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Revisada por: Calisto

Última Atualização: 31/10/2024
A família era bastante conhecida no mundo bruxo. Seu reconhecimento, no entanto, ia muito além das características físicas de cada um de seus integrantes. O sobrenome possuía também grande renome no Ministério da Magia por diversos motivos.
Ellaria , a matriarca, costumava se gabar quanto à pureza de seu sangue, embora nenhum de seus filhos dessem a isso o mesmo grau de importância que ela. Já Dimitri, seu marido, tinha grande representatividade no Departamento de Execução das Leis da Magia, como um dos membros da Suprema Corte dos Bruxos.
Com cerca de vinte e nove anos de casados, os possuíam três filhos. Jacob, o primogênito, teve um desempenho respeitável durante sua vida escolar, então se uniu ao pai no Ministério da Magia, em um cargo na Seção de Chaves de Portais. Já Nahla, a filha prodígio, deixou um legado considerado brilhante na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, e não foi surpresa alguma para a família quando esta terminou os estudos e iniciou prontamente sua carreira como desfazedora de feitiços no Gringotts, o banco dos bruxos.
No expresso de Hogwarts, seguia rumo ao seu sexto ano na escola, porém, ao contrário dos outros membros de seu clã, não possuía grandes feitos nas costas. Para início de conversa, diferente de todos de sua linhagem, que eram Sonserinos, foi acolhida na casa Corvinal, e, por mais que alguns colegas questionassem aquela escolha do Chapéu Seletor, ela não poderia se identificar com nenhuma outra casa. Obviamente, seus pais não ficaram muito contentes com aquilo, mas não havia nada que eles pudessem fazer para mudar aquela decisão.
Aquele desgosto dos com a casa de sua filha caçula, no entanto, seria facilmente esquecido quando a garota atingisse o quinto ano e se tornasse monitora, assim como seus irmãos e seus pais haviam sido. Porém, não tinha jeito, havia nascido para quebrar aqueles padrões. Para seu desgosto e o de seus pais, ela não estava entre os selecionados como monitores naquele ano.
Por mais que a garota tentasse negar, ela se sentia frustrada com aquela situação. Não entendia os motivos de não ter sido escolhida, já que suas notas eram boas o suficiente, embora não tão brilhantes quanto as de Nahla e Jacob.
Viver à sombra de seus irmãos não era uma tarefa fácil, mas ela não perdia a esperança de que um dia seria capaz de surpreender e dar orgulho aos pais.
Um suspiro escapou dos lábios da garota, enquanto ela encarava a imensidão verde dos campos por onde o trem passava. Odiava ficar pensando naquelas coisas, porque além da pontada de tristeza ela sentia raiva.
— Tudo bem, ? — A voz de Avallon a despertou dos pensamentos e ela olhou na direção da garota morena, notando que não apenas ela, mas seu irmão, Liam, a encarava com curiosidade. Era incrível como os Scarborough eram sensitivos. Todas as vezes em que ela se sentia para baixo, podia contar com um deles, ou os dois, para desabafar.
— Sim. Só estou um pouco ansiosa para esse ano. Não faço ideia do porquê — respondeu, e aquilo não era bem uma mentira. Semanas antes, quando foi comprar seus materiais no Beco Diagonal, sentiu-se inquieta e desejou de repente que voltasse logo para o castelo.
— Deixe-me adivinhar, tem alguma coisa a ver com quadribol ou alguma coisa que você viu nos livros de transfiguração? — Úrsula questionou e atraiu então a atenção de para ela. A loira cacheada nem fez questão de erguer seu olhar do livro que lia, mas quase podia sentir o sorriso que a amiga dava por trás do objeto.
— É verdade! Esse ano não aceito perder mais uma vez a taça para a Grifinória — Liam começou a falar, tomado por animação, e pelo brilho no olhar de Avallon, esta compartilhava o sentimento com o gêmeo.
A resposta de , no entanto, se perdeu quando a porta da cabine se abriu e um Cedrico Diggory lhe lançou um largo sorriso assim que a localizou.
— Aí está você, ! — A garota nem o esperou terminar de falar para se levantar, se lançar na direção do garoto e o puxar para um abraço apertado.
— Ced! — exclamou, contente, ao afundar seu rosto na curva de seu pescoço e inalar aquele perfume dele que ela adorava.
