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Revisada por: Saturno 🪐

Última Atualização: Dezembro/2024

6 anos após a segunda guerra bruxa



estava se preparando para mais um jogo da temporada. Toda vez que colocava seu uniforme, não conseguia acreditar que realmente conseguira jogar quadribol profissionalmente. Na verdade, ela não conseguia acreditar como ainda estava viva depois de todos esses anos.
Durante o sétimo ano na escola, a segunda guerra bruxa surgiu, e, com ela, a perseguição aos mestiços e nascidos trouxas se intensificou como nunca. A morena se lembrava de ficar abrigada na sala precisa de Hogwarts e de mandar seus pais para outro país, assim eles não correriam risco de serem torturados pelos comensais. Ela se lembrava com clareza de todos os acontecimentos da guerra, que se iniciou com força após a morte de Dumbledore, em seu sexto ano, e com a tomada do castelo pelos comensais. A Armada de Dumbledore, os amigos que fizera lá, foram os que o salvaram e a mantiveram sã. Ainda mais sabendo que ele estava do lado de Voldemort.
Depois do término, eles nunca mais se falaram. Nem que fosse para trocar farpas. Ninguém chegou a notar, todos estavam preocupados com a guerra iminente que estava por vir. Além dos acontecimentos, tinha uma memória que ela não conseguia esquecer, como sempre, relacionada a ele. Se lembrava vivamente, ela estava trocando feitiços com um comensal e estava quase o derrotando, quando uma explosão aconteceu. fora jogada longe, sua varinha havia desaparecido e vira que o comensal estava se aproximando com a varinha em punho. Ela sabia o que estava por vir. Fechou os olhos, não queria ver a morte chegando, mas nada aconteceu. Quando os abriu, o comensal estava no chão, se contorcendo sob o efeito de Cruciatus. Draco o olhava com ódio e só parou a maldição quando a corvina levantou e pousou gentilmente a mão em seu ombro.
O loiro olhou para ele de imediato. Sua face se suavizou no mesmo instante, dando lugar a um olhar preocupado. Ela se lembrou de falar que estava bem e agradecer, recebendo um aceno e uma tentativa de falar algo do sonserino, mas parecia que as palavras não saíam da boca dele. Antes de se separarem de novo, em um súbito de coragem, Draco se aproximou e deu um beijo em sua testa, antes de voltar e correr para a batalha.
— Thunder, está pronta? — perguntou Lucius, tirando a mulher de seus devaneios. Ela balançou a cabeça, reorganizando os pensamentos e guardando essa lembrança juntos de tantas outras que compartilharam juntos. Pegou sua máscara e foi para seu jogo.
Enquanto prendia os cabelos e colocava a máscara azul com chamas prateadas, não pôde deixar de se lembrar o motivo de usá-la quando fora convidada para ser a nova batedora dos Montrose Magpies. Achou que estava sonhando. Afinal, se tratava do time que mais ganhara a Liga Britânica e Irlandesa de Quadribol em todos os tempos. Quando o rumor de um novo batedor chegou aos torcedores, todos especularam quem poderia ser. Porém, quando descobriram que o batedor era possivelmente uma mulher, as coisas desandaram. “Mulheres jogam no Harpias” eles diziam, ou que ela nunca teria forças para defender seus companheiros de time.
Por conta disso, seu agente e seu capitão decidiram que seria uma boa a deixar oculta, por uma máscara. fora apresentada apenas por seu apelido da época do colégio, Thunder. Claro que quem estudou com a corvina na época, sacou. Mas como isso não veio a público, ninguém sabia. Depois de um jogo decisivo em que foi crucial para a vitória, derrubando o apanhador adversário quando ele estava prestes a pegar o pomo, o público começou a pedir para que Thunder revelasse seu rosto.
E, como o público adorava um show, o jogo em que revelou seu rosto fora da final do campeonato da liga inglesa de quadribol. Quando ela retirou a máscara e o público vibrava por saber finalmente quem era a batedora que estava fazendo o time ter um dos melhores resultados dos últimos tempos. Desde então, sempre que era um jogo relativamente importante, como hoje, ela usava sua máscara e sempre escolhia um espectador para ser presenteado.

