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Codificada por: Cleópatra

Última Atualização: 09/11/2024

estava sentada na janela, o sol se pondo, enquanto adiava o máximo possível o inevitável: arrumar suas coisas. Os dias de verão estavam se aproximando do fim e, com eles, as férias também, o que significava que devia arrumar o seu malão o mais rápido possível para voltar à escola. Não é que não gostasse de lá, mas não podia negar o quão trabalhoso que era fazer isso.
Além disso, naquele ano, estava acontecendo na Grã-Betanha a Copa Mundial de Quadribol e todos os seus amigos bruxos estavam lá. Por ser nascida trouxa, seus pais não se importaram de a levar e não confiaram nos pais de seus amigos. Embora eles aceitassem a filha, não significava que eles eram muito favoráveis a essa história de magia. Ainda tinham a esperança de que ela se decidisse por uma carreira trouxa quando terminasse a escola, como uma engenharia da vida ou medicina. Mas eles não compreendiam que, para isso, ela teria que abdicar de uma parte de si. E, por isso, apesar de evitar discutir com eles, a perspectiva da vida que eles tinham para estava bem longe do que ela queria. A carta em cima da bancada era mais uma comprovação disso.

RESULTADOS NOS NÍVEIS ORDINÁRIOS DE MAGIA
Notas de aprovação
Ótimo (O)
Péssimo (P)
Excede Expectativas (E)

Notas de reprovação
Deplorável (D)
Aceitável (A)
Trasgo (T)

RESULTADOS OBTIDOS POR CELINE BIANCHI
Estudo dos Trouxas O
Aritmancia E
Astronomia A
Defesa Contra as Artes das Trevas O Feitiços O
Herbologia E
História da Magia A
Poções O
Transfiguração O
Trato das Criaturas Mágicas E

A espera dos seus N.O.M.s tornaram cada chegada de uma coruja uma tortura e pior ainda era não poder demonstrar tanto interesse na frente de seus pais, já que aquilo era importante para seu futuro no mundo bruxo. Mas abrir aquela carta havia valido completamente a pena. Não esperava resultados impecáveis e, com isso, tinha um motivo para desistir de História da Magia e Astronomia, que sempre a deixavam entediada.
Respirou fundo, sabendo que não podia mais adiar, e fechou a história em quadrinhos que estava lendo (nem gostava tanto do Batman, mas tudo parecia mais interessante do que ajeitar o malão). Faltava uma semana para as aulas e ela tinha que deixar tudo pronto para receber apenas os novos livros que compraria na próxima semana no Beco Diagonal. Ah, e seu traje a rigor que, estranhamente, estava na sua lista de materiais.
Naquele momento, sua coruja Estrela entrou, trazendo o Profeta Diário, o jornal dos bruxos, e mais algumas cartas.
— Estava com saudades já. Fez boa viagem? — falou, enquanto Estrela pousava do seu lado, bicando carinhosamente o seu dedo enquanto lhe dava biscoitos.
Estava receosa de ler o jornal e ver várias notícias da Copa, então foi acender a luz para ler as cartas dos amigos:

, você não vai acreditar! Os lugares secretos que mamãe conseguiu eram do lado do camarote!
Mas fique tranquila que nós ainda iremos juntas para uma Copa Mundial de Quadribol — nem que seja do outro lado do planeta!
Papai me deu um dinheiro para a viagem e pretendo comprar um presente para você.
Espero que os búlgaros ganhem com aquele Vítor Krum! Quem diria que eu vou estar no mesmo ambiente que ele... Isso que é quadribol de verdade, e não aquelas bolinhas que os sonserinos batem com seus braços murchos.
Mal posso esperar para te encontrar logo! Mas já te aviso: não passei mesmo no N.O.M.s de Transfiguração. Pelo menos eu vou largar Adivinhação e espero que você largue alguma coisa para termos um tempo livre juntas. Por favor, estude menos. E não conte seus resultados para a minha mãe.
Até dia primeiro!


era a melhor amiga de desde o momento que elas foram colocadas na mesma casa e começaram a compartilhar o dormitório. Foi que, sem praticamente conhecer , a visitou na enfermaria depois de poucos dias de aula, quando ela desmaiou na aula de voo. Depois disso, viraram melhores amigas.
Mesmo falando da Copa, sempre conseguia animá-la. Então, assim, passou para a segunda carta:

Querida ,
Espero que suas férias de verão estejam sendo explêndidas!
Hoje eu fui ao Beco Diagonal (eu sei que ainda falta uma semana...) e comprei tudo. Estou tão animada! Mesmo não tendo tirado um Ótimo no N.O.M. de Poções, e eu sei que o Snape não vai permitir que eu continue na turma... Mas, pelo menos, passei em todos os outros, embora esteja pensando se vou continuar com Transfiguração. Falo isso sem preocupações para você porque tenho certeza de que foi ainda melhor que eu.
Esses dias, eu passei em uma loja trouxa e vi o que vocês chamam de “tevevisão” (escrevi certo?) e estava passando umas imagens engraçadas e coloridas. E tinha um cachorrinho adorável que falava e tinha quatro amigos humanos. Os trouxas são tão interessantes! Vocês, por acaso, têm uma dessas em casa?
Estou ansiosa para te encontrar na estação. Falta tão pouco!
Beijos,
P.S.: Rob te mandou oi!

Apesar de sempre ter sido da Grifinória e elas dividirem o dormitório, as duas nunca se falaram muito até o ano anterior, quando se sentou com ela e em uma aula de Feitiços. Diferente de , que era pura energia e espontaneidade, era um pouco mais tímida, formando quase dois opostos, mas elas se davam muito bem. Robert era o irmão de , um ano mais novo e que estava na Corvinal, e, de vez em quando, saía com elas por insistência da irmã.
tivera o tato de não comentar sobre a Copa Mundial, apesar de provavelmente estar igualmente animada com o evento. E assim, sem poder mais evitar, pegou o Profeta, derrubando-o instantaneamente.
Não era possível.
Muito diferente da capa com o resultado da partida final, como ela esperava, uma grande caveira com uma serpente projetadas no céu estavam nas manchetes. O título da reportagem não ajudava a acalmar: CENAS DE TERROR NA COPA MUNDIAL DE QUADRIBOL. Apesar de ser nascida trouxa, sabia muito bem o que aquilo significava. Arrepios subiram por seus braços.
Aquela era a marca de Você-Sabe-Quem. A Marca Negra.
E se seus amigos estivessem feridos? Ou... pior?
Ela leu rapidamente as páginas, até encontrar que não houveram mortos, apenas alguns trouxas assustados. Seu coração começou a voltar ao ritmo normal.
Os gritos de seus pais no andar de baixo a despertaram daquele horror.
— Hugo, você sabe que as aulas começam semana que vem! Não podemos mais evitar, temos que levá-la àquele lugar horrível! — Era a voz estridente da mãe, mais uma vez, brigando com o pai. Sabia que estavam discutindo sua ida ao Beco Diagonal.
Não ia deixar mais nenhuma coruja, carta, preguiça e até mesmo notícias chocantes de impedi-la de arrumar suas coisas. Era melhor que seus pais não tivessem uma desculpa para mantê-la afastada de Hogwarts.

⭐⭐


A caminho da estação King’s' Cross, encostou a cabeça na janela do carro, enquanto refletia sobre a última semana.
Hugo, seu pai, estava a levando para a estação, de modo que Janice, sua mãe, a tinha levado ao Beco Diagonal. Seu lado mágico parecia ser um fardo tão grande que eles precisavam dividir as obrigações.
Apesar da sua visita ter sido apressada, como sempre, por sua mãe, ficou apreciando o máximo que podia tudo ao redor. Aproveitou também para tentar sondar informações sobre as preocupações gerais, mas ouviu apenas comentários como:
— Esses repórteres estão ficando cada dia mais criativos!
— Foi uma pegadinha ridícula! Só para apavorar os torcedores.
— Não sei como o Ministério não capturou ninguém, será que tem dedo do ministro nisso?
Cada comentário era mais fantasioso que o outro, mas de uma coisa ela tinha certeza: ninguém estava levando isso a sério.
Embora estivesse muito preocupada com todos os seus amigos que estiveram na Copa, não pôde negar que tinha esperança de a Marca Negra abafar um pouco os gloriosos tempos de jogo. Talvez um pouco egoísta da sua parte, mas não podia negar a inveja de todos que tinham frequentado o evento, especialmente agora que sabia que o perigo não parecia ter sido real.
Comprando seu vestido para cumprir a categoria de vestes a rigor, só pode ouvir pais e alunos comentando:
— Mas que grande jogada do Krum!
— Não acredito que a Bulgária perdeu por tão pouco!
— Perdi 10 galeões para aquele Bagman. Apostei que o jogo duraria uma semana! Ah, aquele apanhador Búlgaro não deixa pra ninguém!
— Não tinha dúvidas que a Irlanda ganharia, foi pa!, da goles e pum!, balaço pra longe e ah! Era um golaço!
Alguns comentários a faziam rir e até era bom para ficar por dentro do assunto quando encontrasse seus amigos. Mas, ah, tudo parecia um enorme lembrete do evento que não pôde ir!
Seu pai puxou o freio de mão e Estrela começou a piar, de modo que acordou de seu devaneio. Ajeitaram suas coisas em um carrinho e foram em direção às plataformas 9 e 10. Ali, de vez em quando, sem nenhum trouxa passar, um bruxo atravessava para a plataforma 9 ¾, onde esperava o expresso para Hogwarts.
Quanto mais perto chegavam da barreira, mais nervoso seu pai ficava. sabia o quão nervoso ele ficava com magia e, por isso, viu o alívio palpável quando ela avistou .
— AY!
— LINE!
As duas amigas foram se abraçar, quase derrubando os carrinhos e fazendo uma grande confusão. Antes mesmo que terminassem de se cumprimentar, Hugo falou:
— Bom dia, Sr. e Sra. Carter. Olá, . Olha a hora. Melhor vocês irem andando e eu também. O trânsito vai ficar muito ruim. Você fica bem com eles, certo, filha?
O pai estava quase suplicando e nem deixou responder para sumir em um piscar de olhos.
— Oi, Sr. Carter. Como vai, Sra. Carter? — cumprimentou . Ela adorava o pouco que conhecia dos pais de e sonhava que, ao se tornar maior de idade do mundo trouxa (um ano depois do mundo bruxo), ela ganharia maior liberdade para visitar a amiga e seus pais.
— Olá, ! — disse a Sra. Carter. — Vamos, apenas 15 minutos para o trem partir e temos muitos malões para deslocar.
Para não chamar atenção dos trouxas, e foram na frente e atravessaram a barreira. O casal Carter apareceu logo depois. e foram direto achar uma cabine para colocar seus malões, depois, voltaram para se despedir. Os pais de sempre trataram como outra filha, mesmo eles se encontrando poucas vezes. A melhor delas havia sido quando passou o Natal com eles no terceiro ano. Esse ano, ia passar o Natal em casa, como todos os outros, à exceção desse especial natal com magia.
Estavam já voltando para o trem, quando ouviram alguém chamar:
, , esperem!
Elas olharam para trás e lá estava chegando toda elegante com sua coruja e seu malão. Ao seu lado, estava um garoto alto que demorou muito para perceber que era Robert. Até maio, o menino tinha a sua altura.
Os quatro se cumprimentaram, todos vestidos de trouxa.
— Ei, adivinhem! — Rob comentou, animado. — Virei monitor!
— Papai e mamãe ficaram muito orgulhosos — falou, genuinamente feliz pelo irmão, mas havia uma pontadinha de chateação em sua voz.
— Mandou bem, dependendo do ponto de vista — disse, dando de ombros.
— Parabéns, Rob! Sabe, você daria uma excelente monitora também, tentou falar, delicadamente. Era difícil dizer isso quando ela mesma era monitora que havia sido escolhida no lugar de .
ficou meio constrangida ao perceber o quanto estava sendo transparente.
— Claro que não — ela rapidamente colocou. — Eu não teria coragem para brigar com os alunos.
— Quem olha para a carinha de anjo da também acha que não, mas pobres os alunos que decidem falar perto dela em véspera de prova. — respirou fundo, de forma drama, fazendo a olhar furiosa.
Ajudaram a colocar suas coisas dentro da cabine, agora Estrela na companhia de Relâmpago, o gato agitado e cinzento de , e Manhoso, a coruja gentil e malhada de . Ouviram o apito do trem e se despediram de Robert, que ia receber as instruções de monitor, e , que tinha que instruir os monitores mais novos e depois patrulhar os corredores por um tempo.
, uma outra amiga das meninas, chegou e cumprimentou todos, logo se instalando no compartimento com as outras meninas. Quando fechou a porta, se despedindo delas, todas já estavam conversando.
Ela e Robert seguiram pelo corredor, passando pela família Weasley, em que o filho mais novo, Ronald, se ela não estava enganada, gritava:
— Mamãe! Que é que vocês três sabem que nós não sabemos?
Passaram rápido por ali e chegaram no carro dos monitores, que era maior que o normal para poder receber todos.
— Ah, Sr. Blanck, Srta. , vocês chegaram! — o monitor da Lufa-Lufa do mesmo ano que ela, Cedrico Diggory, os cumprimentou. Ele era o exemplo de bom aluno, bom monitor, bom amigo, bom tudo. Às vezes, dava até nervoso o quão perfeito ele era, mas, nesses momentos, abstraía o resto e observava um pouco sua beleza. Não que fosse tããão frequente. Mas fazer o quê se o garoto realmente era bom em tudo, até na aparência?
Levaram quase uma hora para todas as funções dos monitores serem apresentadas para os mais novos, além de relembrada para os mais antigos. Depois, teve a apresentação dos monitores chefes de cada casa, além de terem relembrado algumas das regras mais importantes. Após todo esse discurso, eles finalmente foram liberados. começou patrulhando as cabines do fundo com Joanne Miller, a nova monitora do quinto ano da Grifinória e, depois, inverteria com Kyle (o monitor do seu ano e seu amigo) e Jonathan, o novato.
A nova monitora era uma menina tímida, mas determinada, sempre atenta, o que fez com que tivesse que segurar a risada várias vezes, como quando Joanne espiava dentro de uma cabine e logo depois voltava a conferir, como se tivesse pegando os colegas de surpresa.
Depois de um tempo que elas consideraram suficientemente bom, elas trocaram com os meninos, se despediram e cada um foi para sua cabine.
se acomodou do lado de e de frente para e , que comiam sapos de chocolate. Droga, ela tinha perdido o carrinho de guloseimas.
Sabendo o que estava pensando, lhe ofereceu um dos seus sapos de chocolate.
— Dividimos uns extras para você — ela disse como se não fosse nada.
sorriu, agradecida, para as meninas e começou a comer, exalando felicidade pelo doce na boca. Conferiu a figurinha e viu que tirou Salazar Slytherin.
— Alguém ainda não tem? Eu tenho 3 desse.
— Ah, acho que é o último fundador das casas que falta para Rob! — falou, e a amiga lhe entregou a figurinha. — Inclusive, quem são os monitores chefes desse ano, ?
— Ah, os esperados — ela falou meio embolado, ainda mastigando. Engoliu o chocolate e continuou. — Reed da Grifinória, Devens da Lufa-Lufa, Boot da Corvinal e Plínio da Sonserina.
— Que papo chato, . AH, LINE, OS SEUS PRESENTES! — se lembrou, saltando da cadeira imediatamente para alcançar o malão, assustando o gato de , Froz, que pulou na cara de .
— Ah, me desculpa! — disse, tentando tirar o gato, que só fixou as garras na cara de sua vítima. Quando finalmente Froz foi retirado, uma descabelada, arranhada e um pouco assustada estava agora no assento. Mesmo assim, ainda olhava para o bichinho com o maior amor.
— Me desculpa — choramingou de novo, mas agora pegando a varinha e murmurando alguns feitiços de cura que, apesar de não estarem no nível de Madame Pomfrey, foram muito bons.
— Uau, , seus feitiços estão melhorando muito! — elogiou a colega.
— Ah, só os de cura. Estou pensando em ser uma Curandeira do st. Mungus um dia, então andei treinando. Mas muito obrigada — , que estava ainda mais envergonhada agora, afirmou timidamente. Enquanto isso, ainda tentava fazer carinho em Froz.
— Enfim, aqui estão! — disse, colocando alguns objetos em suas mãos.
analisou a miniatura de um jogador de vermelho que voava na sua mini vassoura.
— Ah, esse é o Vítor Krum! — comentou, parecendo perder a timidez e se esquecer do incidente. — Me arrependi tanto de não comprar a miniatura dele! Ah, o jeito que ele capturou aquele pomo…
— Ele fez uma Finta de Wronski e tudo. Ah, ele é sinistro em campo! Tinha acabado de levar um balaço, estava em desvantagem e, mesmo assim, capturou o pomo. Bom, eles perderam, mas que captura!
começou a pular nos bancos e tentar imitar as manobras, enquanto elas se desviavam de todos os braços e pernas que vinham sem aviso em suas direções. nem teve tempo de sentir inveja de não ter visto ao vivo, só medo de ser atingida.
— Poxa, nem contei pra vocês! — disse, se sentando, subitamente séria.
— O quê? — questionou, sem poder conter o interesse.
— Decidi tentar me inscrever no time de quadribol novamente!
, isso é ótimo! — falou, realmente feliz pela amiga.
Quando estava no segundo ano, fez o teste para artilheira e rapidamente entrou no time, pois era realmente muito boa, mas, no dia da final, ela ficou tão chateada que perdeu que bateu com a vassoura na cara de um lufano que estava a provocando. Madame Hooch deu falta e tirou 20 pontos da Grifinória, mandando aprender a controlar seu comportamento, se não seria proibida de jogar. Mas a menina, no entanto, respondeu:
— Não precisam me proibir de nada, eu saio por conta própria, seus panacas! — E saiu mostrando o dedo feio, o que lhe gerou uma semana de detenção.
No ano seguinte, ela foi substituída por Katie Bell, uma menina um ano mais nova, e jurou que não voltaria para o time e que eles iriam muito mal sem ela. Bom, isso realmente estava acontecendo até que, finalmente, no ano passado, a Grifinória ganhou e, ao que parecia, isso havia feito baixar a bola.
— Eu pensei melhor e eu era imatura — continuou. — Assistir a Copa Mundial me fez perceber que eu não quero desistir do Quadribol e que me controlar para jogar até que vai valer a pena.
As meninas brindaram com suco de abóbora na cabine pela volta de e conversaram sobre todas as possibilidades de vitória da Grifinória que agora estava sem Olívio Wood, o goleiro.
— Quem sabe a artilheira que sair vai para o gol — disse, presunçosa.
— Isso é horrível de se dizer! — disse, embora torcesse para a amiga jogar como queria.
— É apenas inevitável — replicou, dando de ombros.
— Só tente não dizer coisas “inevitáveis" perto de Angelina e Alícia — falou, se referindo às outras duas sextanistas. — Não quer elas te evitando de novo, certo?
Quando saiu do time, as duas meninas, também artilheiras novas, ficaram um mês sem falar com ela, o que foi bem desconfortável, já que dividiam o mesmo dormitório.
Naquele momento, a escuridão começou a adentrar na cabine.
— Puxa vida, já estamos chegando! Vamos trocar de roupa logo, eu tenho que ajudar os alunos novos a desembarcarem do trem!
— Ai, , desde o ano passado, perdemos você para os pirralhos! — falou, dramática.
— Ei, meu irmão tá entre eles! — protestou, rindo.
— Então você concorda que são pirralhos — colocou.
— Em nome do meu irmão, eu diria pestes — ela falou, maliciosa, fazendo todas rirem, até , que protegia tudo e todos.
— Bom, eu vou lá com as minhas pestes.
saiu com suas coisas pelo corredor, onde algumas poucas pessoas já se espreitavam para fora, também ansiosas.
“Caramba, como é bom estar de volta!”, ela pensou.



