Revisada/Codificada por: Júpiter
Última Atualização: 18/09/2024— Por que temos que levantar tão cedo?
Esse comportamento lembrava muito seu filho, Ronald, que, independentemente da idade e do lugar, sempre demorava para acordar.
— Oh, querida! Sinto muito, mas é para que vocês consigam chegar a tempo — Molly sorriu para a sobrinha.
Gina e Hermione tomaram a iniciativa, mesmo de maneira lenta, e começaram a se arrumar. A mais nova foi para o banheiro do quarto e a outra para o banheiro do corredor.
— Acho que essa moleza é realmente de família, Rony estava do mesmo jeito há pouco — Molly disse, bagunçando o cabelo da menina e entregando uma das toalhas menos usadas que tinha guardado.
— Vamos, ? — Gina perguntou.
A ruiva mais nova tinha feito sua higiene matinal de forma bem rápida, enquanto a prima tinha acabado de levantar da cama.
— Vamos, mas onde está Hermione?
— Ela estava usando o banheiro do corredor agora há pouco, mas já deve estar acordando o Rony outra vez.
Do mesmo modo que a prima, a ruiva mais velha colocou um casaco confortável e pegou sua mochila. Ela achou que estava faltando algo, mas os Weasley garantiram que ela não morreria congelada se não levasse suas roupas de neve para o passeio, já que o clima estava ameno.
— Hermione levantou muito rápido.
— Você que ainda está dormindo, .
— Eu não dormi quase nada, sua exagerada.
— Aposto que, mesmo com a sua lenga, o Rony ainda não está pronto.
— O seu irmão está em um nível muito elevado.
— Tem razão.
As meninas riram uma para a outra e seguiram para a cozinha da casa.
Na cozinha d’A Toca, metade dos moradores já estavam acordados, organizando os últimos detalhes ou esperando o café da manhã ficar pronto. estava sentada ao lado de Gina e de George que, sem medo nenhum de ser flagrado pela mãe, explicava sobre algumas das Gemialidades Weasley enquanto Fred tentava passar o dedo no canto da panela com o mingau que Molly tinha terminado de preparar e ela o repreendia. O Sr. Weasley, sentado um pouco mais afastado, verificava um maço de grandes bilhetes de entrada em pergaminho. Três crianças a mais, ele já estava preocupado. Quando todos estavam servidos com o mingau, Harry e Rony entraram na cozinha, com uma Hermione logo atrás com cara de poucos amigos. Não era de se estranhar encontrar a menina daquela forma, já que a convivência com aqueles dois demandava paciência em dobro. Hermione atravessou o cômodo em passadas rápidas e sentou ao lado de Gina, que perguntou o que tinha acontecido, mas a outra menina desconversou.
observou cada momento daquele café da manhã com um sorriso no rosto, todos interagiam com certa empolgação pelo evento que se seguiria. Ela amava passar um tempo com os tios e com os primos. O intercâmbio que faria aquele ano seria uma ótima oportunidade; ela sairia de Castelobruxo por um ano. era filha única de Diane e Julius Weasley, irmão mais novo de Arthur. Ela morava no Brasil por conta do trabalho de Julius e Diane no Ministério: Departamento de Cooperação Internacional em Magia. Desde então, ela estava acostumada à sua vida só com os pais quando não estava na escola de magia e ficava deslumbrada com a família Weasley ali reunida, pois sempre sonhou em ter muitos irmãos.
Do lado de fora d’A Toca, a Sra. Weasley se despedia de todos e dava as últimas recomendações. Um por um, os gêmeos, como sempre, receberam puxões de orelha por ainda estarem com as Gemialidades em posse e observar aquela cena icônica fez com que quase não conseguisse segurar o riso. A tia conjurou todos os itens e seus primos tentaram segurar os que estavam escondidos em suas roupas, deixando a cena ainda mais engraçada. Depois de todo o “show”, Molly aproximou-se de para lhe perguntar coisas importantes, já que a menina não teria tanto tempo assim para fazer compras no Beco Diagonal.
— , você quer que eu veja o seu material?
A Sra. Weasley perguntou com um tom de voz totalmente diferente de minutos antes, quando repreendia os gêmeos.
— Eu adoraria, tia, desde que a senhora não fique cheia de trabalho.
— Não se preocupe, querida.
— Vamos demorar tanto assim? — perguntou.
— Às vezes chega a demorar dias, querida.
— Uma vez, a partida demorou uma semana — Fred disse, surgindo de repente no meio delas.
— Sério?
— Sim.
Um pouco à frente, Arthur olhou o relógio novamente e conferiu se todos estavam prontos com suas respectivas mochilas. Já estava na hora de saírem sem se atrasar. Então, tomou a iniciativa de se despedir de sua esposa e finalmente seguir em frente.
— Vamos, pessoal! Ainda temos que andar um bom pedaço — Arthur disse.
— Vamos a pé para a Copa Mundial? — perguntou Harry.
— Não, a Copa vai ser a quilômetros daqui. Só vamos andar até a chave de portal — o Sr. Weasley o respondeu, sorrindo.
— É um evento grande, Harry, não podemos chamar atenção dos trouxas — Hermione explicou, recebendo um revirar de olhos vindo de Rony.
observou aquela cena com curiosidade e cutucou Gina ao seu lado, que observava a cena da mesma forma. As duas desconfiavam que aquelas ações poderiam significar muito mais que só implicância.
Todos começaram a seguir o senhor Weasley floresta adentro enquanto deixavam Molly para trás, acenando freneticamente. Com os braços enlaçados no de Gina, tentava prestar atenção em todas as coisas que Fred e George falavam ao mesmo tempo. Eles contaram curiosidades sobre a Copa Mundial, a escalação de cada time que jogaria naquela final e em como ficariam ricos apostando, tendo uma mudança brusca de assunto quando Gina os desafiou a ter algum dinheiro quando começasse as aulas em Hogwarts. Por hora, o centro do assunto não era mais as finanças dos gêmeos, mas como iria se divertir na escola bruxa e que eles iriam ser o trio dos sonhos. Todos prestavam atenção na narração dos gêmeos de como iriam recrutar e treinar a prima, deixando muito claro sobre qual casa ela seria selecionada.
— Você tem que ser selecionada para a Grifinória — Fred disse de forma exagerada, fazendo Gina revirar os olhos e segurar o riso.
— Por quê? — ela perguntou com uma leve pontada de curiosidade na voz.
Em Castelobruxo não existia essa rivalidade sobre as casas que eles sempre se referiam.
— Porque é a melhor casa, oras — George disse prontamente.
Todos tinham um argumento para mandá-la para Grifinória, mesmo que não quisessem causar tanto alvoroço quanto Fred e George.
— A vai se sair bem em qualquer casa — Sr. Weasley se manifestou pela primeira vez, arrancando caretas dos gêmeos e risada das meninas.
— Menos Sonserina, por favor — Rony arriscou dizer depois.
Depois de tanto conversar, Arthur chamou a atenção dos jovens para que andassem um pouco mais depressa e pontualmente checou o seu relógio mais uma vez. Eles andaram por alguns minutos por entre as árvores, em meio às conversas divertidas sobre os jogos da Copa que Harry Potter tinha perdido por estar na casa de seus tios e, logo depois, todos se envolveram em uma conversa ainda mais legal sobre as suas matérias preferidas, tendo os gêmeos escolhido “detenção”. e Hermione não paravam de conversar, porque tinham descoberto que suas matérias preferidas eram as mesmas, e os outros aproveitaram o restante do tempo para dizer qual era menos pior.
— Eu li uma vez que os estudantes de Castelobruxo são muito bons em Herbologia e Magizoologia, é verdade? — Hermione perguntou depois de um tempo.
— Magi… o quê? — Rony olhou, confuso, tentando acompanhar a conversa das duas.
— Magizoologia nada mais é do que o estudo das criaturas mágicas. O bruxo que atua nesse campo pode ser chamado também de naturalista — Hermione respondeu.
— Isso mesmo, e em Castelobruxo estamos sempre em contato com a natureza — e Hermione trocaram olhares cúmplices e continuaram o assunto, até serem interrompidas por Rony um minuto depois.
— Você é boa nessa matéria, ? — Rony perguntou, realmente interessado.
— Estou sem acreditar que você consiga pensar em um assunto que não seja quadribol — Hermione disse, fingindo incredulidade.
tentou disfarçar o seu divertimento com a cara contrariada do primo com a fala da amiga, mas tudo o que conseguia fazer era uma careta, resultado do riso preso.
— Sim, Rony, mas não sou tão boa quanto alguns alunos que escolheram se especializar e aprender sobre as subcategorias. Charlie, por exemplo.
— Isso é muito para a minha cabeça, nem me esforçando eu consigo acompanhar. Não sabia que Charlie tinha estudado tanto para poder ir para a Romênia — Rony disse, fazendo as garotas gargalharem da sua piada sobre si mesmo.
No fundo, as duas sabiam que ele não parava de subestimar- se. O garoto seguiu para o lado de Harry, que conversava com os gêmeos, e Gina enlaçou os braços nos de e Hermione, começando a participar da conversa anterior. Alguns minutos depois, um chamado cortou as conversas.
— Amos! Meu querido amigo. — Escutaram a voz de Arthur Weasley.
Todos pararam enquanto observavam Arthur ir em direção a um homem um pouco mais baixo do que ele, acompanhado de um jovem rapaz conhecido por quase todos ali por também estudar em Hogwarts.
— Crianças! Este é Amos Diggory, ele trabalha comigo no Ministério — o Sr. Weasley apresentou o homem.
Eles se cumprimentaram com um firme aperto de mãos enquanto se mostravam sorridentes e empolgados. Amos apresentou o jovem rapaz que o acompanhava a Arthur e, enquanto as apresentações aconteciam, não conseguia parar de observar o garoto mais velho apresentado como Cedrico. Ele parecia ser, no máximo, um ano mais velho que os gêmeos e ela poderia jurar que ele a observava do mesmo modo com aqueles olhos acinzentados que a fariam perder a noção do tempo e espaço sem qualquer esforço.
— Este rapaz quase maior do que eu deve ser Cedrico — Arthur continuou, sorridente, enquanto os outros iam ao seu encontro. — Creio que você já conhece todos do meu grupo, Amos.
— Acho que alguns. São todos seus?
— Ah, não, somente os ruivos. Hermione e Harry são amigos de Rony — Arthur apontou para os dois, que acenaram, um pouco sem graça.
— Tem a também — um dos gêmeos disse.
A menina despertou do então transe no ato e sorriu, sem entender ao que se referiam, ao notar todos virados em sua direção. O tio achou que toda aquela situação era engraçada demais, pois nunca imaginou que teria que corrigir uma frase como aquela. Na maioria das vezes, ou quase todas as vezes, todos os ruivos eram seus. Ao lado do pai, o motivo da desorientação da menina a olhava. Cedrico não fez questão de esconder o riso com a careta que ela tentava disfarçar, ao notar que suas bochechas deveriam estar quase que da cor de seu cabelo.
