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Codificada por: Aurora Boreal

Última Atualização: 13/08/2024

respirou profundamente enquanto olhava a grande escultura que estava em sua frente sobre o pedestal.
Ela precisava terminar aquela restauração o quanto antes, a reabertura do museu era dali alguns dias e ela sentia que estava estagnada naquela restauração.
A oficina estava silenciosa, exceto pelo som suave de música clássica que preenchia o ambiente, algo que sempre mantinha para ajudá-la a se concentrar. As paredes estavam cobertas de prateleiras repletas de ferramentas, pigmentos e referências históricas. Uma grande janela permitia a entrada da luz natural, iluminando suavemente o espaço e ressaltando o brilho das superfícies de mármore e madeira.
ajustou os óculos, aproximando-se novamente da escultura. Sentia uma pressão constante para entregar um trabalho impecável, afinal, era uma das restauradoras mais renomadas da cidade. Seus dias começavam cedo, antes do amanhecer, quando ela preferia trabalhar sem interrupções. Era um ritual quase sagrado para ela; o café forte, o silêncio matinal e a preparação cuidadosa das ferramentas antes de iniciar o trabalho.
Ela passava horas analisando cada detalhe das obras, estudando as técnicas dos antigos mestres para garantir que cada restauração fosse fiel ao original. Mas, recentemente, sentia-se diferente. Uma inquietação que ela não conseguia explicar a acompanhava, como se uma parte dela estivesse faltando, ou como se algo estivesse para mudar em sua vida, algo além das paredes do ateliê.
suspirou, afastando esses pensamentos. Agora não era hora para distrações. A arte sempre fora sua prioridade, o que lhe dava propósito. Mas, nos últimos dias, aquele propósito parecia menos claro, como se as cores de sua vida estivessem começando a desbotar.
Seu celular vibrou na mesa ao lado, tirando-a de seus devaneios. Era uma mensagem de sua assistente lembrando-a de uma reunião com o diretor do museu. olhou o relógio, percebendo que já havia perdido a noção do tempo. Guardou as ferramentas, tirou as luvas de proteção e se preparou para sair. Enquanto caminhava pelos corredores do museu, sentia o peso de suas responsabilidades, mas também uma curiosa expectativa que não conseguia identificar.
Algo estava por vir, algo que mudaria sua rotina meticulosa e cuidadosamente planejada. E, mesmo sem saber o que era, sentia que talvez fosse exatamente do que precisava.

***

ajustou a alça da câmera no ombro enquanto caminhava pelos corredores amplos do museu, os olhos atentos a cada detalhe ao seu redor. O lugar era uma verdadeira joia, com suas paredes revestidas de obras de arte e esculturas que contavam histórias de tempos passados. Ele parava de tempos em tempos, levantando a câmera para capturar uma imagem que o fascinava, o clique suave da câmera ecoando no ambiente silencioso.
Ao seu lado, segurava uma câmera de vídeo compacta, já filmando desde que entraram. Ele mantinha o foco em , registrando a maneira como o amigo se movia pelo espaço, mas também fazia algumas tomadas do ambiente, capturando a grandiosidade do museu.
— Isso aqui é incrível, cara! — comentou, abaixando a câmera por um momento para olhar em volta — Acho que nunca vi tanta arte incrível em um só lugar.
assentiu, concordando.
— É surreal. Cada peça aqui tem uma história, e eu mal posso esperar para começar a trabalhar nesse projeto. Documentar a restauração dessas obras é uma oportunidade única.
Os dois continuaram a caminhar, parando ocasionalmente para fotografar ou filmar algo que chamava a atenção. estava particularmente interessado em como a luz natural entrava pelas grandes janelas do museu, criando um jogo de sombras nas superfícies das esculturas e nas texturas das pinturas. Ele sabia que a luz era essencial para capturar a essência das obras, e já estava planejando como usaria isso em suas fotos.
— Você já conheceu a restauradora chefe? — perguntou enquanto ajustava o foco da câmera em uma escultura imponente.
— Não pessoalmente, ainda não, — respondeu — Mas ouvi dizer que ela é incrível no que faz. Acho que vamos aprender muito trabalhando com ela.
sorriu.
— E quem sabe, fazer novos amigos também. Você precisa se enturmar mais, . riu.
— Vamos ver como as coisas se desenrolam. Agora, vamos pegar mais algumas fotos antes da reunião. Esse lugar merece ser capturado de todos os ângulos.
Eles continuaram seu caminho pelo museu, explorando cada corredor e sala, enquanto se preparavam mentalmente para a reunião com a restauradora. Para , essa era mais do que uma simples oportunidade de trabalho; era uma chance de mergulhar em um mundo que sempre o fascinou, e ele estava determinado a aproveitar cada momento.