Quando o trem finalmente parou, uma enorme tempestade caía em todos ali. conduziu os alunos de primeiro ano junto com os outros monitores até o professor Hagrid, o que não foi difícil, visto que ele era duas vezes maior do que qualquer um ali presente — e não só de altura.
— Boa noite, prof. Hagrid! — ela gritou por cima das trovoadas.
— Ah, , boa noite! — ele gritou de volta, apressando os alunos novos encharcados para dentro dos barcos.
Ao ver que eles já estavam instalados, correu para pegar uma das carruagens sem cavalos, pisando em várias poças no caminho, já sem se preocupar em não se molhar, pois sabia que até suas roupas íntimas já estavam encharcadas com a tempestade. Esperava pegar uma carruagem sozinha, mas encontrou as meninas esperando por ela, segurando Estrela, que tremia de frio.
— Malucas, o que estão fazendo aqui?! — Apesar de tentar soar irritada, se sentia extremamente grata. Viu outra carruagem atrás sendo formada por Joanne, Jonathan e Kyle.
— A chuva pareceu agradável — brincou.
— Entra logo, deixa pra ficar emocionada depois! — falou, e era a sua forma de dizer que amava .
Elas seguiram pelo caminho escuro até o castelo. Se já não estava enxergando nada, ela imaginava o que estava passando, pois, além de encharcada, ela usava óculos.
Quando a carruagem parou, elas subiram correndo os degraus de pedra para poderem entrar no castelo, sofrendo empurrões e dando alguns também. Mas tudo valeu a pena quando entraram no calor e na segurança da escola.
Acharam que tudo estava finalmente tranquilo, porém, naquele momento, viram apenas um grande borrão vermelho e ouviram um grito:
— ARRE!
Todos olharam para cima e lá estava Pirraça, o poltergeist, lançando balões de água nos alunos, que pingavam e tremiam de frio. A grande massa começou a se debater para tentar sair de sua mira, e , sabendo que talvez aquele fosse seu momento para se provar uma monitora digna, manter a compostura e instaurar a ordem, somente conseguia pensar em fugir desesperadamente do ataque.
— PIRRAÇA! — Ela ouviu uma voz autoritária berrar. — Pirraça, desça já daí, AGORA!
se arrepiou ao ouvir a bronca da Professora McGonagall, mesmo não sendo para ela, e a viu saindo para a escadaria principal, onde eles estavam, no entanto, ela escorregou no caminho e agarrou uma aluna para evitar cair.
— Ai... desculpe, Srta. Granger...
— Tudo bem, professora!
— Pirraça, desça aqui AGORA!
— Não to fazendo nada! — o poltergeist disse, gargalhando e jogando mais uma bomba de água, agora em um grupo de garotas do quinto ano que saíram correndo e gritando. — Já molharam as calças, foi? Que inconvenientes! Ihhhhhhh! — E mais um borrão vermelho caiu em um pobre grupo de alunos do segundo ano que acabara de chegar.
— Vou chamar o diretor! — a Professora continuou, firme. — Estou lhe avisando, Pirraça...
Pirraça, então, finalmente se retirou, mas claro que não sem antes jogar a última bomba de água para o alto que caiu, com um baque frio, nas costas de , que não conseguiu fugir a tempo.
— AI! — Foi tudo que ela teve forças para gritar, simplesmente derrotada. Por enquanto, estava frio demais para sentir a pancada, mas sabia que ia doer no dia seguinte.
— Bom, vamos andando, então! — disse a professora autoritária para os alunos. — Para o Salão Principal!
O Salão estava tão quente, em contraste com a tempestade gelada, que parecia ainda mais mágico aquela noite. As taças de ouro espalhadas pelas longas mesas brilhavam sob as velas penduradas no teto. O céu encantado nunca deixava de tirar o fôlego de : e não só porque era nascida trouxa. Diversos alunos, mesmo puro sangue, nunca haviam visto uma magia como aquela em qualquer outro lugar.
As quatro garotas se sentaram em uma das mesas que ficavam nos cantos: a mesa da Grifinória. Se ajeitaram perto dos outros sete alunos do sexto ano: Kyle Ackerley, o monitor; Lino Jordan, que era locutor dos jogos de quadribol da escola; George e Fred Weasley, os gêmeos ruivos que estavam sempre aprontando; Tyler Madley, o melhor amigo de Kyle; Angelina Johnson, artilheira do time de quadribol; e Alícia Spinnet, sua melhor amiga e também artilheira da Grifinória.
— Puxa vida, ainda temos que esperar a musiquinha do Chapéu Seletor e a seleção de todas as crianças! — murmurou.
— Ah, mas é tão bonitinho! — acrescentou.
— É, mas ser bonitinho não vai matar a minha fome! — disse, ao mesmo tempo em que seu estômago roncava alto.
não teve nem forças para concordar, parecendo quase uma inferi naquele momento, devido a sua imobilidade e falta de reação, frutos de sua fome.
A cerimônia já seria uma eterna demora e parecia ainda pior que não parecia nem mesmo a ponto de começar.
— Ah, eu já não aguento mais! — disse, enquanto, ao seu lado, batucava na barriga como se ela fosse um tambor.
A frase acabara de ser dita e as grandes portas do Salão Principal se abriram, silenciando as quatro mesas imediatamente. A Professora McGonagall entrou, seguida de uma fila de alunos que pareciam ter acabado de tomar banho vestidos. A cena ficava ainda mais estranha com a adição de um dos menores alunos que estava quase invisível sob o casaco de Hagrid. Ele olhou para alguém da mesa da Grifinória e ergueu os polegares.
— Caí no lago! — ele exclamou, tão animado que parecia estar contando sobre seus presentes de Natal.
— Estão vendo o menino loiro de óculos? É meu irmão! — falou.
O irmão de era uma gracinha e não parava de tagarelar com o garoto ao seu lado, mesmo se tremendo de tanto frio.
O tradicional banquinho de três pernas foi colocado na frente de todos e, sobre ele, um chapéu tão velho e esfarrapado que era difícil de acreditar que era tão mágico. Todos observaram quando um rasgo apareceu como uma boca e o Chapéu Seletor começou a cantar.
Foi uma ótima canção sobre a fundação da escola, das casas, os fundadores e de sua própria criação. Quando ele terminou, diversos aplausos inundaram o salão principal, embora suspeitava que nem metade tivesse escutado, ainda molhados e com fome.
Os aplausos cessaram e a Professora McGonagall desenrolou um longo pergaminho.
— Quando eu chamar o seu nome — ela começou, se dirigindo aos novos alunos. —, ponha o chapéu e se sente no banquinho. Quando o chapéu anunciar sua casa, vá se sentar à mesa correspondente. — E leu o primeiro nome. — Ackerley, Stuart!
— É meu primo! — Kyle falou, carinhoso, para ninguém em especial.
— Corvinal! — o chapéu anunciou.
— Tudo bem, ficou com a segunda casa mais legal — o monitor disse.
concordou mentalmente com ele. Ela e Kyle se davam muito bem por concordarem em muita coisa, por isso a amizade entre eles sempre tinha sido fácil.
A cerimônia seguiu normal como sempre: dava pena dos alunos nervosos, e eles também eram tão fofinhos! Mas a seleção parecia particularmente demorada quando se estava morrendo de fome e encharcada.
O único momento em que elas prestaram atenção foi na seleção do irmãozinho de , que acabou na Grifinória, radiante com a escolha. mostrou os dedões erguidos para cima e o menino, Peter, só faltou saltitar para seu lugar.
Finalmente, “Whitby, Kevin!” foi selecionado para Lufa-Lufa e a seleção se encerrou. O diretor Dumbledore, então, se levantou, e os olhares famintos e ansiosos o acompanharam.
— Só tenho duas palavras para lhes dizer… — A sua voz ecoando pelo Salão. — Bom apetite!
As travessas se encheram magicamente na frente de todos, fazendo pegar uma grande colherada de purê de batata e se atirar ferozmente sobre o frango. Até , toda educada, estava com os olhos ávidos, enchendo um prato do tamanho de sua cabeça.
— Ah, eu amo o jantar, simplesmente amo! — falava, ainda mastigando e lambendo partículas de comida que escapavam de sua boca para seu queixo.
— Nada no mundo deve ser melhor do que comer — concordava, sentindo cada sabor perfeito descer por sua garganta.
— Com toda certeza! — exclamou, antes de colocar mais um bolinho de carne na boca.
A boca de só abria para colocar mais comida para dentro, então ela só sacudiu a cabeça em concordância.
Depois de vários pratos, as travessas se esvaziaram e tornaram a se encher de doces.
— Isso está ficando cada vez melhor! — disse, um pouco tonta de tanto comer.
— Ah, torta de caramelo! — exclamou. — Bolo de chocolate recheado! Qual comer primeiro?
— Por que não os dois? — exclamou, antes de colocar um de cada, inteiros, na boca.
— Isso sim que é magia! — comentou com , assombrada.
Quando as travessas de doces novamente foram devoradas, Dumbledore se levantou para falar, cessando todas as conversas.
— Então! — ele exclamou, sorrindo convidativo para todos. — Agora que já comemos e molhamos também a garganta, preciso mais uma vez pedir sua atenção, para alguns avisos. O Sr. Filch, o zelador, me pediu para avisá-los de que a lista de objetos proibidos no interior do castelo esse ano cresceu, passando a incluir Ioiôs-berrantes, Frisbees-dentados e Bumerangues-de-repetição. A lista inteira tem uns quatrocentos e trinta e sete itens, creio eu, e pode ser examinada na sala do sr. Filch, se alguém quiser lê-la.
— Quatrocentos e trinta e sete possíveis presentes de natal — Fred Weasley comentou para seu irmão George e Lino Jordan, que agora riam baixinho.
— Silêncio! — sussurrou, cumprindo seu trabalho de monitora, recebendo olhares zombeteiros dos três e corando ligeiramente por ser motivo de piada. Tinha uma implicância e trauma antigo com os gêmeos, um que sempre a deixava nervosa quando era tratada assim por eles.
— Como sempre — Dumbledore continuou —, gostaria de lembrar a todos que a floresta que faz parte de nossa propriedade é proibida a todos os alunos, e o povoado de Hogsmeade, àqueles que não chegaram a terceira série. — Os alunos veteranos mal ouviam o diretor, acostumados com o mesmo discurso de todo ano. — Tenho ainda o doloroso dever de informar que este ano não realizaremos a Copa de Quadribol entre as casas.
— O QUÊ?! — gritou, se levantando com um pulo. Se sentou depois, nada constrangida, apenas irritada. Por sorte, muitos estavam tão chocados quanto para reparar em sua cena.
— Como o velhote ousa?! — George Weasley sussurrou entre dentes.
— Não pode fazer isso, simplesmente não pode! — Angelina Johnson exclamou.
— Quadribol é a única coisa respeitável nessa escola além da cozinha! — Fred Weasley esbravejou.
— É assassinato do espírito esportivo! — Alicia Spinnet completou, revoltada.
Silêncio... — tentou repreender de novo, mas o seu choque fez sua voz sumir. Ano passado, dementadores estavam na escola e os jogos não pararam. O que faria o quadribol parar?
Dumbledore continuou:
— Isso se deve a um evento que começará em outubro e irá prosseguir durante todo o ano letivo, mobilizando muita energia e muito tempo dos professores, mas eu tenho certeza que vocês irão apreciá-lo imensamente. Tenho o prazer de anunciar que este ano em Hogwarts...
Mas o diretor foi interrompido por uma trovoada ensurdecedora, seguida pela abertura brusca das portas do salão, que fez se sobressaltar.
Um homem de capa preta e coberto de cicatrizes atravessou o salão, parando ao lado de Dumbledore, estendendo a mão para ele, que a apertou. O homem então se sentou e percebeu que um de seus olhos era pequeno e normal. Já o outro, era grande, completamente redondo, não piscava e se revirava para todos os lados, até dentro da cabeça, em dissincronia com o olho normal. O delicioso jantar se revirou no estômago da menina.
— Gostaria de apresentar o nosso novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas — Dumbledore continuou. — Professor Moody.
Todos estavam muito chocados para aplaudirem o estranho e suposto professor.
Olho-Tonto Moody? O auror? — indagou, completamente eu choque.
— Como eu ia dizendo — Dumbledore continuou —, teremos a honra de sediar um evento muito excitante nos próximos meses, um evento que não é realizado há um século. Tenho o enorme prazer de informar que, este ano, realizaremos um Torneio Tribruxo em Hogwarts.
— O senhor está BRINCANDO! — exclamou Fred Weasley em voz alta.
O choque da chegada de Moody se desfez imediatamente em uma grande gargalhada geral. ria tanto a ponto de roncar. chegou a derrubar um talher que ainda estava na mesa.
Não estou brincando, sr. Weasley — Dumbledore continuou, ainda com traços de sua própria risadinha —, embora, agora que o senhor menciona, tenha ouvido uma excelente piada durante o verão sobre um trasgo, uma bruxa má e um leprechaun que entram em um bar...
A Professora Minerva pigarreou alto.
— Hum... mas talvez não seja a hora... não... Onde é mesmo que eu estava? Ah, sim, no Torneio Tribruxo... bom, alguns de vocês talvez não saibam o que é esse torneio, de modo que espero que aqueles que sabem me perdoem por dar uma breve explicação, e deixem sua atenção vagar livremente. O Torneio Tribruxo foi criado há uns setecentos anos, como uma competição amistosa entre as três maiores escolas europeias de bruxaria — Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang. Um campeão foi eleito para representar cada escola e os três campeões competiram em três tarefas mágicas. As escolas se revezaram para sediar o torneio a cada cinco anos, e todos concordaram que era uma excelente maneira de estabelecer laços entre os jovens bruxos e bruxas de diferentes nacionalidades — até que a taxa de mortalidade se tornou tão alta que o torneio foi interrompido.
se sobressaltou com o choque. Eles iriam fazer um jogo com alta taxa de mortalidade? parecia igualmente mortificada, trocando olhares com a amiga de quem não acreditava no que estava ouvindo. Já , estava tão excitada que pouco se importava com aquilo.
— Durante séculos, houve várias tentativas de reiniciar o torneio — continuou Dumbledore —, nenhuma das quais foi bem-sucedida. No entanto, os nossos Departamentos de Cooperação Internacional em Magia e de Jogos e Esportes Mágicos decidiram que já era hora de fazer uma nova tentativa. Trabalhamos muito durante o verão para garantir que, desta vez, nenhum campeão seja exposto a um perigo mortal. Os diretores de Beauxbatons e Durmstrang chegarão com a lista final de competidores de suas escolas em outubro e a seleção dos três campeões será realizada no Dia das Bruxas. Um julgamento imparcial decidirá que alunos terão mérito para disputar a Taça Tribruxo, a glória de sua escola e o prêmio individual de mil galeões.
— Estou nessa! — Fred Weasley falou, tão entusiasmado que seu rosto brilhava. E não só o dele. parecia estar segurando um troféu imaginário. Muitos e muitos alunos ali estavam entusiasmados com a ideia. Quem queria enganar? Ela mesma estava se vendo com 1000 galeões e sendo aplaudida pela escola inteira, uma bruxa excepcional que teria vencido todos os desafios e enigmas com sua capacidade incrível, tendo dinheiro o suficiente para mostrar para seus pais que não precisava de uma carreira trouxa...
— Ansiosos como eu sei que estão para ganhar a Taça para Hogwarts — o diretor continuou —, os diretores das escolas participantes, bem como o Ministério da Magia, concordaram em impor este ano uma restrição à idade dos contendores. Somente os alunos que forem maiores, isto é, tiverem mais de dezessete anos, terão permissão de apresentar seus nomes à seleção...
— O QUÊ?! — exclamaram uns 30 alunos de uma vez. Diversas contestações seguiram pelo Salão.
— ISSO É RIDÍCULO! — gritou para todos.
— UM ABSURDO! — Lino Jordan fez coro.
— REGRA IMBECIL! — George Weasley colocou em concordância.
— VÃO SE FERRAR! — Fred Weasley se sobressaltou.
ia reclamar que era injusto, mas então se lembrou das taxas de mortalidade. Pensando bem, parecia uma regra bem justa.
— Isto — Dumbledore continuou, erguendo a voz para tentar calar as indignações — é uma medida que julgamos necessária, pois as tarefas do Torneio continuarão a ser difíceis e perigosas, por mais precauções que tomemos, e é muito pouco provável que os alunos abaixo da sexta e sétima série sejam capazes de dar conta delas.
— Nós estamos na sexta série — Fred replicou baixo e furiosamente.
O diretor continuou.
— Cuidarei pessoalmente para que nenhum aluno menor de idade engane o nosso juiz imparcial e seja escolhido campeão de Hogwarts. — Seus olhos azuis penetrantes fixaram os gêmeos Weasley um pouco mais do que necessário para frisar o comentário. — Portanto, peço que não percam tempo apresentando suas candidaturas se ainda não tiverem completado dezessete anos.
— Ele fala e todos vão tomar como um desafio — contestou. — E tenho certeza de que vai ficar rindo das tentativas.
— Pois ele que ria quando eu me inscrever — George Weasley falou e o irmão fez coro.
— As delegações de Beauxbatons e de Durmstrang chegarão em outubro e permanecerão conosco a maior parte deste ano letivo — Dumbledore retomou a palavra. — Sei que estenderão suas boas maneiras aos nossos visitantes estrangeiros enquanto estiverem conosco, e que darão o seu generoso apoio ao campeão de Hogwarts quando ele for escolhido. E agora já está ficando tarde e sei como é importante estarem acordados e descansados para começarem as aulas amanhã de manhã. Hora de dormir! Vamos andando!
As conversas e os sons de cadeiras se arrastando preencheram novamente o ambiente com excitação e irritação.
— Não podem fazer isso com a gente! — ouviu George Weasley exclamar, emburrado, ainda parado olhando pra Dumbledore enquanto todos os outros estavam se retirando do salão. — Vamos fazer dezessete em abril, por que não podemos tentar?
— Não vão me impedir de me inscrever. — Agora era Fred Weasley quem falava, de cara amarrada e teimoso. — Os campeões vão fazer todo o tipo de coisa que normalmente nunca podemos fazer. E mil galeões de prêmio!
— Fico imaginando como eles iam enfrentar esses desafios, soltando bombas de bosta? — comentou irônica para , quando já estavam longe dos outros, e as duas riram.
— Essa era a minha chance! — exclamou, a cara tão emburrada quanto os gêmeos. — Sem quadribol e sem torneio. Acabou meu ano!
— Pelo menos, poderemos assistir! Vai ser legal ter tantas coisas diferentes e pessoas diferentes — falou, sempre tão positiva.
de repente parou.
, você vai ser maior de idade em outubro. , você vai poder participar do torneio! E talvez, se eu te acompanhar, eles nem percebam! Nenhum juiz pode ser 100% imparcial. Você tem que se inscrever!
— Eu?! — guinchou. — , pessoas morreram. Eu não quero participar!
— Mas você pode! — insistiu.
— Mas eu não quero! — O rosto de começou a ficar vermelho de uma forma que nunca vira.
— Bom, sabemos que o pessoal do sétimo ano deve se inscrever — comentou rapidamente, tentando desviar o assunto.
— Ia ser legal se Paul Reed fosse o campeão de Hogwarts. Ia ser maneiro esfregar na cara do pessoal da Sonserina que o competidor é da Grifinória — comentou, animando um pouco mais elas.
— Mas seria melhor ainda se fosse eu. — estava decididamente emburrada e elas sabiam que isso não iria mudar até o dia seguinte.
— O que vocês fariam com o prêmio? — perguntou.
— Fácil, compraria uma casa nova, como uma mansão — comentou.
— Que brega! — falou, zoando a amiga. — Eu compraria uma vassoura muito rápida, como a Firebolt, ou quem sabe gastaria tudo na Zonko's. Ou... JÁ SEI! Usaria para entrar em um time de Quadribol!
— Isso não seria trapaça? — indagou.
— Não comprar a minha entrada! Mas muitos lugares têm taxas para poder se inscrever. E, quanto maior o time, maiores as taxas.
— Isso parece elitista — comentou.
É elitista. Mas, ao mesmo tempo, até todo dinheiro do mundo perde para o verdadeiro talento.
— Eu acho que pagaria uma viagem! — disse, animada. — Só não sei para onde... Tem a praia, as montanhas, os lagos... E com certeza compraria algumas coisas para mim, como livros novos...
Chegaram em frente à grande pintura da mulher gorda, na Torre da Grifinória.
— Ih, qual a senha? — disse e todas se viraram para .
Asnice.
— Bom — disse , entrando na sala comunal —, eu acho que compraria algum terreno para começar a cuidar de vários animais e também todos os recursos necessários. Seria incrível poder financiar tudo isso e começar a já ganhar experiência. — Seus olhos brilhavam de excitação, pois o seu maior sonho era se tornar uma magizoologista.
— Viu, mais um motivo pra você considerar participar do Torneio e... — parou de falar ao ver a expressão dura no rosto de . — Bom, eu vou me deitar.
E correu para o dormitório das meninas.
e riram e revirou os olhos, mas logo todas elas subiram para o dormitório, onde fingia muito mal que estava dormindo. Pouco tempo depois, Alícia e Angelina também chegaram.
Os malões de cada uma estavam aos pés de suas camas correspondentes e, já cansadas, conversaram pouco enquanto colocavam os pijamas e se deitaram para dormir. Em dois minutos, os roncos de se tornaram reais.