— Como pode perceber, nem todos os ruivos são meus — Arthur disse, ainda risonho. — Lembra-se do meu irmão Julius? A é a filha dele.
— Claro! Como eu poderia não lembrar dele? — Amos disse.
— Foi transferido para o Departamento de Cooperação Internacional.
— Sem dúvidas a melhor escolha.
— A última vez que você os viu, era um bebê e agora já está quase se formando — Sr. Weasley disse, com o peito estufado de orgulho.
— O meu Ced também. Ele é o melhor aluno do seu ano e ainda arrisco dizer que de Hogwarts — o homem continuou a falar, deixando o filho envergonhado.
— Os filhos crescem muito rápido, em um ano você os deixa em Hogwarts e no outro eles estão se mudando da sua casa.
— Como está seu pai, querida? — o Sr. Diggory perguntou à menina.
— Muito bem, vários acontecimentos internacionais ao mesmo tempo o deixam com bastante trabalho.
— Espero que você aproveite seu período aqui e sinta-se à vontade para nos visitar sempre que quiser.
— Obrigada, Sr. Diggory.
— Lana ficará muito feliz em ver o quão crescida e bonita você está — Amos disse, olhando de para Cedrico, notando uma sutil troca de olhares.
— Será um prazer revê-la depois de tanto tempo.
— Agora, sigam-me! Ced e eu encontramos a chave, ela está um pouco à frente — Amos disse por fim.
Todos seguiram o Sr. Diggory em direção à chave de portal que ele tinha apontado estar mais à frente. Entre algumas passadas rápidas da caminhada até concluir a subida ao morro, pegou Cedrico a encarando algumas vezes, como se fosse difícil demais não desviar o olhar. Ela o encarou de volta com a mesma curiosidade e retribuiu o sorriso que ele direcionou a ela, chamando atenção das meninas ao seu lado, que a encheram com cutucadas. O rapaz quebrou o contato a contragosto quando Amos e Arthur o incluíram na conversa que se seguia, falando sobre quem já estava na Copa Mundial e a quanto tempo, e sobre o próximo ano letivo de Hogwarts. Aos poucos, todos pararam ao redor de uma bota velha e alguns aproveitaram para recuperar o fôlego, a subida do morro tinha sido realmente difícil.
— Aqui! Todos aqui — Arthur disse, chamando a atenção de todos para o par solitário de uma bota bastante surrada. — Encontrem um lugar confortável ao redor da bota e a toquem ou segurem. Vou iniciar a contagem.
Ele iniciou uma contagem mental para se certificar de que todos estavam ali e entendendo a informação que era passada. Gina puxou para seu lado e as duas se olharam, empolgadas. Assim que todos estavam tocando a bota, Arthur fez a contagem que dissera e uma sensação agonizante de que um gancho estava sendo puxado por dentro dos seus umbigos os atingiu. Seus pés deixaram o chão e todos avançaram vertiginosamente em meio ao uivo do vento. Da mesma forma que ocorreu após a contagem do Sr. Weasley, totalmente de repente a sensação de despencar sobre o ar os atingiu e a agonia de antes cessou assim que eles sentiram o chão. não conseguia lembrar da última vez que tinha sentido algo assim, porque normalmente viajava pela rede de flu ou de avião — um tipo de transporte trouxa. A chave despencou perto de Harry enquanto o menino tentava se desvincular de Rony. fez o mesmo com Gina e, quando estava prestes a levantar, notou uma mão na sua frente.
— Obrigada, Cedrico — ela disse, aceitando a mão estendida do rapaz.
Ele acenou com a cabeça e se pegou paralisada, observando o quão bem ele estava, mesmo com o que se seguiu ao tocar a chave.
— Não precisa agradecer — ele disse cordialmente e saiu em direção ao seu pai.
Um pouco à frente, encontravam-se dois homens com roupas surradas e um deles anunciou a chegada de todos.
— Tio! — o chamou. — Aconteceu algo? — a menina perguntou.
As duas meninas tinham percebido que Arthur tinha mudado completamente de animado e falante para quieto e pensativo.
— Estava viajando por aí — Gina disse, fazendo o homem rir.
— Tem razão. Estava viajando por aí, pensando em como é bom ter a com a gente. Arthur abraçou a sobrinha pelos ombros, fazendo as duas meninas sorrirem.
— Papai está um pouco sentimental — Gina disse novamente.
O Sr. Weasley bagunçou o cabelo da mais nova e deu uma piscadela.
— Por que vocês duas não saem um pouco?
— É uma boa ideia — concordou.
— Ainda falta muito para o jogo começar.
— Vou apresentá-la a alguns amigos, então — Gina disse e deu uns pulinhos empolgados.
— O senhor vai ficar bem sozinho? — perguntou, um pouco preocupada.
— Estou com os gêmeos — ele disse
— O mesmo que nada… — Gina cantarolou.
Arthur tentou ficar sério, mas ele sabia que aquela implicância entre irmãos era saudável e ele nunca se sentiria sozinho com algum dos filhos por perto, então negou com a cabeça quando olhou para Gina e o olhar dela dizia que não estava falando totalmente sério.
— Sim, podem ir! Mas cuidado para não passar o horário do almoço.
As duas se despediram do Sr. Weasley e seguiram para fora da cabana que estavam, se distanciando do acampamento deles. nunca tinha conseguido ir à uma Copa Mundial e estar ali com parte da sua família era tudo o que ela mais desejava desde o ano anterior, quando descobriu sobre o Torneio Tribruxo. A menina seguiu a prima por entre as barracas e observou com atenção cada família que ali festejava. Alguns mais discretos, contudo, a maioria era exagerada e totalmente louca; levavam a torcida muito a sério. Ela sentiu Gina puxar seu braço para que andassem mais rápido e não se perdessem uma da outra, até que, mais à frente, tropeçou e acabou tombando com alguém um pouco mais alto do que ela. No instante em que levantou os olhos, deu de cara com Cedrico Diggory, o rapaz que encontraram na floresta mais cedo com o pai. Eles se encaram como antes; de modo intenso, estabelecendo uma comunicação imediata. Os dois se sentiam em uma bolha quando estavam perto um do outro e aquilo era tão estranho, eles tinham acabado de se conhecer.
— Nos desculpe, não estávamos prestando atenção no caminho — Gina disse.
Os dois despertaram do transe e começaram a prestar atenção na Weasley mais nova.
— Não tem problema, eu estava andando distraído — Cedrico disse, tentando não deixar transparecer a timidez.
— Vamos encontrar alguns amigos de Gina — disse, tendo a atenção do rapaz outra vez.
— Estou indo encontrar alguns amigos também — Cedrico disse, olhando de modo fixo para ela.
— Então nos vemos a qualquer hora — Gina disse e puxou para longe dali.
Ced, ainda parado no mesmo lugar, tentava entender o que aconteceu. Ele não acreditava que tinha ficado travado. Normalmente ele puxava assunto e perguntava alguma coisa interessante, mas, quando apareceu, todas aquelas coisas sumiram da sua cabeça e ele até esqueceu que sabia falar. Gina continuou puxando a mais velha para longe e a menina tentava acompanhar seus passos.
— Calma! — parou bruscamente. — Por que está tão apressada?
— Estou tentando te salvar — Gina disse simplesmente.
— Salvar de quê?
— De fazer papel de bobona. Você ficou encarando o Cedrico quase de boca aberta.
— Eu não fiz isso — rebateu.
— Claro que fez e ele também, mas eu sou sua prima e tenho que te dar uma moral.
Gina puxou o braço da prima e continuou andando.
— Tadinho do Cedrico, o deixamos sem entender nada.
— Melhor assim! Vocês terão tempo em Hogwarts.
— Tempo para...?
— Tempo para se conhecer, é claro — Gina sorriu, descontraída.
Um pouco mais adiante, elas encontraram um grupo de meninas mais ou menos da idade da mais nova e quase todas da Grifinória, a casa de Gina. Elas estavam em barracas próximas com as suas famílias e ficaram super empolgadas quando Gina disse que era sua prima e que estudava em uma escola de magia em outro continente, e então milhares de perguntas choveram em direção à mais velha, que respondeu cada uma de bom grado. Depois do papo ter sido colocado em dia com as amigas de Gina e ter sido aceita pelas grifinórias, ela foi apresentada a Dino e Simas, que passavam por ali, o que levou Gina a admitir outro crush de Hogwarts para sua prima. As duas decidiram voltar para a barraca dos Weasley, pois a barriga começou a roncar e tiveram a impressão que o tempo mudou de repente. Chegando perto, as ruivas avistaram todos sentados ao redor de uma fogueira já acesa na frente da barraca, servindo salsichas com ovos entre si com acréscimo de mais três ruivos Weasley no grupo. Billy e Charlie conversavam com Arthur enquanto os gêmeos se ocupavam em perturbar Percy. Harry e Rony estavam conversando em outro canto, possivelmente sobre Viktor Krum, a nova fixação do ruivo no quadribol. E Hermione esperava que as meninas se aproximassem mais para entregar suas refeições.
— Vocês demoraram uma eternidade. Até os meninos chegaram primeiro — Hermione disse para as duas.
— Obrigada por se preocupar, Mione — as ruivas disseram, juntas.
— Quando vocês falam assim, parecem com os gêmeos.
— É totalmente sem intenção — Gina respondeu
— Obrigada por separar nossa comida — disse.
Hermione sorriu com o agradecimento e começou a perguntar sobre o breve passeio, que não tinha sido tão breve assim, no final das contas.
— Encontramos alguns conhecidos de Gina, conheci várias pessoas da Grifinória e elas foram bem receptivas.
— A encontrou o Cedrico.
— Já estão amiguinhos? — Hermione cutucou a mais velha e Gina riu da reação da prima. tinha ficado corada.
— Acho que ele não quer só amizade — Gina disse, a fim de deixar a prima mais sem jeito.
— Acho que Harry também não quer só amizade, não é Gina? — continuou a comer e segurou a risada com a careta que a prima fez.
— Golpe baixo! — Hermione provocou Gina.
— Sério, Granger? Aposto que o Rony vai adorar saber que você está gostando dele.
— Você está gostando do Ron? — perguntou um tanto surpresa. — Eu pensei que estava vendo coisas.
— Não estava. Ela gosta dele, mas ele é muito lerdo para perceber — Gina explicou à prima.
— Garotos são todos uns lerdos — concordou com ela.
— Menos o Cedrico — Hermione tentou voltar a conversa para
— Aceita minha mão para levantar? Eu sou muito cavalheiro — Gina engrossou a voz em uma tentativa de imitar o rapaz.
As três romperam em gargalhadas altas, chamando a atenção de alguns dos meninos.
— Do que vocês estão rindo tanto? — Charlie se aproximou das meninas e elas encerraram o assunto.