💚


Draco mal havia terminado de se arrumar e já sabia que isso era uma péssima ideia. Blaise já havia o chamado inúmeras vezes para os mais variados programas nos últimos tempos. Segundo ele, Draco deveria sair mais em vez de ficar tanto tempo dentro de sua mansão, sozinho.
Desde o final da guerra, morava sozinho na mansão da família. Depois que seu pai obtivera o perdão do ministério por cooperar com as investigações e ajudar a capturar inúmeros comensais da morte, ele e Narcisa, sua mãe, resolveram se mudar para o interior e agora viviam na casa de campo da família, reclusos do resto da comunidade bruxa. Por mais que Draco tenha ficado sozinho, não poderia estar mais tranquilo consigo mesmo, longe de seu pai. Sentia muita falta de sua mãe, é claro, mas sabia que ela estava bem. Mas longe do patriarca, as histórias de sangue puro e do legado de sua família ficaram para trás.
Toda vez que pensava sobre isso, seu pensamento ia diretamente para ela. Depois que a guerra acabou, alguns alunos voltaram para a escola para terminarem o sétimo ano, mesmo que os veteranos não precisassem se não quisessem, com autorização do próprio ministério. Porém, como boa corvina que era, ela voltou. Ele sabia disso, pois também voltara, apenas para vê-la, para garantir que ela estava viva, ainda mais depois de ver de perto ela quase ser morta por um comensal.
Lembrava-se como se fosse ontem o pânico que sentiu ao vê-la no chão, desarmada. Se recordou dela fechando os olhos, aceitando a morte e não conseguiu ficar parado vendo. Quando deu por si, havia lançado um Cruciatus no homem, que gritava de dor. Seu ódio era tanto que não conseguia parar, ele queria que aquele ser sentisse o pânico e o medo que ele sentiu quando viu que seria morta. No momento em que sentiu o toque da garota, voltou a si e percebeu o que estava fazendo. A única coisa que ele conseguiu antes de sair foi dar um beijo em sua testa. O último contato que tiveram em todos esses anos.
O relógio em seu pulso fez barulho, o tirando de seus devaneios. Com um chacoalhar de cabeça, ele reorganizou seus pensamentos, pegou o casaco e saiu de casa, aparatando na frente de um café, onde logo encontrou Blaise.
— Por um momento, achei que me daria o cano, Malfoy — Blaise saudou o amigo com um tapinha, fazendo o loiro dar um sorriso ladino.
— Saiba que isso passou pela minha cabeça.
— Sei disso, mas estou feliz que aceitou meu convite finalmente — Blaise respondeu. Os dois começaram a andar em direção ao campo, sem muita pressa. Parecia que Blaise tinha comprado os melhores lugares para o jogo daquele dia.
— Precisava saber por que você queria tanto que eu fosse a um jogo de Quadribol.
— Não é só um simples jogo, meu caro Draco, é um jogo do Montrose Magpies — disse Blaise, empolgado. — Estamos em uma temporada incrível, sei que você gosta de um bom jogo.
— Certo, mas por que tinha que comprar os melhores lugares? E na casa dos Montrose?
— Porque, meu amigo, de uns anos para cá, há um pequeno “show” antes dos jogos, e quem senta nos melhores lugares, sempre é privilegiado. — Draco olhou para o amigo completamente confuso. — Você nunca mais acompanhou mais nada mesmo, não é? — Blaise negou com a cabeça, em descrença. — Vai ser incrível ver sua cara.
Logo os dois rapazes chegaram ao campo e foram para seus lugares na arquibancada. Draco nunca mais havia acompanhado Quadribol, isso o trazia muitas lembranças de e, mesmo que a essa altura soubesse que seria impossível, precisava seguir em frente. Quando acharam seus lugares, bem na frente, tendo uma visão privilegiada do campo, acabaram pedindo algumas bebidas e esperaram o jogo começar, o que não demorou, uma vez que, com lugares marcados, não chegaram cedo. As luzes do estádio se apagaram.
— Boaa noiteee, Escócia! — o narrador começou. — Estão preparados para mais um espetáculo? — O público vibrou em concordância. A energia do estádio, mesmo completamente no breu, era praticamente palpável. Draco sentiu seu coração acelerar e a palma de suas mãos suarem de animação.
De súbito, o estádio se acendeu. Fogos pretos e pratas, as cores do time, foram soltos. O time adversário, Harpias de Holyhead, entrou no campo. Havia um grupo de torcedores, mas elas não estavam jogando em casa, então a torcida era menor. Draco notou que uma das jogadoras tinha os cabelos de cor de fogo, típicos de…
