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Codificada por: Electra

Última Atualização: 08/07/2024

Se tivesse que dizer uma constante em sua vida que não fosse parte da família, seria obrigado a dizer .
Não se lembrava de existir sem conhecê-la. Seus pais eram melhores amigos e ambos possuíam a mesma idade, o que logo fez com que sua mãe quisesse que fossem amigos também.
sempre esteve lá. Até quando não queria, estava lá. Era sua vizinha, sua colega de classe e a companhia nos jogos do Liverpool que seus pais nunca perdiam. Depois de um tempo, também se tornou a melhor amiga de Rose, uma das primas mais próximas de , e até mesmo cunhada de , quando, por um período de tempo considerável, se apaixonou pelo irmão mais novo dela, . Os dois dividiram viagens, amigos, jantares, natais e até mesmo uma namorada durante o segundo ano da escola. Não que estivessem cientes disso quando aconteceu, é claro.
— Estou feliz por ter sido você, . Dividir o chifre com você deixou mais leve – disse , encostada no armário da escola, agarrada em seus livros de estatística.
— Eu também, , mas espero não dividir nada com você nunca mais.
não lembrava exatamente o que aconteceu depois, mas lembrava vividamente da risada divertida de enquanto jogava seus longos cabelos, na época descoloridos e pintados de rosa-claro, para trás e o chamava para almoçar com ela.
Quando parava para pensar, talvez devesse agradecer a Taylor Diggory por isso. Se não fosse a traição que ambos dividiram, talvez a amizade verdadeira dos dois nunca tivesse nascido. Talvez e ainda estivessem presos a coincidências e relações de terceiros, mas nunca deles.
Aos 16 anos ser traído é difícil, mas fica ligeiramente mais leve se você possui pessoas boas ao redor. Em poucos dias, e faziam quase tudo juntos e dividiam muito mais do que apenas uma ex-namorada. Dividiram os melhores amigos, as histórias mais divertidas e constrangedoras, festas de ano novo, segredos, bebidas alcoólicas escondidas dos pais e, no último ano, dividiram também o baile de formatura. As pessoas constantemente comentavam sobre os dois e que eles não poderiam ser só amigos, e quando entraram para a mesma universidade, se deu conta de que nunca iriam parar de comentar, mas ele não ligaria para isso se também não ligasse.
Ter uma melhor amiga tão próxima não era ruim para , e podia dizer com certeza que não era ruim para , que o fazia acompanhá-la em todos os lugares, buscá-la bêbada em alguma reunião de amigas ou o fazia espantar os caras esquisitos que a perseguiam por aí. Isso, tinha que admitir, sempre o preocupou. tinha uma espécie de imã para homens bizarros. Se bem que se tivesse que ser honesto, teria que admitir que as namoradas também nunca haviam sido boa coisa. não era boa em escolher pessoas legais, ponto. E isso fazia acabar odiando cada uma delas, fossem homens ou mulheres.
foi o motivo principal para reconsiderar partir para a Força Aérea Real. Parecia extremamente assustador deixá-la sozinha, morando tão longe dos pais. Ele jamais diria algo parecido para ela, é claro. o mataria na mesma hora, porém era a verdade. nunca sentiu essa preocupação ou proteção exagerada com mais ninguém. Eventualmente partiu após a formatura e acabou tornando-se comandante da Força Aérea, algo que fazia com que viajasse muito mais do que gostaria na maioria das vezes, mas a preocupação nunca diminuía. Sentia falta de sua família, de seus amigos e de .
— Espero que você esteja em casa, estilista – foi a primeira coisa que disse assim que a ligação foi completada e a voz arrastada de se fez presente do outro lado da linha.
? O que importa se... – ela parou de repente e automaticamente abriu um sorriso. – Você está em Londres?!
— Não sei. Estou? Por que você não abre a porta para ver?
A ligação caiu e enfiou o celular no bolso, encarando a porta branca. Os sons dos passos apressados de pelo corredor fizeram o sorriso de aumentar ainda mais.
— Por que está usando óculos escuros no meio da noite? – Perguntou assim que abriu a porta. riu.
— Porque eu sou um piloto – respondeu como se aquilo fosse óbvio.
revirou os olhos, pegando a mão de e o puxando para um abraço antes de entrarem no apartamento.
A casa da era pequena. sabia muito bem disso, afinal, havia ajudado a escolher um lugar que coubesse dentro do orçamento de uma estilista novata. Ele sabia que quase dez anos depois, recebia muito mais, entretanto, também conhecia a amiga e sabia do apego que ela já havia criado pela sua pequena caixa de sapatos colorida no centro de Londres.
jogou sua mochila em qualquer lugar logo antes de cair de costas no sofá. sentou-se na mesa de centro a sua frente.
— Sete meses, .
— Desculpe?
— Sete meses que você não voltava! – empurrou seu ombro. – Seus pais sabem que está aqui?
— Eles estão em Devon com meus avós. Esqueci de avisar que vinha.
— Tenho certeza que a essa altura eles já devem ter esquecido que tiveram um filho além de Lily e .
— Eu sempre ligo – resmungou , vendo levantar e caminhar calmamente até a cozinha. Suspirou, tirando o casaco de couro pesado que usava e o jogando na poltrona vazia. Quando voltou, carregava duas garrafas de cerveja e saquinhos de amendoim, claramente desistindo de voltar a dormir. sorriu instantaneamente. – Não quero atrapalhar Fred e Maya. Posso dormir aqui? Eles voltam em poucos dias.
chutou as pernas de , fazendo com que o amigo se sentasse direito.
— Ah, então Fred foi sua primeira opção? Sério, . Você só piora!