— Também senti saudades, tampinha — brincou e acariciou a cintura da menina. — Empolgada com o sexto ano? — questionou, ao se desvencilhar o suficiente para encarar o rosto de .
— Provavelmente, não tanto quanto você. — Piscou para o rapaz, que sorriu um pouco mais, então ajeitou uma mecha dos cabelos dela que caíam sobre um de seus olhos. Instantaneamente, a garota sentiu as bochechas esquentarem por aquele gesto.
— Provavelmente, não mesmo. — Riu junto a ela, então a encarou nos olhos. — E a Nahla, como está? Diga a ela que faça o favor de me escrever antes que eu vá ao Gringotts apenas para puxá-la pelas orelhas.
O sorriso de estremeceu, enquanto a garota sentia seu estômago afundar. Por que ele sempre tinha que perguntar sobre Nahla? Tudo bem que ele havia se tornado amigo de sua irmã mais velha um pouco antes dela, mas Cedrico não precisava mesmo fazer aquilo. Não quando sabia que se sentia incomodada todas as vezes em que era associada aos irmãos.
— Eu falaria para você dizer você mesmo, mas a Nahla deve estar ocupada com alguma coisa do trabalho. Tenho certeza de que logo ela fala com você — respondeu, enquanto controlou a vontade de revirar os olhos.
— É, acho que você tem razão. — Deu de ombros, em concordância com a garota. — Bom, preciso voltar à minha cabine. Eu só passei por aqui mesmo para te dar um beijo. — Sorriu carinhoso para , e não havia mesmo como resistir àquele garoto.
— Pois eu não recebi beijo algum — brincou e fez bico, então o viu se aproximar e deixar um beijo em sua bochecha. — Assim está melhor — completou, e, mais uma vez, sua bochecha esquentou.
— Até mais, . — Piscou para a menina antes de se afastar, se despediu de Avallon, Liam e Úrsula com um aceno de cabeça e seguiu para fora da cabine.
— Até mais, Diggory — respondeu, então voltou ao seu lugar e se sentou com um sorriso débil nos lábios.
— Você gosta dele. — Ouviu a voz de Úrsula afirmar, e dessa vez seu rosto pegou fogo.
— Claro que não gosto! Ele é meu amigo, Úrsula. Nada além disso — retrucou, rapidamente, o que fez seus três amigos se entreolharem.
— Ela gosta dele, sim — Avallon murmurou, para os dois, sem emitir som algum, e eles trocaram risadinhas cúmplices.

🐉

Assim que desceram das carruagens, o grupo de amigos seguiu correndo para dentro do castelo em meio às conversas animadas sobre quadribol, já que Liam resolveu retomar o assunto alguns minutos depois da saída de Diggory. Dessa vez, nem mesmo a chuva forte havia sido capaz de interrompê-los.
, no entanto, se permitiu lançar um breve olhar para o castelo, e seu coração se aqueceu porque ali muitas vezes ela se sentia mais em casa do que no próprio lugar onde morava com a família. Seus pensamentos, no entanto, foram cortados rapidamente quando Liam chamou sua atenção ao lhe questionar sobre os treinos.
Ele era goleiro do time da Corvinal, enquanto e Úrsula eram as batedoras, então ele estava bastante interessado em saber sobre as táticas que as garotas haviam praticado durante as férias.
Depois disso, foi inevitável não comentarem mais uma vez sobre a Copa Mundial de Quadribol e os diversos acontecimentos marcantes da edição.
Só de pensar na marca negra projetada no céu, sentia arrepios percorrerem sua espinha.
— Não sei o que pensar sobre isso. É sério. Toda vez que lembro daquele dia, sinto meu corpo todinho tremer — Avallon externou o que havia acabado de pensar.
— É exatamente assim que eu me sinto também — admitiu, levando um susto, no entanto, quando uma bexiga de água errou por pouco sua cabeça. Isso graças aos seus bons reflexos, que a fizeram se abaixar bem na hora.
Um grito ecoou dos lábios de Úrsula, já que ela não havia sido tão rápida, o que fez com que os outros três precisassem segurar o riso em solidariedade à amiga, que não tardou a fazer uma expressão de choro. Suas roupas estavam encharcadas, e ela não poderia trocá-las até que chegassem ao salão comunal da Corvinal.