— Charlie, quanto tempo, querido primo. — levantou-se e deixou o prato que estava em mãos no banquinho que estava sentada, abraçando o rapaz pela cintura enquanto as meninas tentavam segurar o riso.
— Nem tenta mudar de assunto, , sabemos que estavam falando sobre garotos — Billy disse, surgindo ao lado de Charlie.
— Nossa, Billy! Que susto — levou a mão livre ao peito.
— Vocês dois estão muito fofoqueiros — Gina disse.
— Aposto que a tia Molly vai adorar chamar vocês dois para o chá com a minha mãe no Natal — disse e todos riram, imaginando a cena dos quatro falando de todo o mundo bruxo enquanto tomavam chá da tarde.
O papo se estendeu até que Ludo Bagman apareceu e se tornou o centro das atenções. Todos já tinham terminado suas refeições e o Sr. Weasley conversava com o homem recém-chegado. Os dois estavam bem empolgados e o Sr. Weasley agradeceu mais uma vez pelas entradas para o jogo. Ludo era bem extrovertido e tratou de incluir todos em sua conversa com Arthur depois que ela deixou de ser sobre o Ministério. Ele apostou com os gêmeos sobre o placar do jogo e perguntou à como estava seu pai, já que uma Copa Mundial exigia muito do setor em que ele trabalhava. Um tempinho depois, o Sr. Crouch apareceu e Percy não perdeu tempo em bajulá–lo e então o homem também chamou Arthur para conversar. Era algo sobre o evento que aconteceria em Hogwarts, coisa que já sabia por conta de seus pais que trabalhavam no Ministério, e era também um dos motivos de a menina querer tanto o intercâmbio daquele ano.
Uma atmosfera de excitação e ansiedade se espalhou pelo acampamento todo ao passo que a tarde avançava. Quando a noite chegou, os últimos vestígios de fingimento desapareceram e o Ministério parou de combater os indisfarçáveis sinais de magia que irrompiam por toda parte; as pessoas pareciam ainda mais despreocupadas, o jogo aconteceria em instantes. Ambulantes aparatavam de um lado a outro com bandejas e mercadorias diversas para torcer pelos dois países. Os meninos estavam muito animados, mas ninguém se comparava a Rony, que só falava sobre o apanhador da Bulgária. puxou Gina até um vendedor e comprou quase tudo do carrinho. A prima ficou de boca aberta, mas não disse nada; estava adorando ser mimada pela ruiva mais velha. No final de tudo, tinha comprado uma echarpe búlgara para ela mesma, chapéus verdes enfeitados com trevos para Gina, Fred e George, uma bandeira da Irlanda, miniaturas de Firebolts para todos e um par de Onióculos — óculos mágicos que poderia rever o lance, passar em câmara lenta e ver uma retrospectiva lance a lance. O Sr Weasley não queria deixar que a menina pagasse nada daquilo, mas ela insistiu tanto; quase não gastava o dinheiro que ganhava dos pais — ela sempre estava visitando algum país com eles ou estava em Castelobruxo. Chegando à barraca dos Weasleys, ela entregou os chapéus aos gêmeos, que ficaram muito agradecidos, e começou a se arrumar com Gina e Hermione. Quando todos já estavam vestidos a rigor com as cores e objetos de torcida, eles ouviram um gongo grave e ensurdecedor bater em algum lugar por ali e lanternas verdes e vermelhas se acenderam entre as árvores, iluminando o caminho até o campo.
— Está na hora! — exclamou o Sr. Weasley.
Ele estava tão animado quanto a turma que o acompanhava.
— Andem logo, vamos! — ele continuou.
Eles seguiram as luzes coloridas por entre as árvores para atravessar a floresta e as pessoas ao redor estavam tão animadas que era contagiante; a travessia havia se tornado algo totalmente surreal. A mistura de milhares de pessoas não poderia ser mais excitante. O Sr. Weasley estava mais à frente, guiando o grupo que se dividiu de maneira aleatória. Percy estava ao seu lado e pela primeira vez não falava sobre o Ministério ou qualquer coisa/pessoa ligada a ele; logo atrás estava Gina e os gêmeos, sendo seguidos por Harry, Rony e Hermione; caminhava por último com Billy e Charlie, conversando sobre a vida deles, já que fazia muito tempo desde que a visita dos três coincidia.
— Está empolgada para chegar à Hogwarts? — Charlie perguntou à menina.
— Sim, muito. Eu esperei tanto por isso que nem consigo acreditar — o respondeu, batendo palminhas.
— Estou feliz que tudo tenha dado certo, lembro da época que eu tentei fazer intercâmbio — Billy disse, abraçando a prima de lado. — Queria que o tio Julius fosse o representante no Brasil quando eu tentei ir.
— Sinto muito, Billy. Foi realmente triste você não conseguir. Se papai estivesse lá, teria dado certo com certeza — concordou.
— Vocês estavam nos Estados Unidos, não? — ele perguntou.
— Sim.
— Pelo menos você pegou o melhor ano — Charlie disse, sorridente. — Vários eventos, , estou empolgado por você.
— Não precisa fazer suspense, gente, eu sei o que vai rolar em Hogwarts. — A menina riu da cara de indignação dos dois.
— Quem te contou? Papai ou tio Julius? — Billy perguntou.
— Os dois.
— Os gêmeos vão pirar quando descobrirem que você sabia desde o início — Charlie disse enquanto tentava conter o riso, mas só de imaginar Fred e George fazendo drama, ele não conseguia segurar a risada.
— Eu não vou dizer que eu já sabia.
— Mas que graça isso teria? — Billy bagunçou o cabelo da prima sendo seguido por Charlie, que começou a fazer cócegas nela.
— Vocês são uns covardes — ela gritou, sem conseguir parar de rir.
— Agora um assunto sério — Billy parou a brincadeira e olhou para . Charlie também a encarava e esperava o irmão prosseguir.
— O Diggory, hein? — Billy piscou para como se já soubesse de muita coisa.
— Até vocês?
— Ele parece ser gente boa, lembro um pouco dele — Charlie sorriu para a menina, que parecia um pouco sem graça, mas eles se davam tão bem, apesar da diferença de idade, que ela não tardou em admitir.
— Eu o conheci hoje, pessoal.
— Não quer dizer nada — Charlie disse, encenando seriedade.
— Eu até acho ele bonitinho.
— Bonitinho? Coitado, como você diz isso? — Billy fingiu uma expressão de incredulidade e os outros riram.
— Vocês são péssimos, já disse isso?
— Na verdade, se contar que o pai dele trabalhou com seu pai quando você era uma bebezinha fofa, vocês podem até ter brincado juntos — Charlie disse
— Bem pensado — Billy concordou.
continuou o caminho de braços dados com os primos enquanto se provocavam e tiravam risadas uns dos outros. Ela achava que as coisas não poderiam ficar melhores, e então viu Cedrico de longe com o seu pai, acenando para ela. Ele estava muito fofo, parecia estar corado e um sorriso tímido desenhava seus lábios. Seu tio Arthur conversava com Amos e parecia esperar os três para entrar de vez. Todos entraram juntos e Cedrico cumprimentou os Weasley que faltavam, demorando seu olhar em . Os seus primos começaram a conversar com ele enquanto seguiam lado a lado até o camarote de honra. Chegando o mais alto possível, encontraram os seus lugares entre duas balizas de ouro. Gina tinha guardado um lugar para , que se despediu dos meninos e sentou entre a prima e Rony. Eles não paravam de falar um só minuto e se manter em somente uma conversa era uma tarefa quase impossível. A empolgação era tanta que a maioria nem deu bola às provocações de Draco Malfoy e seu pai a Harry Potter. Algum tempo depois, Ludo Bagman apareceu e fez as honras.
As mascotes entraram em campo primeiro e depois os jogadores. Com o barulho que as cem mil pessoas faziam, era impossível não acompanhar e fazer também. Com o cachecol da Bulgária e um chapéu verde, vibrava a cada passe feito e jogadores perto demais dos aros. Depois de muitas emoções e algumas faltas, todos se juntaram ali mesmo na arquibancada para comemorar a vitória da Irlanda. Krum tinha pegado o pomo, mas não adiantou muito: por dez pontos, o time adversário tinha ganhado.
O caminho de volta teve mais algazarra do que no da ida. estava colada com Gina e Hermione, que conversavam sobre os melhores momentos do jogo. Aos poucos, as garotas foram se silenciando e aumentaram os passos para chegar logo à barraca. Rony não parava de falar sobre Krum e o quão bom ele tinha sido, de longe o melhor jogador da partida, não tão triste ou revoltado com a vitória da Irlanda, mas com a derrota de Krum. Os gêmeos comemoraram o dinheiro recuperado e o Sr. Weasley observava a cena como se quisesse eternizar aquele momento. Quando eles chegaram à frente das barracas, se despediram e entraram para enfim descansar. As meninas não demoraram muito em pegar no sono, mas algumas horas depois foram acordadas por Hermione, que estava pálida e tremia um pouco. As três apanharam seus agasalhos e seguiram para a outra barraca, na qual quase todos já estavam prontos para sair dali para algum lugar seguro; estavam sendo atacados. O Sr. Weasley passava os olhos ao redor em total alerta e contava as crianças. Quando Billy, Charlie e Percy se juntaram a eles, Arthur começou a designar para onde cada um iria. No final das contas, ele seguiu com os três mais velhos em direção aos baderneiros para ajudar o Ministério e mandou que os outros fossem para a floresta. Aparentemente, eram seguidores do Lorde das Trevas ou bruxos loucos o suficiente para insinuar aquilo.
Eles correram por entre as árvores como se a vida deles dependesse daquilo, mas acabaram se separando de Harry, Rony e Hermione. Era agonizante pensar no que estava acontecendo, não conseguia raciocinar com todo aquele pânico. A garota só estava conseguindo se mover porque Fred a puxava pelo braço. Todos pararam de repente quando visualizaram o sinal de Você Sabe Quem no céu.
— Vocês estão em grupos diferentes, não podem tocar um para o outro — Gina reclamou.
— Essa é a magia do quadribol, irmãzinha — Fred e George disseram juntos quando tocaram a goles um para o outro mais uma vez. — Nunca sabemos o que vai acontecer.
— Fred, você quer que o Rony vença a gente? — tentou apelar para o lado competitivo e Rony fez careta.
— Potter, não deixa o George chegar perto — Charlie alertou.
— Essa vai ser muito fácil — Billy gargalhou ao interceptar o ataque que a prima fez com o toque de Harry.
— Quem ri por último, ri melhor — disse, voando com rapidez.
— Está me devendo, Rony — Billy gritou.
Parecia difícil, mas, naquela rodada, os times estavam divididos de maneira mais equilibrada, tendo Harry, Charles e Fred no time da Weasley intercambista.
