista balançou a cabeça, um sorriso gentil no rosto, mas a resposta não era a que ela esperava.
— 응, 하지만 난 그 사람을 들여보내줄 수 없어. (Sim, mas não poderei deixá-la entrar.)
Desapontada, mas determinada, a garota pediu:
— Apenas poderia me dar um pedaço de papel e uma caneta, por favor?
A recepcionista a atendeu, e Sayuri, com a caneta em mãos, começou a escrever uma carta. Com cada palavra, sua emoção crescia, como se estivesse transferindo parte de sua admiração para o papel.
Olá a todos!
Espero que estejam bem e cuidando da saúde, tanto física quanto mental. Vocês talvez não me conheçam, mas eu sei muito bem quem vocês são. Quem seria eu se dissesse que não os conheço, haha? Suas músicas, danças e tudo o que representam me inspiram e me emocionam profundamente. Viajei de muito longe, cheia de expectativas e com o coração transbordando de alegria, só para poder dizer isso diretamente a vocês. Uma pena que não seja hoje que verei vocês pessoalmente.
Admiro demais o trabalho duro e o talento que cada um de vocês tem. Obrigada por serem uma fonte constante de força e felicidade na minha vida. Meu sonho é poder encontrá-los pessoalmente um dia, mesmo que seja só por um breve momento.
Com muito carinho,
(assinatura: ---)
Antes que pudesse assinar, um barulho inesperado chamou sua atenção. Passos rápidos vinham da escada ao lado. Sayuri virou-se, e seu coração quase parou. Um jovem alto, com um boné e uma máscara preta, descia as escadas. Era Jeong-in, conhecido como I.N, e, mesmo disfarçado, sua presença era inconfundível.
— Senhor Jeong-in, essa senhorita veio até aqui procurando os membros do Stray Kids. Como não podia deixá-la entrar, creio que ela estava escrevendo uma cart... — a secretária começou a explicar, mas Sayuri, tomada pela timidez, a interrompeu.
— ... Por favor! — sussurrou, sua voz quase inaudível, balançando a cabeça em negação.
Jeong-in retirou a máscara e o boné, revelando seu rosto suave e expressivo. Um sorriso gentil surgiu em seus lábios.
— Não precisa ficar tímida, é uma graça vindo da parte de uma fã. — ele disse, olhando diretamente nos olhos dela.
Sayuri sentiu as bochechas esquentarem. O coração disparou, e a vergonha tomou conta. Não sabia se desejava se esconder ou apenas disfarçar sua timidez momentânea. Mas, antes que pudesse tomar qualquer decisão, ele pegou a carta e começou a ler em voz alta.
O mundo ao seu redor pareceu desaparecer. Sayuri pensou em correr, mas sua ansiedade a paralisou. Assim que ele terminou de ler, ela deixou a carta em suas mãos e, em um impulso, virou-se para sair.
— Espere! — a voz de Jeong-in ecoou pela empresa. Ele gritou ao perceber que havia uma pessoa na frente da garota, e seu chamado a fez parar abruptamente e olhar para ele. Após ver que essa pessoa a olhou brevemente e, em seguida, mudou de direção para subir as escadas, ele continuou sua fala: — Eu estava indo tomar alguma coisa gelada. Quer vir comigo?
O convite a pegou de surpresa. Ele a estava convidando para sair, e a forma como olhava para ela era quase inexplicável.
O pensamento ecoou em sua mente, enquanto ela lentamente levantava seu olhar para ele, encarando os olhos profundos de I.N. O tempo parecia ter parado, e toda a sua timidez desmoronou diante da possibilidade de um momento incrível.
Sayuri, agora com o coração acelerado e um sorriso tímido, sentiu que aquele encontro era apenas o começo de algo maravilhoso. O que antes parecia um simples sonho — ou parece ser — agora estava se tornando uma realidade vibrante e cheia de promessas.
— Suas fãs... — ela hesitou, mas logo corrigiu: — Não, a mídia. O que acha que aconteceria se eu saísse com você? Mesmo que fosse só um passeio, Jeong-In, não posso aceitar. — a garota negou, cruzando os braços, como se a mera ideia já fosse um fardo a mais.
Jeong-In soltou uma risada leve, mas algo na forma como ele a observava revelava que ele entendia a verdade por trás das palavras dela.