— PIRRAÇA! — Reconheceram a voz de Minerva, zangada. — Desça já aqui, AGORA!
Imediatamente, os quatro trocaram olhares de quem havia entendido a confusão e logo localizaram o poltergeist se divertindo ao lançar bexigas nos alunos, enquanto a professora tentava pará-lo.
Cômico se não fosse trágico.
— Não tô fazendo nada! — Pirraça gargalhou e Liam deixou escapar uma risadinha baixa, o que atraiu uma atenção que eles não desejavam, já que, no instante seguinte, mais uma bexiga voou em suas direções. O garoto quase conseguiu se virar a tempo, mas acabou sendo atingido no braço. — Já molharam as calças, foi? Que inconvenientes! — Não perdeu tempo e já mirou outro grupo em seguida.
— Vamos sair logo daqui antes que ele resolva nos fazer de alvos principais — suplicou e puxou Avallon pela mão.
Assim que adentraram o salão principal, não se surpreendeu ao encontrá-lo magnífico, mas ainda assim seus olhos se arregalaram em admiração. Os pratos e taças de ouro em uma combinação com as luzes das centenas de velas flutuantes davam ao ambiente um ar especial que ela não encontrava em nenhum outro lugar.
Se acomodaram à mesa da Corvinal e logo engataram mais um assunto aleatório, como as meias engraçadas que Luna Lovegood estava usando. achava a garota a coisa mais fofa do mundo, porém não havia tido muitas oportunidades de conversar com ela. Talvez naquele ano devesse mudar aquilo.
Não tardou o momento em que a professora Minerva apareceu para colocar o banquinho de três pernas diante dos alunos e, em cima, o velho chapéu de bruxo remendado. Ansiosos, todos ouviram com atenção a canção que ele entoaria, enquanto, mais empolgados ainda, esperavam a seleção que se iniciaria.
prestou atenção em cada uma das palavras da canção composta pelo Chapéu e imaginou como deveria ser entediante passar o ano inteiro apenas à espera de quando ocorreria uma nova seleção das casas. Então ela se sentiu estranha por estar preocupada com um chapéu, balançou a cabeça em negação e soltou uma risadinha baixa que chamou a atenção de Liam.
— O quê? — o garoto questionou, curioso com a possível piada, mas apenas negou mais uma vez.
— Nada demais.
O viu responder com uma careta, e, logo em seguida, a voz da Professora Minerva voltou a ecoar pelo Salão para dar início à seleção das casas.
não podia negar que todos os anos a acompanhava com a mesma sensação de nostalgia ao lembrar de quando havia sido a sua vez.

Ela havia se sentado naquele mesmo banquinho, com os olhos arregalados devido ao nervosismo. Sentia todos os olhares de alunos e professores em sua direção, porém apenas um deles realmente importava, e este vinha da mesa da Sonserina.
Nahla tinha convicção de que a irmã seria posta na mesma casa que ela, não havia motivos para se preocupar. E, por um fugaz momento, foi realmente no que a garota acreditou.
O primeiro sinal de que não pertencia à Sonserina foi a exclamação do Chapéu Seletor em sua cabeça, e aquela a garota nunca esqueceria.
“Oh, o que temos aqui! Eu jamais imaginaria que se trata de uma se o sobrenome não tivesse sido chamado!”
Ter a certeza de que aquele chapéu estava certo foi o segundo sinal. O terceiro foi o cenho franzido de Nahla com a demora, mais do que o normal para um , em tomar a decisão.
— Corvinal!
Então a sentença ecoou da abertura do Chapéu, e sabia que não teria volta. Uma parte de si se sentia levemente chateada por não ir para a mesma casa que sua irmã, por frustrar as expectativas dela e do resto de sua família. No entanto, havia uma outra parte que se sentia feliz, e quando ela se sentou à mesa com seus novos colegas, teve também uma sensação de pertencimento que nunca havia tido antes.

Respirou fundo ao sentir que aquelas lembranças mexiam com ela, então resolveu espantá-las para que pudesse acompanhar de fato a seleção que acontecia, o que ocorreu bem a tempo de ela se dar conta de que ganhara mais um colega na Corvinal: Stuart Ackerley.