— Aquela é Gina Weasley? — Draco perguntou, levemente alto, uma vez que a torcida estava animada
— Você realmente não acompanhou nada de Quadribol nesses últimos anos, não é mesmo? — zombou Blaise, fazendo o loiro revirar os olhos. — Sim, ela é artilheira. É bem boa, por sinal. — Draco assentiu em reconhecimento, guardando a informação.
Mais fogos foram soltos. O time da casa entrou, com exceção de um batedor. Draco olhou o time com dúvida, eles iriam entrar com um jogador a menos? Como se o universo respondesse sua dúvida, as luzes se apagaram novamente. A torcida vibrou, ansiosa. Draco sentiu o coração acelerar novamente, como de antecipasse os próximos acontecimentos.
— Vocês estão reparados para tremer? Pois ela é uma força da natureza, colocando medo em qualquer jogador que tema por sua vida em toda a liga! — O narrador puxou um apelido depois da introdução. Thunder ecoou por toda a torcida.
Draco arregalou os olhos, suas mãos começaram a suar e seu coração errou uma batida. Não seria possível, seria?
Do outro lado, dentro do vestiário, já estava com sua máscara, ouvindo os torcedores chamarem seu nome. Ela sentiu seu coração acelerar e seu corpo formigar por causa da adrenalina. Era isso que fazia ela adorar o show que o time concordara em fazer quando eles jogavam em casa.
Ela estava montada em sua vassoura, esperando a hora de sair. Algo em seu peito se apertava, como se a avisasse de algo, ou era apenas a ansiedade costumeira de todo o jogo.
Quando a hora chegou, Thunder surgiu, voando pelo campo, rodando seu bastão em sua mão, como já estava acostumada a fazer.
Draco percebeu o movimento, o apelido, o jeito despreocupado de montar na vassoura e rodar o bastão como se não fosse nada. Seria muita coincidência, ele pensou.
voou pelas arquibancadas.
Em uma das voltas, ela avistou Blaise, o colega de colégio que se tornou seu amigo e fã. Sempre que podia, ele estava nos jogos, apoiando o time e ela. Hoje, ele havia avisado que traria um amigo e que seria legal se ela entregasse a máscara para seu convidado.
A batedora observou quem estava ao lado de Blaise e nunca esteve tão feliz por estar de máscara. Aqueles cabelos eram reconhecíveis em qualquer lugar. Ela sabia que eles eram amigos desde a época do colégio, mas não imaginava que ele seria o convidado de Blaise.
Ela deu mais uma volta no estádio, todos os espectadores estavam ansiosos, querendo saber quem seria o sortudo a pegar a máscara daquela vez. A morena foi em direção a Blaise, parando em frente ao amigo, que olhava para ela com um sorriso no rosto.
Draco estava hipnotizado, aos poucos os pontos começavam a se ligar. Ele esteve em negação por muito tempo, mas agora, com a jogadora parada em sua frente, tudo ficou mais claro.
levou apenas um instante parada na frente de Draco. Seus traços ficaram mais maduros, ele havia ganhado mais massa muscular, seus cabelos não eram mais perfeitamente penteados, eles estavam penteados de maneira que ficassem levemente rebeldes. Ela não pôde negar, ele havia ficado muito mais bonito do que era na época da escola.
A batedora retirou a máscara e encarou Draco com intensidade. O loiro aproveitou a euforia da torcida para observar o rosto da mulher à sua frente. Mesmo estando mais velha, ele não podia negar que ela havia ficado muito mais bonita do que era antes. Seus cabelos, normalmente rebeldes, estavam cuidadosamente presos em um rabo de cavalo, não havia um cacho rebelde solto, como ficava antigamente. Ele estava quase olhando para seus olhos, quando percebeu um brilho em sua orelha. Um águia, cravejada de brilhantes prateados e azuis. A presilha que ele havia dado para ela, transformada em um brinco que pegava toda a parte lateral de sua orelha.
Draco finalmente encarou seus olhos, a troca de olhares foi tão intensa que o loiro acabou engolindo em seco. se viu perdida por alguns instantes no olhar dele, até que se recompôs e estendeu a máscara para ele, que a aceitou com cautela
— Tenha um bom show. — Ela sorriu para ele. Draco sentiu seu coração errar uma batida. Estava perdido.