— Se meu primo foi a opção que pensei antes da minha amiga solteira que mora sozinha?
A morena soltou uma gargalhada, entregando uma das garrafas ao outro.
— Você tem quantos anos? 50? Parece meu pai falando.
— Porque seu pai, de fato, falou isso. Com essas palavras exatamente. Mais de uma vez.
— Papai já perdeu a esperança em mim – comentou displicentemente, passando seus olhos pelo corpo do amigo sem vergonha alguma. – Você acabou de pousar, não foi? Ainda está de uniforme.
— Eu tomei banho na base antes de vir para cá e o uniforme estava mais fácil de alcançar do que as roupas na mala – fez uma careta, afrouxando a gravata enquanto dava um gole em sua cerveja.
— Mas o que você está fazendo aqui? Está de folga?
assentiu, cruzando as pernas e virando-se totalmente para a amiga. Ele ergueu dois dedos com um sorriso animado no rosto.
— Duas semanas.
— Alerta de desocupado!
— Eu quase morro por esse país todos os dias e você me chama de desocupado?
O sorriso de sumiu na mesma hora e balançou a mão na frente do rosto, impaciente.
— Estou brincando! Você sabe que não é verdade! Sou só um piloto. Carregamos coisas para lá e pra cá.
Não era exatamente verdade, mas também não era mentira. não podia falar para onde ia ou o que exatamente carregava para lá e para cá, muito menos quando eram missões diplomáticas para países parceiros da Inglaterra, mas não se colocava realmente em perigo. Não sempre, pelo menos. Ele gostava de pilotar, mas também era um grande fã de apenas mandar nos outros pela base e dar aulas de voo para alguns dos estudantes quando era chamado de volta à base de Londres.
— Estava com saudades.
sorriu.
— Eu também. Quer ficar acordada a noite toda como antigamente?
— Bebendo e atualizando um ao outro sobre os mistérios da vida?
— Sim, e sem precisar esconder a bebida do Sr. .
– Então vamos lá! – bateu palmas, ficando de pé tão rápido que o short do seu pijama não teve tempo de descer, mostrando mais do que deveria de suas coxas torneadas. piscou, mas não conseguiu desviar o olhar, especialmente quando se virou de volta para cozinha para buscar mais bebidas, dando ao amigo uma visão perfeita de sua bunda. O balançou a cabeça, amaldiçoando-se por isso.
não gostava de mentir, então preferia dizer que estava apenas omitindo algumas coisas. Uma dessas coisas era o motivo de ter passado sete meses longe de casa. Era difícil trabalhar para a Força Aérea, mas estava sendo um pouco mais exagerado do que deveria, pois a coisa mais estranha do mundo havia acontecido da última vez que viu .
Tinham saído com amigos e, como sempre acontecia quando não estava sozinha, bebeu além do que podia, fazendo com que tivesse que praticamente arrastá-la de volta para casa. A questão é que sempre foi uma bêbada muito rápida, então, assim que chegou em casa, correu para geladeira, colocou a garrafa de vinho em cima da mesa e tirou a blusa, alegando que vinho era melhor degustado se você estivesse sem roupa, disse tudo com tanta propriedade que, por um momento, mal soubera o que fazer.
nunca havia olhado para o corpo de daquela maneira. Já havia olhado, é claro, mas não tão claramente assim. Desde que a conhecera, nunca deixou de ser a garota mais bonita em todos os lugares em que estivesse. Fosse aos 16 anos com as cores de cabelo chamativas que mudaram toda semana ou no começo dos vinte, quando ela começou com a baboseira sobre precisar ser uma mulher adulta e formal para ser levada a sério enquanto estilista e parou de pintar ou cortar os cabelos, os deixando castanhos e tão longos quanto podia. E ela definitivamente continuava a mais bonita de todas agora com 27, com seus óculos finos usados quando estava desenhando ou costurando, seu cabelo na altura do ombro e a atitude de alguém que havia passado da fase jovem onde queremos afirmação sobre tudo o que fazemos e sabia que seria valorizada no que fazia, não pela roupa que vestia, mas simplesmente por ser boa. A questão é que sabia. sempre soube o quanto era bonita.
No entanto, quando a amiga arrancou a blusa que usava e a jogou no chão, ele congelou. Fios escapavam do pequeno rabo-de-cavalo que conseguiu fazer, grudando em seu rosto suado, seus lábios pareciam maiores e seu sutiã mostrava muito mais do que escondia. Se não tivesse começado a tentar tirar a calça, provavelmente não teria acordado.
Já despiu muitas mulheres antes, mas nunca as vestiu, tão pouco o fez tão rápido quanto fez com . Naquela noite, deitado no sofá da melhor amiga, queria parar de imaginar como seria tirar aquele sutiã de renda preta, mas foi impossível. Acordou com a pior ereção que já sentira na vida. Então fez o que qualquer pessoa faria: ficou longe da garota mais gostosa que já conheceu por sete meses, pensando que talvez esquecesse o que viu, ou que aquilo simplesmente deixasse de importar, para que sua amizade da vida inteira não fosse afetada por uma paixão platônica totalmente adolescente, cheia de hormônios e definitivamente atrasada.