Dias antes de retornar a Hogwarts, recebeu uma coruja de seus pais mandando boas energias para o início das aulas. Ela sentia muita falta deles e sabia que eles sentiam também. Às vésperas de voltar à escola, todos se encontravam reunidos na sala da Toca, ocupados demais nas suas próprias coisas para se preocupar com a chuva forte que caía lá fora. A Sra. Weasley tinha distribuído dias antes o material que comprou no Beco Diagonal e naquele dia aproveitou para ir se despedindo de cada um e aconselhando uns certos ruivos gêmeos. Um momento depois, acabando com qualquer resquício de tranquilidade, iniciou-se uma discussão acalorada entre Percy e Hermione, ainda sobre a Copa Mundial de quadribol, e todos acabaram tendo que ir aos seus quartos mais cedo. Ninguém de fato ligava para o que o rapaz dizia, e nem os gêmeos aguentavam ficar perto dele sem provocá-lo, a ponto de a senhora Weasley intervir, mas, naquele dia, a menina não aguentou e, depois que disse umas verdades ao garoto, foi seguida para o andar de cima como uma abelha rainha. Percy culpava uma elfo doméstica de atos terríveis.
As meninas seguiram para o quarto de Gina e, alguns minutos depois, com todas terminando de arrumar o malão em silêncio, Molly Weasley adentrou o cômodo. Ela sabia que não valia a pena render qualquer resquício do assunto anterior.
— Precisam de algo? — a mulher perguntou docemente.
— Obrigada, Sra. Weasley. Está tudo certo — Hermione agradeceu.
— ! Está tudo certo com os seus materiais? Conferiu o uniforme? — Sra. Weasley perguntou à ruiva mais velha enquanto se aproximava e sentava entre elas.
— Está sim, tia. Gostei de todas as coisas e de como as escolas são diferentes e iguais entre si.
— Hermione, querida, coloquei um pouco mais de dinheiro bruxo na sua bolsa para comprar a roupa a rigor — disse a Sra. Weasley, sorrindo para a menina. — Não sabia como você queria o seu vestido.
— Muito obrigada, Sra. Weasley, mas que evento é esse, afinal?
— Você descobrirá amanhã, querida — disse Molly.
— Eu também vou levar roupa a rigor? — Gina perguntou.
A Sra. Weasley olhou para , sem saber como explicar à menina que aquilo não era para o seu ano. Gina ainda estava no terceiro ano.
— Eu vou comprar com você, Gina, será meu presente de Natal — sorriu na direção da menina e a tia respirou, aliviada.
— Obrigada, , mal posso esperar — Gina a abraçou, empolgada.
— Você pode ir comigo também, ? — Hermione perguntou.
— Claro que sim.
— Podemos ir todas juntas. O que acham? — Gina disse, ainda mais empolgada, dando pulinhos e batendo palmas.
— Não posso negar que estou ansiosa para escutar os relatos de vocês, mas já está muito tarde — Molly chamou a atenção das meninas.
— Entendemos o recado, mamãe. Boa noite. — A menina levantou de sua cama e abraçou a mãe calorosamente.
Quando Gina se distanciou de Molly, foi a vez de e Hermione se despedirem e agradecerem mais uma vez. As três meninas conversaram mais um pouco depois que Molly as deixou, mas não demorou muito até que pegassem no sono.
Na manhã seguinte, foi a primeira a acordar e usar o banheiro, vestindo-se confortavelmente e se agasalhando devidamente por causa da chuva forte que ainda caía do lado de fora. Gina e Hermione ainda dormiam como se faltassem bem mais do que alguns minutos para que a Sra. Weasley entrasse e acordasse as duas. saiu do quarto depois de pronta e deu de cara com sua tia que estava prestes a entrar no cômodo para acordá-las.
— Bom dia, tia! — Ela abraçou a Sra. Weasley.
— Bom dia, querida. Dormiu bem?
— Maravilhosamente.
— Imagino que esteja ansiosa, vai realizar seu sonho. — Molly a olhou com carinho.
A mulher sabia o quanto queria ir para Hogwarts e o quanto desejava viver todas as aventuras que seus primos lhe contavam. A menina gostava muito da escola de magia que frequentava na América do Sul, mas nada se comparava à curiosidade de estudar na mais famosa de todas.
— Sim e estou feliz, muito feliz, por todos esses dias com vocês e mais ainda por estar prestes a realizar todas as coisas que eu sempre imaginei um dia.
— Tenho certeza de que será mais do que perfeito, querida — a Sra. Weasley disse, sorrindo para a sobrinha. — Vou chamar as meninas. Por que não adianta seu café da manhã? Será uma bagunça quando o restante dos meninos acordarem.
seguiu o conselho da tia e rumou para a cozinha, onde encontrou seu tio Arthur andando de um lado para o outro como se estivesse procurando por algo, ficando mais agitado à medida que não achava esse algo.
— O que houve, tio Arthur? — perguntou assim que ele percebeu a sua presença ali.
— Estou procurando pergaminho e pena, mas não acho em nenhum lugar e ainda tenho que trocar de roupa e comer algo e… — o homem falava rapidamente, atropelando as palavras.
— Pode ir se trocar, eu procuro o que o senhor precisa — ela disse, disposta.
O homem assentiu com a cabeça e saiu do cômodo. começou a procurar e então tomou um susto quando um Amos Diggory com a cabeça em meio às chamas a cumprimentou. Ela o reconheceu de imediato, lembrando de quem ele era pai. Sorriu em sua direção e brincou sobre o susto que tinha levado.
— Perdoe-me pelo mal jeito. Às vezes nem parece que cresci com magia ao meu redor.
— Não se preocupe, querida. Estava precisando de um pouco de humor nesta manhã.
— Problemas no Ministério logo cedo?
— Digamos que sim, e só Arthur pode resolver isto — o homem disse, suspirando, cansado.
Depois de uma breve conversa com o Sr. Diggory, seu tio retornou à cozinha acompanhado de sua tia e dos gêmeos. Ela entregou ao homem, ainda apressado, o pergaminho, tinteiro e a pena. Molly serviu Arthur e Amos com torradas, e a ajudou com o restante do café da manhã enquanto ria de alguma piada dos primos ali presentes. Aos poucos, os outros foram ocupando a mesa e o Sr. Weasley se despediu. Ele iria atrás de Olho Tonto Moody, um bruxo que conhecia bem, devido a várias histórias por parte de seus pais e algumas visitas no qual o homem sempre fora gentil. O velho auror estava com alguns probleminhas, que, segundo os seus primos mais velhos, era por conta da idade. Percy saiu logo depois que Arthur, diretamente para o Ministério, fazendo todo o seu discurso que ninguém de fato prestava atenção.
Um pouco mais tarde, todos já estavam prontos para ir à estação de Londres. Billy e Charlie tinham se oferecido para os acompanhar até lá e de tempos em tempos soltavam algo sobre o evento que aconteceria em Hogwarts, deixando todos curiosos. Depois de uma viagem turbulenta com táxis trouxas e uma chuva muito forte que mais parecia uma tempestade, eles chegaram a King's Cross. Era a primeira vez de ali, com propósito bruxo, e ela ficou mais do que abobalhada quando teve que atravessar uma pilastra que se materializou, lhe dando uma visão incrível do Expresso de Hogwarts. Seus primos a enchiam com brincadeiras por conta de suas expressões faciais nada discretas e perguntavam se ela nunca tinha visto magia. "Tenho todo o direito de ficar abobalhada" ela repetia para eles. Todos começaram a se despedir e os meninos entraram um pouco aborrecidos no trem. Billy, Charlie e até mesmo a Sra. Weasley brincavam com a curiosidade deles.
— Vocês deveriam se envergonhar de deixar todos assim — disse enquanto ria junto com os primos e a tia depois de todos terem embarcado no trem.
— Você só está tranquila porque já sabe — Billy disse, a puxando para um abraço. — Um ótimo ano letivo, . — Ele bagunçou os cabelos ruivos dela.
— Acho que ainda vamos nos ver esse ano, mas também te desejo um ótimo ano letivo, pirralha. — ﹰCharlie a abraçou em seguida.
— Pirralha? Olha quem fala. — Ela retribuiu o abraço dele e sorriu para os dois ruivos.
— Já chega! Agora é a minha vez — a Sra.Weasley disse enquanto puxava a menina para um abraço.
— Tia, eu já lhe agradeci, mas acho que não seja o suficiente. Obrigada por tudo desde quando cheguei, sempre fazendo eu me sentir muito amada — disse, abraçando ainda mais apertado a Sra. Weasley, e a mulher fungou. Parecia que iria chorar a qualquer momento. Ela gostava muito quando a sobrinha ficava com eles, fosse por alguns dias ou por um período, como nas férias.
— Aproveite, querida, e lembre-se que todos nós te amamos.
Depois que se despediu da tia e dos primos, embarcou no Expresso de Hogwarts. Parecia que todos os lugares já tinham sido ocupados, até que ela escutou uma voz familiar a chamando.
— Está perdida? Guardei um lugar para você na minha cabine — Gina disse assim que chegou perto o bastante. — Pensei que iria querer voltar para casa. Ficou uma eternidade lá fora.
— Claro que não, sua bobinha. Você sabe que eu sou sentimental e isso tudo ainda é bem surreal para mim.
Elas seguiram pelo corredor até uma cabine que, ao contrário do que achou que iria encontrar, já estava ocupada por uma garota.
— , essa é Luna Lovegood, ela é do mesmo ano que eu — Gina apontou para a menina loira sentada perto da janela.
— Prazer em te conhecer, Luna, você também é da Grifinória? — se aproximou da menina e a abraçou.
De fato, a Weasley era muito calorosa e animada, e Luna retribuiu docemente.
— Sou da Corvinal — ela disse simplesmente. — Estava ansiosa para conhecer você também, .
— Eu fico muito feliz em saber disso — sorriu e finalmente se acomodou no assento. — Ainda não sei muito sobre as casas de Hogwarts, mas já sei que terei boas companhias se for para a Corvinal.
Gina se sentou ao lado de Luna e as três começaram a conversar sobre vários assuntos, desde a Copa Mundial de quadribol e seu fatídico acontecimento, até alguns fatos sobre Castelobruxo. A maioria dos alunos tinha muita curiosidade sobre outras escolas de magia e tinha prazer em explicar e sanar as dúvidas de todos, principalmente da menina sentada com elas, porque, do mesmo modo, também tinha muita curiosidade sobre Hogwarts. Com o passar do tempo e a tarde se estendendo, resolveu explorar um pouco. Com a ajuda de Gina, ela saiu da cabine com as instruções precisas para dar um oi aos gêmeos e à Hermione. Os gêmeos não estavam sozinhos na cabine e ficou ainda mais animada com o contato que teria com outros estudantes.
— ! Que honra te ter aqui na nossa cabine — Fred a cumprimentou assim que viu sua cabeleira ruiva.
— Olá, bela senhorita — Lino Jordan, um dos meninos que estava ali, levantou de seu assento e cumprimentou com um beijo na mão. Ela deu risada da tentativa do menino de ser galante e o cumprimentou também.