As quatro meninas desceram para o café da manhã, todas um pouco mais calmas depois de uma boa noite de sono. Claro que, se o assunto fosse tocado, a carranca de voltava, mas por enquanto estava tudo bem.
Os gêmeos Weasley e Lino Jordan continuavam discutindo várias maneiras de se tornarem mais velhos, como a Poção para Envelhecer, causando em Alícia e Angelina, que tinham descido mais cedo, acessos de riso, o que fez com que elas tivessem que se sentar em outro extremo da mesa, longe deles, para evitar que entrasse naquela onda.
— Eu só disse que a ideia deles era criativa, ora! — resmungou, colocando uma torrada inteira na boca.
Poucos minutos depois, diversas corujas entraram pelas janelas do salão, trazendo o correio matinal. olhou, procurando Estrela, mesmo sabendo que ela não estaria ali. e também não receberam nada, mas a coruja da família de pousou na sua frente com um grande pacote.
— Droga — ela disse, ainda comendo, fazendo assim várias migalhas voarem para o pacote. — Achei que meus pais não encontrariam no esconderijo do terceiro degrau. Preciso inovar.
— O que é isso, ? — indagou.
— Isso? Aquele ridículo traje a rigor. Meus pais me forçaram a comprar, mas eu não queria usar. Tentei esconder e depois daria a desculpa de ter esquecido, mas eles encontraram.
— O que será afinal esse evento que exige trajes a rigor? — perguntou, entusiasmada.
— Eu não sei, mas espero que seja opcional — reclamou com cara de quem não iria se fosse.
— Será que tem algo a ver com alguma prova do torneio? — especulou.
— Será que vamos viajar? — ofegou com a ideia.
— Não seja boba, eles teriam pedido autorização dos responsáveis se fosse viagem. Sem contar que não faria sentido recebermos visitantes que viajaram até aqui para, então, viajarmos para longe deles — rebateu.
— Ah, é.
— E se tivermos que usar isso para recebê-los? Pela cara dos professores, eles querem causar impressões impecáveis — comentou.
— Independente da situação, isso — apontou para o pacote — vai para o fundo do armário e, quando for seguro, para uma lareira. Tenho certeza que papai colocou algum feitiço de alarme ou proteção prevendo isso. Terei que ser mais esperta.
Logo depois de terminarem o café, todos os demais alunos se retiraram, ficando apenas os do sexto ano de cada casa. Os onze alunos da Grifinória se juntaram quando a professora McGonagall desceu da mesa. A distribuição dos novos horários era um pouco diferente naquele ano. Primeiro, eles iriam escolher todas as matérias. Segundo, tinham que ter obtido nota necessária nos N.O.M.s para seguir nas aulas de nível dos N.I.E.M.s.
Fred e George Weasley foram casos rápidos de se tratar, visto que cada um tinha conseguido três N.O.M.s cada.
— Três?! — Lino Jordan exclamou. — Vocês são uma vergonha. Desse jeito vão acabar no ministério. Eu só me aprovei em dois N.O.M.s — ele falou, orgulhoso de si mesmo.
— Um N.I.E.M. a mais não vai nos fazer ter menos sucesso na nossa futura loja de Logros! — George falou, desafiando Lino.
— E, também, mamãe nos obrigou a fazer — Fred disse, dando de ombros.
McGonagall ficou extremamente chocada diante daquela conversa. Distribuiu rapidamente os horários para os meninos, de modo que Tyler e Kyle se apressaram para sua aula de Runas naquele horário, e Fred, George e Lino saíram para seu tempo livre.
A Professora McGonagall então se dirigiu a Angelina e Alícia, que saíram conversando animadas para um tempo livre. Então, se dirigiu para as quatro restantes.
— Srta. Blanck, excelentes notas em todas as matérias que escolheu, mas realmente o Professor Snape só aceita alunos que tenham tirado Ótimo em seus N.O.M.s.
— Não custava tentar — respondeu com um sorriso, resignada, pegando seu horário novo e correndo também para as aulas de Runas.
— Srta. Carter, a senhorita conseguiu quatro N.O.M.s que te permitem seguir as suas matérias escolhidas. Está com um foco diferente?
— Não, minha mãe me obrigou — falou com naturalidade. — Quero ser uma jogadora de Quadribol, mas ela insiste que eu tenha uns N.O.M.s “para depois de velha”.
— Certo — McGonagall disse, entregando seu horário.
— Isso, dois horários livres agora!
— Srta. Rodriguez, excelentes notas, especialmente em Poções e Herbologia, poderá cursar todas as matérias que escolheu — a Professora concluiu, lhe entregando o horário. sorriu com a fala, envergonhada.
— Srta. — Minerva disse, por fim. — Com toda certeza, aprovada para todas as matérias que escolheu. E, devo dizer, estou muito orgulhosa do seu resultado em Transfiguração. — Um sorriso breve se estendeu por seu rosto. — Você está no caminho certo para ser uma Desfazedora de Feitiços.
— Muito obrigada, Professora! — exclamou, pegando seu novo horário. Ótimo, também tinha dois períodos livres antes da primeira aula do dia. Olhando bem, tinha vários períodos livres. Seu sorriso se estendeu.
A professora se retirou do salão e elas, lentamente, começaram a segui-la.
— Ah! Temos que nos apressar, afinal, temos aula daqui a... — fingiu checar um relógio imaginário — duas horas. — E abriu um sorriso preguiçoso.
— Pra mim a folga é só de um tempo. — falou, encarando seu horário. — Ah, mas o tempo depois do intervalo é livre!
— Não pra mim. — suspirou. Tinha Aritmancia que, de todas as matérias que ia fazer, era a que menos gostava, mas, se queria ser uma Desfazedora de Feitiços, era o preço a se pagar.
Depois que havia descoberto que viajar o mundo, lidar com mistérios, enigmas e feitiços e, possivelmente, encontrar tesouros era considerado uma profissão, nada mais foi capaz de encantar . Eram todas as coisas que mais gostava juntas.
As três passaram o primeiro tempo sentadas perto do Lago Negro, conversando mais sobre as férias e, de vez em quando, viam algum dos outros alunos mais velhos passando por ali também. No segundo tempo, teve que ir para a aula de Adivinhação, então elas entraram para o Castelo e seguiram uma parte do caminho com a amiga, se separando perto da sala comunal, onde encontraram Lino e os gêmeos Weasley em um canto e, do outro lado, , com uma pilha enorme de papéis.
— Olhem só todo esse dever de casa do primeiro dia de aula de Runas — ela falou com um muxoxo. — Os meninos foram todos para a biblioteca começar a fazer. Todo o meu tempo livre será arruinado com tantos pergaminhos a serem escritos.
— Mas tenho certeza que ainda sobrará um tempo livr... Ai! — exclamou.
— Que foi? — perguntou.
— Mordi a língua — ela disse, colocando o dedo no machucado, que ficou manchado levemente de sangue.
— Viu? É um sinal! — exclamou, se erguendo da cadeira.
— Sinal de que, garota? — perguntou, os pés em cima da mesa, próximos demais dos pergaminhos novos.
— De que esse ano será arruinado pelos deveres de casa!
e se entreolharam, caindo na gargalhada logo em seguida.
, se você continuar falando assim de sinais, teremos que correr atrás de McGonagall e acrescentar Adivinhação no seu horário — zombou.
— Tenho certeza que Trewlaney terá um livro pronto só para o que “morder a língua” significa. Vocês podem virar melhores amigas com essa interação!
— Ah, calem a boca. — falou, emburrada.
No entanto, tinha razão. A primeira aula de Feitiços foi extremamente exaustiva e o Professor Flitwick passou dever de casa equivalente para a semana toda: e elas já teriam aula no dia seguinte! Pelo menos, era uma aula em que todas estavam e que era conhecida por sua facilidade de se manter conversas. Porém, junto com Transfiguração, era a aula preferida de . , por outro lado, nem tentava mais disfarçar o bocejo.
As meninas desceram para o intervalo, já exaustas, contudo, foi a única que teve que enfrentar a ardilosa aula de Aritmancia em seguida. Kyle e Tyler também estavam presentes. Pelo que sabia, os dois queriam trabalhar no ministério, e N.I.E.M.s em matérias como aquela formavam uma boa imagem.
Se na aula de Feitiços ela já recebera dever de casa, a pilha de Aritmancia prometia um longo final de semana na biblioteca.
Durante o almoço, estava muito ansiosa só de lembrar dos seus deveres de casa e sabia que não era a única. Ela e as meninas tiveram que abrir mão de seu primeiro horário livre depois do almoço para começar a adiantar tudo. Mal acabara a primeira parte da pilha e outro tempo já estava para começar: aula de Poções. e correram para não se atrasarem, não precisando dar mais motivos para Snape ser cruel.
Chegaram nas masmorras a tempo, o que foi um alívio.
— Ah, olha, Kyle e Alicia também estão nessa matéria. — apontou.
Alicia estava junto com uma amiga sua da Corvinal, em um canto da sala. Dois alunos da Lufa Lufa estavam juntos em uma mesa. Três alunos da Sonserina olhavam com superioridade e desgosto para os outros ao redor. Kyle estava sozinho, concentrado em um livro.
— Vamos sentar com ele — disse.
E bem na hora, pois, logo em seguida, Snape entrou na sala, mal humorado como sempre, guardando sua rara simpatia para os alunos da Sonserina.
— Devo dizer que não esperava metade de vocês aqui nessa sala. — E ele fuzilou alguns alunos no caminho, inclusive , o que fez se sentir ofendida pela amiga. — Mas, se tiveram sorte com os N.O.M.s, não contem com ela para os N.I.E.M.s. Está na hora de vocês realmente levarem a sério essa matéria. Vamos começar olhando essa poção que está aqui na mesa…
Kyle guardou seu livro correndo, girando um dedo ao lado da cabeça para indicar que Snape era louco, arrancando risadas silenciosas das duas meninas.
Depois de uma hora, mais pilhas de dever de casa e um grande desgosto pela voz do Professor Snape, a sineta finalmente tocou e os alunos foram liberados para a próxima aula.
— Achei que essa aula seria infinita — comentou.
estava tonta de tantas informações.
— Eu também e olha que eu gosto de Poções.
, , Alícia e Kyle, então, foram para a última aula do dia, de Defesa Contra as Artes das Trevas. Todo primeiro dia era uma surpresa assistir a aula, já que diziam que o cargo estava amaldiçoado: nenhum professor durava mais do que um ano ali.
Ao entrarem, encontraram todos os alunos da Grifinória ali, e Alícia se despediu deles, indo se sentar com Angelina.
Elas se sentaram próximas de onde e estavam sentadas. A sala estava consideravelmente cheia para uma sala de N.I.E.M.s, mas era de se esperar: muitos alunos se interessavam por essa matéria, até mesmo .
— Como você acha que a aula vai ser? — perguntou.
— Eu não sei, mas vocês viram as cicatrizes? — falou.
— É impossível não ver — constatou.
Pouco depois, todos os murmúrios cessaram com a chegada do Professor Moody. A turma inteira parecia estar imersa em uma grande expectativa e apreensão.
— Podem guardar esses livros — ele rosnou ao olhar para as carteiras. — Não vão precisar deles.
Os alunos devolveram os livros para as mochilas, cada segundo tornando a ansiedade quase palpável na sala.
Logo em seguida, ele fez a chamada, fixando seu olho mágico em cada um que respondia presença. não achou que ia se acostumar com isso facilmente.
— Muito bem — ele continuou depois de terminar a chamada, a voz em um rosnado. — Como todos que estão aqui passaram nos N.O.M.s com, no mínimo, Excede Expectativas, vocês parecem ter um bom embasamento do que precisaram até aqui, o que corresponde à carta do Professor Lupin sobre essa turma. Maldições e contra maldições devem ter sido ensinadas nessa turma, se o cronograma estiver certo. No entanto, vocês só estudam maldições ilegais no sexto ano, o que eu acho uma proteção desnecessária, mas aqui estamos no sexto ano e mais do que na hora de aprender.
Cada palavra parecia um rosnado, como se estivesse sempre tendo que ameaçar alguém.
— Vocês precisam conhecer cada uma dessas maldições e estarem prontos para o mundo que existe lá fora, saber que não vão perguntar sua idade antes de te lançarem uma dessas, não vão ser educados e, se você não souber o que está por vir, a sua chance de defesa é nula. Vocês precisam estar preparados e alertas. Precisam conhecer o que o inimigo vai fazer. Pensar como ele, para então poder se esquivar.
A turma inteira estava absorta em cada palavra. Mesmo sendo a última aula do dia, todo o cansaço foi substituído por imensa curiosidade e fascínio.
— Então, alguém sabe como são chamadas as maldições mais severamente punidas pelo ministério?
Algumas três mãos, incluindo a de , se levantaram. Moody apontou para um aluno da Corvinal.
— Maldições imperdoáveis, senhor.
— Muito bem. E alguém poderia me dizer quantas são?
Dessa vez, também levantou a mão, pois associou o nome a quantas e quais eram. O Professor apontou para Mary Sharlin, uma menina da Sonserina.
— Três, senhor.
— Certo, certo. E algum de vocês saberia me dizer uma delas?
Algumas mãos se ergueram hesitantes e as acompanhou, mas a pessoa que Moody escolheu surpreendeu a todos.
— A Maldição Imperius, senhor — respondeu Fred Weasley. — Ou algo parecido — ele murmurou, em dúvida.
— Muito bem. Weasley, certo? Conheço seu pai. Ele teve um grande problema com essa maldição, assim como todo o Ministério.
Então, ele abriu a sua gaveta e tirou um frasco com três aranhas dentro. Pegou uma delas e a segurou na mão, para todos verem, enquanto apontava sua varinha para ela. segurou a mão de , subitamente nervosa.
Imperius.
A aranha começou a se balançar, como se fosse uma marionete. Depois, começou a girar, dar cambalhotas e se pendurou em uma teia como se fosse um cipó.
A turma toda ria do espetáculo, de queixo caído. Nunca na vida esperaram que a aula se desenrolasse desse jeito.
— Engraçado, não é? E se eu fizesse isso com vocês em seguida? — Moody ronsou.
A risada morreu em instantes
— Controle total. Eu poderia fazê-la saltar pela janela, se afogar, se asfixiar... — Moody falou baixo, de um modo assustador. — Há alguns anos, haviam muitos bruxos e bruxas controlados pela Maldição Imperius. Foi uma trabalheira para o Ministério separar quem estava sendo forçado a agir de quem estava agindo por vontade própria.
— A época de Você-Sabe-Quem — sussurrou para seu grupo.
— A Maldição Imperius pode ser neutralizada, e eu vou lhes mostrar como, mas é preciso força de caráter real e nem todos a possuem. Por isso, é melhor evitar ser amaldiçoado com ela se puderem. VIGILÂNCIA CONSTANTE — ele berrou, fazendo todos se sobressaltarem. Uma aluna da Lufa-Lufa deu um gritinho. Mais alguém conhece outra maldição?
Cedrico Diggory levantou a mão.
— A... a Maldição Cruciatus.
— Bom. Não há muito o que explicar nessa. Vou lhes dar uma ideia. — Pegou outra aranha do frasco. — Engorgio! — A aranha cresceu para ficar quase do tamanho da mão que a segurava. — Crucio!
A aranha começou a se contorcer de uma forma sobrenatural, as pernas se dobrando, o corpo estremecendo e se debatendo. estava em estado de choque. parecia à beira de lágrimas.
— Pare! — implorou para o Professor.
Moody ergueu a varinha e a aranha parou de se debater, mas ainda se contorcia.
Reducio! — A aranha voltou a encolher e ele a colocou no frasco. — Dor. Não se precisa de qualquer outra arma para torturar alguém quando se sabe essa Maldição... Ela também já foi muito popular. Muito bem, alguém saberia nomear a última?
A turma ainda estava em choque. ergueu lentamente a mão, ainda nervosa demais.
— Sim?
— A Maldição... da Morte.
— Ah, a Maldição da Morte. A última e a pior de todas.
Ele pegou a última aranha e a colocou na mão. A turma prendeu a respiração.
Avada Kedavra! — o Professor berrou.
Um lampejo verde atingiu a aranha, que se virou e caiu morta, mas sem nenhuma marca visível. estava soluçando. tremia. e estavam simplesmente paradas, sem saber como reagir.
— Nada agradável, certo? E não existe contra maldição. Não se dá para bloqueá-la. Se alguém decide lançá-la, é questão de apenas acertar a mira. Somente uma pessoa no mundo sobreviveu a essa maldição e ela estuda nessa escola. Mas creio que não vale a pena importunar esse aluno com isso, correto? — ele rosnou. — A questão de todas essas Maldições é que elas não funcionam se você não desejar usá-las, e exige uma magia muito poderosa. Nenhum de vocês nessa sala seria capaz de lançar qualquer uma, e não é um desafio, mas sim um fato. Isso é magia negra. Mas se não há como escapar, por que lhe mostrar essa última? Porque vocês precisam conhecê-la. Vocês têm que reconhecer o pior. Pensar nos riscos de uma situação antes de entrar nela. Entender o que alguns são capazes de fazer. VIGILÂNCIA CONSTANTE! — ele berrou e o medo se transformou em susto.
Pelo menos, havia parado de chorar.
— Essas maldições são chamadas imperdoáveis porque o uso de qualquer uma delas é suficiente para se ganhar uma passagem só de ida para Azkaban. É isso que vocês vão enfrentar. É isso que preciso ensiná-los a combater. Mas, acima de tudo, precisam praticar sua vigilância constante, permanente. Apanhem as penas... anotem o que vou ditar...
O resto da aula foi seguida de anotações sobre as Maldições Imperdoáveis. Nenhum murmúrio foi dito durante a cópia e tal atenção teria causado inveja em vários professores. A sineta tocou e os alunos se retiraram, voltando para o salão comunal para deixarem seus materiais, antes de descerem para o jantar. Já na fila, comentava excitada sobre Moody, escutava apavorada e muito intrigada. estava um pouco fora do ar ainda.
— Aquela aula de hoje foi completamente sinistra, né? — comentou quando elas já estavam comendo.
— Eu só queria que ele não tivesse usado as aranhas — falou, chateada.
— Ele precisava colocar um efeito na coisa. Pra gente ter noção, sabe? — a consolou.
— É, eu nunca liguei tanto para essas Maldições até vê-las acontecendo. E aí eu imaginei tudo o que já podem ter passado por causa delas... — colocou de maneira assombrosa.
— Espero que essa matéria acabe logo, senão, eu vou acabar tendo um treco de tanto susto! — comentou.
— Será que ele participou de algum dos fatos que ele nos mandou anotar hoje na aula? — indagou.
— Se eu fosse chutar, diria que de todos — comentou. — Fico imaginando se ele vai nos ensinar a nos proteger, tipo em um Clube de Duelos.
— Desde que seja um de verdade, e não como aquele que Lockhart tentou montar há dois anos atrás, acho irado! — colocou.
— Ei — Angelina disse, chegando perto delas com Katie Bell e Alicia Spinnet. — Ouvi dizer que o professor Moody transformou Malfoy em uma doninha.
— Não acredito! — praticamente se engasgou com a comida.
— Eu disse que ele era o melhor! — comemorou.
— Até que o mundo seria melhor com mais uma doninha e menos um Malfoy — disse, tão baixo que elas quase não escutaram.
Mesmo assim, todas arfaram e depois gargalharam.
— Não esperava isso de você, Blanck. Adorei! — Spinnet riu.
— Não que ela tenha mentido, aquele Malfoy e os amigos precisam aprender que eles não mandam na escola. Estou cansada de dar broncas neles nos corredores e receber alguma azaração em troca. Eles são tão escrotos — reclamou.
— Meu Deus, que modos são esses, ? Eu estou sendo uma péssima influência pra vocês… — disse, de forma dramática. — Ainda bem!
As garotas riram e ouviram Katie Bell descrever várias vezes sobre a doninha Malfoy e as mordidas que ela deu em Crabbe e Goyle. Elas só pararam de falar quando o jantar foi substituído pela sobremesa e elas perceberam que estavam comendo muito menos do que deveriam estar.



