Codificada por Lua ☾
Última Atualização: 12/06/25
Segurando aquele objeto duvidoso em mãos, eu compreendi que estava vivendo aquilo a virada de chave, o detalhe que poderia transformar um dia comum em uma data para ser lembrada e circulada com canetinha vermelha no calendário da minha mente.
O plano, apesar de absurdo, havia sido meticuloso. Um grito de desespero com um toque de maestria. Agora, apenas a alguns passos de distância de , parte de mim estava eufórica por ter seguido com aquela loucura.
Uma parte mais racional do meu cérebro, no entanto, reverberava as palavras preocupadas (e, honestamente, julgadoras) da minha melhor amiga, ecoado-as dentro da minha cabeça como uma música chiclete.
Você está maluca, isso vai dar errado! Ele vai pensar que você é doida!
Talvez ele achasse. Até eu mesma considerava seriamente ir até um psiquiatra para checar se estava tudo bem com a minha cachola.
Olhei ao redor. Um monte de mulheres, alguns homens, agarradas aos seus próprios exemplares, sorrindo sem preocupação alguma.
— A minha Emily é assim. Chora toda noite! — uma das moças comentou. Ela tinha cabelos loiros, cerca de 40 anos, e segurava aquilo como se fosse alguém e não algo.
A ruiva ao seu lado bufou e assentiu com a cabeça, parecendo entender o cansaço imaginário da outra: — O Josh também era assim. Ele só parou depois de dois meses.
Ok, eu com certeza não estava louca ainda. Pelo menos, não naquele nível. Mas que porra?
Balancei a cabeça, tentando espantar a descrença por aquela conversa sequer existir. Esperava que minha cara não denunciasse o quão ridículo eu achava tudo aquilo: um monte de adultos empilhados no parque, brincando de Alice no País das Maravilhas e acreditando fielmente que uma versão Baby Alive de Toy Story estava tomando conta do país.
Tinha que continuar com meu disfarce por ele.
. O cara gostoso de TI que consertava as monstruosidades extremamente realistas dos doidos de plantão.
Apertei o brinquedo entre as mãos enquanto me aproximava do stand dele, tentando empurrar o nervosismo para debaixo do tapete. Um homem me deu um olhar sério, irritado pela minha falta de jeito com minha filha temporária.
Dei um sorriso irônico, resguardando a vontade de mostrar o dedo do meio para ele. Sério mesmo que, até com um objeto, os homens se sentiam no direito de julgar a maternidade das mulheres?
Bufei. O deleite da irritação momentânea sendo o suficiente para distrair meus pensamentos de . Ao chegar na autointitulado Tenda de Primeiros Socorros, senti minhas unhas furando o plástico da minha companhia de colo.
Lá estava eu: 20 anos, em um evento absurdo, frente a frente com o garoto que eu era afim desde o início da faculdade.
E não estava sozinha.
Chucky era o brinquedo assassino.
Annabelle era a boneca demoníaca.
E Glaubson era o meu bebê reborn.
Continua...
Nota da autora: sem nota!
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