Voltou porque estava com saudades, mas não queria pensar sobre a melhor amiga assim, e foi por isso que desviou o olhar.
e abriram uma livraria, você ficou sabendo? – Perguntou , sentando-se novamente no sofá depois de organizar a mesa de centro com mais bebidas do que conseguia identificar.
namorava Benjamin Chang há alguns anos e simplesmente o adorava. Nunca alguém conquistara tão rápido a família grande deles quanto Ben, chegando devagar com seu bom humor, suas piadas esquisitas e a inteligência que apenas um físico poderia ter. A coisa favorita de era como ele conseguia irritar o namorado das formas mais simples e rápidas do mundo, mas conseguia acalmá-lo ainda mais depressa. Benjamin era exatamente o tipo de pessoa que precisava, mas , o irmão mais novo de , ainda era uma parte muito presente da vida de todos. nunca acreditou muito que era possível terminar e continuar amigo do ex, mas provou o contrário. Se fosse justo, seu irmão mais novo estava constantemente provando que ele estava errado sobre diversas coisas.
— Sim, ele me mandou um livro.
Os olhos castanhos de brilharam como nunca e , involuntariamente, sorriu, totalmente estupefato com a beleza da amiga.
— Qual é o nome?
— Ahn... – tomou um gole de sua bebida, tentando ganhar tempo para se recuperar dos dois universos que o observavam atentamente. – Não sei. Faz diferença?
— Claro que faz, idiota! Eles escolheram a dedo cada livro, alegando terem a ver com a pessoa que ganharia. Lily recebeu uma cópia de Anne de Green Gables…
— Claro – disse para ninguém em especial com um sorriso no rosto. Deveria ter esperado algo assim do seu irmãozinho criativo.
— Rose recebeu um livro sobre constelações e Scorpius ganhou um ensaio sobre flores.
não conseguiu evitar a risada alta que o escapou, fazendo o acompanhar.
— Eu sei! Eles poderiam ser mais óbvios? Rose ficou possessa.
— Eles saíram dando livros para todo mundo só para fazer piada? – balançou a cabeça. – E você, o que recebeu?
— Isso que eu não entendo, e você sabe como eu odeio não entender algo. Sou boa demais em quebra-cabeças para isso! – suspirou, frustrada. – Eles me deram um romance triste chamado "A Cinco Passos de Você". É sobre dois adolescentes, um deles morre, eu acho. Não faço ideia. Não terminei de ler. não quis me contar se a piada era sobre a história ou sobre o título. Acho que nunca vou saber. Você não sabe mesmo o seu?
hesitou, mas, por fim, negou novamente.
— Não. Eu só desembrulhei e guardei novamente. Não tive tempo para ler.
continuou olhando para por um momento, como se não acreditasse realmente em suas palavras até que desistiu, virando-se para encher o copo do amigo novamente.
— Onde você estava dessa vez? Pode contar?
— França.
— Dominique disse que as francesas são bonitas – comentou.
— Eu não saberia. Não posso ser um turista de verdade, sabe.
— Que chato – ela suspirou, virando o copo que estava em sua mão. – Estava esperando que você tivesse histórias para me contar.
— Eu tenho histórias para contar. Quer saber de quando um pássaro bateu no painel do avião e nós quase caímos? Ou então quando eu conheci o Príncipe Harry? – parou por um momento. – Espere, ele não é mais príncipe, não é?
estalou a língua, impaciente.
— Histórias interessantes, ! Você viaja o mundo inteiro, está mesmo querendo me dizer que não conhece ninguém? Que não faz sexo?
O riu, propositalmente demorando a engolir sua bebida.
— Eu não disse isso.
— Claro que não disse, não seria verdade – recostou-se no sofá, seus olhos percorrendo o uniforme do homem à sua frente por um momento. – E seria impossível.
— Impossível?
— É. Você fica muito bonito com essa roupa. Parece um comandante de verdade.
piscou, muito chocado para falar por um momento.
— Eu sou um comandante de verdade, .
— Bom para você, então – ela riu. – Só estou querendo dizer que ninguém resistiria, então, é claro que você deve transar em cada país que chega.
— Você é doida.
repousou o copo que segurava na mesa, aproximando-se do amigo.
— Então me conte alguma coisa interessante, .
— Por que quer tanto saber? Você está há tanto tempo assim sem fazer nada?
— Sim!
— Sério?
— A última vez que fiquei com alguém foi algumas semanas antes da última vez que você esteve aqui há sete meses. Eu até saí com o McLaggen, mas…
— McLaggen?! – exclamou. – Você saiu com o maior babaca de Londres?
— Eu sei disso, ok? – riu. – Não deu certo. Não aguentei nem um jantar com ele.
— É claro que não, é o McLaggen.
não conseguia visualizar e Cory McLaggen nem se sua vida dependesse disso. Nunca havia conhecido um homem mais imbecil do que ele. Conseguiu a proeza de fazer com que sua prima mais nova, Lucy, o odiasse – e sua prima não odiava ninguém. Era um poço tão grande de calma e doçura que mal reparava quando alguém estava sendo realmente maldoso com ela.
— Bom, sinto muito, não posso ajudar. Tente alguns contos eróticos na internet ou algo assim.
gemeu, repousando suas pernas em cima de enquanto se deitava no sofá. Sem pensar muito, deixou que suas mãos apertassem levemente as panturrilhas da amiga, começando uma massagem lenta. jogou a cabeça para trás, fechando os olhos.
— Por que eu não consigo ninguém? Eu sou bissexual! Não deveria supostamente ter mais oportunidades? Não sou legal?
— Você sabe que é.
— Então não sou bonita o suficiente?
riu. Aquela poderia ser a maior piada do mundo.
— Você é linda. Você também sabe disso.
A garota apoiou-se nos ombros, como se aquela fosse exatamente a sua abertura. Depois, quando conseguiu pensar com calma, pensou que talvez fosse mesmo. sempre foi do tipo que controlava a situação até que tudo saísse exatamente como ela queria e nem sempre os outros notavam.