No dia seguinte, as meninas se levantaram e se arrumaram para descer para o café. O dia anterior havia sido uma exceção às manhãs de porque ela estava animada para ver seu novo horário. Em geral, ela se sentia extremamente sonolenta. Naquele dia, em especial, não havia conseguido dormir muito bem, ainda tomada pela ansiedade das aulas. Então, naquela manhã, não passava de um zumbi.
— Estou tão ansiosa para as aulas de DCAT de hoje! — falou animada.
— Hm — falou, um dos olhos fechando sem querer.
— E hoje teremos Trato de Criaturas Mágicas — disse, maravilhada.
— Eu gosto bastante de Herbologia, mas só penso no dever de casa que temos que fazer — comentou.
— Hm. — Foi, novamente, a resposta da garota.
— Parece que hoje teremos que lidar com o zumbi provocou. A menina abriu os olhos e fez careta, o que já era uma baita reação naquele horário.
Pouco depois, foi para o salão comunal com Fred, Lino e Tyler, enquanto suas amigas, Kyle, George, Angelina e Alicia iam para a aula de Herbologia.
— Acho que seria uma cena engraçada ver George na primeira aula dele sem Fred e sem Lino — Tyler comentou enquanto caminhavam.
— Ele chorou ontem à noite enquanto dormia — Fred disse, com falsa preocupação. — Sabemos que é um momento delicado da vida dele ter que se separar do irmão que nasceu com as melhores qualidades.
— E de mim também, os elogios vocês acrescentem — Lino falou, falsamente comovido.
Todos riram e até chegou a sorrir, mesmo toda sonâmbula.
— Achei que você ia fazer a aula, . Com certeza tinha o N.O.M. para isso.
demorou vários segundos para processar a pergunta.
— Não tava com in... in... teresse — ela falou, bocejando.
— Parece que temos um Inferi entre nós — Lino zombou dela, que conseguiu se recuperar para mostrar o dedo feio. — Oh, a monitora fazendo isso? Que decepção! — ele disse, rindo.
— Ei, , já que você tá com sono, cê topa... han... testar uma... coisa... que eu e George estamos fazendo? — Fred Weasley comentou, de repente muito animado. — É uma bala de café, mas que fizemos crescer sob circunstancias... hã... diferentes. Eu e George já tomamos, é seguro. E aí, quer testar?
estava tão cansada que não raciocinou com o perigo daquilo e só conseguiu murmurar um “Hm" que Fred interpretou como um sim e ele jogou a bala dentro de sua boca.
Poucos segundos depois, os olhos de conseguiram se abrir. Na verdade, não só se abriram, como estavam duas vezes mais abertos que o normal. Observavam tudo. Estava se arrastando antes para acompanhar o grupo, mas agora chegava antes de todos e os esperava impacientemente. Já dentro do salão comunal, arrumou algumas mesas e sentou-se em uma delas para começar a fazer seus deveres, concluindo metade antes de a sineta tocar, indicando o fim da primeira aula. Em um piscar de olhos, já estava avançando para a aula de Feitiços.
— Ei, espera! — Era Fred Weasley, correndo para alcançá-la.
— Oquequefoi? — ela perguntou, irritada que as palavras não pareciam acompanhar o ritmo de seu cérebro.
— Acho... — Ele arfou enquanto a acompanhava. — Acho que você deveria ver Madame Pomfrey. Ou me deixa tentar reverter. Não era pra ser assim. Eu e George ficamos acelerados, mas não como um foguete.
— Maseuestouótima! — falou, se frustrando com a lerdeza do garoto.
— Não está, não! Ei, escuta...
— Chegamos! AuladeFeitiços! — E foi correndo encontrar , e , que levaram um susto quando o furacão em forma de amiga se sentou na frente delas.
— O que está acontecendo? — comentou, chocada.
— Nada, por quê? — se esforçou para falar um pouco mais devagar e se mostrar normal, mas sua perna não parava de balançar embaixo da mesa.
— Você está com uma cara de alucinada! — respondeu.
— Ésóumabalinhaparaacordar. — Ela não se conteve e atrapalhou as palavras de novo.
Antes que as amigas, chocadas, pudessem comentar mais qualquer coisa, o Professor Flitwick chegou para a aula.
Não foi um extremo sucesso. queria progredir rápido no feitiço novo, aguamenti, de modo que começou a ficar irritada quando não conseguiu e começou a falar o feitiço rápido demais, se embolando. Pouco depois, ela colocou fogo na própria carteira. Sorte que na hora o Professor Flitwick saíra para buscar um livro.
Aguamenti! apagou o fogo. — , você precisa focar! O que está acontecendo? Você adora essa aula! É a melhor de nós quatro.
— ÉsóabaladoFredWeasley — ela falou, irritada e acelerada.
— Fred Weasley, é? — se levantou na mesma hora e foi correndo para a mesa deles. não se importou para acompanhar, murmurando o feitiço até finalmente acertar, fazendo seu corpo ficar duas vezes mais acelerado.
— AI!
Um grito chamou a atenção da turma toda. Fred estava com a mão na barriga enquanto sacudia o punho.
— E nunca mais teste coisas na minha amiga!
— Eu achei que era seguro! Não sabia que outras pessoas reagiam diferente — ele falou, a voz trazendo um pouco de dor.
não aguentou e correu para lá, ainda movida por toda aquela cafeína.
— Comoassimnãosabiaqueagiadiferente? Aylanãobatenele!
— Olha o que você fez! — continuou com raiva.
— Foi sem querer! — Fred retrucou.
— Você não pode sair por aí batendo nas pessoas! — George passou a defender o irmão.
— Você não pode sair por aí testando produtos doidos nelas!
— Pelo menos, sua amiga começou a reagir. Fizemos um favor para ela!
Naquele momento, começou a sentir a perna parar de tremer de ansiedade. Na verdade, todo o seu corpo voltou a relaxar. Poderia até dizer que se sentia cansada. Mais cansada até do que antes do café da manhã.
... — ela chamou a amiga.
— Não, , não vou parar! Eles tão precisando ouvir umas verdades! — retrucou, ainda olhando para os gêmeos de cara feia, que respondiam com a mesma expressão.
— Não... ... Acho que...
Mas antes que pudesse concluir, tudo ficou preto.
Ela acordou na ala hospitalar. Estava praticamente vazia. Só se encontrava Madame Promfrey, um aluno numa cama distante e ela mesma.
— Ah, muito bem, vejo que acordou! Tome um chocolate! — Madame Pomfrey disse, já quase colocando ele dentro de sua boca. Por que as pessoas estavam com mania disso ultimamente?
Isso a fez lembrar das últimas coisas que aconteceram na aula de Feitiços.
— Madame Pomfrey, o que aconteceu?
— Ora, sua irresponsabilidade aconteceu! Aceitando coisa daqueles meninos Weasley... Aquela suposta bala de café que eles te deram estava com cafeína fora da validade e, por Merlin, com substâncias muito duvidosas, e isso fez com que toda a sua energia fosse usada em uma tacada só. Agora, seu corpo está recuperando de ter cedido toda aquela energia de uma vez.
— Isso explica muita coisa... — murmurou.
— Ande, agora tome essa Poção Wiggenweld. — E lhe entregou um frasco verde.
Apesar da aparência não muito apetitosa, a poção se mostrou uma agradável surpresa para seu corpo.
— Nossa, me sinto muito melhor!
— E é para se sentir mesmo. Da próxima vez que se sentir cansada, me procure para tomar essa poção e não saia confiando em métodos tão... tão... — E ela saiu resmungando para cuidar do próximo menino.
perdeu todos os seus tempos livres na ala hospitalar e, já na hora do almoço, conseguiu convencer a enfermeira de que estava bem, embora tenha escutado vários conselhos e broncas antes de sair de lá.
Chegando no Salão Principal, ela avistou as amigas na mesa da Grifinória. Fred e George Weasley não estavam lá. Lino Jordan sorriu para ela quando passou, mas ela percebeu que ele ainda olhava feio para .
! Você está bem? — foi a primeira a vê-la.
— Sim, to sim! Ai, , pode abraçar um pouco mais fraco!
— Desculpa, fiquei tão preocupada! — podia não ser a melhor com demonstrações de carinho, mas era extremamente leal a ela.
— E cadê os gêmeos? — perguntou, morta de curiosidade e ansiedade.
— Na sala da McGonagall — respondeu.
— Você dedurou eles? — indagou para .
— Nem precisei. Depois que você desmaiou, Flitwick chegou e mandou que você fosse mandada para a Enfermaria. Mas Madame Pomfrey precisava saber o que tinha acontecido, então Fred Weasley confessou tudo. Apesar de ter sido ele que te deu a bala, George ajudou a fazer, então também foi chamado. Ah, eles estão encrencados, com certeza!
sentiu um pouco de dó dos gêmeos, embora fosse ficar especialmente atenta em relação a eles agora. Podiam acabar testando um desses produtos perigosos em um dos alunos menores que poderiam reagir ainda pior do que ela.
O almoço terminou e ela foi para a aula de Transfiguração, se despedindo das amigas. Porém, a última pessoa que esperava encontrar lá era o próprio Fred Weasley.
Como ele já tinha a visto, tentou dizer algo para estabelecer uma conversa.
— Esperando McGonagall? — “para o resto da detenção?” ela completou mentalmente.
— Não — ele respondeu, parecendo entender o que ela queria dizer. – Eu faço essa aula.
— Ah — ela disse. E então percebeu que ele tinha um longo pergaminho na mão, provavelmente a agenda de todas as suas próximas detenções.
— Obrigada por contar à Madame Pomfrey. Sabe, sobre a bala. Você se meteu em grande encrenca com isso.
— Encrenca? Isso aqui é brincadeira de criança — ele disse, abrindo um sorriso. — Além disso, foi bom ter um teste com a bala fora da validade, pelo que Madame Pomfrey descobriu. Assim, poderemos testar ela dentro da validade com os outros. Isso se minha mãe não me matar antes, claro! — Ele riu.
ficou petrificada. Ela tinha ido parar na Enfermaria por causa daquilo e ele achava tudo uma piada e uma oportunidade?
— Calma — ele disse, percebendo o olhar dela. — Você está bem, não está? Então tudo resolvido!
— Vê se toma jeito, Weasley! — ela falou, antes de seguir em direção a Kyle e Tyler, que tinham chegado para a aula. Eles perguntaram como ela estava e ela acabou sentando-se perto deles.
A Professora McGonagall entrou em sala logo em seguida.
— Bom dia, turma. Antes de começarmos, peço que se sentem em dupla. Vou fazer a chamada. — Ela olhou em volta e viu que todos estavam quase organizados de forma certa. – Ora, muito bem, vamos fazer só uma pequena mudança.
“Ah, não” pensou ao olhar em volta e perceber o que a professora iria fazer.
— Srta. , sente-se com o senhor Weasley para podermos começar.
Fred sorriu do seu lugar, acenando e piscando para ela, enfurecendo-a.
Aquela seria uma longa aula.