***

entrou na sala de reuniões com passos firmes, mas a mente ainda focada na restauração que havia deixado inacabada. A sala era ampla e bem iluminada, com uma longa mesa de madeira polida no centro, cercada por cadeiras de couro. Na cabeceira, o diretor do museu, Sr. Roberto Salazar, já a esperava com uma expressão cordial.
, que bom que você pôde vir! — ele disse, levantando-se para cumprimentá-la com um aperto de mão firme.
— Claro, Sr. Salazar. — ela respondeu com um sorriso profissional — Estou ansiosa para discutirmos os próximos passos.
Eles se sentaram, e pousou sua pasta sobre a mesa, preparando-se para a reunião. O diretor ajustou os óculos e pegou alguns documentos que estavam à sua frente.
— Primeiramente, quero parabenizá-la pelo progresso na restauração. Sabemos que o incêndio causou danos significativos, mas você tem feito um trabalho excepcional em recuperar as peças mais importantes.
— Obrigada. — respondeu, com um aceno de cabeça — Ainda há muito a ser feito, mas estamos avançando bem.
— Sim, e é justamente sobre isso que quero conversar... — ele continuou — Dada a importância histórica do nosso acervo e o impacto do incêndio, decidimos que essa restauração precisa ser registrada de uma maneira especial. Queremos documentar todo o processo em vídeo e fotos, e eventualmente produzir um documentário que mostre ao público não só a recuperação das obras, mas também a resiliência do museu e de todos os envolvidos.
piscou, surpresa.
— Um documentário?
— Isso mesmo. — Sr. Salazar confirmou — Sabemos que será uma tarefa adicional para você e sua equipe, mas acreditamos que é uma oportunidade única de mostrar o valor do trabalho que vocês estão fazendo. Sem contar que essa produção pode ajudar a angariar mais apoio para o museu no futuro.
ponderou por um momento, assimilando a ideia:
— Entendo a importância de documentar esse processo, mas como exatamente isso vai funcionar? Minha prioridade é a restauração, então precisaremos garantir que isso não atrapalhe o andamento do trabalho.
— O planejamento já está em andamento, . — ele disse, com um tom tranquilizador — Contratamos um fotógrafo, um cinegrafista, e sua equipe. e , ambos jovens talentos que têm se destacado na área. Eles serão responsáveis por toda a documentação visual, e já estão familiarizados com o tipo de sensibilidade que um projeto como esse requer. A ideia é que eles trabalhem de maneira discreta, capturando o processo sem interferir diretamente no seu trabalho.
inclinou-se para a frente, interessada:
— Eles já começaram a filmar?
— Estão explorando o museu neste momento, capturando imagens preliminares. Vou apresentá-los a você logo após nossa reunião, para que possam discutir como integrar o trabalho deles ao seu fluxo. Acreditamos que o resultado será algo não só bonito, mas profundamente significativo.
Ela assentiu, ainda refletindo sobre o novo desafio.
— Acho que pode ser uma iniciativa interessante, se conseguirmos alinhar nossos objetivos. Documentar o que fazemos aqui pode realmente ajudar as pessoas a entenderem a importância da preservação da arte.
— Exatamente. — concordou Sr. Salazar — Queremos que esse documentário mostre não apenas a técnica, mas também a paixão e o esforço envolvidos na restauração. Algo que inspire e eduque as pessoas sobre o que acontece nos bastidores de um museu.
sorriu levemente, começando a se sentir mais confortável com a ideia.
— Então, vamos em frente. Estou disposta a colaborar e a ver onde isso pode nos levar.
— Ótimo! — disse ele, levantando-se e estendendo a mão novamente — Tenho certeza de que será uma parceria frutífera. Vou levá-la até os cinegrafistas para que possam se conhecer.
pegou sua pasta e se levantou, sentindo uma mistura de curiosidade e expectativa pelo que estava por vir. Essa nova faceta do projeto poderia trazer uma perspectiva interessante ao seu trabalho, e ela estava pronta para ver como as coisas se desenrolariam.