— Por que nunca ficamos juntos então?
As mãos de pararam. De repente, tocar em daquela forma não parecia tão certo no momento. Seus olhos se encontraram, mas nenhum dos dois disse nada. A pergunta era séria e não a retiraria. sabia disso apenas pela forma que ela o encarava tanto quanto sabia tirar um avião do chão e mantê-lo no ar.
— De onde veio isso?
— Temos quase trinta anos e somos amigos desde... caramba, somos amigos desde sempre. Nunca passou pela sua cabeça, , como seria se ficássemos juntos?
puxou suas pernas, sentando-se em cima dos próprios joelhos e ficando mais perto do amigo do que esteve a noite toda.
— Você já?
nem sequer piscou para responder.
— Várias vezes.
passou a língua entre os lábios. Nunca pensou que ouviria essas palavras saírem da boca da amiga, nem mesmo em um milhão de anos. Já as imaginou sendo ditas por ele, mas nunca notou nenhum sinal vindo dela. A surpresa era grande demais para que ele conseguisse responder qualquer coisa que tivesse sentido rápido o suficiente.
— Eu lembro.
— Do quê?
— Daquele dia em que saímos com Fred e os outros. Eu me lembro da forma que você me olhou quando eu tirei a blusa.
— E que forma foi essa?
abriu um sorriso de lado.
— É a mesma forma que eu olho para você.
queria dizer que nunca gostara de daquela forma. Queria ser parte daquela pequena porcentagem de pessoas que nunca se sentiu atraída pelo melhor amigo. Mas, bem, ela não podia. E tinha plena certeza que o melhor amigo dessas pessoas não era , pois, se fosse, talvez eles estivessem no mesmo barco que ela.
sempre gostou de . Gostava de sua animação, das suas piadas, do seu sorriso presunçoso, gostava de como ele sabia liderar desde um time de futebol a um grupo de pesquisa sobre a sub-representação feminina nos partidos políticos da Inglaterra, porque, sim, ele também já havia feito isso. era bom em absolutamente qualquer coisa que se propusesse a fazer e aquilo sempre havia deixado totalmente excitada. Gostava de homens inteligentes, não tinha o que fazer.
Nunca soube exatamente quando começou a se sentir atraída por ele, a única coisa que sua mente conseguia entender sem dificuldades era o quanto queria acabar com aquilo de uma vez por todas. Queria sentir os lábios de percorrerem o seu corpo, queria que suas mãos passassem pelo seu peito definido, queria senti-lo de verdade. Queria como nunca quis nenhuma outra pessoa.
— Somos amigos – disse lentamente, as palavras escorregando de seus lábios como se ele estivesse dizendo algum absurdo.
sentiu as bochechas esquentarem, então se levantou, correndo até o balcão da cozinha. Não estava com vergonha por finalmente ter colocado aquilo para fora, mas definitivamente não queria receber aquele olhar confuso de . Ele poderia só dizer não, certo?
Ouviu os passos das botas que não havia tirado se aproximarem.
— Eu sei que somos amigos, eu só... – parou, virando-se para o amigo que estava parado a menos de um metro de distância.
— Você não acha que seria perigoso? Que poderíamos estragar o que temos agora?
— São mais de dez anos de amizade – disse, assentindo devagar com a respiração falhada.
— Eu…
— Acho que é a bebida e o seu uniforme. Você sabe como sempre tive uma coisa por homens de uniforme. É melhor esquecermos isso – ela riu, nervosamente. – Não faria sentido. Você provavelmente riria da forma dos meus peitos ou algo assim.
disse cada palavra devagar, encarando fixamente os olhos castanhos de , que também não deixava os seus.
— É, tudo bem. Tudo certo. Não tem problema. Podemos esquecer – murmurou , mas seus olhos estavam presos há tempo demais nos lábios avermelhados da amiga.
— Sim, vamos esquecer – respondeu. tentava manter a sua voz firme, mas tudo que saía de dentro de si parecia não possuir forças.
O ar que os cercava parecia diferente e seria sempre assim que definiria aquele momento. Não havia nenhum barulho ao redor, talvez não houvesse barulho algum em todo o mundo, apenas eles e o silêncio ensurdecedor que os cercava enquanto a gravidade parecia puxar um para o outro. A boca de se abriu e piscou.
— Ou podemos não fazer isso.
E então ele deu um passo à frente, acabando com a distância entre eles e a beijando. agarrou as pernas de , levantando-a facilmente e a colocando no balcão da cozinha, ficando entre suas pernas.
deixou suas mãos percorrem o peitoral definido de , como pensou em fazer tantas e tantas vezes, enquanto ele apertava sua coxa e a puxava pela nuca para ainda mais perto dele. Seus lábios eram cheios e macios, como nada que ela já havia experimentado antes, mas seu beijo era feroz e rápido. não se importava.
Também não queria ir com calma.
Beijar era como correr uma maratona e finalmente atravessar a linha de chegada. Mas aquela maratona havia durado uma década e o prêmio não era nada como havia imaginado. Era melhor.
— Você tem certeza disso? – Perguntou , afastando-se apenas o suficiente para que sua voz pudesse ser ouvida.
— Vamos fazer umas cores novas nessa amizade, .
não conseguiu evitar o sorriso, puxando para outro beijo, que por sua vez apertou suas pernas ao redor dele. a segurou pela bunda, dando alguns passos para trás. Não quebraram o beijo nem por um segundo, mas conhecia aquela casa com a palma de sua mão.