— Você está certa, Sayuri. — disse ele, ainda com aquele sorriso confiante que fazia as fãs desmaiarem. — Mas, mesmo assim... idols também são humanos, sabia? Merecemos viver como qualquer outra pessoa. — aproximando-se mais, ele inclinou-se ligeiramente, deixando a distância entre os dois quase imperceptível. — Não se preocupe, isso não vai acontecer. — a voz dele era tranquilizadora, quase um sussurro, mas seu olhar continha algo mais profundo, algo que Sayuri não conseguia decifrar completamente.
Quando ele saiu, ela ficou parada, o coração ainda batendo acelerado. Ela queria responder algo, mas as palavras não saíam. Assim que recuperou a compostura, seguiu em direção à saída, seus pensamentos em turbilhão. Lá fora, a noite começava a cair, e o ar fresco acariciava seu rosto, oferecendo um alívio temporário.
Do lado de fora, uma figura alta e silenciosa estava à espera. Jeong-In virou-se para a jovem mais uma vez.
— Você é estrangeira, certo? — perguntou ele com um sorriso curioso.
Sayuri, ainda surpresa com toda a interação, assentiu.
— Sou brasileira! — exclamou, tentando parecer mais descontraída do que realmente estava.
— E qual é o seu nome? — continuou ele a conversar enquanto caminhavam para fora.
— Sayuri... — respondeu ela rapidamente, antes de acrescentar com um sorriso tímido: — Eu uso esse nome aqui. É mais fácil para vocês, coreanos.
Jeong-In sorriu de volta. A química entre eles era palpável, mas Sayuri sabia que não podia se deixar levar. Ela sentiu um leve puxão na manga de sua professora, um lembrete de que era hora de ir.
— Vamos, já está anoitecendo. — disse a professora, cortando o momento com uma suavidade inesperada.
Sayuri acenou levemente para Jeong-In enquanto se afastava. "Eu conheci um idol", pensou, incrédula. "Eu, Sayuri, conheci um membro do Stray Kids!" Seu coração estava a mil, e a felicidade quase a fez flutuar enquanto caminhava de volta ao hotel. Era um sonho realizado. E, ao mesmo tempo, era perturbador.
Horas mais tarde, no hotel, Sayuri não conseguia dormir. A excitação do encontro ainda a mantinha acordada, a mente girando com perguntas e sentimentos. Decidiu sair para uma pequena caminhada, na tentativa de se acalmar.
A brisa noturna era suave, quase como um abraço reconfortante. O céu estava estrelado, e as ruas, tranquilas. Ela sentia-se livre, perdida em seus pensamentos. Em um momento de pura alegria, ela deu pequenos saltos e gritou ao vazio:
— Eu conheci um membro do Stray Kids, eu conheci! EU, SAYURI! AAAAAH!
Seu grito ecoou na rua deserta, e por um breve instante, Sayuri se permitiu ser apenas uma garota normal, deslumbrada com a vida. Contudo, ela não notou que, do outro lado da rua, um homem a observava atentamente, uma sombra imponente no meio da noite.
Enquanto isso, na empresa JYP, Jeong-In estava exausto. Ele tinha passado horas ensaiando, e seus músculos clamavam por descanso. A sala de ensaio estava silenciosa, exceto pelo som de Bangchan e Hyunjin praticando "Red Lights", uma coreografia intensa que seria apresentada em um show futuro.
— Sabe... encontrei uma fã lá embaixo na recepção. — comentou Jeong-In, sem muita emoção. — Ela deixou esta carta para todos nós.
Bangchan interrompeu a dança, pegando a carta da mão de Jeong-In. Ele a leu em voz alta e deixou um sorriso escapar de seus lábios.
— Haha, ela teve tanto respeito... mas não assinou?
— Não... será que foi porque eu apareci? — murmurou Jeong-In, pensativo.
Bangchan o observou por um momento antes de colocar a carta de lado. Sua voz, embora gentil, carregava um tom de seriedade.
— Você sabe o que aconteceria se você se envolvesse em um escândalo amoroso, certo?
Jeong-In engoliu em seco. O peso daquelas palavras era familiar, mas a maneira como Bangchan as disse fez com que ele se sentisse de repente vulnerável. Ele sabia que os idols não podiam se dar ao luxo de errar.
— Não importa o que você escolha, mas espero que não se arrependa. — completou Bangchan, antes de sair da sala, deixando Jeong-In sozinho.