— Deixa disso, cara, já disse que a não é pro seu bico. — George deu um tapinha na cabeça do menino, que protestou.
— Ela é nossa prima! — Fred bradou, dando um tapinha no menino também.
— Parem de se aproveitar — Lino disso, desviando de mais um tapa.
— Só passei para ver como vocês estavam — a ruiva disse, sorridente. — Ainda não consigo acreditar.
— Espere para ver o castelo, , você vai amar — George disse, contagiado com a empolgação da prima.
— Espero não ir para a enfermaria logo no primeiro dia por ter ficado tão empolgada.
— Você é mil vezes mais bonita que o castelo, mas mesmo assim você não desmaia quando se olha no espelho — Lino disse, ainda mais galante perto de .
— Nossa, Jordan, não sabia que você era tão péssimo em passar cantadas — Fred disse, negando com a cabeça.
— Até ficou sem palavras — George completou.
— Eu não disse nada — sorriu. — Acho que vocês esqueceram de me apresentar o outro amigo — ela apontou para alguém sentado na janela.
— Esse é o Vincent, nosso amigo inteligente — Fred disse com um sorrisinho.
— Eiii!!! — Lino protestou.
— Ele anda no mundo da lua desde que chegamos, acho que alguma garota quebrou o coraçãozinho dele nas férias — ﹰGeorge não deixou de comentar.
— Ei! Não precisa ficar espalhando essas coisas, alguém pode realmente acreditar — Vincent bravejou, ao passo que fechava a agenda e olhava finalmente para todos na cabine. Ele tentou disfarçar a expressão surpresa e as bochechas coradas quando viu a ruiva, mas aquilo não passou despercebido pelos gêmeos. — Não leve a sério o que eles dizem, por favor — o rapaz dirigiu a palavra à e estendeu uma mão para cumprimentá–la.
— Eu não seria nada sensata se o fizesse — ela disse e apertou a mão dele, sustentando o mesmo sorriso de antes nos lábios.
Com as devidas apresentações e agora conhecendo outro corvino e outro grifinório, ela se despediu deles depois de mais algumas palavras e alguns conselhos sobre as gemialidades, já que os primos estavam reconstruindo o projeto que Molly tinha destruído em casa. Quando saiu da cabine dos meninos, se sentiu ainda mais leve; tinham dado boas risadas. Seguindo distraída para a cabine do trio, ela nem notou quando finalmente chegou, dando de cara com um garoto de cabelos platinados acompanhado de outros dois. Os meninos saíam da cabine praguejando vários xingamentos e então soube que aquele era o Malfoy.
Assim que entrou na cabine em que estava Harry, Rony e Hermione, ela notou que eles tentavam acalmar o ruivo.
— , que susto! Você entrou do nada — Hermione foi a primeira a falar com ela.
— Aconteceu algo? — a menina perguntou, notando as caras emburradas.
— Não. Não aconteceu nada. Só o Malfoy sendo o Malfoy — Rony disse a ela.
— Eu estava andando por aí e decidi dar um oi — disse, entrando na cabine e se sentando ao lado de Hermione.
— Oi, — Harry disse, um pouco sem jeito, sorrindo para a garota. Hermione olhou para o amigo e tentou entender o que se passava. Todos sabiam que Harry não era de puxar assunto assim, principalmente com garotas mais velhas e bonitas demais.
— O que está achando de tudo até agora? Muito diferente? — Harry tentou puxar assunto.
— Eu estou amando! É diferente, mas não tanto, eu não sei explicar — ela disse, sorrindo sem mostrar os dentes.
— Sei que já dissemos isso, mas você realmente vai amar — Hermione disse.
— Principalmente a comida — Rony continuou.
— Eu duvido um pouco que a comida de Hogwarts seja melhor que a de Castelobruxo. — disse para Rony de modo descontraído.
— Espero que esteja pronta para me dizer o contrário depois do jantar — Rony disse.
A conversa sobre as comidas de ambas as escolas deixou o ambiente tranquilo e, ao passo que o tempo passava, eles já não lembravam de Malfoy e suas implicâncias. Conversaram também sobre Você Sabe Quem e algumas teorias, com o trio deixando de lado alguns detalhes. voltou para a cabine em que estava com Gina e Luna assim que anoiteceu e, pouco depois, uma menina da Lufa-Lufa passou, as avisando para trocarem de roupa. Colocaram as vestes de Hogwarts e esperaram até que o trem parasse. Quando chegaram a Hogsmeade, elas se prepararam para descer e Gina explicou à que ela seguiria com os alunos do primeiro ano. A chuva ainda caía, mas a ruiva não deixou que aquilo a desanimasse. Hagrid ficou confuso quando a viu no meio dos primeiranistas e então ela o explicou que estava sendo transferida de outra escola bruxa. Ele sorriu gentilmente e a indicou um dos barquinhos que ela dividiu com outras duas meninas. Na travessia pelo Lago Negro, fez amizade com as primeiranistas e elas suspiraram juntas com a visão que estavam tendo do castelo. As torres de Hogwarts eram de tirar o fôlego realmente, e a iluminação das janelas de vidro deixavam o castelo ter uma coloração mais viva e encantadora. Assim que os barquinhos pararam, todos começaram a descer e se amontoar ao redor de Hagrid. Alguns alunos olhavam para a menina mais velha entre eles sem entender, mas a Weasley não ligava e nem ficava envergonhada, apenas acenava e sorria para eles. Quando as portas do castelo se abriram e a professora Minerva McGonagall apareceu, ela cumprimentou a todos. Ela era a professora de Transfiguração e diretora da Grifinória, tinha escutando coisas muito boas sobre a professora.
— Bem-vindos a Hogwarts. O banquete de abertura do ano letivo vai começar daqui a pouco, mas, antes de se sentarem às mesas, vocês serão selecionados por casas — ela dizia enquanto olhava para cada um dos alunos ali.
— A Seleção é uma cerimônia muito importante, porque, enquanto estiverem aqui, sua casa será uma espécie de família em Hogwarts — ela continuou a explicar enquanto eles subiam uma enorme escadaria e logo depois entraram no grande Salão Principal, onde seria feita a seleção das casas pelo Chapéu Seletor. A ruiva andou um pouco atrás dos primeiranistas, e, um tempo depois, ela visualizou os primos na mesa da Grifinória e mandou alguns beijos na direção deles, que riram da sua espontaneidade e retribuíram seus acenos, fazendo algazarra. Quando todos estavam posicionados, o Chapéu começou a cantar. Era uma música sobre as quatro casas de Hogwarts e se sentia ainda mais feliz em estar ali. Os aplausos ecoaram pelo Salão Principal quando o Chapéu Seletor terminou de cantar.
— Começaremos a seleção pela aluna transferida — a professora Minerva disse, a pegando distraída, e alguns murmúrios se ouviram. — Weasley.
andou até o banquinho e se sentou. Ela estava um pouco nervosa, pois todos olhavam em sua direção. Sentiu as suas pernas ficarem bambas e, assim que o Chapéu tocou a sua cabeça, ele soltou uma exclamação para que todos escutassem.
— COMO É POSSÍVEL? MAIS UMA WEASLEY!
Alguns alunos riram da observação que o Chapéu Seletor fez e os acompanhou, mesmo que ainda nervosa. A sua barriga estava revirada com o nervoso e suas mãos tremiam levemente. Então o Chapéu começou a falar na sua cabeça. "Interessante! Isso é muito interessante. Nunca vi alguém assim antes, com uma mente tão brilhante. Você parece ser uma combinação perfeita de todas as casas: é inteligente como um corvino deve ser, ambiciosa como um sonserino, corajosa como um grifinório e leal como um lufano. Nenhuma qualidade chega a se sobrepor, mas elas se equivalem. Vejo um coração puro e um desejo muito grande de ajudar e fazer o bem. Eu poderia deixar que você escolhesse, mas a melhor escolha sem dúvidas é…"
— LUFA-LUFA! — o Chapéu exclamou, finalmente, para todos. Tanto os alunos da casa que ela foi selecionada como alguns da Grifinória e, claro, os seus primos aplaudiram muito. levantou do banquinho, quase dando pulinhos empolgados, e um sorriso muito grande desenhava seus lábios. Os seus olhos brilhavam e ela jurava que poderia chorar a qualquer momento. Caminhou até a mesa da sua casa e sentou do lado de uma menina de cabelos escuros que a cumprimentou com um sorriso. Alguns alunos ao redor apertaram a sua mão e outros diziam "bem-vinda", todos muito gentis. Ela notou Cedrico Diggory a alguns metros e ele a parabenizou discretamente, lhe dando um sorriso mais do que satisfeito. A seleção continuou e mais alguns alunos foram selecionados para a Lufa-Lufa também. Ainda muito encantada e emocionada, observava cada detalhe do Salão Principal agora que estava sentada e se perguntava qual era a probabilidade de ser da mesma casa de Cedrico. O salão estava decorado para a festa de abertura do ano letivo e ela soube naquele momento que aquilo era especialidade de Hogwarts, ainda com seus pratos e taças de ouro que brilhavam à luz de centenas e centenas de velas flutuantes sobre as mesas. As quatro mesas longas das Casas estavam cheias de alunos conversando sem parar e, no fundo do salão, os professores e outros funcionários sentavam-se à uma quinta mesa, de frente para os estudantes.
— Você é irmã dos Weasley?
A menina que estava ao lado de a despertou de seus pensamentos. Ela tinha cabelos escuros e exibia uma feição muito simpática e convidativa.
— Sou prima, meu pai é irmão do pai deles.
— Isso parece ser muito legal, não sabia que eles tinham primos e de outra escola de magia.
— Realmente é muito legal.
— Sou a Ellie Douver. — Ela lançou um sorriso amigável para .
— Prazer em te conhecer. — Ela retribuiu o sorriso. — Você já sabe meu nome.
— Só tenho duas palavras para lhes dizer — a voz grave de Alvo Dumbledore
ecoou pelo salão e as interrompeu. — Bom apetite!
Rapidamente, travessas vazias se encheram magicamente com todo tipo de comida e todos não perderam tempo em comer. colocou um pouco de cada comida em seu prato, dando prioridade a algumas que ela não conhecia, e entendeu na hora o que Rony queria dizer sobre a comida de Hogwarts ser a melhor. Ellie puxou papo com a Weasley depois que as duas terminaram a refeição e não demorou muito para que elas achassem um assunto em comum: o quadribol. Não era novidade nenhuma para a família de que a garota fosse louca pelo esporte. Ela e Gina falavam desde muito novas que jogariam em algum time depois da escola. Ellie era nascida trouxa e morava em Londres, deixando a ruiva super animada sobre convidá-la para a Toca nas férias, já que eles costumavam jogar em times. Elas acabaram falando também sobre como seria divertido a lufana conhecer a sua casa no continente sul-americano e, quando as últimas migalhas desapareceram dos pratos e eles ficaram limpos outra vez, o diretor levantou-se e tornou a falar.
