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Revisada por: Saturno 🪐

Última Atualização: Agosto/2024.

Hunt you like a savage
(Caçar você como um selvagem)


Os saltos curtos da minha bota batiam contra o chão com certa força enquanto eu caminhava com um destino certo, sem desviar das pessoas, elas que saíssem da minha frente. E elas saiam mesmo, talvez fosse por causa do meu olhar, ou, quem sabe, da minha postura intimidadora totalmente chamativa de andar, com passos firmes e queixo erguido. É, eu não olhava para baixo e nem para os lados, a não ser que algo chamasse muita atenção. Como agora, achando exatamente o que eu queria.
Um homem, que olhava as pessoas passando. Ele estava encostado no capô do carro. Suas roupas me diziam que ele era dono daquele lugar, o rei mesmo, porque aquele ouro em seu pescoço não era falso, muito menos as pedras que faziam parte de seus anéis, que compunham aquela mão bonita. Suas botas de bico fino com uma biqueira de ouro na ponta e muito bem engraxadas me diziam que alguém deveria ter polido o couro delas com a língua. Já seus olhos , indicavam estar caçando alguém, provavelmente uma garota gostosa para foder, que obviamente não seria eu, porque meu negócio era um pouco diferente do habitual.
!
A voz de me fez virar o pescoço para olhá-la, vendo minha amiga se aproximar com um sorriso.
— Pensei que tinha arranjado algo de mais interessante para fazer — brincou, o que me fez sorrir de lado.
— Eu até tentei — rebati, fazendo a garota rir. — Quem é o gângster? — perguntei, me fazendo de sonso, inclinando de leve a cabeça na direção do cara para que soubesse de quem eu falava.
Eu sabia quem ele era, mas eu precisava fingir um pouco.
— Está falando do Badlands? — Virou seu rosto bruscamente. Nem para disfarçar.
— Não sei. Esse é o nome dele?
Então resolvi fazer o mesmo, dando de cínico. Se era para olhar, vamos olhar.
— É, o cara das joias.
— É o Badlands mesmo. O nome dele é . Ele é o chefe do tráfico da região.
Ergui uma sobrancelha sobre aquilo, fingindo estar chocado. Era ele mesmo que eu queria.
— E também comanda outras coisas…
Fiz um pequeno bico enquanto ouvia minha amiga falar sobre o cara, parecendo que sabia tudo sobre ele, e isso não me surpreendia, sempre sabia tudo de todo mundo. Era mais eficiente que o Google.
— Por que chamam ele de Badlands?
Continuei com os meus olhos naquele homem, que, diga-se de passagem, era uma delícia. Ele estava distraído, olhando ainda as pessoas passando à sua frente com até mesmo certo descaso no olhar.
— Não sei. É como ele se apresenta sempre, dizem que ele não gosta do nome de batismo. —
riu fraco, me fazendo encará-la, tentando achar a graça.
— Badlands é horrível, acho bem mais agradável…
Badlands tinha uma placa bem grande de perigo pendurada em seu pescoço, mas isso não me intimidava nem um pouco. Queria chamar sua atenção e era isso que eu faria. Estava afim de me divertir e sentir um pouco de adrenalina correndo em minhas veias àquela noite.
Não fiquei ali, comecei a andar em direção àquele homem.
, onde você está indo? — soltou alto o suficiente para que eu ouvisse, mesmo de longe como agora.
As pessoas me olhavam agora com certa surpresa por verem para onde eu estava indo, e isso só me fazia querer rir. Acho que o Badlands assustava mesmo os outros. Uma pena, não é mesmo? Eu nunca fui muito uma pessoa de ter noção, mas a falta dela me fez chegar onde estou hoje em dia, então estava ótimo.
Parei na frente do homem e o olhei de cima a baixo, vendo que suas sobrancelhas se uniram, não entendendo absolutamente nada. Então olhei por cima de seu ombro, encarando o Maserati do ano, preto com dourado, e sorri de lado minimamente. Me virei, indo para a lateral do carro e passando meu indicador pela lataria muito bem polida, deixando a ponta da minha unha arranhar ela de leve.