No dia seguinte, Sayuri recebeu a notícia de que deveria voltar ao Brasil mais cedo. Aquilo a pegou de surpresa, e ela saiu para uma última caminhada. Enquanto passava por uma loja de conveniência, ouviu uma voz familiar.
— A garota da carta... — disse uma voz suave ao seu lado.
Sayuri virou-se, surpresa, e encarou um homem alto. Ele tirou o boné, revelando o cabelo preto e o sorriso discreto.
— Lee Know...? — ela murmurou, incrédula.
O silêncio entre eles era quase sufocante. Após pagar pelo seu gimbap, ambos saíram da loja juntos, caminhando em um ritmo lento. Havia algo estranho naquele encontro inesperado, e Sayuri não conseguia entender o motivo.
Ela quebrou o silêncio:
— Por que você resolveu falar comigo assim, do nada?
Lee Know parou de andar, virando-se para encará-la diretamente.
— Eu já a vi antes... dentro da empresa. Mas parece que você não me viu. — ele riu levemente, o som ecoando na noite silenciosa.
Sayuri piscou, surpresa.
— Eu... não lembro de tê-lo visto lá. — admitiu, tentando puxar pela memória.
— Você ia dar de cara comigo quando o I.N a chamou. — ele inclinou-se novamente, olhando-a profundamente nos olhos. — Espero poder te conhecer melhor, Sayuri.
— O que você quer dizer com... "Você ia dar de cara comigo"? — a garota perguntou, mas não obteve sua resposta.
Sayuri sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Havia algo no olhar dele que a deixava inquieta. Antes que pudesse responder, Lee Know olhou para o lado, e seu rosto mudou de expressão.
— Vai embora. — ele disse, de repente sério.
— O quê? — Sayuri perguntou, confusa.
— Vai, agora! — repetiu Lee Know, pegando o pulso dela e a empurrando levemente para longe.
Quando ela olhou para trás, viu uma multidão de paparazzi correndo em direção a eles. Câmeras, flashes, perguntas gritadas... tudo se misturava em uma confusão caótica. Sayuri atravessou a rua rapidamente, observando de longe enquanto Lee Know enfrentava o mar de repórteres sozinho.
"Então é assim que é a vida deles?", pensou, sentindo um aperto no coração.
Enquanto Sayuri estava parada no meio do caos, as vozes gritavam ao seu redor, ecoando como uma onda que a cercava de todos os lados. Os flashes das câmeras eram tão incessantes que mal podia abrir os olhos. O coração dela batia forte no peito, como se fosse sair pela boca, enquanto ela tentava absorver o que estava acontecendo.
As palavras das pessoas cortavam o ar como lâminas:
— "Você está tendo um caso com o Jeong-In do Stray Kids?"
— "Quem você pensa que é para andar com eles?"
Cada pergunta era mais agressiva que a anterior, e a multidão parecia ansiosa por sangue, por uma confissão, por qualquer coisa que pudesse se transformar em um novo escândalo. Sayuri estava estática, os músculos tensos, a respiração curta, o medo tomando conta de cada parte do seu corpo.
"Peça desculpas!", um grito ecoou mais alto que todos os outros, e isso fez seu coração pular uma batida. Desculpas? Desculpas pelo quê? Ela não tinha feito nada de errado, mas o peso da pressão das expectativas da mídia e dos fãs caía sobre seus ombros como um manto pesado.
Seus olhos começaram a se encher de lágrimas. O que ela deveria fazer? A sensação de impotência crescia dentro dela. Seus pensamentos corriam em direções diferentes, lembrando-se da tranquilidade que havia sentido quando conheceu Jeong-In, "Eu mesma respondi minha pergunta..." o quão natural tudo parecia, e agora... tudo estava desmoronando em questão de minutos.
"Essa é a vida deles, dos idols."
"Sinto que estou sendo sufocada...", pensou Sayuri, o coração batendo forte contra o peito, uma angústia crescente. Era insuportável estar ali, com tantas pessoas olhando, apontando dedos e lançando perguntas pessoais, como se tivessem o direito de saber sobre cada detalhe da sua vida.
De repente, a tensão foi quebrada. Jay Park, o CEO da JYP, entrou pela porta, seguido por Bangchan, líder do Stray Kids. O ambiente pareceu mudar no instante em que ambos apareceram, como se toda a atenção da multidão tivesse sido desviada para eles. Sayuri aproveitou esse breve alívio para respirar fundo, sentindo-se grata por aquele momento de distração.