Juntou-se à salva de palmas animada e sorriu de forma simpática para o garoto assim que ele se aproximou da mesa e se acomodou próximo a alguns segundanistas.
— Baddock, Malcolm! — A professora seguiu com a chamada, e observou mais um garoto trêmulo caminhar em direção ao banquinho.
Sonserina! — Ouviu-se o anúncio do chapéu, então a mesa da respectiva casa irrompeu em vivas e aplausos. No entanto, o que realmente chamou a atenção não havia sido a comemoração e sim as vaias vindas da mesa da Grifinória, pois ela imediatamente reconheceu de quem eram aquelas vozes.
Abriu um sorrisinho de canto ao localizar os Weasley, que riam após o feito. Seu olhar parou por alguns segundos em Fred e o avaliou de maneira rápida, para logo em seguida se demorar mais do que o recomendado em George. Não sabia explicar bem o motivo, mas alguma coisa dentro da garota se revirou ao analisar os traços risonhos dele.
Num devaneio súbito, ela se imaginou enroscando os dedos nos cabelos ruivos dele, enquanto o ouvia rir em seu ouvido, porém de uma forma bastante diferente daquela ali no Salão. Sentiu um calor engraçado em consequência daqueles pensamentos e, por mais que tentasse, não conseguia parar de encará-lo.
Como se o olhar dela tivesse o chamado, George olhou em sua direção logo após comentar alguma coisa com o irmão. se sentiu levemente sem graça por ser pega em flagrante, mas, quando o garoto lhe lançou um sorriso de canto, numa demonstração clara de interesse, ela acabou não se contendo e sorriu para ele de volta.
Não podia negar, definitivamente, o garoto mexia com ela fazia algum tempo.
— Eu estou vendo isso, . — Escutou a voz de Avallon e tomou um leve susto, o que a fez quebrar o contato visual com George para encará-la.
— Isso o que, Avallon Scarborough? — disse também o nome inteiro da amiga, apenas de birra. Lançou mais um olhar rápido na direção do rapaz e viu que ele havia voltado a prestar atenção na seleção, então se virou mais uma vez para Avallon.
— Você trocando olhares com George Weasley. Pode me contar tudo! — pediu, e só não atraiu a atenção de Úrsula e Liam, porque os dois ainda estavam entretidos comentando baixinho sobre a canção do chapéu seletor.
— Não há nada para contar, Ava. Nós apenas nos vimos lá na Copa Mundial de Quadribol — contou e deu de ombros, mas não foi o suficiente para Avallon, ela sabia que não havia sido só aquilo.
— Como é? Desembuche logo, garota! Você sabe que ser vaga não funciona comigo!
No entanto, , por hora, havia sido salva pela voz de Dumbledore dando início ao banquete.
— Depois, Ava. Depois. — Olhou para a amiga significativamente e Ava resolveu que não a questionaria mais por enquanto.
Porém, se achava que iria se safar daquela, estava completamente enganada.

🐉

Assim que as últimas migalhas do banquete foram consumidas, Dumbledore prontamente se levantou, e o ato cessou as conversas imediatamente, o que, de certa forma, ainda deixava impressionada. Toda vez que ela olhava para o diretor da escola, se sentia inspirada a querer atingir nem que fosse o mínimo da genialidade que aquele homem possuía. A aura de poder que ele exalava era incomparável.
— Então! — exclamou, ao lançar um sorriso para todos os alunos. — Agora que já comemos e molhamos também a garganta, preciso mais uma vez pedir sua atenção para alguns avisos…
“O Sr. Filch, o zelador, pediu para avisá-los de que a lista dos objetos proibidos…”
manteve seu olhar fixo, como se estivesse prestando atenção às palavras seguintes do diretor, mas, inevitavelmente, seus pensamentos voltaram a se perder. De repente, ela imaginou como seria se a irmã mais velha ainda estudasse por ali.
Havia experimentado dois anos sendo a sombra de Nahla em Hogwarts e não desejaria jamais passar por aquilo novamente. Não era o caso de não amar a irmã, ela apenas queria que as pessoas parassem de comparar as duas, já tinha o suficiente daquilo em casa, com seus pais.
