Revisada por: Saturno 🪐
Última Atualização: 31/10/2024.Aquele dia havia sido cheio no estúdio de gravação.
Muitas pessoas acham que produzir um álbum é algo fácil para um artista, afinal, ele só precisa chegar lá e cantar ou trocar algum instrumento, mas estavam muito enganadas. O processo até ter o trabalho completo era bastante longo e exigia energia até quando eu já não a tinha para absolutamente nada.
Apesar do cansaço, no entanto, havíamos feito um belo progresso, e eu estava convicto de que aquele era o melhor de todos até ali. O público alvo estaria muito bem servido.
As portas do elevador finalmente se abriram e me despertaram de meus devaneios. Com uma certa pressa, eu saí porta afora e não prestei mais atenção em outra coisa que não fosse no quanto precisava descansar.
Caminhei até a garagem, então passei meu olhar pelo local, procurei meu carro e praguejei mentalmente pelo ambiente ter aquela iluminação fraca.
Levei uma mão até minha nuca, ao sentir a dor nas costas gritar em protesto devido às várias horas em pé, porém não liguei de verdade.
De repente, uma sensação de que alguém me observava tomou conta de mim e me fez parar de andar imediatamente. Lancei mais um olhar ao meu redor e franzi o cenho.
Procurei, procurei e não encontrei nada.
Talvez fosse apenas o cansaço me pregando pressas.
— Com certeza, é — murmurei para mim mesmo, enquanto tentava trazer essa certeza para a minha voz.
Voltei a caminhar e percebi que meu carro estava relativamente próximo.
Apressei então meus passos e meus olhos até ardiam de cansaço. Eu merecia mesmo tirar um sono.
Mais uma vez, a sensação de que ser observado tomou conta de mim e me arrepiou dos pés à cabeça.
Outra vez, não encontrei nada.
Parei diante da porta do motorista e sorri internamente para ela. No entanto, uma fração de segundos depois, meus olhos se arregalaram, porque na terceira vez em que me senti observado, a presença se tornou mais intensa e foi diferente.
Diferente porque a figura se destacou nas sombras e não demorei a identificar a quem pertencia.
Franzi o cenho em surpresa. Como ela sabia que me encontraria ali? Só se estivesse me seguindo.
Abri a boca para questioná-la, porém um sorriso se formou em seus lábios e o brilho maníaco em seu olhar me fez recuar rapidamente.
Com o coração saindo pela boca, me virei rapidamente. Tentei destravar a porta do carro, mas, de repente, o controle não queria funcionar e eu simplesmente não conseguia encaixar a chave na fechadura.
Uma risadinha baixa escapou da parte dela e a próxima coisa que senti foi uma dor lancinante na cabeça.
Imediatamente fiquei tonto, meus olhos pesaram e eu ainda tentei balbuciar alguma coisa, quem sabe fazê-la retomar a razão, porém, no fundo, sabia que era inútil.
Eu devia ter previsto aquilo desde o início. Deveria ter me afastado quando ainda havia tempo.
Mas será que havia?
Outra pançada em minha cabeça atrapalhou o restante do meu raciocínio.
E, sem conseguir reagir, simplesmente desmaiei.