— Preciso mais uma vez pedir sua atenção para alguns avisos. O Sr. Filch, o zelador, me pediu para avisá-los de que a lista dos objetos proibidos no interior do castelo este ano cresceu… — o diretor disse e parou de prestar atenção para procurar o tal zelador. Os primos lhe disseram que o homem era um pé no saco, mas ela sabia que eles poderiam ser bem difíceis e riu com o pensamento. Achou o homem ao canto, segurando um gato que ela lembrou como Madame Nora. Aproveitou que estava observando e passou os olhos pela mesa dos professores, reconhecendo o de cabelo seboso como o professor Snape, de poções, e Hagrid, que os tinha recepcionado. Exclamações puderam ser ouvidas de todas as mesas e despertou de seus pensamentos.
— O que aconteceu? — ela perguntou à Ellie.
— Não vai ter quadribol esse ano — a morena disse, tão indignada quanto todos que protestavam alto.
— Nossa, que horrível! — tentou disfarçar que não sabia o motivo e então voltou a prestar atenção em Alvo Dumbledore.
— Isto se deve a um evento que começará em outubro e irá prosseguir durante todo o ano letivo, mobilizando muita energia e muito tempo dos professores, mas eu tenho certeza de que vocês irão apreciá-lo imensamente. Tenho o grande prazer de anunciar que este ano em Hogwarts...
O diretor foi interrompido por uma trovoada ensurdecedora e as portas do Salão Principal se escancararam, revelando um homem de aparência estranha, apoiado em um longo cajado. Era Olho Tonto Moody, sabia. Todas as cabeças no Salão Principal se viraram para o homem e ele abaixou o capuz, sacudindo uma longa juba de cabelos grisalhos, e começou a caminhar em direção ao professor Dumbledore. Eles se cumprimentaram e o diretor indicou um lugar vazio na mesa dos professores.
— Gostaria de apresentar o nosso novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas — disse Dumbledore, animado, em meio ao silêncio. — Professor Moody.
O salão ainda estava em silêncio, no qual pôde se escutar as palmas solitárias do diretor. Todos pareciam hipnotizados pela entrada exagerada do homem e por sua aparência.
— Quem é ele? — Ellie perguntou, tão impactada quanto a maioria.
— Alastor Moody, o melhor auror de todos os tempos.
— Ele parece um pouco biruta — Ellie disse quando o homem cheirou a comida antes de comer.
— Acho que os anos de serviço o deixaram assim — a ruiva lamentou.
Dumbledore pigarreou outra vez para chamar a atenção de todos para o que ele estava dizendo e o silêncio se estabeleceu.
— Como eu ia dizendo, teremos a honra de sediar um evento muito excitante nos próximos meses, um evento que não é realizado há um século. Tenho o enorme prazer de informar que, este ano, realizaremos um Torneio Tribruxo em Hogwarts.
Uma exclamação alta de Fred e George fez gargalhar assim como vários alunos, dispersando a atmosfera tensa. Billy e Charlie tinham razão sobre a reação deles e isso só tornava tudo ainda mais divertido. Dumbledore estava fazendo um discurso explicando para aqueles que não faziam ideia do que seria um Torneio Tribruxo, quando sentiu estar sendo observada. Ela olhou ao redor e então achou o par de olhos azuis que a encarava: Vincent, amigo de seus primos. Ela acenou para ele e o mesmo retribuiu, ficando um pouco corado.
— Os diretores de Beauxbatons e Durmstrang chegarão com a lista final dos competidores de suas escolas em outubro e a seleção dos três campeões será realizada no Dia das Bruxas. Um julgamento imparcial decidirá que alunos terão mérito para disputar a Taça Tribruxo, a glória de sua escola e o prêmio individual de mil galeões. — O professor foi interrompido pelas exclamações empolgadas dos alunos, mas no momento seguinte conseguiu retornar com a sua fala. — Os diretores das escolas participantes, bem como o Ministério da Magia, concordaram em impor este ano uma restrição à idade dos participantes. Somente os alunos que forem maiores, isto é, tiverem mais de dezessete anos, terão permissão de apresentar seus nomes à seleção. Isto é uma medida que julgamos necessária…
Várias pessoas protestavam, indignadas, ao ouvir suas palavras, e os gêmeos Weasley, de repente, pareciam furiosos. Muitas vaias puderam ser ouvidas, ao passo que o diretor olhava para todos pacientemente. tinha sido pega de surpresa do mesmo modo que todos, pois não sabia daquele detalhe. Quando a ordem enfim retornou ao Grande Salão e de certo modo os estudantes estavam “contidos”, o diretor terminou o seu discurso. Era entendível a restrição de idade, já que as provas costumavam ter um grau de dificuldade altíssimo, de modo que seria pouco provável que os alunos abaixo do sexto e do sétimo ano se mostrassem capazes de dar conta delas. Quando todos foram dispensados, ouviu-se um estardalhaço de cadeiras batendo e se arrastando. Os alunos se levantaram e seguiram de uma só vez em direção às portas de entrada. Por conta disso, acabou se perdendo de Ellie, a sua recém feita amiga, e então decidiu esperar até ver se encontrava alguém conhecido perto da saída, mas parecia que todos já tinham passado por ali; e ela tinha perdido os alunos do primeiro ano também. Gina a tinha instruído a ficar perto deles nesse primeiro momento, para que ela pudesse conhecer tudo. Quando estava a se desesperar, reconheceu a risada de sua prima.
— Graças a Merlin alguém conhecido — disse, chegando de supetão atrás da menina.
Não acredito que você se perdeu dos alunos do primeiro ano… — Gina disse, negando com a cabeça.
— Eu sei, eu sei, mas estava uma confusão para sair. Eu pensei que iria desmaiar. — parou seu drama com Gina para cumprimentar as duas amigas da menina que as olhavam sem entender. — Olá!
— Mary e Lia — Gina apresentou às amigas a prima.
— Oi! — elas disseram juntas.
— Você está com sorte, eu sei como te ajudar. — Gina olhou por cima do ombro da prima e sorriu. — EI, DIGGORY! — ela berrou na direção do menino e todos os olhares se voltaram para onde ela olhava
Cedrico estava saindo do Salão Principal com alguns amigos, que o deixaram seguir até as meninas e continuaram seus caminhos. A cor sumiu do rosto de e ela tentou ficar o mais calma possível, ao passo que o rapaz se aproximava delas.
— Ei, olá, Weasley! — ele cumprimentou Gina e acenou para as outras meninas. — , como está?
Cedrico sorriu para assim que direcionou o cumprimento a ela e então não era difícil de perceber que algo estava acontecendo novamente.
— Oi, Cedrico, estou bem e você? Fez boa viagem? Essa chuva não deu trégua.
respondeu o rapaz e se atrapalhou um pouco nas palavras, se xingando internamente, ela não queria que ele tivesse uma impressão errada, mesmo que aquele simples diálogo fosse só o começo.
— Estou bem sim, obrigado! E a viagem foi boa, tirando o fato de chegar encharcado. — Ele fez uma careta ao terminar a frase. — Precisam de algo?
— A precisa chegar ao salão comunal da Lufa-Lufa e, bem, você é um lufano. — Ela segurou o riso e olhou para a prima, que estava prestes a repreendê-la. Gina sabia provocá-la.
— Gina, por favor, Cedrico deve ter algo melhor para fazer. — tentou conter seu tom de voz que estava agudo devido à vergonha.
— O quê? Diggory não se importaria de ser seu guia — Gina pontuou inocentemente.
— Não me importaria mesmo, . Eu já estava indo para lá.
— Não precisa se preocupar Cedrico. — Ela até tentou, mas Ced era cavalheiro demais para recusar ajudar.
— Claro que preciso me preocupar, não quero que você fique andando perdida por aí. Que tipo de colega de casa eu seria? — ele respondeu com um sorriso descontraído.
— Seria um tipo péssimo. Agora temos que ir — Gina apontou para ela e as amigas.
As meninas se despediram e saíram aos risos, deixando os dois se encarando em silêncio.
— Então, o caminho é por aqui — Diggory indicou o lado oposto ao que Gina foi e seguiu corredor adentro com .
— Não consegui dar as boas-vindas devidamente quando você foi selecionada. Espero que goste da Lufa-Lufa — ele disse sem encará-la.
— Eu tenho certeza que irei gostar, todos foram muito gentis comigo. — observou o garoto sorrindo novamente com o elogio aos seus colegas. — Admito que fiquei um pouco assustada por cair de paraquedas em uma casa diferente da de minha família.
— Talvez seja a sua chance de mostrar para todos que um Weasley pode se dar bem em qualquer lugar — ele disse, a olhando de lado. — Só não fique triste.
— Não estou triste, eu até esperava isso, mas quando as coisas acontecem de verdade dão um pouco de medo. — O rapaz concordou com um leve aceno de cabeça.
— Chegamos. — Cedrico indicou uma pilha de grandes barris. — Logo mais temos a cozinha, e, se você tem manias de acordar no meio da noite para fazer um lanche, essa é a sua chance de ouro.
— Acho que sei o motivo de ter sido selecionada para a Lufa-Lufa agora — disse em um tom de confissão.
— Você tem cara de quem adora lanches noturnos mesmo.
— Ei! Não era pra concordar desse jeito. Era para dizer que fui selecionada por ser muito legal.
— Então você está dizendo que ser muito legal é um pré-requisito para ser selecionado para a Lufa-Lufa e ao mesmo tempo dizendo que eu sou muito legal? Obrigado, — Cedrico a acompanhou nas risadas.
Eles começaram a se encarar como quando se conheceram na Copa Mundial de quadribol e parecia que seus olhos falavam entre si. Depois daquela resposta espontânea, ela acabou aceitando que aquele deveria ser realmente o pré-requisito para ser selecionado para a casa dos texugos. Cedrico quebrou o silêncio depois de uns minutos que pareceram uma eternidade e voltou à função de guia. Ele se sentia estranho quando estava perto dela, de uma maneira desconhecida, como se não soubesse como agir direito.
— Continuando. É muito importante que memorize isso, pois precisará saber essa senha para entrar — Ced chamou a atenção da menina. — Se você errar as batidas, os barris explodem e você vai ficar com um maravilhoso cheiro de vinagre impregnado nas suas roupas.
Cedrico tirou a varinha das vestes e tocou uma sequência de barris, revelando, instantes depois, uma sala comunal perfumada e aconchegante. A expressão surpresa de estava ali outra vez e ela só conseguia pensar em como tudo era bonito e em como combinava com seu gosto particular. A sala circular nas cores amarelo e preto parecia ensolarada e alegre como se fosse dia, mesmo estando à noite. O teto era baixo em comparação a todos os lugares do castelo e tinha muitas plantas ao redor, misturadas aos móveis de madeira polida. A ruiva entrou de uma vez no local e foi diretamente para um canto, onde se encontrava um ramo de flores enormes.