Um segurança desceu rapidamente do andar de cima e, com um toque no ombro de Sayuri, falou em um tom apressado:
— Por aqui, rápido.
Ela o seguiu quase sem pensar, deixando para trás o caos da multidão. Subiram até o segundo andar, onde Jeong-In esperava no final da escada. Ele se aproximou de Sayuri com um olhar preocupado, sua mão tocando levemente o pulso dela.
— Como isso aconteceu? — perguntou, sua voz carregada de preocupação. A notícia havia explodido como uma bomba, e era visível o quanto isso o afetava.
Sayuri recuou um pouco, desconfortável com a situação. Sem responder diretamente, ela seguiu adiante, sentindo o peso de tantas expectativas e emoções ao seu redor. Enquanto isso, Jay Park e Bangchan também subiam, dirigindo-se à sala do CEO para uma conversa mais séria.
Na sala do CEO:
Jay Park lançou um olhar cínico para Lee Know, que estava sentado ali com a cabeça baixa, visivelmente desconfortável. Com um tom sarcástico e uma risada contida, o CEO comentou:
— Você tinha que se envolver em um escândalo amoroso, logo agora?
Lee Know não sabia o que dizer, sua mente em branco, enquanto Jeong-In, visivelmente mais tenso, perguntou de forma mais direta:
— Como vocês se envolveram assim, tão repentinamente?
Jay Park começou a falar sobre a turnê que se aproximava, mas foi interrompido por Bangchan, que, com um toque reconfortante nas costas de Lee Know, assumiu a responsabilidade.
— Está tudo bem, eu resolvo. — disse Bangchan, sua voz firme, porém gentil. — Pode ir, eu cuido disso.
Jay Park tentou intervir novamente, irritado, chamando Bangchan de "Christopher", mas o líder do Stray Kids manteve sua postura.
— Não se preocupe, eu passarei o recado para ele mais tarde. — afirmou, antes de se sentar e encarar Jay Park com seriedade.
Enquanto a tensão na sala aumentava, Sayuri, Jeong-In e Lee Know saíram de lá. Sayuri já esperava esse tipo de comportamento do CEO, mas vivenciar a situação de perto era como estar no meio de uma guerra silenciosa, onde os mais vulneráveis pareciam ser o alvo principal. Ao ouvir Jeong-In tentando confortá-la, dizendo que o escândalo seria esquecido em poucas semanas, ela apenas murmurou:
— Não importa, até amanhã já não estou mais aqui.
Lee Know a olhou com surpresa.
— O que quer dizer com isso? — perguntou, sem entender o que ela estava insinuando.
— Você já vai? — questionou Jeong-In, sua voz carregada de surpresa e preocupação. Ele não esperava que ela fosse embora tão cedo.
— Hm... foi de última hora. — respondeu Sayuri, tentando esconder a confusão e o turbilhão de sentimentos que lutavam dentro dela.
De volta à sala do CEO
Jay Park, com uma expressão irritada, questionou Bangchan:
— Acha que tem alguma autoridade aqui?
Bangchan não hesitou antes de responder, sua voz firme e determinada:
— Como líder do Stray Kids, sim. Eu tenho autoridade para proteger meus membros.
O clima na sala ficou tão pesado que, se alguém entrasse naquele momento, sentiria a tensão no ar, como eletricidade prestes a estourar. Bangchan continuou, sem hesitar:
— Alguém precisa fazer algo pelos membros, defendê-los, deixar que tenham uma vida privada. Eu não me importo se eu perder a minha, mas os membros merecem essa liberdade.
Jay Park olhou para ele por um momento, antes de ordenar, com frieza:
— Saia da sala.
Bangchan se curvou respeitosamente, mas saiu com a cabeça erguida. Ao encontrar Jeong-In no corredor, o líder abraçou o mais jovem, passando a mão suavemente nas costas dele.
— Cuidado para não serem pegos em situações assim. De qualquer forma, contem comigo, está bem?
Seungmin chegou logo em seguida, sentindo a tensão no ar.
— Que clima estranho é esse? — disse ele, com um sorriso irônico. — Será que a idade já está afetando a cabeça de alguém?
Hyunjin, que também se aproximava, torceu o rosto em desgosto.