Draco estava com a máscara de em sua mão, encarando o local onde anteriormente a mulher se encontrava. O loiro só foi tirado de seus devaneios quando o juiz apitou, anunciando o início do jogo.

Ele apoiou a máscara em seu assento e, segurando na grade, de pé, assistiu ao jogo com animação. Só Merlin sabia o quanto ele sentia falta de um jogo de Quadribol, ainda mais se um dos jogadores fosse ela. estava exatamente como ele se lembrava, a garra que há muito havia feito o sonserino se apaixonar ainda estava ali.

era como todos falavam. Uma força da natureza. Quando estava com seu bastão e sua vassoura, não era mais , a nascida trouxa da Corvinal. Ela era Thunder, a melhor batedora dos últimos tempos do Montrose e a melhor da temporada. Ela amava o vento em seu rosto, a adrenalina de sempre ter um balaço desgovernado em sua direção e o rebater na direção de um jogador inimigo, mas o que mais gostava era do público. Não podia negar, saber que as pessoas valorizavam seu talento sempre ajudou a bruxa a tirar o melhor de si.

Hoje não fora diferente, Draco percebeu o quanto ela havia melhorado. Já sabia que ela era boa, mas perceber o quanto ela havia melhorado com o passar dos anos o deixou profundamente orgulhoso. O bruxo estava tão hipnotizado por finalmente voltar a ver a batedora em ação que não percebeu que Blaise o olhava com curiosidade e uma sobrancelha levantada. Era óbvio que a breve, mas intensa, interação entre o ex casal não passaria despercebida pelo moreno, que olhava para Draco com rabo de olho.

O jogo correu bem, jogos contra as Harpias sempre eram amigáveis, mesmo com toda a violência do esporte. Para a alegria dos torcedores e dos jogadores, Montrose ganhou, mesmo com uma diferença de apenas 20 pontos. Era a vitória que importava. A torcida já estava saindo do estádio, enquanto Blaise e Draco continuavam no mesmo lugar.

— Nós não vamos? — perguntou Draco, confuso quando viu Blaise indo para o lado contrário à saída.

— Malfoy, você está comigo. Achou mesmo que eu iria apenas te levar para o jogo e acabou?

— Sim?

— Ah, Malfoy, você não aprendeu nada com nossos anos de amizade… — Blaise balançou a cabeça em negativa, enquanto ria da confusão do amigo. — Tem sempre um after depois do jogo, e nós vamos.

— Como assim? Você não me disse nada de festa nenhuma, Blaise. — Draco começou a seguir o amigo à contragosto. — Se soubesse, não teria vindo.

— Isso eu sei, por isso não disse nada. Mas fique tranquilo, não é nada muito louco nem nada, só umas bebidas em um pub. — O bruxo tranquilizou Draco, que nunca gostou muito de festas desse tipo, ainda mais depois da guerra. — Foi bom você ter vindo, assim eu não teria descoberto que você e tiveram algo.

— Não sei do que você está falando.

— Pode ir parando, eu conheço vocês dois. disfarça melhor, ela consegue esconder as emoções no jogo como ninguém. Mas você, meu caro amigo, transpareceu demais. Vai, desembucha.

— Tá, mas não pode sair daqui, tudo bem? é uma figura pública agora, e não quero que isso seja usado contra ela — Draco falou, olhando para Blaise, sério. O amigo apenas assentiu.