— São sombrinhas. Flores sombrinhas, por isso esse aroma delicioso aqui — ela disse, empolgada.
Cedrico a observava ir de um canto a outro, cumprimentando algumas pessoas que estavam na sala e conversando com algumas plantas mágicas que davam leves piruetas e acenavam. Não era novidade alguma que Cedrico estava encantado pela ruiva e tê-la ali, com aquela luz interior, sendo mais lufana impossível, derretia o seu coração. Depois de seu momento empolgado na sala comunal, foi em direção ao rapaz. Ela não queria que ele a achasse louca, mas foi a última coisa que se passou nos pensamentos dele.
— Obrigada por ter sido meu guia.
— Não precisa agradecer, querida Weasley.
— Claro que precisa, se não fosse você, eu estaria vagando por aí até agora.
— Foi um prazer então, .
— A gente se vê amanhã?
— Pode apostar. — Ele piscou para ela e se virou para sair da sala comunal enquanto ela ia para o dormitório.
— ?
— Sim?
— Gostei de ter você na Lufa-Lufa.
saiu do salão comunal e seguiu na direção indicada até o Corujal. Claro que quase acabou no lugar errado, mas contou com a ajuda de Frei Gorducho para seguir pelo caminho certo. O Corujal ficava no alto da Torre Oeste e era uma sala circular revestida de pedra, um tanto fria, porque nenhuma das janelas tinha vidro. Centenas e mais centenas de corujas de todas as espécies estavam aninhadas ali, em poleiros que subiam até o alto da torre, quase todas adormecidas. identificou a coruja cinza que seus tios a tinham presenteado e foi em sua direção, recebendo um piado fino quando se aproximou. Em Castelobruxo, eles costumavam usar araras azuis no lugar de corujas e pensou por um momento em Bicudinho e em como ele estava.
Um minuto depois, Willy estava pronto, sua bolsinha cheia de cartas, e o instruiu a ser ágil na entrega para que tivesse uma boa recompensa no final, o que não faria muita diferença, Willy receberia um petisco suculento de qualquer forma. Depois de observar a coruja sair pela janela sem cerimônia, a Weasley fez o caminho de volta, mas dessa vez tentando ir para o Salão Principal, contudo não encontrou fantasma algum para lhe orientar e os alunos pareciam nem ter levantado ainda. Milagrosamente ou não, Fred e George estavam vindo em sua direção e não conseguiu evitar o sorriso de alívio.
— Primos! Que saudade.
— Ora, ora, se não é a traidora. — Fred encenou uma carranca digna de Malfoy.
— Como assim traidora? — perguntou, sem identificar o divertimento do garoto ao vê–la confusa.
— Nos deixou para ficar com a Lufa-Lufa — George completou o raciocínio do irmão.
— Não! Claro que não, vocês são meus favoritos. — A menina abraçou os dois pela cintura, observando-os suavizarem as caretas. — E, pensando nisso, vou ajudar vocês com a poção de envelhecimento.
— E como sabe que faremos uma poção assim? — Fred perguntou.
— Nunca faríamos algo para quebrar as regras — George continuou.
— Ou desobedecer um professor — Fred completou a fala do irmão, ao passo que os dois sustentavam a cara mais lavada de todas.
— Então vou vender meu plano a outra pessoa. — cruzou os braços.
— Nós podemos escutar seu plano sem compromisso — Fred disse. — Só não distribua planos por aí.
— Feito. — Eles apertaram as mãos.
— Qual o plano? — George perguntou.
— Existe uma flor, chamada flor da sorte, que otimiza qualquer poção.
— E como não sabemos dela antes? Andou fuçando a estufa?
— Porque ela só é cultivada no Brasil.
— Espera! — Fred pediu. — Não sabemos como a escolha do campeão é feita, como saberemos o nível da poção e se precisaremos dessa flor?
— Pensamos em falar com o diretor — George disse.
— Eu sei como a escolha é feita — disse, descontraída.
— Como? — os dois perguntaram, ansiosos.
— Eu revelo como, se ficarem me devendo dois favores sem justificativa.
— O quê? Isso é um absurdo — Fred bradou.
— Absurdo! — George repetiu.
os olhou sem dizer nada e fez de conta que iria dar meia volta.
— Aceitamos.
— O cálice de fogo escolhe o campeão, mas, uma vez que as regras mudaram, fica difícil saber se ele aceitará seus nomes, por isso precisam de sorte.
Que o drama era uma característica da nova geração Weasley, todo mundo sabia, mas que os gêmeos cediam ao drama de alguém era algo novo. A verdade era que eles amavam testar a ingenuidade da prima e se divertiam com isso.
— Vantagem! Queremos a flor — os gêmeos disseram juntos.
— Mandarei uma carta para Kara, avisando da nova encomenda.
— Estamos ansiosos por esse momento. — Fred esfregou as mãos uma na outra, totalmente empolgado.
— Fique atenta ao nosso chamado, reunião dos associados Weasleys em breve. — George entregou uma pedra.
— O que é isso? — perguntou.
— Uma pedra de aviso. Ela avisa quando temos reunião.
— Isso é muito legal.
— Nós sabemos, sua traíra — os dois disseram juntos mais uma vez.
— Eu não sou traíra! Desculpa, mas o Chapéu que escolheu.
— Nós sabemos, bobinha — Fred foi o primeiro a dizer. — Só achamos muito engraçado o modo como você tenta se desculpar mesmo não sendo sua culpa.
— Sua cabeça fica fumaçando de ideias — George pontuou.
— Vocês são piores que o Saci. — negou com a cabeça sem deixar de rir.
— Quem? — eles perguntaram. — Deve ser um xingamento do Brasil — os gêmeos cochicharam entre si e riu.
— Deixa pra lá, seus espertinhos. Agora me levem até o Salão Principal, estou morta de fome.
Chegando ao Salão Principal, se assustou com a quantidade de alunos sentados à mesa tomando café da manhã e, antes que pudesse se aproximar com os gêmeos, foi parada no meio do caminho por uma Gina um tanto carinhosa.
— Graças a Merlin você não se perdeu. — A mais nova a abraçou. — Estava pensando em como contaria ao papai que você está passando fome em Hogwarts por conta de seu senso de orientação horroroso.
— Ei! Eu só me perdi uma vez e nem conta, porque eu achei os gêmeos e o Salão Principal... consequentemente — disse a última parte mais para si.
— Enquanto vocês discutem, o café da manhã vai sumindo — Rony disse do nada.
— Ron!!! A comida é realmente maravilhosa — disse ao primo, com os olhos brilhando como ele descreveu que ela faria. — Onde está a Mione?
— Ela foi para a biblioteca — Harry se incluiu na conversa também.
— Já? — perguntou.
— Vamos sentar, por favor? — Fred empurrou as meninas de leve.
— Queremos sentar — disse George.
e Gina deram espaço para que eles se sentassem e Gina sentou logo depois. A ruiva mais velha ficou olhando todos sentados, tentando decidir onde sentaria.
— Senta aqui, — uma voz conhecida, mas um pouco distante, disse, a despertando do seu impasse. Era Ellie, que estava sentada à mesa da Lufa-Lufa, acenando.
— Vocês se importam? — perguntou ao grupo que conversava antes.
— Digamos que já imaginávamos esse abandono. — George fingiu enxugar uma lágrima.
— Nem vem, todo mundo está sentado à mesma mesa de ontem — disse, fazendo os gêmeos rirem.
— É a mesa da sua casa, , não é como se você tivesse que escolher — Gina deu de ombros e entendeu o que ela quis dizer.
— Nem é tão longe, nos falamos no almoço, família. — acenou para eles e seguiu para a mesa ao lado, se sentando próxima à Ellie.
— Você sempre acorda tão cedo? — Ellie perguntou assim que a ruiva sentou ao seu lado.
— Normalmente, sou expulsa do quarto, não gosto de atividades matinais
— Acho que Hogwarts já está te transformando.
— Digamos que a cama daqui faz milagres. Eu me sinto novinha em folha.
— Daqui não. Milagres que só a Lufa-Lufa tem — uma menina sentada perto delas disse, chamando a atenção.
— , essa é Joalyn, uma das minhas primeiras amizades em Hogwarts — Ellie apresentou as duas.
— A melhor, antes de você me abandonar pelo time de quadribol — a menina disse, revirando os olhos.
— Você não me disse ontem que era do time.
— Você não perguntou — Ellie riu da falsa cara de choque que fez.
— Pegamos o seu horário, a professora Sprout passou por aqui antes da sua chegada — Joalyn disse enquanto mordia uma tortinha.
— Obrigada! Acabei me distraindo com os gêmeos no caminho até aqui — disse enquanto se servia também.
— Eles parecem ser bem legais a ponto de perder a noção do tempo mesmo — Ellie disse.
— Percebemos que ser discreto não faz parte da família — Joalyn disse para si mesma, mas as outras duas escutaram e a olhou sem entender. A garota realmente não tinha gostado dela ou estava imaginando coisas?
— Escutei que você quase se perdeu, o que acha de umas aulas de direção mais tarde? — Ellie brincou para mudar o foco.
— Não vou recusar — sorriu e concordou com Ellie. — Aposto que você roubou a ideia da Gina.
— Não olha agora, mas o Cedrico Diggory está vindo na nossa direção — Joalyn disse mais uma vez, chamando a atenção das meninas. As duas observaram a loira se arrumar e tentar achar a melhor posição para uma possível parada de Diggory e Ellie revirou os olhos. Joalyn era sua amiga, mas passava um pouco do limite quando o assunto era Cedrico. As duas quase pararam de se falar no ano anterior, porque Ellie não quis marcar um encontro entre a amiga e o seu capitão de time. Ela só perdia, às vezes, para algumas meninas mais novas e de outras casas.
— Olá, meninas! — Cedrico cumprimentou as duas colegas de casa assim que se aproximou.
— Olá, , teve uma boa noite? — ele perguntou diretamente para a ruiva, a olhando do mesmo modo que nas outras vezes, como se todos ao redor simplesmente não existissem. Depois de alguns segundos no costumeiro transe, a Weasley respondeu.
— O–oi Cedrico — ela tentou falar sem deixar transparecer o quão nervosa ele a deixava. — Tive uma das melhores noites da minha vida. O colchão daqui é muito bom. — sentiu a sua bochecha esquentar por motivo algum.
— Fico feliz em saber que os nossos colchões são bons — ele sorriu na direção dela. — Desculpe a falta de educação, esses são meus amigos, Joshua e Tyller — Ced apontou para os dois rapazes que o acompanhavam. Rapazes muito simpáticos, que também jogavam no time de quadribol da Lufa-Lufa. Todos trocaram mais algumas palavras e acenos de cabeça, até que continuaram suas refeições. Ellie e falavam sem parar sobre o time de quadribol da Lufa-Lufa e Joalyn tentava se incluir na conversa das duas, até que não aguentou a atenção não ser exclusiva e saiu com o motivo de falar com uma amiga da Corvinal.