— Gostou? — perguntou.
Seu sotaque era forte mostrando que não era ali. Britânico ou francês, quem sabe italiano, não sei ao certo, nunca fui bom com sotaques. Não o olhei, só vi que se aproximava pelo reflexo do seu corpo na lataria do carro.
— É, bonitinho. Isso anda? — rebati.
Passei a língua em meus lábios, os deixando lustrosos, podendo ouvir a risada fraca de , que já estava parado ao meu lado.
— Posso te mostrar se quiser. — Tinha um tom bem sexy em sua voz.
Coitado. Ele não iria me seduzir com aquilo.
— Quero. — Então estendi minha mão em sua direção, o olhando agora. — A chave — pedi, abrindo e fechando meus dedos.
— Você não vai dirigir meu carro. — Uniu as sobrancelhas ao pronunciar tais palavras, como se eu tivesse acabado de ofendê-lo.
Acabei rindo daquilo.
— Iria ferir seu ego alguém colocando a mão no seu volante? — Ergui uma sobrancelha, com um sorrisinho no rosto. — Vamos, não seja um menino mimado. Posso deixar que sente no banco do carona se for comportado.
— Quem você pensa...
Meu indicador tocou seus lábios, indicando que ele deveria ficar caladinho, e logo sua mão bruta segurou meu pulso com força, me incomodando demais aquele contato. Naquele momento, meus olhos encararam os seus com intensidade, deixando bem claro que não deveria me tocar.
— Não se atreva a me tocar — rosnou irritado, jogando minha mão para longe dele.
— Ops, acho que já toquei. — Dei uma piscadinha, rindo fraco. — Sempre soube que muito dinheiro fazia o pau encolher.
A ponta da minha língua ficou rodeando meu incisivo, com meu sorriso mais aberto agora.
— O que você quer? — perguntou claramente irritado, certamente doido para me enfiar em uma cova rasa.
— Queria dar uma volta no seu carrinho, mas já desisti. Perdeu a graça — disse, jogando meu cabelo em seu rosto e saí andando, me desviando de .
estava parada de longe, com cara de quem tinha visto o próprio diabo plantado em sua frente. Aproximei dela e sua mãozinha pegou a minha e saiu me tirando daí, me obrigando a dar passadas curtas e rápidas para acompanhá-la. Assim que estávamos fora de vista do , minha amiga parou e se virou, me encarando muito brava.
— O que você pensa que estava fazendo? Ficou doido de vez?
Aquilo só me fez rir, vendo a garota toda nervosinha.
— Oswald não vai te proteger do Badlands se ele quiser fazer algo contigo.
Ozzy, meu velho marido, realmente não poderia me proteger ali naquele território, mas eu sabia me cuidar sozinho.
— Ele não vai fazer nada comigo, relaxa. — Joguei uma mecha de cabelo dela para trás de seu ombro. — Ozzy nem precisa saber que estive aqui. — A olhei de forma bem sugestiva.
— Mas ele vai saber se você aparecer em um saco preto — alertou.
Tudo o que fiz foi rir de novo.
— Você está nervosa demais. Vem, vamos procurar algo para beber.
A puxei pela mão para que entrássemos na enorme mansão. O lugar era enorme e estava tão lotado quanto o lado de fora. Tinha umas mulheres e homens nus dançando em pole dances em plataformas altas, e outros fazendo aquela dança com tecidos que vinham presos do teto. Tocava uma música sensual que eu não fazia ideia de quem estava cantando, mas dava vontade de mexer meu corpo lentamente junto à batida.
Paramos em um dos bares onde os bartenders faziam uns malabarismos com as coqueteleiras, além de serem gatos demais. Apoiei meus cotovelos no balcão, esperando qualquer um deles vir me atender, até que um moreno extremamente gato e sexy veio até o meu encontro.
— O que você deseja? — perguntou, e sua voz deliciosa me arrepiou.
— Você nu na minha cama com alguém, mas seria pedir demais no momento. Porém, quero um sex on the beach no momento. E, se possível, o seu número — pedi.