No quarto, não quis que tivesse mais tanto controle assim, então pulou de seus braços e o empurrou em direção a cama, sentando-se em seu colo. colocou as mãos em sua coxa, deixando seus dedos brincarem tentando encontrar a calcinha embaixo do pijama fino que a amiga usava.
— Não vai achar, não estou usando calcinha – sussurrou ela antes de descer seus beijos para o pescoço do garoto.
jogou a cabeça para trás, deixando escapar um gemido baixo quando começou a se remexer em seu colo. Sentia que seu pau estava prestes a explodir desde o primeiro toque e eles ainda não haviam sequer tirado a roupa. agarrou a cintura da mulher em seu colo com força, prendendo a si enquanto impulsionava-se para cima para ficar encostado na cabeceira da cama. Como se lesse os pensamentos dele, puxou pela gravata como quis fazer a noite toda e o beijou antes de tirar a peça de roupa e começar a desabotoar os botões da camisa que usava. Seus movimentos não eram rápidos, amava como aquela camisa o vestia, desenhando seus músculos como se fossem esculpidos por algum artista renascentista. Quando a peça se abriu, deixou que suas unhas arranhassem o peitoral de , que soltou um suspiro.
Cada toque de , por mais simples que fosse, despertava uma onda de choque por todo corpo de . Seus lábios se abriam, sua respiração desacelerava e todo seu corpo formigava por mais, mesmo que ela estivesse ali, em cima dele. Quando sua camisa finalmente estava no chão, agarrou o pescoço de , puxando-a para um beijo ríspido e ansioso. logo percebeu que todos os beijos com naquela noite seriam assim. Conseguia perceber pela forma que a tocava que assim como ela, queria prolongar aquela sensação, mesmo que aquilo não fosse exatamente o que seus corpos desejavam.
A mão de subiu devagar por dentro da blusa fina que usava, apertando um de seus seios, que há horas já estavam livres de qualquer sutiã. suspirou, ainda com os lábios presos nos de , quando o polegar do acariciou seu mamilo sensível. Sem pensar muito, afastou-se, puxando a blusa de para cima e a deitando na cama. Antes de se posicionar entre as pernas de , resolveu que estava na hora de se livrar do short dela também. Eram tecidos demais escondendo o que mais queria ver, o que mais queria tocar.
sabia que era linda e esperava que todo o resto, até mesmo o que não havia visto ainda, fosse lindo também. Contudo, nada o preparou para vê-la completamente nua abaixo dele. O ar saía devagar por entre seus lábios avermelhados enquanto seus olhos fitavam ansiosos o amigo. passou os dedos vagarosamente pela barriga lisa de , sentindo-a arrepiar-se sob seu toque.
— O que foi que você disse antes? – Quis saber com sua voz rouca tomando conta do quarto. – Que eu iria rir do seu corpo?
— Ou algo assim.
desviou os olhos do corpo de , prendendo seus olhos castanhos nos dele. Sua voz era séria e imponente.
— Nunca mais repita isso.
Antes que pudesse responder, inclinou-se, trazendo-a para um novo beijo necessitado, agarrando os cabelos dela entre seus dedos enquanto a outra mão descia até o meio de suas pernas.
Tocar a parte mais íntima de fez o corpo todo de tremer e ele quase suspirou quando sentiu a boca dela se abrir, deixando escapar um gemido abafado pelo beijo dos dois. Seus dedos percorreram sua entrada, sentindo o quanto a mulher estava quente e derretida para ele. tocou o clitóris de levemente, uma provocação que foi o suficiente para fazê-la soltar um gemido alto. Seu corpo todo ansiava por , tão sensível que o mínimo de esforço a faria gozar. Nunca havia sentido tanto tesão antes.
— Uma vida toda foi muito tempo, não é, ? – Sussurrou em seu ouvido. – É por isso que você está tão molhada assim? Estava esperando por mim?
deixou que dois de seus dedos escorregassem para dentro de , sentindo-a tomar conta de si. jogou sua cabeça para trás, apertando a colcha da cama embaixo dos dois quando o polegar de acertou seu clitóris sem nunca parar de fodê-la com os dedos. inclinou-se para baixo, agarrando um dos seios dela com a boca enquanto acelerava o ritmo de seus dedos apenas para ouvi-la gemer ainda mais alto.
levou os dedos até os cabelos escuros de , agarrando-os enquanto o empurrava para frente, fazendo com que ele chupasse seu mamilo cada vez mais forte.
... – arfou, sentindo suas pernas tremerem. aliviou a pressão no mamilo de apenas para olhá-la de olhos fechados e boca aberta, respirando aceleradamente enquanto abria ainda mais as pernas, tentando fazer com fosse cada vez mais fundo. afastou a mão fazendo com que abrisse os olhos para encará-lo.
— Não vou te deixar gozar nos meus dedos. Quero sentir seu gosto pela primeira vez.
passou os dedos pelos lábios de antes de beijá-la devagar, descendo os beijos por todo seu corpo, sem pressa, quase como uma tortura para , que já sabia qual era o destino final. começou lentamente, sua língua passando devagar pelas extremidades molhadas de antes de acertar o clitóris, fazendo com que ela soltasse o mais alto gemido da noite.
tremia com a língua de a estimulando, seu peito subia e descia descompassado com a respiração incerta e o coração acelerado. Seu corpo era tomado por aquela sensação misteriosa e inexplicável de orgasmo, contudo, nada foi melhor que abrir os olhos em meio aos gemidos em que chamava por e fitá-lo, bem no meio de suas pernas, com os olhos nela enquanto a chupava com força. não precisava de nenhum sinal oral de que estava prestes a gozar. Tudo nela gritava isso, da forma que ela apertava seus ombros, os arranhando mais forte do que provavelmente pretendia até a forma que sua mão subia devagar ao próprio seio, apertando-o e passando seus dedos pelos mamilos rígidos, estimulando a si mesma. Ele sabia. Sentia como se conhecesse o corpo de por inteiro a vida toda e foi assim que a sentiu gozar, sua boceta apertando-se contra ele enquanto o aperto em seu ombro afrouxava e sua voz ficava ainda mais alta chamando por ele.
era gostosa. Muito gostosa. Gostosa demais para a sanidade de . Tudo nela o excitava, era verdade, mas ouvi-la gemer conseguia deixar o pau de mais duro do que qualquer outra coisa. E reparar na forma que ele estava quase pulando da calça apertada de seu uniforme foi a primeira coisa que fez ao abrir os olhos.