As semanas foram passando de modo muito parecido. Em praticamente todas as aulas, eles tiveram que começar a aprender feitiços mudos. As Maldições estavam cada vez mais interessantes em Defesa Contra as Artes das Trevas e Moody contava várias histórias reais as envolvendo. Em Poções, era questão de perder ponto por qualquer erro, mas ser ignorada quando acertava tudo, como sempre fora. Aritmancia era a mesma de sempre com a Professora Vector: uma aula séria e cheia de deveres de casa. Feitiços era sua matéria preferida, mas já não estava tendo o resultado impecável que normalmente tinha, o que acabava a frustrando um pouco. E em Transfiguração, ela seguia tentando dar o seu melhor, mas frequentemente era atrapalhada por sua dupla, Fred Weasley.
Uma das piores partes eram os deveres de casa que preenchiam vários horários livres e fins de semana. Tentavam adiantar tudo para sempre deixar pelo menos um dia do fim de semana completamente livre, embora fosse muito comum que as acompanhasse mesmo sem ter terminado tudo.
— Eu faço depois — ela dizia e, com isso, na realidade queria dizer que ia tentar copiar de alguma delas. Então ela se desculparia com: — Ora, a culpa não é minha que eles passem deveres de casa iguais, chatos para mim e possíveis para vocês!
— Eles são chatos para todas — reclamava. Apesar de saber que tinha muito mais afinidade com as matérias do que , não gostava quando a amiga só desistia e começava a se aproveitar dos esforços das outras. Sempre tentava incentivá-la e até ajudá-la, mas se recusava que ela colasse, por mais que ela suspeitasse que invadia sua mochila em casos extremos. Pelo menos, só faziam duas matérias juntas, o que tornava e responsáveis pelas outras matérias.
Naquele ritmo, setembro e outubro foram passando, o dia mais especial tendo sido o aniversário de dezessete anos de , em que elas conseguiram que os gêmeos Weasley roubassem um bolo da cozinha em troca de alguns sicles, que , e dividiram. Passado isso, a perspectiva do grande evento se aproximava. Então, um dia, na hora do intervalo, os alunos encontraram um grande aviso no saguão de entrada, ao pé da escadaria de mármore:
— VENHAM LOGO! — gritou para as amigas, que tinham parado para conversar com a professora Sprout sobre o último dever de casa. , que estava parada por educação, correu em direção à assim que ela chamou. e demoraram mais, o que deixou muito ansiosa.
— Pronto, chegamos, calma, não precisa fazer essa cara! — falou e as quatro se viraram para o aviso.

TORNEIO TRIBRUXO

As delegações de Beauxbatons e Durmstrang chegarão às seis horas, sexta feira, 30 de outubro. As aulas terminarão uma hora antes...

— Ufa, uma hora a menos de Transfiguração! — exclamou. Apesar de amar a matéria, estava precisando de um descanso dos deveres: e de Fred Weasley.
— Poxa, podia ter sido de alguma aula que a gente assiste, pra gente isso vai ser em horário livre! — resmungou.

Os alunos deverão guardar as mochilas e os livros em seus dormitórios e se reunir na entrada do castelo para receber os hóspedes antes da Festa de Boas-Vindas.