Vi que aquilo só tinha feito com que ele sorrisse de um jeito safado.
— Arranja alguém para nós, então — disse, rindo fraco, e saiu para fazer o meu drink.
— Sério, como você consegue essas coisas?
estava ao meu lado, me encarando de forma chocada.
— Se eu falasse isso para um bartender, ele iria rir da minha cara.
— O lance está no jeito que você fala, não o que você fala — contei a ela o grande segredo da coisa toda, como se já não soubesse daquilo. — E no olhar também. — Lhe dei uma piscadinha.
Minha amiga rolou seus olhos.
— Sinceramente, nunca vou entender — bufou, parecendo contrariada
Eu ri daquilo e até iria responder, mas minha linha de raciocínio foi cortada quando senti um corpo atrás de mim. Meus olhos desceram rapidamente para as mãos que me cercavam agora no balcão, reconhecendo os anéis na mesma hora.
Sorri.
Acho que eu tinha conseguido a atenção do Badlands. Sua respiração bateu na curva de meu pescoço, indicando que seu rosto estava bem perto da minha pele. Certamente estava sentindo como meu perfume era gostoso.
— É muito atrevimento seu vir ao meu território sem ser convidado e ainda se aproveitar da minha festa — sussurrou em meu ouvido.
Aquilo me arrepiou, mas isso não me abalou.
— Não sei do que está falando — rebati, de forma divertida.
me olhou, achando que eu estava falando com ela, então seus olhos se arregalaram vendo ali. Pisquei para ela, dando um sorriso de lado. Logo senti o corpo do sujeito que estava atrás de mim me empurrar de leve contra o balcão, indicando que não tinha gostado nada da minha resposta, mas se afastou um pouco em seguida, me deixando aliviado com aquilo.
Umedeci meus lábios, os sentindo levemente secos. Até que o bartender gato voltou com meu drink e um guardanapo com seu número. Coloquei o guardanapo em meu bolso. O olhar do barman ficou um pouco estranho quando viu o seu patrão me cercando como se eu fosse uma ovelhinha. Sorri para ele, que apenas assentiu com a cabeça e saiu andando para atender outras pessoas.
— Você está assustando as pessoas. Se afasta — mandei, já pegando meu sex on the beach e dando um gole.
não se afastou em nada e isso me incomodou, porque seu corpo estava quase tocando o meu.
— Hum, delicioso. Quer? — ofereci para ele, já que tinha enguiçado ali atrás de mim.
— O que você quer? — questionou.
Apenas dei de ombros, bancando o sonso.
— Você sabe que as mãos de velho Ozzy não podem te alcançar aqui.
Não me surpreendeu em nada descobrir de onde eu era, afinal, na verdade tinha até ficado um pouco decepcionado por não ter me reconhecido na hora.
— Talvez eu não queria as mãos dele em mim — respondi.
Virei de frente para , pegando o canudo de papel da minha bebida com a minha língua, o enroscando com ela.
— Talvez eu só queira me divertir.
Ergui uma sobrancelha, bebendo do meu drink enquanto olhava em seus olhos, que não pude identificar a cor por causa da luz vermelha.
— Jeito perigoso de se divertir — disse, me olhando de volta nos olhos.
Eu podia ver até mesmo sangue escorrendo por eles de tão assassinos que me encaravam.
— Posso te dar muita diversão se você quiser. — Chegou com seu rosto perto do meu.
Eu ri daquilo.
— Não quero ficar com você, . — Deixei seu nome sair pelos meus lábios de forma arrastada, vendo que agora ele tinha mudado totalmente o jeito que me olhava. — Mas você pode fazer parte da minha diversão.
— E como ela seria? — Quis saber, mas não se afastou.
Seus lábios quase tocaram os meus quando se moveram.
— Me deixe ver você transando com alguém — contei.
Senti meus olhos brilharem enquanto eu colocava o canudo da minha bebida entre nossos lábios e tomava mais daquele líquido doce. ficou me olhando por alguns segundos antes de rir fraco.