— Você não parece muito bem.
Ela se ergueu, ficando quase da altura de , que estava de joelhos na cama.
— Você vai me ajudar?
— Vou fazer muito mais que isso – respondeu ela, puxando a fivela do cinto de e o abrindo, puxou o objeto tão rápido que riu. Sua risada morreu aos poucos quando sentiu o zíper descer e a mão de escorregar para dentro de sua calça, envolvendo seu pau.
— Ah... – se perdeu, sentindo o masturbar lento e torturante de . Um dos dedos da mulher percorreu a cabeça, sorrindo devagar ao sentir que não era a única pessoa molhada ali. A mão de se fechou ao redor do pescoço de , puxando-a para ele e a beijando rapidamente antes de descer seus beijos para o seu pescoço. Os movimentos de aumentaram de velocidade, fazendo com que gemesse em sua pele quente. não conseguia evitar sentir-se satisfeita em saber que estava conseguindo deixar tão excitado e sem ar quanto ele havia a deixado. Ela o apertou ainda mais forte, puxando seu rosto em direção a ela para um beijo. gemeu, sentindo seu corpo amolecer. Estava prestes a explodir de tanto desejo de estar dentro de de uma vez. Isso o fez agarrar a mão de para fazê-la parar.
— Se você continuar…
— Eu sei. Não vou te deixar gozar em nenhum lugar que não seja dentro de mim – arfou, sentindo a mão de se afastar enquanto ela abria espaço para ele. – Deite.
Não precisou ouvir a ordem duas vezes. percebeu que nunca precisaria ouvir dizer a mesma coisa duas vezes. Faria o que ela quisesse.
puxou a calça e a cueca de para baixo, o deixando completamente nu. Ela não conseguiu evitar abrir um sorriso na mesma hora enquanto o observava.
— Sabia que alguns caras podem não encarar bem quando a garota olha para eles e ri?
O sorriso de aumentou enquanto ela pegava o cinto de e vagarosamente subia em cima dele.
— Você é assim, ? – Quis saber, remexendo-se em cima do pau de . Ele gemeu baixo, negando com a cabeça.
— Eu sei que você gosta do que vê.
sorriu, puxando os braços de e percorrendo seus pulsos com o cinto que segurava. mordeu os lábios enquanto assistia apertar o objeto de couro. Quando ela teve certeza de que estava realmente preso, soltou suas mãos.
— Você não vai me tocar até eu deixar. Estamos entendidos, ? – Perguntou, observando enquanto apenas levava suas mãos amarradas para cima da cabeça. Ele sorriu.
se abaixou, agarrando o rosto de e o beijando com força. Ela abriu ainda mais as pernas, sentindo o pau de encostar em seu clitóris. remexeu-se devagar, sentindo seu corpo ceder pelo prazer acumulado. Ela passou as unhas devagar no peitoral de , percebendo sua respiração acelerar cada vez que pressionava seu corpo contra ele. Conseguia ver nos olhos de o quanto ele já sentia vontade de se soltar e tocá-la. Aquilo fez sorrir satisfeita, descendo alguns centímetros, apenas o suficiente para que sua mão pudesse se fechar ao redor do pau de novamente.
.
Seu nome, que praticamente não era usado por ninguém, na voz rouca e cheia de excitação de fez sua pele ferver.
— O que você quer, ? Quer que eu monte em você até você gozar?
fechou os olhos, sentindo que seria capaz de terminar tudo naquele momento, caso não estivessem tão decididos a prolongar cada toque e sensação no corpo um do outro. Sentiu a língua quente e molhada de envolver toda a cabeça de seu pau, fazendo com que ele soltasse um gemido e se mexesse no lugar antes de ser totalmente engolido pela mulher.
— Porra, , estou falando sério.
se afastou, passando os dedos pelos lábios carnudos e macios, deixando um suspiro escapar da garganta de .
— Me diga o que você quer, comandante . Quer me foder?
tinha um sorriso malicioso nos lábios, mas a mente de não conseguia mais trabalhar naquela situação. Era como se ela estivesse sugando todo o ar, deixando preso em sua gravidade sem nenhum oxigênio. Nada tinha foco, apenas . Sempre ela.
— Quero foder você a mais tempo do que imagina.