— É semana que vem! — arfou de emoção.
— Como será que esses alunos são? Ouvi dizer que eles ensinam magia negra em Durmstrang. Se isso for verdade, será que o campeão de lá vai trapacear com isso? — especulou.
— Acho que Dumbledore deve ter uma medida de segurança contra isso — disse, os pensamentos mudando de rumo rapidamente.
— Acho que ele é muito bonzinho pra pensar nessa possibilidade — disse.
— Bonzinho, talvez, mas não idiota. Devem ter pensado em tudo! — concluiu.
Aquela semana transcorreu com um efeito de animação entre os alunos e um grande nervosismo entre os funcionários. Em todo canto, o torneiro era discutido por todos, com várias especulações, principalmente de quem ia ser o campeão de Hogwarts. , às vezes, insinuava que deveria tentar participar ou ao menos subornar o juiz por ela, mas ficava muito irritada ouvindo essas especulações.
O castelo também estava parecendo muito mais limpo que o normal. Retratos, antes encardidos, agora reluziam nos corredores, o que gerou muitas reclamações dos personagens retratados da pintura, que tentavam se encolher perto da moldura ou fugir para um quadro alheio. As armaduras brilhavam. Mas nada surpreendia mais do que a atitude de Filch, que provavelmente escutara vários sermões sobre a limpeza e agora assustava qualquer aluno que não estivesse brilhando como o chão encerado. Um dia, teve que consolar uma menina do primeiro ano que entrou na sala comunal chorando porque encontrara Filch com as vestes levemente amassadas.
Muitos professores estavam tão nervosos quanto, especialmente quando os alunos começaram a questionar cada vez mais sobre esse tal juiz imparcial que escolhia os campeões. Alguns professores mandaram alguns alunos insistentes demais calarem a boca, ou até para fora de sala.
O dia 30 de outubro finalmente chegou e, o descerem para o café da manhã, encontraram o Salão Principal todo decorado, com bandeiras de todas as casas em cima de suas respectivas mesas e uma grande bandeira de Hogwarts atrás da mesa dos professores.
e suas amigas repararam que Fred e George andavam meio esquisitos, se isolando dos demais nos tempos livres e muito... quietos, mesmo garantindo que a festa de Halloween anual estava mantida para o dia seguinte à chegada dos alunos estrangeiros. Mas não seria que reclamaria da calmaria. Tentava sempre afirmar às amigas que talvez as detenções tivessem dado um jeito neles. Ou pior: estavam planejando algo tão grande que, pela primeira vez, estavam sérios. Tentava firmemente pensar na primeira opção.
As aulas seguintes foram grandes enrolações, pois ninguém realmente prestou atenção nelas, ansiosos demais para aquela noite. Até os professores estavam nervosos demais, alguns dando broncas excessivas, outros nem se dando ao trabalho.
Quando a sineta tocou mais cedo do que o normal na aula de Transfiguração, e Fred Weasley voltaram correndo para a sala comunal, enquanto Tyler e Kyle ficaram para tirar algumas dúvidas.
— Com toda essa expectativa, não sei como eles conseguem — comentou, agora quase correndo de volta. Estava muito ansiosa.
— São dois tontos — Fred disse.
— Não fala assim deles — ralhou, revirando os olhos. Por que decidira falar algo com ele?
— Desculpa, ofendi seu namoradinho, srta. Ackerley.
— Kyle não é meu namorado! — reclamou. Só porque eram muito amigos, muita gente assumia isso.
— Ele gosta de você, sabia?
— Aham, e o sol é quadrado. — Ela revirou os olhos. — Asnice.
Ao entrar na sala comunal, viu Alicia e Angelina saindo do dormitório, cumprimentando os dois ao passarem. Eles se despediram, mesmo que ainda estivesse irritada, e se separaram.
Chegando no dormitório das meninas, encontrou todas as suas amigas prontas, vestindo capas, como foram instruídas. Bom, prontas do seu jeito particular. estava elegante como sempre. Os cabelos brilhantes e macios pareciam ainda mais brilhantes e macios, ela colocara uma presilha de pérolas discreta e um batom claro. prendera o cabelo em duas tranças embutidas complicadas, trocara os óculos por lentes e passara uma boa quantidade de maquiagem. não havia se dado ao trabalho. Seus cabelos estavam ainda mais arrepiados do que nunca.
, você chegou! — exclamou, animada. — Rápido, se ajeite.
— Me ajeitar colocando as vestes ou me ajeitar para uma festa? — ela comentou, apontando a discrepância entre as três meninas.
— Ora, você tem ideia de que vários meninos estrangeiros mais velhos estão vindo? Temos que passar uma boa impressão! — disse , pegando um espelhinho e conferindo mais uma vez cada detalhe.
— Ou estrangeiros babacas que você deve evitar o máximo possível — completou , revirando os olhos.
— Acho que entendi os recados. — riu.
Colocou as vestes e penteou os cabelos e se deu por pronta. Então, decidiu passar um pouco de rímel de última hora. não estava completamente errada.
As quatro meninas desceram muito animadas e encontraram os diretores das casas separando seus alunos em filas. McGonagall parecia extremamente nervosa e tentava corrigir tudo a sua vista.
— Weasley, endireite o chapéu. Srta. Patil, tire essa coisa ridícula dos cabelos.
Então, o seu olhar encontrou e ela arquejou. Apontou a varinha para ela e, de repente, seus cabelos sempre arrepiados e espetados estavam perfeitamente penteados, como que por um gel mágico, e presos em uma faixa. Nem parecia ela mesma.
se olhou no reflexo de uma das armaduras brilhantes e deu um gritinho, bagunçando os cabelos que sempre voltavam ao lugar, cada vez mais alinhados.
— Nem tente, Srta. Carter, isso vai durar até o final da noite — McGonagall falou para ela, que agora estava com uma cara horrorizada.
— Srta. Rodriguez! — Ela agora olhava para . — Por favor, estamos em uma escola, e não em uma festa! — E acenou a varinha novamente, agora fazendo mais da metade da maquiagem de sumir, deixando-a mais parecida com o dia a dia. Ela soltou um muxoxo.
— Sigam-me, por favor — mandou a professora, conferindo todos com o olhar uma última vez. — Alunos da primeira séria à frente... sem empurrar...
Eles desceram os degraus da entrada e pararam diante do castelo, enfileirados. O sol já tinha se posto e começava a escurecer e a esfriar. Elas estavam na penúltima fileira por serem da sexta série, junto com os garotos.
— São quase seis horas. Eles devem chegar a qualquer segundo — comentou Kyle, também ansioso. — Fico imaginando quantos alunos são e, se forem muitos, como chegarão até aqui. Todos são maiores de idade, será que aparatarão em uma vila próxima e virão andando?
— Eles têm nomes muito pomposos que me fazem pensar que não andariam nem um metro sequer — comentou.
Os jardins escureciam cada vez mais e as teorias corriam soltas. Todos estavam extremamente ansiosos...
— Aha! A não ser que eu me engane, a delegação de Beauxbatons está chegando! — Dumbledore exclamou, da última fileira, onde ele esperava com os outros professores.
Muitos soltaram arquejos, procurando em vão ao redor.
— Onde? — perguntaram vários alunos.
Ali! — Tyler Madley gritou, apontando para o céu.
Uma forma muito grande voava em alta velocidade na direção dos alunos.
— É um dragão! — gritou uma aluna da primeira série, apavorada.
— Deixa de ser burra... é uma casa voadora! — respondeu outro dos menores.
Então, eles viram uma enorme carruagem azul clara do tamanho de um casarão sendo puxada por cavalos alados do tamanho de elefantes. Vários alunos arquejaram, de surpresa ou admiração.
Quando a carruagem começou a pousar, as primeiras fileiras começaram a recuar, assustadas, espremendo os demais alunos.
— Ai! — George Weasley exclamou quando recuou, pisando em seu pé.
tentou recuar, mas tropeçou no pé de Kyle e quase caiu, sendo salva por este no último segundo.
— Opa, cuidado aí!
Ela corou ao sentir uma das mãos dele em sua cintura, o comentário idiota de Fred Weasley queimando em sua cabeça.
— Obrigada — ela acrescentou e tentou ficar completamente parada, mas esqueceu toda a situação no momento que pousou os olhos na carruagem.
A porta com um brasão de abriu e um garoto de vestes da cor da carruagem mexeu em alguma coisa no chão, abrindo uma escadinha de ouro em seguida. Então, o maior pé que já vira se apoiou na escada, e o resto do corpo de uma mulher enorme se revelou. Ela poderia facilmente ter o dobro do seu tamanho. Só conhecia outra pessoa assim: o Professor Hagrid.
Várias pessoas exclamaram muito surpresas, então Dumbledore puxou aplausos para a mulher. Todos os estudantes seguiram o exemplo e aplaudiram, muitos se esgueirando para tentar vê-la melhor. Usava um coque tão bem preso que imaginou que fosse uma pessoa muito rígida.
Dumbledore beijou a mão enorme da mulher e disse:
— Minha cara Madame Maxine. Bem-vinda a Hogwarts!
— Dumbly-dorr — ela respondeu. — Esperro encontrrá-lo de boa saúde.
— Excelente, obrigada.
— Meus alunos — ela falou, apontando para cerca de uma dúzia de garotos e garotas com vestes azul clara de seda, tremendo de frio e olhando apreensivamente para o castelo. — Karrkarroff já chegou?
— Deve estar aqui a qualquer momento — o diretor respondeu. — Gostaria de esperar aqui para recebê-lo ou prefere entrar para se aquecer um pouco?
— Me aquecerr, acho. Mas os cavalos...
— O nosso professor de Trato de Criaturas Mágicas ficará encantado de cuidar deles, assim que terminar de resolver um probleminha que ocorreu com alguns de seus outros... protegidos.
— Ah, será que se eu pedir, Hagrid deixa eu ajudar? — sussurrou para as amigas, olhando maravilhada para os cavalos.
— Meus corrcéis ecsigem... hum... um trratador forrte — Madame Maxine disse, parecendo não saber se o professor que Dumbledore apontava seria capaz de cuidar deles. — Eles son muito forrtes...
— Posso lhe assegurar que Hagrid poderá cuidar da tarefa — o diretor disse, sorrindo.
— Ótimo, por favorrr inforrrme a esse Agrid que os cavalos só bebem uísque de um malte.
— Farei isso.
— Venham — Madame Maxine ordenou e todos os seus alunos a seguiram muito disciplinados, os alunos de Hogwarts abrindo o caminho para eles passarem.
— Será que o pessoal de Durmstrang vai demorar? — indagou, embora ainda parecesse avaliar os alunos da Beauxbatons.
— Será que eles também vão vir de carruagem? Não sei se tem mais espaço para pousar — Tyler Madley comentou.
— Seria incrível! — ainda estava animada com os cavalos.
— Qual será o tamanho da bosta desses bichos? — George jogou a pergunta.
— Que nojo! — Alicia reclamou.
— É uma realidade que alguém vai ter que enfrentar se vamos passear pelo pátio — Fred disse, dando de ombros.
— Não significa que seja uma realidade que você tem que comentar — replicou Kyle.
— Se você pisar em um algum dia, você vai desejar que tivéssemos comentado mais —Lino falou e os três amigos caíram na risada.
Eles continuaram parados, esperando, vários tremendo com o frio que veio com a noite. A maioria olhava para o céu. se perguntava quando a próxima carruagem ia chegar. Mas então, um barulho alto e estranho começou e a garota não via nada no céu, não conseguia identificar de onde vinha o som...
— O lago! — Lino Jordan berrou do seu lado, apontando. — Olhem para o lago!
Todos os alunos se viraram para o Lago Negro, vendo sua superfície escura e lisa. Se bem que ela não estava mais lisa. Grandes bolhas se formavam e ondas grandes se quebravam nas margens da terra. E então, bem no meio do lago, apareceu um redemoinho gigante.
Lentamente, um navio começou a emergir, balançando nas ondas que formou e deslizando até a margem. Pouco depois, uma âncora foi aturada na água e um pranchão foi baixado.
Então, um grupo de garotos grandalhões desembarcaram. Eles chegaram mais perto e olhou melhor. Eles pareciam grandalhões por causa dos casacos que usavam. Um homem de cabelos prateados conduzia eles.
— Dumbledore! — o homem cumprimentou, cordialmente, todo sorrisos. — Como vai, meu caro, como vai?
— Otimamente, obrigada, Professor Karkaroff.
— Minha velha e querida Hogwarts — o homem continuou.
— Nunca vi mais falso — sussurrou do seu lado e percebeu que ela tinha razão: o sorriso não chegava nos olhos e era completamente forçado.
— Como é bom estar aqui, como é bom... — O Professor Karkaroff continuou. — Vítor, venha, venha para o calor... você não se importa, Dumbledore? Vítor está com um ligeiro resfriado.
Um dos estudantes avançou e todos os seus amigos se espantaram.
reconheceu aquele estudante porque, por acaso, tinha uma miniatura dele em seu quarto. Ao seu lado, soltou um grito chocado.
É o Krum! sussurrou, tentando conter sua excitação.
— Por Merlin, Vítor Krum está em Hogwarts! — falou baixinho, os olhos brilhando em sua direção. Com certeza, era seu estudante estrangeiro preferido até o momento.
— Alicia! Olha ali! É Vítor Krum! — Angelina falou, excitada, cutucando a amiga.
— Eu não acredito! Vítor Krum! — Fred Weasley exclamou, espantado e excitado ao ver aquela figura.
Lino Jordan estava pulando nas pontas dos pés para tentar enxergá-lo melhor. , e apalpavam o bolso.
, você trouxe uma caneta? Eu quero um autógrafo! — exclamou.
Os alunos começaram a voltar para o Salão Principal, seguindo os alunos da Durmstrang, embora todos estivessem focados em Vítor Krum. Cada casa se sentou na sua mesa, ainda organizados por série. Os alunos de Beauxbatons estavam sentados na mesa da Corvinal, tremendo de frio.
— Onde será que Durmstrang vai se sentar? — começou a se esticar para enxergá-los. — Bosta.
se virou para enxergar o problema e viu que o grupo havia se sentado na mesa da Sonserina. Draco Malfoy tentava puxar o saco de Krum. Olhou para frente então e viu Filch arrumar as cadeiras perto de Dubledore, adicionando quatro.
— Ué — comentou, confusa. — Olhem ali. Só são duas pessoas a mais. Por que o Filch tá colocando quatro cadeiras?
— Aquele velho é caduco. Você ainda se questiona? — disse e elas observaram o zelador ralhar com um garoto da Lufa-Lufa que bocejou.
Depois de todos os estudantes se acomodarem, os professores entraram no Salão Principal em fila. Os últimos da fila eram os três diretores. Quando Madame Maxine entrou, todos os alunos de Beauxbatons se levantaram imediatamente. Alguns alunos de Hogwarts riram, mas os convidados não ficaram constrangidos, só se sentando quando Madame Maxine se acomodou do lado de Dumbledore. O diretor, porém, continuou em pé e todos se silenciaram.
— Boa noite, senhoras e senhores, fantasmas e, muito especialmente, hóspedes —Dumbledore falou, sorrindo para os convidados. — Tenho o prazer de dar boas-vindas a todos. Espero e confio que sua estada aqui seja confortável e prazerosa.
Uma das garotas de Beauxbatons riu, claramente zombando. e reviraram os olhos ao mesmo tempo.
— O torneio será oficialmente aberto no fim do banquete — Dumbledore continuou. — Agora convido todos a comer, beber e se fazer em casa!
As travessas se encheram de comida, no entanto, com uma diferença peculiar. Diversos pratos pareciam estrangeiros, pois nunca vira na vida.
— Ah, acho que esse prato é francês! — apontou para um prato esquisito. — Vovó Lorraine vive fazendo um bem parecido lá em casa.
provou alguns daqueles pratos, muito curiosa, e alguns eram simplesmente maravilhosos, enquanto outros ela esperava nunca mais ver na vida.
Em algum momento, a menina loira que havia feito a risada zombeteira se dirigiu para a mesa da Grifinória e começou a falar com o Weasley mais novo. Vários olhares, especialmente masculinos, acompanhavam aquela movimentação.
— Garoto, você vai acabar babando no meu prato, fecha a boca! — falou para Tyler Madley, que estava ao seu lado e se inclinando em sua direção, ou melhor, em direção à estrangeira.
— Olhem, parece que o Filch não estava caduco afinal. — apontou, onde dois homens desconhecidos ocupavam as duas cadeiras extras.
— Ei, eu conheço eles! — falou. — Eles estavam na Copa Mundial de Quadribol! Aquele de bigode é o sr. Crouch e o outro, que está sorrindo, é Ludo Bagman.
Ao ouvir aqueles nomes, os gêmeos Weasley viraram instantaneamente para a mesa do diretor, trocando depois olhares significativos entre si.
“Esquisitos”, pensou.
As travessas então se encheram das deliciosas sobremesas de sempre, mas agora com algumas bem diferentes também. ficou encantada com um manjar branco e comeu metade dos que estava na travessa mais próxima.
Os pratos e travessas, então, foram limpos e uma grande expectativa pairou no ar. estava muito ansiosa para o que aconteceria agora. roía as unhas de tão tensa. Fred e George Weasley se inclinaram para frente e fixaram Dumbledore intensamente.
— Chegou o momento — o diretor disse sorrindo e todos reagiram ficando ainda mais tensos. — O Torneio Tribruxo vai começar. Eu gostaria de dizer algumas palavras de explicação antes de mandar trazer o escrínio, apenas para esclarecer as regras que vigorarão esse ano. Mas, primeiramente, gostaria de apresentar àqueles que ainda não os conhecem o Sr. Bartolomeu Crouch, Chefe do Departamento de Cooperação Internacional em Magia — todos aplaudiram, embora fossem aplausos fracos e educados — e o Sr. Ludo Bagman, Chefe do Departamento de Jogos e Esportes Mágicos. — Agora os aplausos foram ruidosos e animados, algumas pessoas até assobiaram e gritaram. — Nos últimos meses, o Sr. Bagman e o Sr. Crouch trabalharam incansavelmente na organização do Torneio Tribruxo e se juntarão a mim, ao Professor Karkaroff e à Madame Maxine na banca que julgará os esforços dos campeões. — Dumbledore percebeu que todos estavam extremamente atentos. — O escrínio, então, por favor, Sr. Filch.
Filch levou uma arca até Dumbledore antiga até Dumbledore, cheia de pedras preciosas. Não se ouvia nem o barulho das respirações, todos muito ansiosos e atentos para o que ia acontecer. Um primeiranista subiu em uma das mesas para tentar enxergar, mas nenhum monitor estava dando a mínima.
— As instruções para as tarefas que os campeões deverão enfrentar este ano já foram examinadas pelos Sr. Crouch e Bagman — Dumbledore disse, enquanto a arca era colocada na mesa a sua frente —, e eles tomaram as providências necessárias para cada desafio. Haverá três tarefas, espaçadas durante o ano letivo, que servirão para testar os campeões de diferentes maneiras... sua perícia em magia, sua coragem, seus poderes de dedução e, naturalmente, sua capacidade de enfrentar o perigo. Como todos sabem, três campeões competem no torneio, um de cada escola. Eles receberão notas por seu desempenho em cada uma das tarefas do torneio e aquele que tiver obtido o maior resultado final da tarefa ganhará a Taça Tribruxo. Os campeões serão escolhidos por um juiz imparcial... o Cálice de Fogo.
Dumbledore puxou sua varinha e deu três pancadas leves na tampa da arca, que se abriu lentamente. O diretor então tirou dela um grande cálice cheio até a borda com chamas branco-azuladas que se mexiam, hipnotizantes.
— Quem quiser se candidatar a campeão deve escrever seu nome e escola claramente em um pedaço de pergaminho e depositá-lo no cálice. Os candidatos terão vinte e quatro horas para apresentar seus nomes. Amanhã à noite, Festa das Bruxas, o cálice devolverá o nome dos três que ele julgou mais dignos de representar suas escolas. O cálice será colocado no saguão de entrada hoje à noite, onde estará perfeitamente acessível a todos que queiram competir. Para garantir que nenhum aluno menor de idade ceda à tentação, traçarei uma linha etária em volta do Cálice de Fogo depois que ele for colocado no saguão. Ninguém com menos de dezessete anos conseguirá atravessar a linha.
— É o que veremos — sussurrou George Weasley, olhando para Fred que estava quase a sua frente, ambos com brilho nos olhos.
— E, finalmente — continuou Dumbledore —, gostaria de incutir nos que querem competir que ninguém deve se inscrever nesse torneio levianamente. Uma vez escolhido pelo Cálice de Fogo, o campeão ficará obrigado a prosseguir até o final do torneio. Colocar o nome no cálice é um ato contratual mágico. Não pode haver mudança de ideia, uma vez que a pessoa se torne campeã. Portanto, procurem se certificar de que estão preparados de corpo e alma para competir, antes de depositar seu nome no cálice. Agora, acho que está na hora de irmos nos deitar. Boa noite a todos.
— Uma linha etária! — Fred Weasley disse, antes de sair correndo com o irmão para a entrada.
— Deve ser possível de enganar. — bocejou.
— Uma linha etária normal, talvez. Mas uma projetada pelo próprio Dumbledore? Sei não.— disse.
— Muito bem, temos que ir dormir porque amanhã teremos muito trabalho a fazer. tem que ir pra biblioteca procurar métodos pra contornar esse pequeno obstáculo — continuou.
— E por que você não vai para a biblioteca? — questionou, surpresa.
— Porque eu tenho que preparar meus pergaminhos de teste. E você se negou a se inscrever ou a pelo menos tentar me inscrever. Você podia colaborar para o sonho da sua amiga. A não ser que você prefira a ideia de colocar meu nome por mim. Não parece difícil, hein. E você não teria que ficar na biblioteca — ela continuou tentando persuadir a amiga.
O dia seguinte chegou rapidamente e todos acordaram extremamente entusiasmados: era Halloween e dia da escolha dos campeões.
— Sabe — disse , enquanto elas se arrumavam para descer para o café —, eu quero muito ver os campeões, mas pela primeira vez na vida, e eu odeio admitir, estou ansiosa para a festa dos gêmeos.
— Esse é o espírito! — disse, animada. — Temos que finalizar os detalhes da fantasia também.
— Depois eu vou conferir com Rob se ele não esqueceu nada — comentou, sorrindo.
Elas então desceram para o saguão bem cedo, onde estava o Cálice de Fogo, cercado pela linha etária. Poucos segundos depois, todos os alunos de Durmstrang entraram em fila e depositaram seus nomes, liderados por Vítor Krum.
— Ah, Vítor Krum é maravilhoso, eu não me importaria se ele ganhasse — falou, com ar apaixonado.
— Garota, você tem que torcer pela sua escola! — brigou com ela.
— Mesmo? — falou, meio aérea.
— Ele nem é tão impressionante ou bonito. Parece meio carrancudo demais — comentou, curiosa.
Depois que eles se retiraram, as meninas foram para o Salão Principal tomar café, que já estava todo decorado de morcegos e abóboras para mais tarde, e depois correram de volta para o saguão, observando se mais alguém iria se inscrever, mas a maioria só olhava o Cálice.
Em algum momento, Fred, George e Lino chegaram correndo, muito excitados. Conversaram um pouco com o irmão mais novo dos Weasley e seus amigos e depois foram em direção ao Cálice, parando no limite da linha etária. Várias pessoas olhavam curiosas, inclusive as quatro meninas.
— Pronto? — Fred Weasley disse, sem conter a excitação em sua voz. — Vamos então, eu vou primeiro...
E tirou um papel escrito seu nome do bolso.
— Não é possível... Ele não vai... — murmurou, os olhos arregalados de medo e excitação.
E então, respirando fundo, ele cruzou a linha.
George soltou um berro de triunfo e correu atrás de Fred, cruzando a linha também. No entanto, segundos depois, ouviu-se um chiado e os gêmeos foram arremessados para fora do círculo formado pela linha etária. Eles voaram 10 metros longe e, quando aterrissaram, um forte estalo ecoou pelo salão e duas barbas brancas, longas e idênticas cresceram nos dois.
se engasgou com a própria saliva de tanto rir. O saguão explodiu de gargalhadas. Até Fred e George riram quando olharam para a barba um do outro.
— Eu avisei a vocês — disse uma voz grave e risonha e, quando se virou, viu o próprio Dumbledore observando tudo. — Sugiro que os dois procurem Madame Pomfrey. Ela já está cuidando da Srta. Fawcett da Corvinal e do sr. Summers da Lufa-Lufa, que também resolveram envelhecer um pouquinho. Embora eu deva dizer que as barbas deles não são tão bonitas quanto as suas.
Os dois garotos seguiram para a ala hospitalar, com Lino Jordan seguindo atrás, que não parava de rir. Aos poucos, muitos alunos se retiraram do local para tomar café.
— Espero que isso te faça desistir da pesquisa de como cruzar a linha — falou sorrindo para , que logo ficou emburrada.
— Talvez. Mas... — o sorriso voltou a seu rosto — você ainda pode me inscrever.
— E correr o risco de acabar na ala hospitalar também? Não, muito obrigada, tentadora a oferta, mas terei que passar.
— Vamos, ! Dumbledore não falou nada sobre um aluno mais velho inscrever outro mais novo! Acho que ele imaginou que nenhum aluno mais velho iria deixar de se inscrever e não ia querer nova concorrência.
— Até que faz sentido — concordou. — Não que eu apoie — ela se apressou a dizer.
— Vamos, , qual a chance do Cálice escolher de qualquer jeito? — falou.
— Mas e se escolher? Então, Dumbledore vai perguntar como ela conseguiu e a culpa vai parar em mim. — A menina parecia assustada.
— Eu digo que consegui colocar sem cruzar o círculo, com... com... com um galho muito comprido!
— É a mentira mais idiota que eu já vi — admitiu. — Fala pelo menos que usou uma poção nela que a fez obedecer!
— Com que talento em Poções? — colocou, só constatando um fato.
— Eu sei fazer uma boa poção quando eu quero! — falou, orgulhosa. — O problema é que Snape nunca me fez querer.
— Então, mentira contada — falou. — Vamos, , é quase impossível o Cálice a escolher mesmo — ela completou sussurrando.
— E a monitora promete não nos dedurar, certo? — olhou para , esperançosa.
suspirou.
— Ela promete que vai acusar completamente se algo der errado.
tirou um pedaço de pergaminho do bolso escrito " Carter – Hogwarts".
— Você já sabia que eu ia aceitar? — perguntou, irritada.
— Desejava muito — disse, suplicante.
E, em um piscar de olhos, antes que perdesse a coragem, quando todos tinham se retirado do saguão, cruzou a linha, jogou o papel e voltou correndo e gritando.
Poucos segundos depois, três estudantes mais novos entraram para conferir como andava tudo.
— Essa foi por pouco — falou.
— É! ISSO! — saiu gritando e correndo, sem nem esperar por elas.
parecia a ponto de chorar. Cinco segundos depois, sem a euforia de , as meninas não pareciam mais tão certas daquilo.
— Ouvi dizer que Cedrico Diggory do nosso ano vai se inscrever. Entre vários outros dos mais velhos. O Cálice não escolheria . E, se der ruim, vamos testemunhar que ela te ameaçou — tentou tranquilizar a amiga. — Você sabe que ela ia acabar te ameaçando.
— Isso é inaceitável. Ela pode querer correr o risco sozinha, mas sem se importar de eu correr também? — estava muito chateada e entendeu o lado dela.
— Vamos, vamos encontrá-la — disse. — E vamos falar sobre isso. Já fizemos o que ela queria. Agora ela tem que nos ouvir.
— Desculpa por pressionar você — disse. — Às vezes, eu perco a noção com essa garota.
— Eu sei — disse, sorrindo triste. — A culpa é minha de ter aceitado.
— A culpa é de de ter pedido — falou, muito conclusiva. — E nossa de ter incentivado. Agora que passou o momento de emoção, eu me sinto péssima por você.
— Eu também — disse. — tem razão. Tá na hora de entender algumas coisas.