Depois do café da manhã, não poderia pedir uma aula melhor. Defesa Contra as Artes das Trevas com a Grifinória. Claro que tudo foi de mal a pior por conta de Fred e George que nunca se abalavam com nada, mas, na cabeça de , o que Olho Tonto fez em sua aula deveria ser proibido: as maldições imperdoáveis. não se lembrava de Olho Tonto Moody assim, tão frio e ainda mais paranoico. Claro que ele era carrancudo e cabeça dura, mas ele estava em um outro nível de indiferença e loucura, nem se lembrava dela e de como se davam bem.
— Vocês não acharam o Moody um pouco estranho? — perguntou aos gêmeos, ao passo que andavam pelos corredores em direção às suas próximas aulas.
— Achamos que ele está do mesmo jeito de sempre — Fred disse.
— Louco? — ela respondeu de maneira retórica. — Claro que não estou falando disso.
— Ele só deve estar em um dia ruim, — George se pronunciou.
— Ou ele só está louco mesmo — Fred disse outra vez, rindo junto com o irmão.
— Qual a aula de vocês agora? — ignorou os dois.
— Poções com o narigudo — os gêmeos Weasley disseram juntos. — E você?
— Herbologia. Digamos que estou animada. — voltou ao seu estado normal, sem a carranca do assunto anterior.
— Então nos despedimos aqui — George disse e abraçou a prima. — A estufa que você deve ter aula é por aquele caminho — ele apontou para o lado oposto em que eles estavam seguindo.
— Você vai andar um pouco e sair do castelo por esse caminho que estamos te indicando, a estufa vai se tornar visível assim que você pisar do lado de fora — George completou a instrução.
— É tipo uma casinha, fácil, fácil. — Fred bagunçou os cabelos dela.
— Eu sei o que é uma estufa.
— Não precisa agradecer, sua traíra — os gêmeos responderam.
Com as instruções dos primos, não teve dificuldades em encontrar a estufa onde ocorreria as suas duas aulas. Ela estava tão animada com todas as coisas do primeiro dia, por todos que conheceu, conversou e aprendeu, de certa forma, que mal viu o tempo passar. Com um piscar de olhos, já era a hora do jantar outra vez e esse estava regado de confusão. Quando chegou ao salão com Ellie e Joalyn, identificou a cabeleira ruiva de Rony. Malfoy o estava insultando outra vez. se aproximou do amontoado de gente a tempo de escutar as considerações finais do loiro.
— E tem uma foto, Weasley! — acrescentou Malfoy, virando o jornal e mostrando-o. — Uma foto de seus pais à porta de casa, se é que se pode chamar isso de casa! Sua mãe bem que podia perder uns quilinhos, não acha? — olhou para Rony e ele tremia de fúria. Todos o encaravam. A ruiva mais velha não pensou duas vezes em ir até seu primo. Ele estava prestes a ceder às provocações do loiro.
— Não revide e vamos falar com algum professor — ela disse, baixo o suficiente para que somente seu primo escutasse. Rony relaxou seus músculos e olhou para onde ela estava, para confirmar que tinha mesmo outro Weasley ali, e respirou fundo.
— Se manda, Malfoy — disse Harry. — Vamos, Rony… — Ele tentou puxar Rony sem nem notar Weasley ali.
— Ah, é mesmo, você esteve visitando a família no verão, não foi, Potter? — caçoou Malfoy. — Então, me conta, a mãe dele parece um barril mesmo ou é efeito da foto?
— Você já olhou bem para sua mãe, Malfoy? — respondeu Harry. — Aquela expressão na cara dela, de quem tem bosta debaixo do nariz? Ela sempre teve aquela cara ou foi só porque você estava perto dela? — tentou se controlar para não rir, mas era impossível, nunca imaginaria uma resposta daquela vindo de Harry Potter. Algumas pessoas acompanharam a lufana nas risadas e o rosto pálido de Malfoy corou levemente.
— Não se atreva a ofender minha mãe, Potter.
— Então vê se cala essa boca — disse Harry, dando as costas ao sonserino.
Antes que pudesse pensar, se deu conta do que viria a seguir. Draco atacaria Harry pelas costas.
— Protego!
A Weasley se lançou em direção a Harry e conjurou o feitiço de proteção. Várias pessoas gritaram pelo que tinha acontecido, comemorando ou só fazendo ainda mais confusão. Harry virou-se novamente, a tempo de ver com a varinha estendida e Malfoy no chão. A menina estava pálida e Draco, mais pálido ainda, tentando esconder a careta de dor enquanto era ajudado por Crabbe e Goyle.
— Você vai se arrepender, garota! — Malfoy bradou.
— ISSO É UMA AMEAÇA? — Moody surgiu no meio da multidão e entrou no meio dos dois. — Eu o aconselharia a manter a língua bem guardada dentro da boca.
— Meu pai vai ficar sabendo disso! — Draco dizia em completo desespero, querendo sair o mais rápido possível dali, mesmo ainda estando um pouco atordoado.
— Você quer que eu vá terminar de te encher de porrada, Malfoy? — deu um passo na direção do loiro, que se afastou ainda mais, assustado. Todos a olhavam incrédulos, principalmente Rony e Harry.
— Chega! — Uma voz firme e autoritária surpreendeu a todos. — O que está acontecendo aqui? Professor Moody, o senhor estava incitando essa briga? — a professora Minerva se dirigiu ao homem que não disse nenhuma palavra enquanto Draco fazia cara de coitado ao lado da professora.
— A estrangeira selvagem me atacou, professora! — Draco disse, apontando para , que no mesmo instante sentiu o rosto esquentar. Seu rosto ficaria da cor do seu cabelo em um segundo.
— Como você ousa?! — gritou na direção do loiro.
— Silêncio, os dois! — A professora tomou a frente mais uma vez.
— Senhor Malfoy, para a enfermaria agora — ela disse, olhando em sua direção. — Weasleys e Potter, comigo — disse para o trio e, quando já estava de saída, se virou para o professor Moody e o lançou um olhar desaprovador.
— Se me permite, irei levar o Malfoy para as masmorras, onde teremos uma conversa com meu amigo Snape. O garoto não pode sair sem culpa, atacou do mesmo modo — disse o professor calmamente, como se fosse outra pessoa.
— Prossiga — a professora determinou finalmente.
Os alunos foram se espalhando e os três seguiram a professora Minerva para fora do grande Salão. Ela estava claramente irritada, mas mantinha as suas expressões faciais inalteradas. Ela os guiou até o que parecia ser uma sala e parou em frente à porta. Os meninos soltaram um suspiro frustrado e ficou sem entender o motivo. Era a sala de troféus.
— Para que eu não aplique uma punição pior ao uso de feitiços em outro aluno, a detenção de vocês começará justamente agora — a professora finalmente cortou o silêncio.
— Professora, eu lhe peço um momento — tomou a fala, já que previa protestos, que só piorariam a situação, vindos dos grifinórios.
— Tenha seu momento.
— Eu não usei feitiço ofensivo algum, estava protegendo Harry. Draco usou e então fiz o seu feitiço ricochetear.
— Senhorita Weasley, entendo a sua intenção, mas agimos diferente em Hogwarts.
— Desculpe, professora. Não irá se repetir, mas peço que não aplique punição alguma aos dois, eles só estavam sendo provocados.
— , não precisa dizer isso — Rony começou a falar, mas foi interrompido pela professora Minerva.
— Irei notificá-la para a professora Sprout e, vocês dois, não quero mais nenhuma confusão. — Ela respirou fundo e continuou. — Agora, para as suas salas comunais.
O trio se entreolhou e seguiu para o lado oposto ao da professora Minerva.
— A sala comunal da Lufa-Lufa é por este caminho, senhorita Weasley — a professora apontou o caminho à sua frente e despediu–se dos dois meninos com um abraço.
seguiu o caminho apontado sozinha e sem olhar para trás como se conhecesse muito bem o castelo, mas ela não fazia ideia para onde aquele corredor a levaria. O caminho era reto e ela foi seguindo em frente, até que parou entre três caminhos diferentes, uma escada à esquerda, que a levaria para o andar superior, um corredor à direita e uma escada que a levaria para a parte inferior do castelo. Usando seu breve conhecimento de poucas horas, optou por descer. Lembrava que a sua sala comunal não a fazia subir para lugar algum. Depois de descer mais algumas escadas e passar por dois corredores super parecidos, decidiu parar e observar realmente onde estava e ela não fazia a menor ideia.
— Está perdida ou fugindo da professora McGonagall? — Uma voz a despertou do seu transe.
— Cedrico! Você quase me assustou. — o olhou de lado. — Ela nos liberou.
— Isso é um milagre, pensei que teria que buscá-la na detenção — ele disse, um tanto surpreso e curioso sobre o que poderia ter acontecido de diferente.
— Não consigo acreditar, você está triste por eu não estar na detenção? — o encarou com uma falsa descrença.
— Não, claro que não — Cedrico apressou a sua explicação. — Você me interpretou mal, eu só…
— Estou brincando com você, Ced — sorriu na sua direção. — Posso chamá-lo assim, certo?
— Pode — Cedrico disse, fazendo careta, mas sorrindo logo depois.
— O quê? Você não gosta? — tentou se controlar para não pedir milhares de desculpas por ser tão intrometida, mas Cedrico alargou o sorriso.
— Não é o meu apelido favorito, só meus pais me chamam assim — ele disse, passando a mão pelo cabelo, tentando controlar o nervosismo que sentia por estar na presença dela. — Mas você pode me chamar assim, soa bem na sua voz.
— Bem, eu… — ela tentou começar um outro assunto, mas só o que conseguia fazer era abrir e fechar a boca.
— Você foi muito corajosa em proteger Potter e o Weasley.
— Você viu tudo o que aconteceu?
— Claro! Todo mundo viu. — Cedrico riu da careta que ela fez.
— Não acredito nisso, vexame logo no primeiro dia — ela disse, cobrindo o rosto.
— Você conseguiu jantar? — Ced perguntou. — Podemos passar na cozinha, se quiser, só preciso terminar a ronda.
— Você tem que fazer essas rondas todos os dias?
— A maioria dos dias, já que sou chefe dos monitores.
— As pessoas já terminaram de jantar no Salão Principal?
— Sim, mas não tem muito tempo.
— Perdi todo o tempo do jantar tentando achar o caminho de volta? — Cedrico confirmou a sua pergunta e bateu na própria testa. — Então, o que estamos esperando? Vamos terminar essa ronda, senhor monitor chefe. — Ela mudou rapidamente de triste para animada e puxou Cedrico pelo braço.
— Acho que vou te dar aulas de direção — Cedrico disse, sorrindo.
— Entra na fila. — retribuiu o sorriso dele.