— Ah, tão nojento... — murmurou ele, antes de cumprimentar os outros. — Tem uma multidão lá fora, é por causa do boato do Lee Know?
Bangchan, ainda processando tudo o que acontecera, lembrou-se de algo.
— A propósito... onde está ela?
Flashback
Enquanto isso, Lee Know havia se afastado por alguns momentos, buscando um lugar tranquilo no banheiro para tentar se recompor. Já Jeong-In, que permanecia ao lado de Sayuri, continuava intrigado com sua decisão repentina.
— Você não vai mais voltar?
— Provavelmente não. — disse Sayuri, com um sorriso triste. — Não tenho dinheiro para ficar indo e voltando.
Jeong-In cruzou os braços, inclinando-se ligeiramente em sua direção, o olhar fixo nela.
— Desde aquele dia... lá embaixo, algo em você me intrigou.
Sayuri riu baixinho, tentando quebrar o clima pesado.
— Como STAY, me sinto traída ao ouvir isso.
I.N sorriu suavemente, mas sua expressão logo ficou séria novamente.
— Não vá... — disse ele, quase em um sussurro.
O telefone de Sayuri tocou naquele momento, interrompendo a conversa. Ela atendeu e ouviu a voz de sua professora.
— Onde você está? Estaremos indo ao aeroporto de madrugada, não se atrase!
Sayuri continuou olhando para Jeong-In, sem saber o que dizer. Ela estava presa entre duas realidades: a pressão que a cercava naquele momento e as obrigações que a aguardavam.
"O que eu devo fazer?" pensou a garota consigo mesma, sua mente era um turbilhão de pensamentos.
Flashback
Lee Know estava vidrado em seu celular por estar conversando com algum produtor de música, até que uma silhueta invadiu seu campo de visão logo à sua frente, fazendo-o tirar os olhos do celular. Ele focou seu olhar no rosto da garota que vinha em sua direção.
Fim do Flashback
No entanto, ao me aproximar e finalmente olhar em seus olhos, senti um calafrio percorrer minha espinha. Meu corpo inteiro arrepiou-se, e meu coração disparou, como se estivesse à beira de um abismo, prestes a cair.
Flashback novamente
— Você ia dar de cara comigo quando o I.N a chamou. — ele inclinou-se novamente, olhando-a profundamente nos olhos. — Espero poder te conhecer melhor, Sayuri.
— O que você quer dizer com... "Você ia dar de cara comigo"? — a garota perguntou, mas não obteve sua resposta.
Fim do Flashback
A tentação de ficar próximo a ela tomou conta de mim de uma maneira que eu jamais imaginei.
Flashback
— Espere! — a voz de Jeong-in ecoou pela empresa. Ele gritou após ver que havia uma pessoa na frente da garota: era Lee Know. Ambos os rapazes se encararam por um momento. Um momento de ciúmes? Possessão? Não há como saber. Pelo chamado, Sayuri parou abruptamente e olhou para I.N. Lee Know ficou parado e em silêncio, na mesma posição em que estava, e abaixou a mão que segurava o celular, mantendo os olhos focados na garota, que estava bem próxima a ele, a uma distância quase imperceptível.
— Eu estava indo tomar alguma coisa gelada. Quer vir comigo? — questionou I.N.
Após aquela pergunta do idol, Lee Know se retirou de perto e subiu as escadas, deixando um breve suspiro escapar de seus lábios, enquanto Jeong-in focava na retirada do jovem.
Fim do Flashback
Será... que ainda serei capaz de ficar com ela?”
Esses pensamentos dominaram a mente de Lee Know, e, por mais que tentasse conter, as lágrimas começaram a escorrer. Ele sabia que não deveria, mas não conseguia evitar. A confusão de sentimentos era avassaladora.
Assim como o jovem, Lee Know também estava devastado com os boatos que circulavam sobre eles. O escândalo era uma sombra que pairava sobre seus sentimentos. Ambos desenvolvemos sentimentos por Sayuri, sentimentos que nunca deveríamos ter tido, mas ali estavam, incontroláveis, como uma tempestade silenciosa dentro de si mesmos.
Após a breve conversa entre os membros, Bangchan e Lee Know ficaram sozinhos na sala. A atmosfera era pesada, quase sufocante. Minha respiração estava rápida, e ele não conseguia mais conter a frustração.