⭐⭐

— ... e é por isso que achamos que você deve desculpas à concluiu para .
As meninas a encontraram perto do Lago Negro, ainda toda sorridente. Agora, uma grande carranca se estendia por seu rosto.
— Vocês concordaram — falou.
— Sim, fomos na onda e fizemos tão mal quanto. Já pedimos nossas desculpas e percebemos nosso erro — falou.
— Bom, mas o que está feito já está feito — disse, desafiadora.
— Você tem razão — respondeu. — A sua inscrição já está feita. Mas você foi uma péssima amiga hoje. Nós ela corrigiu — fomos péssimas amigas hoje. E temos que prometer não tentar impor nossa vontade acima das demais, especialmente se vamos colocar alguém em risco. Se quiser correr risco, corra sozinha sem envolver ninguém, como os gêmeos Weasley, por exemplo. Não envolva mais nenhuma de nós ou nenhuma outra pessoa em qualquer plano maluco que a pessoa não concordar por vontade própria. Fechado?
ficou longos minutos encarando cada uma, com uma grande interrogação na cara. A amiga sempre fora completamente transparente, mesmo sem querer, e por isso, depois da grande espera e tensão, ela soltou um suspiro e falou:
— Fechado.
Apesar de todas acreditarem que ela iria entender, não podiam negar o alívio que foi ouvirem aquela palavra. Depois disso, o dia voltou a ser animado.
— Eu ouvi que Warrington, aquele grandalhão da Sonserina, se inscreveu no torneio — comentou.
— Credo, aquele garoto não sabe nem a diferença entre um graveto e uma varinha normal — comentou.
— E o campeão não pode ser da Sonserina! — reclamou. — Eu me mataria na frente do Dumbledore.
— Muita gente da Lufa-Lufa tá falando do Diggory, não seria mau, né? — falou, sonhadora.
— Achei que você gostasse do Krum — provocou .
— E o que uma coisa tem a ver com a outra? — ela respondeu, dando de ombros.
— Eu ouvi que a Angelina se inscreveu também! — disse.
— Nossa, seria muito legal! Uma mulher da Grifinória e nossa colega de quarto! — comentou.
A tarde foi repleta de comentários e, frequentemente, encontravam colegas tão excitados quanto. Cedrico Diggory estava completamente cercado por alunos da Lufa-Lufa de todas as idades, principalmente meninas. Ele sorria para todas, sem parecer pomposo e nem chateado. Realmente, o menino de ouro de Hogwarts. E, ninguém podia negar, era uma visão e tanto.
Em dois momentos, teve um colapso e chorou, morrendo de medo de se encrencar. Elas demoraram muito para poder acalmar a amiga.
Até encontraram Angelina que confirmou que tinha se inscrito.
— Boa sorte, Angelina! — disse. — Espero que seja você!
Todas as meninas ali presentes confirmaram e Angelina abriu um sorrisão, agradecendo.
A noite finalmente chegou e todos desceram para o Salão Principal para a Festa das Bruxas, embora, pela primeira vez, estava desejando imensamente que fosse mais curta. Todo o grupo do sexto ano sentou perto novamente e todos pareciam estar torcendo para Angelina. Os outros dois maiores de idade, Kyle e , não quiseram se inscrever. Fred, George e Lino já estavam completamente recuperados e aceitavam bem sua derrota, mostrando seu apoio a ela também. Até , que secretamente ainda tinha chance, não pode deixar de se comover e torcer pela colega.
Depois do que pareceu uma eternidade, o jantar terminou, o que gerou uma intensa movimentação que cessou imediatamente quando Dumbledore se levantou. Todos estavam imóveis, a expectativa pairando no ar...
— Bom, o Cálice de Fogo está quase pronto para se decidir. Estimo que só precise de mais um minuto. Agora, quando o nome dos campeões for chamado, eu pediria que eles viessem até esse lado do salão, passassem diante da mesa dos professores e entrassem na câmara ao lado, onde receberão as primeiras instruções.
observou que os olhos de Angelina brilhavam, como se já estivessem imaginando o caminho. Dumbledore puxou a varinha e fez um gesto que apagou todas as velas, exceto as que estavam dentro das abóboras recortadas, deixando o salão muito escuro, o brilho do Cálice se destacando ainda mais intenso. E todos aguardavam. parecia prestes a chorar de novo. fechou os olhos e parecia estar falando sozinha. estava com os olhos completamente arregalados que mal piscavam. estava tonta com tanta expectativa...
— A qualquer segundo agora — sussurrou Lino Jordan, conferindo seu relógio.
De repente, as chamas do Cálice se avermelharam e começaram a soltar faíscas, pouco depois expelindo um pedaço de pergaminho chamuscado. Dumbledore pegou o pergaminho para ler. Todos prenderam a respiração...
— O campeão de Durmstrang será Vítor Krum.
O salão inteiro prorrompeu em aplausos e assobios.
— ISSO! — gritava tão alto que alguns alunos se viraram assustados. Mas ela não era a única que chamava a atenção com seus comentários.
— Bravo, Vítor! — dizia o Professor Karkaroff, tão alto que se sobressaía dos aplausos. — Eu sabia que você era capaz!
— Tenho a impressão de que, se não fosse pegar mal, ele teria trazido só Krum para não ter chance de ele perder a vaga — comentou com , que concordou, rindo horrorizada.
Quando o campeão entrou na câmara, todos se calaram e fixaram o olhar no Cálice novamente, que logo voltou a ficar vermelho e expeliu um segundo pedaço chamuscado de pergaminho.
— O campeão de Beauxbatons é Fleur Delacour! — Dumbledore anunciou.
Novamente, o salão voltou a aplaudir e a menina loira que chamava atenção desde que chegara se dirigiu para a câmara também.
— Acho que os alunos não gostaram muito dessa escolha. — apontou para a mesa da Corvinal, onde alguns alunos de Beauxbatons choravam e se revoltavam.
— Mimados — foi o que disse, antes de se voltar compenetrada para o Cálice. Não demorou muito para que todos no salão estivessem da mesma forma. Só faltava o campeão de Hogwarts.
Alicia apertava a mão de Angelina, ambas torcendo muito para que a segunda fosse a campeã.
O Cáice de Fogo ficou vermelho novamente e expeliu mais um pergaminho. O tempo pareceu estar se arrastando até Dumbledore pegá-lo.
— O campeão de Hogwarts é Cedrico Diggory.
— NÃO! — os companheiros da Grifinória exclamaram, decepcionados por Angelina, mas não se ouviu nada, abafados completamente pelas comemorações da mesa da Lufa-Lufa. Só aplaudia também, encantada com o garoto.
— O que foi? — ela disse quando recebeu um olhar feio de Alicia. — Ele é bonito!
parecia extremamente mais calma, como se todo o peso de ter aceitado inscrever tivesse ido embora. Essa, por sua vez, estava aborrecida, mas viu que ela sorriu ao ver relaxada.
Quando finalmente os aplausos, que foram os mais demorados, cessaram, Dumbledore voltou a falar.
— Excelente! Muito bem, agora temos os nossos três campeões. Estou certo de que posso contar com todos, inclusive com os demais alunos de Beauxbatons e Durmstrang, para oferecer aos nossos campeões todo o apoio que puderem. Torcendo pelos seus campeões, vocês contribuirão de maneira muito real...
Mas Dumbledore parou inesperadamente, pois, naquele momento, o Cálice de Fogo se avrmelhava novamente, soltando faíscas e expelindo um quarto pedaço de pergaminho.
Dumbledore pegou o pergaminho e o leu. Ele pareceu muito surpreso e ficou ali, relendo. Todos esperavam, mirando Dumbledore fixamente. Então, ele pigarreou e disse:
Harry Potter!
se virou em choque para o garoto de apenas 14 anos, como todos no Salão. Ele parecia em choque e assustado. Será que se inscrevera de brincadeira e achou que nada poderia acontecer?
Fred Weasley, que estava ao seu lado, em choque, derrubou uma das taças douradas no chão. Ainda boquiaberta, automaticamente se abaixou para pegar a taça, mas o garoto tentou esticar o braço para pegar quando ela já estava inclinada embaixo da mesa, o que resultou em uma cotovelada forte no seu supercílio. Ela gemeu de dor ao se levantar e depositar a taça ao seu lado, mas o garoto não percebeu nada. Só olhava em choque para Potter.
— Harry Potter! — Dumbledore tornou a chamar. — Harry! Aqui, se me faz o favor!
O garoto, todo desajeitado, seguiu até a câmara, sob os olhares atentos de todos. Assim que ele entrou, a Professora McGonagall exclamou:
— Todos de volta a seus dormitórios!
E saiu em disparada junto com Dumbledore, Sr. Crouch, Ludo Bagman, Madame Maxine, Karkaroff e Snape. Os demais professores ajudaram a dispensar os alunos.
— Bom, acho que tenho que ajudar a conduzir os alunos — disse, se levantando, a dor incomodando em cima de seu olho esquerdo.
, você está sangrando! — exclamou.
— Ah, é? — ela falou e colocou a mão no supercílio. Quando a retirou, uma mancha de sangue veio junto. Ela ficou levemente tonta. Odiava ver sangue.
— Como que isso aconteceu? — indagou, analisando. — Acho que não é muito sério, é uma região que machuca fácil, mas é melhor ver Madame Pomfrey.
— Então preciso da ajuda de vocês — disse. — Ajudem a conduzir os alunos mais novos. Eles sempre se perdem em momentos animados.
— Mas...
— Podem ir! — ela exclamou, se levantando com as amigas.
— Isso aí não teria sido fruto de uma cotovelada ou algo parecido, teria? — virou para trás ao ver Fred Weasley falando com ela e passando a mão no cotovelo direito.
— Na verdade, tem exatamente a ver com isso — ela disse, se virando novamente.
— Ih, foi mal, não vi na hora. Mas isso aí você resolve rapidinho com Madame Pomfrey. Ou se quiser testar um produto que eu e...
— Olha aqui, você já tá me mandando para a ala hospitalar pela segunda vez nesse mês. É melhor não interferir mais.
— Relaxa, estressadinha. Só estava brincando! — ele disse, fingindo estar ofendido, fazendo-a revirar os olhos.
— Ei, Fred! — Era George chamando-o. — Vem, temos que passar na cozinha e buscar a comida! Se chegarmos cedo, podemos talvez até conseguir alguma cerveja amanteigada.
— É pra já! — E saiu correndo, deixando a garota ali, plantada e sangrando. O machucado podia não ser nada demais, mas ele precisava ser tão... tão... argh!