— Do jeito que você está falando, parece que vocês tiveram algo sério. — Blaise tentou tirar sarro, mas seu sorriso sarcástico morreu quando ele percebeu o olhar de Draco nele. — Espera, é verdade então? — Blaise segurou o braço de Draco, o fazendo parar, tentando assimilar o que acabara de saber.

— Sim, nós namoramos por quase 1 ano, em segredo, claro — Draco falou baixo. Blaise levantou uma sobrancelha, esperando detalhes. — Já acabou, Blaise, não demos certo. — Ele tentou desconversar.

— Isso eu sei, só não entendo como a deixou escapar. Com todo respeito, Malfoy, mas ela é…

— Incrível? Linda? Confiante? Eu sei de tudo isso. — Draco passou a mão nos cabelos, enquanto soltou um suspiro frustrado. — Mas você precisa entender que no sexto ano, além de um adolescente covarde, eu tinha uma marca negra no braço e nascidos trouxas estavam sendo caçados.

— Tudo bem, você tem um ponto, mas você poderia escondê-la em sua mente.

— Eu sei disso, minha oclumência sempre foi excepcional, mas não queria correr o risco. Eu nunca me perdoaria.

— Então foi você quem acabou com tudo?

— Acha que fui eu? — O loiro soltou um riso falso. — Foi ela. Eu nunca teria coragem de fazer isso. Perdê-la doeu mais do que o pacto da marca negra.

— E, pelo visto, você não conseguiu seguir em frente — Blaise afirmou, não havia dúvidas de que Draco ainda sentia algo por .

— Se você percebeu a minha reação ao vê-la depois de tantos anos, sabe que não. E acho que nunca conseguiria. não é o tipo de mulher que se supera, Zabini. Você só… vive o depois. — Ele soltou um suspiro, resignado.

— Tá bom, vou parar com esse papo deprê, mas pode ter certeza de que vou voltar a esse assunto depois, com toda certeza. — Blaise encerrou o assunto por hora, voltando a caminhar para fora do estádio com o amigo, rumo ao pub em que seria a festa pós jogo.


💚



estava saindo do vestiário, quando alguém agarrou seu braço. Antes de se virar para olhar a pessoa que havia a segurado, se deparou com os cabelos ruivos de Ginna.

— Bom jogo, Thunder — a amiga a saudou, com um leve tom sarcástico com o apelido. — Olha, se você tivesse conseguido acertar aquele balaço em mim, eu teria ficado brava com você.

— Menos, Ginna, você sabe que no jogo eu não sou amiga de ninguém — respondeu, sorrindo, enquanto a ruiva enlaçou o braço no dela e começaram a andar para fora do estádio

— Tudo bem, eu sei. Mas não precisava mirar justo em mim.

— Mas você estava com a goles. Qualquer adversário que estiver com uma goles na mão vira meu alvo, você sabe disso.

— Tá bom, vou deixar passar dessa vez — Ginna disse, se dando por vencida. — Quem foi a pessoa que você deu a máscara hoje? — A morena engoliu em seco com a pergunta.

— Draco Malfoy.

— O QUÊ? Ele finalmente saiu da mansão?

— Como assim?

— Bem, desde que a guerra acabou e seus pais foram “exilados” para o interior, ele não é muito visto em público.

— Mas achei que ele iria junto de seus pais…

— Todo mundo esperava isso, afinal, ele sempre fez o que seu pai mandava, mas parece que ficar longe de Lucius fez bem a ele. Ele está lutando pelos direitos dos nascidos trouxas. Um novo homem, dizem. — Ginna deu de ombros. — Achei que soubesse tudo isso, aparecem alguns artigos sobre ele no profeta de vez em quando.

— Não, eu — respirou fundo, tentando controlar o coração, que subitamente acelerou ao saber que ele provavelmente tinha mudado — nunca fui atrás de notícias dele. — Sua voz saiu baixa, como em um sussurro rouco. Ela tossiu rapidamente para disfarçar, mas a amiga a olhou levemente desconfiada.

— O que eu não estou sabendo? — a ruiva perguntou.

Automaticamente, colocou a mão em seu pescoço. O brinco fora transfigurado em um colar de corrente levemente curta, o estado que ficava praticamente sempre, quando ela não estava jogando.