— Isso é cruel... — ditou Lee Know, quase como um sussurro, fechando os olhos por breves segundos e deixando o silêncio tomar conta da sala. Estava chovendo lá fora, e era possível escutar as trovoadas.
— EU TAMBÉM SOU UM HUMANO, NÓS SOMOS! — gritou, sua voz ecoando pelas paredes frias da sala. — Eu só... só quero viver como qualquer outra pessoa! Por que não podemos? Por que temos que viver assim?
Seu peito subia e descia com a intensidade das emoções. Bangchan permaneceu calmo, mas sua voz tinha um peso de resignação.
— Esse é o preço que pagamos por sermos "perfeitos"...
Lee Know deu uma risada, mas sem alegria, quase num murmúrio:
— Nem mesmo um animal deveria viver assim...
Enquanto isso, do outro lado da cidade, Sayuri e sua professora estavam prestes a embarcar no avião. Ela puxava sua mala com mãos trêmulas, o coração apertado com a ideia de deixar tudo para trás. As despedidas não eram fáceis, e aquela, em especial, parecia pesada demais para carregar.
— Vamos, Sayuri! — apressou a professora. — Estamos quase embarcando!
Sayuri olhou para trás, como se estivesse buscando algo ou alguém, mas sabia que não havia volta. O tumulto do aeroporto, as luzes brilhantes e os flashes começaram a se intensificar ao redor delas.
— Ali está ela! — gritou um paparazzo.
Sayuri sentiu o sangue gelar quando ouviu as vozes e viu os fotógrafos se aproximando rapidamente. Antes que pudesse reagir, uma mão firme segurou a dela e a puxou com urgência, fazendo-a correr pelo terminal. Tudo aconteceu tão rápido que ela mal teve tempo de ver o rosto da pessoa.
— Vão atrás dela! — os gritos e o som dos passos ecoavam pelo aeroporto.
Correndo o mais rápido que podiam, eles conseguiram escapar para um beco deserto do lado de fora. Ofegantes e suados, Sayuri virou-se para ver quem a havia salvado. Quando seus olhos encontraram os do rapaz, ela ficou confusa.
— Quem é você? — perguntou, ainda respirando pesado.
O rapaz tirou a máscara devagar, revelando o rosto familiar.
— Hyunjin? — sua voz estava cheia de surpresa. Ela não esperava vê-lo ali, não naquele momento.
— Não esperava me ver, não é? — disse ele, com um sorriso contido. — Ouvi sua conversa com o I.N depois que vocês saíram da sala da JYP. Não foi proposital, não sou de escutar conversas alheias, eu apenas estava lá de passagem e acabei ouvindo.
Sayuri ficou sem palavras por um instante, ainda processando tudo.
Flashback de minutos antes, na sala da JYP
Após saírem da sala de Jay Park, Sayuri tentou aliviar a tensão com um sorriso nervoso.
— Acho que os STAYs se sentiriam traídos se ouvissem isso. — riu, olhando para I.N. — Até eu me sinto traída, de certa forma.
I.N, no entanto, não conseguia sorrir. Ele estava profundamente abalado.
— Não vá... — disse ele, sua voz trêmula, quase como uma súplica.
Hyunjin, que estava próximo, ouviu cada palavra. Ele estava ao telefone, andando ao lado de Felix, mas a conversa de Sayuri e I.N o capturou por completo.
— Yongbok-ah, poderia pegar minha carteira na sala de dança? — pediu Hyunjin. Felix concordou e saiu, deixando Hyunjin sozinho no corredor, onde ele continuou a escutar, imóvel.
— Não tem como você ficar? — perguntou I.N, sua voz carregada de dor.
— Não posso... Como posso viver aqui? Em um país tão diferente e sozinha? Nem sequer sou maior de idade ainda! — Sayuri respondeu, a tristeza nítida em seu rosto. Ela deu alguns passos para longe, mas logo parou e voltou, estendendo a mão para I.N.
— Mantenha-se saudável! — disse, com um sorriso gentil que não alcançava seus olhos. — Como fã, desejo que você seja feliz e viva sua vida como quiser.
I.N pegou a mão dela, apertando-a suavemente antes de abaixar a cabeça e dar um beijo delicado em sua testa.
— Como idol... desejo que minha fã seja feliz e viva como quiser.
Sayuri deu alguns passos para trás, sem desviar o olhar, antes de finalmente se virar e sair.