Na mesma hora, buscou a gaveta de sua mesa de cabeceira, agarrando o primeiro preservativo que alcançou para colocar em . apoiou uma das mãos no peitoral de enquanto posicionava-se em cima dele, que soltou um gemido rouco e desesperado de prazer, apertando os dedos das mãos com força por não poder tê-los ao redor da bunda da morena. Quando sentiu-se escorregar de uma só vez para dentro de , os dois gemeram juntos.
não sabia explicar como parecia entender tanto do corpo e dos sinais de apenas na primeira vez em que transavam, mas ela entendia. Ela conhecia. Seus movimentos eram ansiosos, mas coordenados, calmos e conectados, tudo entre os dois parecia certo. Por isso, sabia que poderia ir devagar. Sabia que queria sentir cada parte de seu corpo, assim como ela. Não sabia o que aconteceria depois, mas naquele momento, queria aproveitar. Queria ter tudo que tinha para oferecer.
deitou-se completamente por cima de , seus seios se encostando no peitoral dele enquanto ela empinava sua bunda e a jogava cada vez mais forte contra ele, fazendo grunhir a cada estocada mais violenta. encontrou os lábios de em um beijo ríspido no momento em que suas mãos procuravam os braços do , a fim de soltá-los do cinto que o prendia, apenas para perceber que ele já havia se soltado em algum momento e ela nem sequer havia reparado. parou o beijo, abrindo os olhos.
— Você disse que eu precisava da sua autorização para te tocar, amor.
A respiração de falhou e aproximou sua mão do rosto pequeno da garota, sem realmente tocá-lo.
— Posso?
— Pode fazer o que quiser.
Sem esperar nem mais um segundo, acabou com a distância beijando-a novamente. Sua mão escorregou rapidamente para a bunda redonda e empinada de , desferindo um tapa alto antes de apertá-la. continuava a cavalgar devagar, inclinando-se para frente. aproveitou, jogando-se para frente e enterrando seu rosto nos seios de , beijando toda a extremidade antes de passar a língua vagarosamente por um de seus mamilos, fazendo com que um grito abafado saísse da boca de .
se afastou, segurando-se nas coxas de e aumentando o ritmo, subindo e descendo cada vez mais rápido.
Por um momento, tudo que conseguia era assisti-la, os olhos fechados, a boca entreaberta, arfando baixo e rápido com a cabeça para trás enquanto suas unhas apertavam a área perto de seu joelho, de tanto prazer por estar montada nele. levou uma de suas mãos para seio de , prendendo o mamilo entre os dedos e o puxando levemente, enquanto sua outra mão descia para o local que os conectava, estimulando seu clitóris pela segunda vez, fazendo gemidos altos substituírem os suspiros desesperados.
— Linda, linda... – murmurava, assistindo se contorcer em cima dele. – Você é a mulher mais linda que eu já vi.
rebolou, apertando o pau de como resposta e esperava que isso fosse suficiente. Seu corpo todo estava formigando, era como um arrepio eterno que nunca se afastava e ela estava cansada de ir devagar. Apoiou-se nos ombros de , levantando a bunda, deixando que seu pau saísse completamente apenas para deixá-lo entrar novamente. A boca de se abriu, mas nenhum som saiu. Não até os movimentos começarem a se repetir em um ritmo frenético, fazendo com que tivesse que se esforçar para continuar atingindo seu clitóris com precisão.
sentia aquela onda de prazer avassaladora chegando, e isso fazia com que ela não pensasse em mais nada. Sentia a mão de em seu mamilo e a outra a masturbando, enquanto o cavalgava com tanta rapidez e força que seu corpo não conseguia sentir mais nada a não ser a mais pura satisfação e desejo. Estava desligada para qualquer outra coisa. Só queria gozar e fazer gozar também. Queria olhá-lo e assisti-lo se entregar a ela, exatamente como ela estava fazendo ali.
aumentou o ritmo de seus dedos, sentindo as pernas trêmulas de em volta de si e sua boceta molhada em seu pau e em seus dedos. Estavam quase lá e era possível sentir isso ao redor deles, na atmosfera desesperada e ansiosa pelo ápice que ambos estavam prometendo um ao outro.
A intenção era fazer gozar antes dele novamente, porém, quando a pressão em seu clitóris aumentou mais uma vez e soltou um gemido alto e desregulado, sem desviar os olhos do rosto de e seus lábios se abriam em um círculo perfeito, sentindo seu corpo todo ser tomado por aquela falta de oxigênio seguida pelo entorpecimento característico, não conseguiu mais se aguentar. Não quando continuou empinando a bunda ao subir e descer com força no seu pau, não diminuindo o ritmo acelerado nem por um segundo. Não quando seus olhos se encontraram na hora que ela atingiu um dos orgasmos mais longos e satisfatórios de sua vida. Não quando tudo que ouvia eram seus gemidos, finos, excitantes e altos, fazendo companhia aos seus, roucos e instáveis.
agarrou a cintura de , puxando-a para ele, enquanto se enterrava com força dentro dela pela última vez. A sensação de estar se desfazendo tomando conta de seu corpo. saiu de dentro de devagar, depositando pequenos beijos em seus lábios antes de deixar que ela caísse ao seu lado calmamente. Por alguns minutos, tudo que podia ser ouvido no quarto era a respiração descompassada dos dois e o barulho da cama se mexendo quando resolveu tirar o preservativo que ainda o envolvia.
— Como você se soltou? – Perguntou de repente.
— Eu sou um militar, .
Os dois riram por alguns segundos antes de se virar, apoiando a cabeça na mão, apenas para observá-la.
— Não vamos deixar isso ficar estranho. Foi só sexo – disse ela de repente. não respondeu. – Nos conhecemos há muito tempo, não é? Não podemos deixar nada estragar isso.
As palavras pareciam forçadas, mas as disse mesmo assim. era seu melhor amigo e havia sido ótimo transar com ele. Provavelmente seria ótimo transar com ele outras vezes e, por Deus, até outras coisas com seriam maravilhosas também se ela se esforçasse para pensar sobre isso, como já havia feito tantas vezes.