— Nada não, Ginna. Só foi a primeira vez que o vi desde Hogwarts, nada demais. — tentou desconversar.

— Ele está bonito agora, né?

— Ele sempre foi — respondeu sem pensar. Meio segundo depois que a frase saiu de seus lábios, ela arregalou os olhos e olhou para a ruiva, que sorria vitoriosa. — Ei, não é justo fazer isso. Você é terrível! — Ela deu um tapa no ombro da amiga, que ria como uma criança que fez arte.

— Vai, bota para fora. Do jeito que você ficou, suspeito que tem a ver com o colar que era uma presilha antes.

respirou fundo. Já estava na hora de retirar esse band aid, não é mesmo? Mas por onde começar?

— Nós vamos nos atrasar…

— Eles podem nos esperar. — Ginna a puxou para um banco de parque que ficava próximo ao pub. — Vai, me conta.

— Certo. Primeiro, não pode dizer para a Luna. Ela estava lá quando tudo começou e ficaria chateada se descobrisse que te contei primeiro. — Ginna assentiu. Então, dando um suspiro fundo, começou a contar. — Lembra que eu tinha um admirador secreto?

— Lembro, sim. Ele te deu a presilha que você usa até hoje, de outras formas — Ginna disse, fazendo a morena assentir e levantar uma sobrancelha para ela. — Então… Era ele? — assentiu. — O tempo todo? Todos os presentes e recados? — Ela assentiu novamente, sorrindo brevemente com a surpresa da amiga. — Tá, mas e depois disso?

— Ele acabou se declarando e, bem, a gente namorou. — Nesse momento, a boca de Ginna era capaz de abrir uma cratera no chão de tanto que se abriu, fazendo a amiga rir. — Ei, não é para tanto.

— Claro que é. Nunca iria imaginar que o Draco Malfoy, o até então supremacista sangue puro, iria namorar uma nascida trouxa.

— Bem, nem eu. Confesso que foi difícil acreditar, mas... Aconteceu. Nós namoramos por quase 1 ano, até que eu terminei com ele. — Ela olhou para frente, com o olhar perdido, revivendo aquele fatídico dia na torre de astronomia. — Eu era nova e só queria parar de esconder um relacionamento que me fazia extremamente feliz. Ele tinha medo, e com razão, de que eu virasse um alvo dos comensais, pois eu seria vista como uma isca para fazê-lo “andar na linha”. Antes eu não entendia, agora eu vejo seu lado e percebo o quanto fui egoísta. — Seu olhar voltou para o de Ginna, dando um sorriso triste. — E é isso. — Ela colocou as mãos levemente para cima, antes de deixá-las caírem em seu colo.

Ginna, sem saber o que falar, apenas colocou a mão em cima das da amiga, oferecendo um aperto leve. Ficaram assim por uns instantes antes, até que Ginna teve uma ideia, mas não falou nada para a amiga.

— Vem, vamos para essa festa logo. Vou te pagar uma dose de licor de chocolate e não falamos mais nisso. — A ruiva se levantou, puxando a amiga pelas mãos, que nesse momento já soltava um leve sorriso, enquanto balançava a cabeça.

— Me embebedar não está nos meus planos. Não depois de hoje, Ginevra — a repreendeu.

— E quem disse em te embebedar? Eu estava apenas pensando em te deixar… mais leve, só isso.

Com uma negativa com a cabeça, enquanto a amiga a puxava pela mão, se deixou ser guiada até o Pub, não imaginando que Draco seria a primeira pessoa que encontraria assim que cruzasse a porta.


Continua...


Nota da autora: E aí? O que acham que vai acontecer nesse reencontro? E o que será que a caçula Wesley pensou?
Não esqueçam de comentar, hein?
XOXO, Cleo

🪐


Nota da Beth Saturno: Amando demais as dinâmicas deles com os amigos. Mal posso esperar para esse reencontro. Como é que você para bem aí, dona Cleo? É sacanagem, tá?
Ansiosa demais por mais capítulos! ♥

Se você encontrou algum erro de revisão ou codificação, entre em contato por aqui.
Para saber quando essa fanfic vai atualizar, acompanhe aqui.



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