— Pode ir agora, pelo menos dessa vez não foi nada demais.
— Obrigada, Madame Pomfrey!
agradeceu e saiu, apressada, já estressada por ter tido que passar na ala hospitalar. Só conseguia imaginar o seu dormitório e poder conversar com as meninas...
A menina chegou na Torre da Grifinória e parou diante do quadro da Mulher Gorda.
— Boa noite. Asnice.
— Boa noite para você também, querida. — A mulher piscou, abrindo a passagem.
Uma grande gritaria começou e algumas pessoas agarraram seus braços.
— Pera! Não é ele! — George Weasley gritou.
— Ah, é só a ! — Lino disse, decepcionado, deixando ofendida, que logo se desvencilhou de todos com cara feia e foi até as amigas, enquanto a gritaria virava apenas conversas.
— Ah, , que bom que você está bem! – comentou alegre.
— Ora, para de cara feia, é só porque estamos todos ansiosos para quando o garoto Potter chegar — disse, compreendendo a carranca da amiga.
— Vai ser uma festa! Afinal, por Merlin, um campeão da Grifinória! Embora, coitado, tão jovem... — falou.
— Não tenha pena de quem pode ficar rico! — rebateu.
— Mas correndo um risco mortal com apenas quatorze anos! — replicou, assustada.
— Só queria que a festa de Halloween não tivesse sido adiada para amanhã...
deixou as três e foi para o dormitório tirar a capa, ficando apenas de saia e blusa. Prendeu o cabelo em um rabo de cavalo e se jogou na cama, pensando se deveria realmente descer.
Alguns minutos depois, a cama se afundou do seu lado.
— Sabia que você ia estar aqui assim disse.
suspirou.
— É só que eu tô meio cansada e irritada. Não sei se quero descer.
sorriu.
— Justamente por estar cansada, você deveria descer e aproveitar. Tem cerveja amanteigada, salgadinhos, amendoim... Os gêmeos podem ser irritantes, mas certamente sabem dar uma festa. E Lino Jordan tem um rádio enfeitiçado e ele prometeu tocar umas músicas boas. Você tá no sexto ano, menina! O que você fez até agora além de estudar?
— Fui pra ala hospitalar duas vezes.
— Mas só uma foi interessante — disse, dispensando o comentário. — Olha, não quero ser chata e insistente, mas pensa uma última vez pelo menos. Podemos realmente nos divertir!
Como se fosse uma deixa, a sala comunal se encheu de berros e assobios, e soube que Harry Potter havia chegado. Ela olhou para , que parecia ansiosíssima para descer, e, no outro lado, sua pilha de livros, e tomou uma decisão.
— Vamos logo antes que eu desista!
deu um gritinho, abraçou a amiga e já iam descer, quando voltou para reaplicar o batom que a Professora McGonagall retirara com mágica.
Já lá embaixo, Harry Potter estava enrolado em uma bandeira da Grifinória e todos já estavam comendo, bebendo e dançando.
e estavam em um canto, batucando os pés no ritmo da música, enquanto conversavam algo animadas.
— ... aí, eu e Rob gritamos tanto que algumas pessoas começaram a encarar e então: eles nos encararam!
— Que que vocês tão falando? — questionou.
estava me contando quando ela foi com Rob no show das Esquisitonas — disse.
— AH, MEU MERLIN! VOCÊ VIU TODOS ELES PESSOALMENTE? — deu um gritinho.
— Sim! Papai me deu de presente adiantado quando eu fiz dezesseis anos, então fomos toda a família.
— E ela viu o Kirley pessoalmente — suspirou.
— Que Kirley o quê! To bem mais animada pelo Myron! — rebateu.
— Eu sempre preferi o Orsino e aquele jeitão misterioso — acrescentou, olhando para o nada.
— TA TOCANDO THIS IS THE NIGHT! — exclamou. — É MINHA PREFERIDA DELES! POR FAVOR, NÓS TEMOS QUE DANÇAR!
, inspirada por toda a energia de todos ao redor, ajudou a amiga a arrastar e para mais perto de onde um grupo dançava, gerando uma cara feia nas duas, que logo se desfez e todas se divertiram.
A noite seguiu com música, comidas e, em algum momento, alguém desenhou Cedrico Diggory e prendeu o desenho na parede, onde alguns se revezavam para rasgar e amassar o papel ou até mesmo acertar facas. Criaram várias músicas de torcida, colocaram Harry Potter no meio de tudo para que todos pudessem congratulá-lo ou indagar como ele conseguira se inscrever, o que ele negava firmemente não ter feito.
— É culpa da ! — disse. — Ele nunca ia falar a verdade na frente da monitora.
— Ei, quando você fala assim, parece que eu sou dedo duro!
— Você segue as regras, é diferente.
— Mas não sou dedo duro. — Ela fez bico. Odiava quando as pessoas a tomavam como certinha só por causa de um distintivo.
— Acho que ele convenceu um aluno mais velho também — disse, mudando o foco da conversa.
— Mas deve ter sido mais que isso! Ele conseguiu fazer com que o cálice escolhesse dois campeões de Hogwarts — comentou.
— E eu nunca dei muito por esse garoto. Anda com essa cara de inocente, mas se deu melhor que a gente! — disse.
— Inocente? Ele não tava envolvido nos últimos acontecimentos bizarros da escola? — lembrou.
— A gente realmente tem que ficar discutindo sobre um adolescente magrelo? — reclamou.
— Hm, por que, ? É dos mais velhos que você gosta de discutir? — provocou.
— Eu... eu nunca... nunca falei... como você ousa! — estava vermelha a esse ponto.
— É um completo desastre que nós sejamos quase maiores de idade, quer dizer, algumas já são, e nenhuma de nós namorou até hoje — apontou. — Não que eu queira. Vocês que são velhas tristes.
— Eu namorei! — rebateu.
— Namorar um garoto por menos de vinte e quatro horas no Dia dos Namorados não conta — rebateu.
— Claro que conta!
— Garota, se você realmente insiste que isso conta, você tá em decadência — disse.
— Pelo menos, tô melhor que vocês...
— Bom, eu nunca quis namorar mesmo, tenho outras prioridades. — deu de ombro.
— Realmente, ainda tenho pena daquele menino que te chamou para ir a Hogsmeade com ele no quarto ano. Quem foi mesmo? Davies? — completou.
— Não importa. E também já teve seus pretendentes. Não sei por que vive recusando. Até Cedrico Diggory chegou a te notar! — continuou.
— Tenho outras prioridades — rebateu, sarcástica, fazendo-as rir.
— Bom, pelo menos eu não me sinto ofendida de ter uma vida amorosa ruim perto da de vocês — comentou, dando de ombros e rindo.
— Ah, como se a gente fosse esquecer os seus memoráveis beijos com Truman... Não, nossa memória é muito maligna e eficiente pra deixar isso passar — provocou.
— Vai começar a me lembrar daquele desastre?
— Ah, querida , só porque ele te beijou de repente na frente de todos no Três Vassouras, inclusive dos professores, e depois você saiu chorando porque não sabia como beijar, não significa que foi um desastre — falou.
— Você literalmente listou todos os motivos para serem um desastre — rebateu, já ficando de mau humor.
— Enfim, mais cerveja amanteigada? — logo ofereceu.
O resto da noite e início da madrugada decorreram com conversas, risadas, danças e cantorias, até que, quase uma da manhã, estava insistindo para elas irem dormir e já estava sentindo o cansaço pesar nela, agradecendo muito que o dia seguinte fosse domingo. Afastou fortemente a lembrança dos deveres de casa e fingiu que seria um dia de descanso, com uma festa ao final. Elas finalmente subiram para o dormitório, como metade dos alunos, especialmente os mais novos, porém alguns como Fred, George e Lino, os organizadores da festa, continuaram.
A noite de domingo chegou rapidamente (o tempo sempre parecia correr para logo se transformar em segunda-feira) e o dormitório estava tomado pelas garotas se arrumando. Angelina e Alicia estavam fantasiadas de vampiras e saíram rápido para encontrarem com Katie Bell. As outras meninas finalizaram os tacos de críquete para darem o toque final a suas fantasias: Heathers, o filme que havia estreiado há cinco anos e que estava obcecada por. Claro que ela estava de Heather Chandler, com a saia, o blazer e o laço vermelhos. estava de Heather Duke, de verde, de Heather McNamara, com a roupa amarela, e de Verônica Sawyer, de azul (embora afirmasse que nunca teria coragem de matar ninguém e não admitir o próprio crime). Rob estaria vestido de JD, mas encontraria as garotas na festa, correndo menos risco de ser pego.
A sala comunal já estava vazia quando elas saíram para os corredores. estava nervosa e não tinha certeza se era uma boa decisão, estava tarde demais e era contra todas as regras possíveis. Mas nem ela podia negar que estava ansiosa para aquele momento.
Elas chegaram no quinto andar e entraram no corredor escuro e silencioso. Se não fosse pela magia, nunca acreditaria que uma festa estava acontecendo ali.
bateu na porta três vezes e sussurrou “Filch fede”. Logo, elas estavam dentro de uma sala decorada de abóboras, morcegos e luzes roxas, com Galinda Smith, a cantora pop bruxa do momento, estourando nos rádios.
Robert logo estava ao lado delas, o rosto mostrando óbvio alívio. Ele estava com um sobretudo, coturno, uma bomba falsa e lápis de olho.
— Ainda bem que vocês chegaram. Marieta Edgecombe não para de me perturbar por causa da bomba falsa, não sei o que deu nela.
As meninas se viraram para a quintanista, que estava junto com sua melhor amiga Cho Chang, uma vestida de Dorothy e a outra de Mágico de Oz. Marieta não parava de encarar Rob. fez como se fosse vomitar.
— É, acho que ela tá dando em cima de você — disse, rindo.
— Por Merlin, ela é maluca. — Rob sacudiu a cabeça. — Às vezes, ela esquece que quem trabalha no Ministério é a mãe dela, não ela.
— Agora você está seguro, fica tranquilo — brincou com o irmão.
— Ei, galera, eu trouxe minha câmera — Lino disse, aparecendo do nada. — Querem uma foto?
— Nada com vocês é gratuito. Quanto custa? — questionou.
— Caramba, eu não posso só ser simpático? — Ele colocou uma mão no peito, ofendido.
— Não. Desembucha.
— Tá bom, é um galeão.
—Três sicles e não se fala mais nisso. — colocou a mão no bolso e tirou três moedas prateadas.
— Fazer o quê. — Ele deu de ombros, pegando as moedas e preparando a câmera. Mas, depois de pronta, o grupo sorriu, feliz com o resultado.
— Ei, Robert Blanck, o que você é? Sirius Black? — Lino perguntou enquanto entregava a foto, em que todos os cinco se abraçavam e riam.
— Boa ideia. Agora eu sou Sirius Black — Rob disse, sorrindo, mas deu um empurrão nele com o ombro. — Ai.
— Você é JD, não Sirius Black!
— É, mas ninguém vai saber quem eu sou — o menino reclamou.
— Você aceitou, agora lide com isso!
— Olha, George, vieram fantasiados das quatro casas de Hogwarts jogadoras de croquete. — A voz de Fred interrompeu a discussão.
— Estamos de Heathers! E é críquete. — estava impaciente.
Os cinco se viraram para os gêmeos e levaram um susto. Se não tivesse visto os gêmeos de barba no dia anterior, não teria reconhecido George Weasley com a barba branca e os oclinhos meia lua, imitando perfeitamente Dumbledore. Enquanto isso, Fred Weasley estava com uma roupa marrom coberta de folhas, como uma árvore. estreitou os olhos.
— Você tá vestido de... natureza?
O ruivo bufou, se virando para George.
— Por que você mudou de fantasia?! Ia ficar muito mais claro que eu sou o salgueiro lutador se você estivesse todo machucado do meu lado!
— Porque eu não ia ficar parecendo que tinha apanhado de um otário! — George reclamou. — Você ia entender se eu fosse o salgueiro.
— E você seria se não tivesse vomitado depois de três vomitilhas, eu ganhei nossa aposta.
— Você vomitou cinco segundos depois!
— Mas você vomitou primeiro!
— Tanto faz. Essa barba ficou irada — George disse, acariciando a pelagem branca.
— Vamos buscar umas bebidas, esses aí estão loucos — disse, e todos concordaram imediatamente.
A mesa de quitutes estava ainda mais caprichada do que na festa do dia anterior, comemorando o campeão da Grifinória. Longe dos olhares de McGonagall, a mesa estava lotada de Whisky de Fogo, Cerveja Amanteigada, Gin de Fada Mordente e mais. pegou uma caneca da famosa bebida do Três Vassouras, enquanto suas amigas se serviam de Whisky de Fogo.
— Você sabe que já é quase maior de idade, né, ? Já pode beber — disse.
— Mas eu ainda não sou. Não é certo. — Ela sacudiu a cabeça. Era uma regra, e ela não ia quebrá-la.
— Você quem manda, respondeu, a primeira festa em que beberia, já que agora ela sim era maior de idade. — E você nem pensa — ela disse, apontando para Rob.
— Você é uma estraga prazeres — ele resmungou.
A música pop continuava tocando animada pela sala. As amigas de decidiram dançar e ela preferiu ficar em um canto, não se sentia muito confortável dançando no meio de tanta gente. Robert ficou ao seu lado e eles ficaram conversando sobre as expectativas de Rob sobre os N.O.M.s, especialmente de Poções, já que ele desejava se tornar um Auror. Falaram sobre serem monitores, as expectativas para o Torneio, as especulações de como Harry Potter havia se tornado um campeão e muito mais. gostava muito de conversar com Rob, era muito fácil.
— Dumbledore gosta muito dele, será que ele ajudou? — Rob confidenciou.
— Não, Dumbledore não colocaria Potter em risco — contradisse. — Você viu a cara dele quando tirou o nome de Harry do cálice?
— De fato. Vou buscar uma bebida. Quer algo?
— Uma cerveja amanteigada. E espero que você também, senão eu conto pra sua irmã. — Ela levantou uma sobrancelha.
— Por Merlin, tá bom! — Ele revirou os olhos e se levantou, enquanto ria de leve.
O menino mal se levantou, indo em direção às bebidas, e o assento dele foi substituído, fazendo levar um susto.
— Mas se você não está fantasiada de corvina, o que você é? — Fred questionou.
— Boa noite, Weasley — ela disse, revirando os olhos. — Eu sou Veronica Sawyer, de Heathers. Mas não adianta, você não assiste essas coisas?
— Filmes trouxas, é? Sobre o quê? — Ele apoiou os cotovelos na mesa, juntando as mãos para formarem um apoio no queixo. suspirou, ele não a deixaria em paz.
— Uma garota que entra no grupo das mais populares, e depois, junto com seu namorado JD, sem querer matar uma delas, Heather Chandler. E JD tem uma parada com bombas — ela disse, apontando para Robert, com sua bomba falsa enquanto tentava pegar Gin de Fada sem que percebesse.
Fred deu uma boa olhada em Rob, então voltou a olhar com um sorriso maldoso nos lábios.
— Ahhh, então por isso que Ackerley não é seu namorado. É Blanck.
— Ele não é meu namorado! Nenhum dos dois é! Meu Deus, que cisma! — Ela o encarou, emburrada. — Por que você tá insistindo tanto em falar comigo?
! — Ele colocou a mão no peito, ofendido. — Porque somos parceiros de Transfiguração e amigos!
— Não somos amigos. Você me mandou pra ala hospitalar duas vezes. Duas vezes! E sempre me atrapalha na aula.
— Então talvez eu esteja falando com você para garantir que não vai cortar o barato de todo mundo e denunciar a festa — Fred disse, sorrindo de forma levemente cruel. — Você parece ter motivos.
— Desde que não me mandem para a floresta sombria com um idiota, ficaremos bem — ela garantiu, embora estivesse sim com uma leve vontade de denunciá-lo.
— Relaxa, não te mandarei para a floresta com nenhum dos seus namorados monitores.
Ela não aguentava mais. se levantou da mesa, explodindo:
— Eles não são meus namorados!
Por sorte, ninguém pareceu ouvir nada, já que Lino Jordan gritou para a festa ao mesmo tempo:
— Veritasserum ou Felicis!
Fred nem ouviu a resposta dela, só levantou correndo e foi em direção a George, ao mesmo tempo em que Robert voltava com as bebidas.
— Vai jogar? — o menino perguntou, observando a movimentação ao redor.
— Não, eu tô de boa.
! Vem cá AGORA! — gritou e gemeu.
— É, acho que você vai jogar — Rob comentou, achando graça, se levantando de onde havia acabado de sentar. — Vem, eu vou com você.
, e já estavam sentadas no chão e, da forma que riam e sorriam, estavam levemente bêbadas. se sentou do lado de e Robert do lado da irmã. Cho Chang e Marieta correram para se posicionarem perto de Robert, que deu um suspiro decepcionado. Angelina, Katie e Alicia ficaram opostas às meninas, e no meio do caminho estavam Fred, George, Lino, Kyle, Tyler, Rogerio Davies, alguns amigos corvinos, McLaggen, umas meninas lufanas que não paravam de rir para ele e alguns alunos do sétimo ano.
O vidro de líquido prateado foi girado por Lino e parou em Davies.
— Ah! Verdade ou desafio? — o locutor perguntou, com um sorriso animado.
— Verdade — Davies respondeu, e dois amigos dele gritaram em comemoração.
— Qual a garota mais bonita em Hogwarts? — Lino perguntou, erguendo uma sobrancelha.
— Essa é fácil. Atualmente, aquela menina de Beauxbatons — Davies respondeu e seu rosto se perdeu em pensamentos que o fizeram sorrir como bobo.
O líquido prateado ficou dourado, arrancando diversas reclamações de algumas garotas presentes.
— Ela nem é de Hogwarts! — Marieta reclamou.
— Mas está em Hogwarts — Davies respondeu, com um sorriso canalha.
— Tá bom, tá bom, sem mais reclamações — George falou, girando o frasco. — Ah, Katie! E aí?
— Desafio, claro — ela respondeu, um sorriso igual ao do ruivo no rosto.
— Vamos ver se você ainda está se mantendo em prática para o ano que vem — ele disse, olhando ao redor, até que seu rosto se iluminou. — Eu te desafio a acertar um copo em cima da mesa de bebidas daqui com... isso. — Ele ergueu uma bolinha de ping pong.
olhou ao redor. A mesa estava a pelo menos uns cinco metros de distância da garota. Mas ela só gargalhou e tomou a bolinha de George.
— Moleza.
Bell passou a bolinha de uma mão para a outra, testando seu peso. Então, arremessou.
A cerveja amanteigada espirrou quando a bolinha caiu perfeitamente dentro do copo.
A festa inteira berrou, comemorando. Katie fez uma reverência e voltou a se sentar.
Foi a vez de Fred girar o frasco, que parou apontando para Robert. Os olhos dele brilharam e encontraram de relance o rosto de .
— Verdade ou desafio?
— Verdade — o corvino respondeu, parecendo um pouco receoso.
Fred fez como se pensasse a respeito, então olhou para ele com uma expressão tão inocente que era quase convincente.
— É verdade que você gosta de alguém que está aqui nessa roda?
As orelhas de Robert ficaram vermelhas e ele congelou no lugar, espiando em todo lugar, menos olhando na direção da irmã e das amigas.
— N... Não.
O frasco, no entanto, ficou preto, indicando a mentira. O rosto de Rob quase ficou roxo de tanta vergonha, alguns meninos da Corvinal gritaram, sacaneando-o, e Fred encarava , como se falasse “não te disse?”.
Mas ela sabia que, mesmo se Rob gostasse de alguém, não era dela. Ela o via como se Rob também fosse seu irmão, e ela tinha certeza absoluta de que era recíproco. Mas agora estava curiosa para saber de quem o menino poderia gostar.
Angelina tomou o frasco das mãos de Fred e girou, este parando em Cho Chang.
— Chang! Verdade ou desafio?
Cho e Marieta trocaram risadinhas.
— Verdade.
— É verdade que você tentou flertar com Harry no jogo do ano passado só para ele não pegar o pomo?
— Quê? Não!
Mas na mesma hora o frasco ficou preto e Cho ficou com as bochechas vermelhas, enquanto Katie, Angelina e Alicia reclamavam do golpe baixo e Davies elogiava a estratégia. Foram mais de cinco minutos de discussão até Alicia pegar o frasco da mão de Angelina e acalmar todo mundo. Ela girou o frasco, que caiu de frente para .
Imagens do ano passado com a floresta proibida, Fred e dementadores tomou a cabeça de e ela estremeceu.
— Verdade — ela falou, antes de sequer ser perguntada.
— Sinto muito, , mas não podemos ter três verdades seguidas — George respondeu.
— São as regras — Fred confirmou, com um sorriso debochado no rosto.
— Então eu não jogo — ela disse, nervosa, se levantando.
— Ah, , para disso! — reclamou.
— Ninguém vai te mandar lá pra fora, relaxa! — a incentivou.
— Certeza que vai ser tranquilo! — disse, sorrindo.
— Pior que o meu não vai ser — Robert murmurou.
não queria aceitar, mas pensou que também poderia estar exagerando. Tudo o que Katie havia feito tinha sido lançar uma bolinha. Não seria tão ruim, certo?
Ela voltou a se sentar e assentiu para Alicia, pedindo para que ela continuasse.
— Ahn, certo... Eu te desafio... — Ela olhou em volta, então Katie Bell sussurrou algo no ouvido dela, e as duas riram. — Eu te desafio a beijar quem o frasco apontar em seguida.
congelou. Beijar alguém? Ela não beijava ninguém desde o desastre do beijo com Truman, se é que aquele momento que durou segundos e havia sido uma confusão de lábios poderia ser chamado de beijo. Não sabia se queria que o seu primeiro beijo de verdade fosse em um jogo.
Mas, antes de poder fazer qualquer reclamação formal, o frasco já havia sido girado, e já estava parando de girar, apontando para Fred Weasley.
sentiu vontade de sair correndo, e ele parecia perceber.
— Não precisa ter medo, eu não mordo — ele a sacaneou.
— Eu não vou te beijar — ela disse, séria.
A roda explodiu de risadas, principalmente de George e Lino. Fred apenas se inclinou na direção dela e falou mais baixo:
— Não se preocupa, seus namorados vão entender que é só um jogo.
— Você é insuportável! — ela gritou. — Eu não vou te beijar! Nem hoje, nem nunca!
— Nunca diga nunca — ele a sacaneou de volta.
, eu sei que a gente odeia ele, mas só dá um selinho e acabou! — gritou.
— Com medo de se apaixonar? — Fred disse, sorrindo, as sobrancelhas subindo e descendo em provocação.
— Como se eu pudesse gostar de alguém como você — ela falou, com desgosto, mas acabou se levantando, meio que empurrada por .
— Então qual o medo? Eu sei que você já beijou antes, você e Truman me fizeram rir por uma semana.
Ela sentiu as bochechas corarem e seus olhos se encherem de lágrimas enquanto todo mundo na rodinha começava a rir.
— Meu Deus! e Truman, lembra disso? — alguém gritou.
— E como esquecer?!
Uma lágrima escorreu do rosto de e o sorriso de Fred diminuiu. Ele pareceu perceber quão chateada a menina havia ficado e ficou levemente constrangido, coçando a cabeça.
...
— Fred! — George o interrompeu antes que ele continuasse. O gêmeo vestido de Dumbledore segurava um pedaço de pergaminho com os olhos arregalados. — Filch está fazendo uma ronda.
Os gêmeos arregalaram os olhos.
— Mas esse não é o horário dele. O que significa...
— Que fomos dedurados — George completou e seu olhar se voltou para , afiado.
— O quê? Vocês estão me acusando?! — Ela estava incrédula.
— Você pode não gostar de mim, mas isso é demais! — Fred a acusou, ao mesmo tempo em que Lino e George expulsavam todo mundo.
Ela nem pôde retrucar, porque foi arrastada às pressas por Robert, seguindo na direção de , e . Eles correram no corredor para darem a volta e chegarem no salão comunal da Grifinória. Quando chegaram ao quadro da mulher gorda, se virou para o irmão.
— Fica aqui um pouco e sai depois, não é seguro.
Mas o menino sacudiu a cabeça.
— Se alguém da Grifinória que não foi na festa me vir aqui, pode me dedurar pra McGonagall. Relaxa, eu trouxe meu broche de precaução.
E rapidamente ele já havia sumido pelas sombras, enquanto elas entravam no salão comunal e corriam para os quartos sem esperarem seus outros colegas.
despiu suas roupas e logo se enfiou embaixo da cama, ainda sentindo o coração acelerado de toda a adrenalina de ser pega. Nunca, na história de Hogwarts, alguém havia dedurado uma festa dos Weasley. Mas agora alguém o havia feito e, por algum motivo, achavam que havia sido ela.
Tirando seu próprio risco, ela quase desejaria que houvesse sido ela. A havia livrado de um beijo indesejado e ver a cara de incredulidade de Fred quase havia valido a pena, depois de toda a humilhação que ela havia passado.
Não que a humilhação a surpreendesse. Ele sempre havia sido assim com ela, desde antes de chegarem em Hogwarts. Ele sempre havia sido uma pedra no seu sapato.
Por isso podia dizer com convicção que ela odiava Fred Weasley.




Continua...


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Nota da autora: Depois de muito enrolar, tenho a felicidade de dizer que Magically Troubled With You está de volta!!
Estou revisando essa fic com muito carinho e ler cada pedaço dela me deixa com o coração quentinho. Ela foi a primeira história de Harry Potter que eu escrevi na vida e ela é a mais especial para mim, a história que é extremamente confortável de escrever. O chato é revisar mesmo hahaha
Mas espero que você tope embarcar nessa jornada de reescrita até voltarmos ao ponto que já estávamos antes. Boa leitura e não esquece de comentar <3


Nota da Scrib: Meu deus que capítulo foi esse? Quase que nossa PP tem de beijar ninguém menos que Fred? E a fala dele perguntando se ela não irá se apaixonar? Algo me diz que quem se apaixonou foi ele hein, mas só vamos ver nos próximos capítulos. Favor mandar att logo, grata. <3

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