Mas não podia. Ele era seu melhor amigo. Sua amizade vinha antes de desejos carnais e sentimentos complicados. Sempre havia vindo. Ela sabia que podia estar sendo precipitada em falar isso assim que saiu de dentro dela, mas sua impulsividade sempre fora um problema. E seu orgulho também. Não sabia como ficaria se ouvisse essas mesmas palavras de , mesmo que soubesse que não existe nenhuma intenção em magoá-la.
— Você não vai dizer nada?
abriu a boca para respondê-la, porém seu celular começou a tocar. Ele a encarou em silêncio por mais alguns segundos antes de se levantar e caminhar até a calça que estava jogada no meio do quarto para tirar o celular do bolso, franzindo o cenho para o nome que brilhava na tela antes de atender.
— Senhor?
soltou um suspiro involuntário. Nada de bom vinha depois que atendia o celular chamando a pessoa do outro lado da linha de "senhor". Ele mal havia voltado e talvez já partiria novamente. Era sempre assim com ele. Sempre distante, sempre ocupado. queria rir. Por que estava nervosa sobre a amizade deles? partiria, como sempre fazia, e aquela noite seria apenas uma memória quando ele voltasse. Tudo voltaria a ser como era antes, ele estando ali ou não. Ela o assistiu caminhar para o canto do quarto enquanto sua voz diminuía. se pôs de pé, vestindo a primeira camiseta que apareceu em sua frente.
Seus sentimentos estavam borbulhando dentro dela. A atração que sentia por a cegara. Não conseguiu ver o que transar com ele faria com seus sentimentos românticos mal resolvidos e agora se odiava por isso.
encerrou a ligação, virando-se e dando de cara com a a poucos passos de distância. Abaixou-se, pegando a cueca que ainda jazia no chão e a vestindo.
— Você vai embora? – riu, não dando a tempo para responder. – É claro que vai. Você está sempre indo.

— Mas está tudo bem. Talvez seja melhor assim. Você vai para todos esses países e quando voltar nós já teremos esquecido o que aconteceu aqui.
Ela abriu um sorriso para assegurá-lo, mas a expressão de era indecifrável.
— Você quer esquecer?
piscou.
— O que você quer dizer?
— Eu não quero esquecer, . A última coisa que quero é esquecer qualquer coisa que aconteceu aqui hoje. Eu poderia perder toda a minha memória e ainda assim lembraria do que fizemos aqui.
.
— Venha aqui – pediu. – Quero te mostrar uma coisa.
O coração de acelerou, e mesmo confusa, ela deu um passo à frente. Nunca conseguia recusar quando a chamava. Fosse na escola, quando ele queria matar aula ou quando, ao tirar a carteira de motorista, insistia em dar carona a ela em todas as oportunidades, mesmo que dirigisse muito mal. Nem mesmo na universidade, quando, no meio do semestre, já se sentia esgotado e tudo que queria era subir na moto que havia ganhado do padrinho de seu pai e ir à praia. Nunca conseguiu dizer não, e definitivamente não conseguiria o fazê-lo agora, com seus olhos castanhos brilhantes a encarando tão profundamente que era possível ver aquela pequena gota esverdeada no canto enquanto o luar iluminava o quarto pela janela que eles haviam esquecido de fechar.
— Um.
franziu o cenho.
— Dois. Três.
— O que você está fazendo? – riu nervosamente, parando de andar.
— Continue.
A garota revirou os olhos, impaciente. era sempre cheio de gracinhas. Será que ele nunca conseguia identificar a hora certa de fazê-las?
— Quatro.
parou como um carro freando em cima de alguém, mas já estava perto o suficiente para que agarrasse sua mão e a puxasse, seus corpos indo um de encontro ao outro enquanto ela dava o último passo em direção a ele.
— A cinco passos de você... – riu, soltando a mão de e agarrando seu rosto. Eram quase da mesma altura. sempre gostou disso. Algo dizia a ele que, de agora em diante, gostaria ainda mais. – Eu.
— O que você está…
— Sabe qual é o título do livro que ganhei? – Interrompeu. negou com a cabeça. – Mais que amigos.
sempre havia sido melhor em quebra-cabeças, mas aquele fora quem montara, e tudo que ela conseguia fazer era encará-lo, estupefata.
— Você nunca ouviu alguém dizer que os melhores casais são aqueles que são melhores amigos?
, pelo amor de Deus... – riu, nervosa, sentindo seus dedos acariciarem seu rosto com delicadeza. – Nós temos que conversar.
— Nós vamos. Vamos conversar, mas não vamos esquecer. Esperei tempo demais para isso, , e acho que você também. E eu não estou afim de abrir mão. Não vou abrir mão de nada que envolva você: seja sua amizade, seu amor ou qualquer coisa no meio do caminho, se você deixar. Então eu te pergunto de novo: você quer esquecer?
O sorriso de aumentou e ela percebeu que mesmo que seu coração se recusasse a bater de maneira normal, ele parecia leve. Mais leve do que ela já havia sentido em muito tempo.
— Não, não quero esquecer – ela disse e assentiu, aproximando-se. Seus lábios estavam quase se tocando quando o parou, abrindo um sorriso pequeno, apenas para dizer em um sussurro rouco e excitante:
— E eu não vou a lugar nenhum. Vamos conversar, sim, mas por duas semanas, tudo que vou fazer é compensar os anos perdidos e comer você, .




Fim.


Nota da autora: Essa é uma história com sexo explicito e não é recomendada para menores de 18 anos. As caracteristicas fisicas são fixas, mas todos os nomes são interativos. A fanfic foi escrita pensando no James Sirius x personagem original, mas se passa em um universo alternativo e pode ser lida com qualquer personagem.

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