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Revisada por: Júpiter

Última Atualização: 16/08/2024
Eu sentia o vento batendo forte em meu corpo, fazendo meus pêlos balançarem em sincronia com o ar. No entanto, eu ainda não me sentia livre. Não importava o quão rápido eu corresse, ainda o sentia atrás de mim, cada vez mais próximo.
"Me deixa em paz, Tate!" pensei, me comunicando com ele como podia, porque era assim que lobos se comunicavam, além dos clássicos uivos e latidos. Pelo menos os transmorfos, e isso é o que eu sou.
Meu nome é , tenho dezoito anos e sou uma loba transmorfa. Descobri com 15 anos quando tive minha primeira, dolorosa e traumática transformação. Também descobri que herdei isso de Carlos, o meu pai, o responsável por me ensinar tudo o que eu sei até onde pôde, antes de ser assassinado junto com minha mãe enquanto tentavam me defender a dois anos atrás. O assassino? Ele estava bem atrás de mim.
Tate era um lobo obcecado por mim e fez de tudo para conseguir me aprisionar no muquifo que ele chamava de "casa". Eu morava em Clallam County e, depois que meus pais morreram, ele me trouxe para a casa dele com a promessa de que cuidaria de mim, e eu acreditei, antes de descobrir que ele atacara meus pais. Esse infeliz acabou com minha vida, me acorrentou, não me alimentava e me impedia de virar loba. Depois de longos anos, eu finalmente consegui fugir dele. Só que ele não ia desistir tão fácil.
"Você se acha tão forte, docinho, mas não é nada sem mim!" ele rosnou em resposta, aumentando a velocidade de sua corrida. Quando eu arrisquei olhar para trás, ele havia sumido. Olhei para todos os lados e não o encontrava. Isso não era nada bom, então aumentei minha velocidade para não dar chance de ele me atacar. Contudo, era tarde demais. Senti um empurrão na lateral do meu corpo e me vi sendo arremessada contra uma árvore grossa e antiga. Resmunguei de dor com o impacto, tentando me levantar e falhando ao sentir uma mordida na perna traseira, meu corpo foi imediatamente arrastado pela mata. Comecei a dar chutes e um deles acertou seu rosto em cheio, o fazendo cair desacordado. Inconsciente, ele voltou à sua forma humana. Com muito esforço, consegui me levantar e me aproximei dele, vendo que sua cabeça sangrava. Meu Deus, seria possível que eu o matara? Eu havia finalmente me livrado daquele monstro?
De repente, ele abriu os olhos e agarrou meus pelos, me olhando com ódio. Mordi seu braço com força e o fiz me soltar, dando uma cabeçada nele, o fazendo cair de novo, aproveitando-me da sua fragilidade humana. Saí mancando, ainda em forma de lobo, e me afastei o máximo possível dele, até ganhar vantagem, antes que ele acordasse para vir atrás de mim (e eu precisaria de muita vantagem, já que não podia mais correr).
Eu andei pelo que pareceram horas, sempre beirando a estrada para que eu não me perdesse em uma mata desconhecida, deixando um rastro do sangue que saía em abundância do meu machucado. Minha perna doía a cada passo, e era possível que eu tivesse quebrado alguma costela. Uma vantagem de ser loba é que eu já podia sentir meu corpo se curando, no entanto, não seria um processo rápido, se eu não parasse para descansar. O problema é que eu não podia parar, tinha que continuar andando.
Então, andei mais, e mais, andei até perder totalmente a noção do tempo, até perceber que estava escuro demais para a minha própria segurança. Eu não aguentava mais, já estava me arrastando ao invés de andar.
Foi quando eu ouvi um farfalhar de folhas e galhos quebrando. Em alerta, olhei em volta, com o pavor dominando minha mente e acelerando meu coração, sabendo exatamente quem poderia ser. Foi quando ele apareceu, na sua forma humana, com um taco de baseball na mão, o mesmo taco que ele usava para me bater quando eu o desobedecia. Como ele havia ido da floresta para casa e para onde eles estavam, em tão pouco tempo, era realmente um mistério que eu não estava disposta a desvendar.
— Achou mesmo que eu não ia te encontrar, né? — murmurou, dando uma risada que me deu um frio na espinha.
Esse era o meu fim, igual ao dos meus pais, pelas mãos da mesma pessoa. Eu já não tinha mais força para correr ou lutar, tudo o que me restou foi chorar e uivar, sem esperança que alguém me socorresse a uma hora daquelas. Tate foi se aproximando, com o taco levantado, e só deu tempo de eu fechar os olhos antes de sentir a primeira pancada. Esperei por outra, rezando para que minha morte fosse rápida e acabasse com aquela dor, mas não veio. Quando abri meus olhos, com certa dificuldade, vi que havia outro lobo ali, rosnando para ele. Tate se transformou em lobo, rosnando de forma ameaçadora, e tentou atacar. Porém, o outro lobo era gigante, muito maior que Tate, com pêlos marrons e sedosos que minha mente confusa e perdida sentiu vontade de poder tocar; ele foi muito mais rápido. O lobo correu até Tate e o jogou longe, e a última coisa que vi foi Tate sair correndo e o outro lobo se aproximando de mim.
"Qual o seu nome?" o lobo questionou, sua voz grave e preocupada invadia minha mente. Algo se remexeu dentro de mim, ao mesmo tempo que eu tentava pescar a informação básica em minha memória, me surpreendendo por ela não estar na ponta da minha língua.
"..." respondi, tentando organizar meus pensamentos. Tudo girava, e eu já não conseguia manter os olhos abertos.
", confia em mim, vai ficar tudo bem" ele falou antes de se transformar novamente em humano. Seus traços embaçados foram tudo o que eu vi antes de finalmente apagar.



Continua...


Nota da autora: SURPRESA! Vocês pediram muito, de verdade, sem exagero, e Moon Child voltou! Reescrita, melhorada, mas a mesma MC de sempre <3 Espero que gostem da minha primeira filha, ela tem um lugar especial no meu coração.
Obrigada a todos que pediram a volta da querida, obrigada, Luasi, por betar ela tão lindamente e por nunca desistir dessa história (e de todas as outras).
NÃO ESQUEÇA DE COMENTAR!!! Até o próximo capítulo! <3

Nota da beth: Eu sinto que ganhei uma medalha olímpica com essa história voltando a ser postada, depois de passar dois anos insistindo pra você não desistir dela 🗣️🗣️😭😭
Amo, amo e amo💜

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