Nahla não era o tipo de pessoa irritante ou qualquer coisa do tipo. Na verdade, mesmo quando foi para uma casa diferente, ela manteve a relação das duas de uma forma tão natural que pareciam viver juntas, e a garota sempre ajudou muito em tudo que fosse preciso. muitas vezes se sentia mal pelas comparações a chatearem, porém não havia muito que ela pudesse fazer.
— Tenho ainda o doloroso dever de informar que este ano não realizaremos a Copa de Quadribol entre as casas.
Os pensamentos de foram cortados de repente por aquela frase, e ela piscou os olhos rapidamente, porque aquilo não fazia sentido algum.
Como era?
Só podia estar ficando louca a ponto de imaginar coisas.
Mas, pela indignação das pessoas ao seu redor, ela havia escutado muito bem.
— Não! — choramingou e viu que Liam e Úrsula se encontravam tão indignados quanto.
Dumbledore então começou a falar sobre algum evento que aconteceria em outubro, porém tudo o que dizia acabou se perdendo em um borrão na mente da garota. Ela não podia acreditar que o quadribol, algo que amava profundamente, seria arrancado de si daquela forma durante aquele ano. Abriu a boca para protestar, quando uma trovoada ensurdecedora ecoou e as portas do Salão Principal se abriram, interrompendo tanto a fala de quanto a de Dumbledore. Um homem apareceu por ali, apoiado em um longo cajado e coberto por uma capa de viagem preta. Quando ele abaixou o capuz, conseguiu enxergar melhor suas feições.
Sua aparência era tão grotesca que várias pessoas ao redor soltaram exclamações e murmuraram entre si. Seu rosto era tão coberto por cicatrizes que parecia algo talhado em madeira de uma forma bastante tosca, sua boca possuía um rasgo diagonal e lhe faltava um pedaço do nariz. No entanto, não eram aquelas características que causavam espanto e, sim, os seus olhos, já que um era miúdo, escuro e penetrante, enquanto o outro era grande, redondo e azul-elétrico vivo. Este último se movia constantemente e esquadrinhava todo o salão.
— É o Olho-Tonto Moody! — Escutou Avallon sibilar, ao seu lado, enquanto todos observavam o homem cumprimentar Dumbledore, porém sabia de quem se tratava. Lembrava-se muito bem dos comentários de seu pai a respeito do auror, que era brilhante e havia sido responsável pela captura de diversos prisioneiros em Azkaban, mas, em contrapartida, parecia ser completamente pirado.
— Gostaria de apresentar o nosso novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Professor Moody — Dumbledore o apresentou, em um tom animado.
Todos permaneceram um tanto chocados, ao ponto em que apenas o diretor e Hagrid aplaudiram o professor. se sentiu mal por aquilo, porém estava tão espantada que não conseguia demonstrar muitas reações.
— Dá pra acreditar nisso? — Mais uma vez, ouviu Ava murmurar, mas não sentiu vontade de retrucar nada, porque sua surpresa era genuína. Sabia que aquela escolha era, no mínimo, excêntrica, porém no fundo confiava no diretor e tinha certeza de que ele tinha plena consciência do que fazia.
Dumbledore pigarreou outra vez, e ela focou nele.
— Como eu ia dizendo — recomeçou —, teremos a honra de sediar um evento muito excitante nos próximos meses, um evento que não é realizado há um século. Tenho o enorme prazer de informar que, este ano, realizaremos um Torneio Tribruxo em Hogwarts.
já havia ouvido falar sobre aqueles torneios. A animação foi bem maior que o choque, mas ela nem precisou demonstrar isso.
— O senhor está BRINCANDO! — A exclamação de Fred Weasley havia a representado muito bem, então ela apenas acabou rindo junto à grande maioria dos alunos.
— O Torneio Tribruxo foi criado há uns setecentos anos, como uma competição amistosa entre as três maiores escolas europeias de bruxaria: Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang. Um campeão foi eleito para representar cada escola e os três campeões competiram em tarefas mágicas. As escolas se revezaram para sediar o torneio a cada cinco anos, e todos concordaram que era uma excelente maneira de estabelecer laços entre os jovens bruxos e bruxas de diferentes nacionalidades, até que a taxa de mortalidade se tornou tão alta que o torneio foi interrompido — Dumbledore explicou.