***

Sr. Salazar conduziu pelos corredores do museu, conversando casualmente sobre o progresso da restauração enquanto se dirigiam à galeria onde e estavam trabalhando. Ao se aproximarem, podia ouvir o som suave de cliques de câmera e sussurros entre os dois homens enquanto discutiam enquadramentos e ângulos.
Quando chegaram à galeria, avistou primeiro, ajoelhado ao lado de uma escultura, ajustando o foco de sua câmera. Ele estava concentrado, o rosto parcialmente coberto pela câmera, mas a postura descontraída e os movimentos seguros mostravam sua familiaridade com o trabalho. Ao lado dele, estava ajustando o tripé para uma filmagem, mas ergueu a cabeça ao notar a chegada deles.
... — Salazar chamou sua atenção para os dois — Este é , nosso fotógrafo, e , cinegrafista. Rapazes, esta é , nossa talentosa restauradora.
levantou-se imediatamente, tirando a câmera do rosto e estendendo a mão para cumprimentá-la. Quando seus olhos encontraram os de , ele sentiu uma onda inesperada de admiração. Ela era diferente do que ele imaginara. Havia uma aura de elegância e autoridade ao redor dela, algo que o fez se endireitar, desejando causar uma boa impressão.
— Muito prazer em conhecê-la, Sra. ! — ele disse com um sorriso genuíno, seus olhos brilhando de curiosidade.
, por favor... — ela respondeu, apertando sua mão com firmeza — O prazer é meu, .
manteve sua expressão profissional, embora não pudesse deixar de notar a aparência agradável de . Ele era atraente, com um ar descontraído, mas havia algo em seus olhos que a fez sentir que ele era mais do que apenas um jovem fotógrafo talentoso. No entanto, ela rapidamente afastou esses pensamentos, focando-se no motivo pelo qual estavam ali.
, que estava observando a interação com um sorriso divertido, também se aproximou para cumprimentá-la.
— É um prazer conhecê-la, . Estamos ansiosos para colaborar com você nesse projeto.
— Obrigada, . — disse , acenando para ele — Ouvi falar muito bem do trabalho de vocês. Espero que possamos encontrar uma boa sinergia durante esse processo.
— Tenho certeza de que será uma experiência enriquecedora para todos nós! — comentou, sempre o mais otimista do grupo.
Sr. Salazar interveio, explicando:
— O que estamos pensando, , é que e documentem tanto as obras quanto o processo de restauração. Eles estarão por aqui, capturando momentos enquanto você trabalha. Claro, qualquer necessidade ou ajuste que você precise, estamos abertos a discutir.
assentiu, mantendo o tom profissional.
— Entendo. Desde que isso não interfira no andamento da restauração, acredito que podemos trabalhar bem juntos. Vocês estarão por aqui todos os dias?
respondeu, com um leve entusiasmo na voz:
— Sim, estaremos por aqui durante todo o processo. Queremos captar cada detalhe, não só das obras, mas também da atmosfera que você cria enquanto trabalha. Acho que isso vai trazer uma profundidade única ao documentário.
notou a paixão no tom de e, por um breve momento, seus olhos se encontraram novamente. Havia uma intensidade e sinceridade que ela não esperava. Apesar disso, ela manteve a compostura, ciente de sua responsabilidade profissional.
— Perfeito! — disse ela, com um leve sorriso — Vamos trabalhar juntos para garantir que o resultado seja algo de que todos nós possamos nos orgulhar.
Sr. Salazar, satisfeito com a introdução, olhou para os três.
— Então, se estiverem prontos, podemos começar a alinhar os primeiros passos. Acho que temos um grande projeto pela frente.
Enquanto se afastava para discutir os detalhes com o diretor, a observou, ainda impressionado com a presença dela. Ele sabia que havia mais em do que sua aparência profissional e estava curioso para descobrir. , percebendo o olhar do amigo, cutucou-o levemente.
— Ela é impressionante, não é? — comentou em voz baixa.
sorriu, ainda olhando para .
— Sim, definitivamente.



Continua...


Nota da autora: Olá, deixe um comentário se puder. Espero que goste da história <3

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