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Revisada por: Júpiter

Última Atualização: 29/08/2024

As correntes feriam meus pulsos, a fome e a sede dominavam meu corpo. O cheiro de mofo se misturava com o do sangue, deixando um aroma horrível no ambiente. Mas eu já me acostumei. Em meses que estava aqui, nunca comi nada além de comida podre e água da chuva, que pingava bem em cima da minha cabeça.

A porta abriu e eles entraram, trazendo-o consigo. Ele não parava de se debater, suas roupas estavam completamente rasgadas e repletas de sangue devido às tentativas falhas de escapar desses homens.

— O que você está fazendo aqui? — perguntei quase sem forças, esperando que ele tivesse me ouvido.

— Eu precisava achar você — respondeu, jogado no chão.

— Eu disse para ninguém vir atrás de mim — continuei, tossindo e cuspindo o sangue que se alojou na minha boca.

— Não fique assim, queridinha. — Um dos brutamontes pegou no meu rosto sem nenhuma delicadeza. — Ele chegou bem na hora de mais um show... — ele disse bem perto do meu rosto. Juntei um pouco da força que eu tinha e cuspi sangue na sua cara.

— Vá em frente — encarei-o com ódio, levando um tapa forte na cara, fazendo uma linha fina de sangue escorrer da minha boca.

— Vadia, você ainda não aprendeu a lição? — Ele pegou no meu pescoço, apertando-o com força. Ia deixar marca, assim como os vários cortes que fizeram no meu corpo nesses 4 meses. Meu ar estava indo embora... Morte por asfixia... Que lindo.

— Pare! Será que não está vendo que ela mal se aguenta de olhos abertos, seu idiota? — gritou com raiva. Sua súplica adiantou, em partes. O canalha me soltou, fazendo com que meu corpo voltasse a ficar pendurado pelos pulsos novamente enquanto tossia, em uma tentativa de recuperar o ar, e cuspia sangue sem parar. Porém, ele foi em direção a , dando-o um soco no estômago.

— Não! — gritei. — É comigo que você tem problemas, não com ele... — terminei de falar, agora bem baixo, já que usara todo o meu fôlego para gritar.

— Calada, vagabunda! Eu vou me divertir um pouco com ele, antes de acabar de uma vez por todas com você — ele gritou e voltou a socar . Fechei meus olhos e fiquei com a cabeça baixa. Nunca me senti tão culpada na minha vida. Sim, culpada. Tudo o que ele estava passando era minha culpa. Deixei uma lágrima solitária cair só com esse pensamento. Em seguida, várias começaram a sair. A cada gemido de dor que ele soltava, mais as lágrimas insistiam em cair.

— Vamos, querida, abra esses olhinhos e veja como seu “amorzinho” está... — Fiz o que ele mandou e levantei minha cabeça, encarando . Seu rosto estava completamente machucado e sangue saía avidamente de seu nariz, supercílio e boca, se espalhando rapidamente por sua roupa. Não resisti e deixei uma última lagrima cair. O canalha viu meu momento sensível e sorriu, orgulhoso, dando mais um soco em , que se curvou para frente e cuspiu mais sangue.

— Chega! — gritei com todas as minhas forças quando vi que levaria outro soco. — Termine logo com isso, sou eu que mereço, não ele.

— Pois bem. — Ele fez um aceno com a cabeça e seus capangas vieram em minha direção, desprendendo-me das correntes, deixando que meu corpo fraco despencasse para o chão. — Vamos, , levante, onde foi parar uma das melhores espiãs do país? — ele disse, exaltado. Tentei me levantar, mas o máximo que consegui foi ficar apoiada em minhas mãos. — Vamos, irmãos, levantem-na para que eu possa terminar o serviço. — Seus companheiros pegaram em meus cotovelos e me deixaram suspensa, como um animal pronto para o abate. Ele deu um meio sorriso e puxou a arma da cintura, apontando-a para mim. — Dê adeus para o seu namoradinho... — Olhei para , que me encarava com os olhos tristes e desesperados.

“Eu te amo“ apenas mexi meus lábios, não existia mais fôlego que me deixasse falar.

“Eu te amo” ele me respondeu enquanto deixava uma lágrima escorrer pelo seu rosto machucado.

Fechei meus olhos e esperei pelo fim. Não muito tempo depois, ouvi dois tiros. Abri os meus olhos rapidamente e vi um corpo, que provavelmente estava na porta do esconderijo, cair no chão. Os capangas que me seguravam soltaram meu corpo e jogaram-me para a parede, fazendo com que eu batesse minha cabeça fortemente e depois no chão, deixando minha visão turva por conta da dor. Segundos depois, outro tiro foi ouvido. Alguém gritou o meu nome. Senti algo perfurar meu peito e então tudo ficou escuro.



Continua...


Nota da autora: Sem nota.

Nota da beth: Eita que eu estou muito curiosa para essa história só com esse prólogo! Manda mais att 💜

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