De volta ao presente, no beco
Sayuri ainda estava processando tudo quando Hyunjin interrompeu seus pensamentos.
— Então foi por isso que você veio. — murmurou ela, sua voz carregada de exaustão. — Sinto muito, mas sua vinda foi em vão. Eu realmente preciso ir.
Hyunjin sorriu, mas havia uma tristeza por trás de seu sorriso.
— Não estou tentando impedir você. Só quis te salvar dos paparazzi. — ele deu de ombros. — Eu poderia ter me envolvido em um escândalo amoroso também, sabia? Arrisquei minha vida.
Sayuri riu, surpreendida com a leveza que ele trouxe à situação.
— Oh, sim. Pobre Hyunjin, salvando minha vida... Estarei eternamente grata. — disse ela, com uma pitada de sarcasmo.
Hyunjin, com um brilho travesso nos olhos, inclinou-se um pouco para frente, olhando profundamente nos olhos dela.
— Quem sabe... eu não me importe de me envolver em um escândalo também.
— Hwang Hyunjin, o que você... Ah, esquece! Eu preciso voltar para o aeroporto. — respondeu Sayuri, impaciente, desviando o olhar.
— Então você vai mesmo... — murmurou Hyunjin, enquanto enfiava as mãos nos bolsos da blusa, desviando o olhar para o chão. Sua voz tinha um toque de resignação, como se já soubesse o desfecho.
Sayuri hesitou por um segundo, como se quisesse dizer algo mais, mas virou-se e começou a caminhar em direção ao aeroporto. Seu coração estava pesado, mas não havia tempo para lidar com isso. Arrastando sua mala, ela finalmente entrou no avião, acomodando-se no assento. Do lado, sua professora já estava preparada, silenciosa, como se pressentisse algo. O silêncio se tornava mais denso à medida que o avião decolava.
Enquanto isso, no estúdio da JYP...
— O I.N está cometendo muitos erros hoje... — comentou Seungmin, observando o colega com preocupação. Havia uma tensão no ar, algo que ele nunca tinha visto em Jeong-in antes.
— O que há com você? — perguntou Lee Know, se aproximando, mas I.N não respondeu. Na verdade, ele parecia nem ouvir nada ao seu redor, completamente absorto em seus próprios pensamentos.
De repente, um grito ecoou pela sala, tão forte e carregado de desespero que fez todos se virarem.
— AAAAAH! — o grito veio de I.N, que caiu de joelhos no chão, suas mãos tremendo enquanto seu celular escorregava do bolso e caía com um baque seco. O estúdio ficou em silêncio absoluto.
Changbin apressou seus passos imediatamente, largando a garrafa de água que segurava e pegando o celular de I.N do chão.
No celular, as mensagens pipocavam incessantemente na tela, carregadas de ódio e julgamento:
"Escândalo amoroso."
"Quem será a parceira romântica de Jeong-in ou Lee Know?"
"Um idol pode namorar qualquer uma?"
"I.N está envolvido no escândalo também?"
"Eu gostava do I.N, mas me sinto traída."
"Vocês não merecem ser membros do Stray Kids."
I.N leu aquelas palavras como se cada uma delas fosse uma faca perfurando seu coração. Seu corpo estava paralisado, seus olhos vidrados, sem brilho, enquanto a realidade o sufocava. A dor era insuportável.
Na sala de reuniões, Jay Park era direto:
— Fiquem fora por um tempo. Vamos comunicar que vocês estão em hiato por problemas pessoais. — sua voz era firme, fria, como se estivesse lidando apenas com um problema corporativo, e não com as emoções de seres humanos.
I.N curvou-se rapidamente, sem dizer uma palavra, saindo da sala quase tropeçando em seus próprios pés. Ele não podia mais aguentar aquele peso. Ao chegar em casa, desligou o Wi-Fi, apagou qualquer conexão com o mundo exterior, mas o silêncio não trouxe alívio. A dor, a culpa, tudo continuava lá, sufocante.
Enquanto isso, uma notícia de última hora estourava em todas as redes:
"Nesta noite de sábado, por volta das 19h, um avião apresentou falhas e caiu logo após a decolagem. Muitos passageiros ficaram gravemente feridos, e os que estavam nos assentos da frente não sobreviveram à forte queda."
Hyunjin correu até Bangchan, seu rosto estava pálido, os olhos arregalados em choque.