Uma onda de animação se fez presente entre os estudantes, que começaram a murmurar entre si. ouviu comentários de seus amigos, mas ela mesma não conseguia interagir com ninguém, porque só conseguia imaginar o quão perfeito seria se ela conseguisse ser escolhida para participar daquele torneio.
— Durante séculos, houve várias tentativas de reiniciar o torneio, nenhuma bem-sucedida. No entanto, os nossos Departamentos de Cooperação Internacional em Magia e de Jogos e Esportes Mágicos decidiram que já era hora de tentar novamente. Trabalhamos muito durante o verão para garantir que, desta vez, nenhum campeão seja exposto a um perigo mortal.
A nem importavam mais os riscos mortais, ela até conseguia se imaginar vencendo o tal torneio e mal escutou as próximas explicações do diretor. Apenas se deu conta de que divagava em pensamentos novamente, quando diversos protestos ecoaram pelo Salão Principal.
— O quê? — murmurou, confusa, então notou que Fred e George Weasley faziam parte dos alunos indignados.
— Cuidarei pessoalmente para que nenhum aluno menor de idade engane o nosso juiz imparcial e seja escolhido campeão de Hogwarts. Portanto, peço que não percam seu tempo apresentando suas candidaturas se ainda não tiverem completado dezessete anos. — Notou o olhar do diretor cintilar na direção dos gêmeos e abriu mais um sorrisinho de canto, ao imaginar que nem isso iria impedi-los de tentar.
Se os alunos menores de idade não estavam aptos a se candidatarem, suas chances eram maiores, certo?
A empolgação tomou conta de .
— As delegações de Beauxbatons e Durmstrang chegarão em outubro e permanecerão conosco a maior parte do ano letivo. Sei que estenderão as suas boas maneiras aos nossos visitantes estrangeiros enquanto estiverem conosco e que darão o seu generoso apoio ao campeão de Hogwarts quando ele for escolhido. E agora já está ficando tarde e sei como é importante estarem acordados e descansados para começar as aulas amanhã de manhã. Hora de dormir, vamos andando!
Aquela foi a deixa para que os alunos se levantassem e mais um burburinho de vozes ecoasse, enquanto se dirigiam aos salões comunais.
— Ainda não estou acreditando que vão fazer mesmo esse torneio aqui em Hogwarts! Vocês ouviram o que o Dumbledore disse sobre riscos mortais? — Úrsula comentou, em um tom assustado, enquanto eles caminhavam pelos corredores.
— Ah, mas imagine só o quão maluco deve ser participar? Se eu fosse maior de idade, com certeza me inscreveria — Liam respondeu, em um tom empolgado.
— Mesmo se você corresse o risco de morrer? — Úrsula insistiu, como se ele não tivesse entendido da primeira vez.
— Qual é, amiga! Quem não quer ser o campeão de Hogwarts? — Ava se intrometeu, em concordância com o irmão.
— Eu não gostaria, não. Agora esses alunos estrangeiros que vão se hospedar por aqui me interessam muito mais — a garota retrucou e abriu um sorrisinho malicioso que fez com que e Avallon rissem cúmplices, enquanto Liam apenas revirou os olhos.
— Você não presta, Úrsula Nesbitt — comentou e mordeu o canto da boca, porque ela não podia negar, a ideia de alunos novos e estrangeiros por ali também a agradava bastante.
— E você também não que eu sei. — Sua resposta fez gargalhar.
Elas se despediram de Liam e foram para seus dormitórios.
— Mas e você, ? — Ouviu Avallon a questionar, então franziu o cenho, confusa.
— Eu o que, amiga?
— Você é a única maior de idade entre nós quatro. Vai se inscrever no torneio?
, por hora, apenas deu de ombros, mas quando finalmente deitou a cabeça no travesseiro, não conseguia parar de pensar que aquela podia ser sua chance de fazer algo grandioso. Algo que fizesse com que seus pais se orgulhassem dela.
Quando fechou os olhos e se rendeu ao sono, já tinha a resposta para aquela pergunta.
Sim, ela se inscreveria no Torneio Tribruxo.



Continua...


Nota da autora: A pedidos, aqui estou eu postando essa fic que tanto amo.
Espero que gostem e comentem muito. ♥
Happy Halloween! 🎃

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