— Chan! Você viu as notícias?! — ele mal conseguia respirar, o desespero evidente em sua voz.
Bangchan parou o que estava fazendo e olhou para ele, confuso.
— O que aconteceu? — perguntou, sua expressão mudando ao perceber que algo grave havia acontecido.
— O avião... O avião que Sayuri pegou... Ele caiu, Chan. A maioria dos passageiros está gravemente ferida. Alguns... alguns morreram. — Hyunjin explicou, sua voz tremendo enquanto falava. O pânico em seus olhos era impossível de esconder.
Bangchan sentiu o chão sumir debaixo de seus pés por um momento. Ele respirou fundo, tentando manter a calma.
— Não deixe o I.N saber disso, ok? Vou para o hospital agora mesmo. — ele pegou seu casaco rapidamente e saiu correndo pela porta, pegando o primeiro táxi que encontrou.
Ao chegar ao hospital, o caos que encontrou era indescritível. Havia ambulâncias por todos os lados, pacientes sendo tratados no chão porque não havia macas suficientes. O frio cortante fazia a cena parecer uma guerra, e o desespero estava estampado em cada rosto.
Bangchan entrou no hospital e foi direto até uma das enfermeiras, sua voz grave e ansiosa:
— Por favor, pode me informar se uma paciente estrangeira foi trazida para cá?
A enfermeira olhou para ele rapidamente e pediu um momento, mas antes que pudesse responder, as portas da emergência se abriram com força. Uma maca passou rapidamente, cercada por médicos em pânico.
— Ela não está respirando! FAÇAM RCP (Ressuscitação Cardiopulmonar) IMEDIATAMENTE! — gritou um dos médicos, e o ambiente tornou-se ainda mais tenso.
Bangchan assistia a tudo de longe, o coração na garganta, rezando para que a reanimação desse certo, sem saber quem estava na maca. Mas, no fundo, ele sentia um frio na espinha, um pressentimento que o consumia. Foi então que uma voz familiar cortou o ar.
— S-Sayuri... SAYURI!!! — Lee Know entrou correndo no hospital, seus olhos arregalados em puro desespero ao ver a cena. Ele correu na direção da maca, mas Bangchan o segurou firme, sentindo o peso do corpo do jovem desmoronar.
— Como você chegou aqui? SE CONTROLE! Ela vai ficar bem! — disse Bangchan, sua voz trêmula, tentando conter o colapso de Lee Know. Mas o próprio Bangchan estava abalado, tentando se convencer de suas próprias palavras.
— Eu... eu não consegui impedi-lo. Quando cheguei lá, ele já tinha visto a notícia... — Hyunjin apareceu, ofegante, aproximando-se deles com o rosto pálido, a voz um fio de som.
Sayuri foi levada para a UTI, seu estado era crítico. Estava viva, mas inconsciente, presa entre a vida e a morte. Os médicos diziam que poderia levar dias, semanas, talvez meses, até que acordasse. Se é que acordaria.
Horas se passaram, e Lee Know e Bangchan estavam sentados em silêncio nos bancos do corredor, o peso da realidade afundando seus corações. Hyunjin se aproximou com três copos de café, mas nenhum deles tinha apetite. Estavam devastados.
Um médico saiu da UTI e se dirigiu a eles com uma expressão séria.
— Desculpem, mas há algum parente da paciente por aqui? — perguntou o médico.
— Ela estava acompanhada de uma mulher, mais velha que ela. Estavam aqui para um intercâmbio... — explicou Hyunjin, lembrando-se da despedida no aeroporto.
O médico assentiu, antes de soltar as palavras que pareciam cortar o ar.
— Ah, sim. A mulher ao lado dela no avião...
— Ela não está aqui? — questionou Lee Know ao se levantar do banco.
— Infelizmente ela não sobreviveu... sua cabeça foi esmagada. — informou o médico.
Continua...
❯ beth's note: Nossa, eu aqui cruzando os dedos na torcida pra essa querida não morrer. Senti muita simpatia por essa protagonista, e também empatia por toda essa situação no geral. Eu, como fã de idols há um tempo, me senti vendo mais uma dessas notícias com comentários exagerados que saem desde sempre por aí. Bem barra, né? Quero muito saber o que vai acontecer, e como vai ser o destino da pp daqui pra frente agora que essa tragédia aconteceu.