— Estou falando sério. Voyeur. Nunca experimentou? — perguntei, vendo como agora ele tinha entendido que eu realmente falava sério. — Você é gato e aposto que é gostoso. Seria uma delícia te ver fodendo loucamente com alguém. Você escolhe, não me importo se for com outro homem ou uma mulher.
— Você é louco, sabia?
Sua indignação me fez rir. Não seria a primeira e nem última vez que alguém me falaria aquilo.
— E por que não se junta a nós na cama?
— Transar com alguém não me excita. — Dei de ombros, não me importando com nada daquilo.
— E me escolheu por quê? — Seu olhar estava curioso sobre mim agora.
Sorri de lado.
— Isso é um mistério. — Levei meus lábios até seu ouvido e sussurrei tais palavras. — Você aceita? — perguntei, deixando a ponta de meu nariz passar por sua orelha de leve.
— Você vai se tocar enquanto observa?
Ri fraco.
— Talvez. Depende, se me der vontade na hora — respondi com sinceridade.
— Vou pensar no seu caso — disse, por fim, e se afastou de mim, já se virando de costas e indo embora.
— O que... O que... O que você falou com ele? — parecia estar se engasgando do meu lado perguntando aquilo. — Ele ia te beijar, garoto! Por que você não o beijou? Por Odin! Eu não te entendo!
— Às vezes nem eu entendo. Se um dia conseguir, me conta.
Dei um tapinha em seu ombro e saí andando para um lugar que desse para dançar agora. Parei onde achei espaço suficiente para nós dançarmos, sem que fosse muito apertado por causa da quantidade gente que tinha naquele lugar. O canudo estava entre meus lábios, enquanto meu corpo se movia de forma lenta de um lado para o outro, fazendo meu cabelo balançar junto. As pontas dos meus dedos batiam no vidro do copo como se tocassem as notas da música que ecoava pelo lugar. Passei a mão em minha nuca, a apertando de leve, não pensando em nada, apenas deixando o som entrar em meu corpo e o eletrizar do jeito que quisesse.
Ficamos ali por muito tempo, dançando, indo ao bar, pegando mais bebidas e voltando. Aquela noite até que estava sendo agradável e eu tinha conseguido o que queria, então iria aproveitar.
Fechei brevemente meus olhos, deixando meus lábios entreabertos, e nisso senti alguém tocando minha cintura. Abri meus olhos, vendo um cara, o qual não fazia ideia de quem era, agora dançando entre mim e . O olhei por inteiro. Ele era bonitinho, mas o fato de ter me tocado não me permitiu gostar dele. Eu tinha um leve problema com toques em meu corpo, ainda mais sem a minha permissão. Então isso me fez dar um passo para trás, abrindo espaço para o sujeito sair dali. Ele me olhou sem entender nada.
— Você está me atrapalhando a dançar — avisei, para se tocar logo e dar o fora.
Em vez de sair dali como um cara consciente faria, ele apenas pegou minha cintura com certa brutalidade, pronto para me arrastar para perto dele, mas não deixei que tivesse tempo para isso e lhe dei uma bela joelhada no saco, fazendo com que se curvasse para frente. O empurrei para o lado, para que saísse dali, só que sua mão bruta pegou meu pulso com força, então automaticamente joguei minha bebida em sua cara. Abusado!
Isso fez com que ele pegasse meu pescoço com força, me fazendo soltar o copo, deixando que caísse no chão, se espatifando em vários pedaços. Rapidamente meus dedos puxaram a lateral da minha camisa para cima, me permitindo pegar o canivete pequeno que eu tinha escondido ali, apertando o botão para sua lâmina abrir, e toquei com sua ponta exatamente onde ficava a carótida do homem, que agora me olhava com certa surpresa.
estava parada ao meu lado com sua típica cara assustada. Ela ainda não tinha se acostumado comigo depois de tantos anos?
— Garoto errado, gatinho — disse, mostrando que eu não tinha receio algum de afundar aquela merda em seu pescoço.
Ele não falou nada, apenas me soltou. Seus olhos viram algo atrás de mim. Então me empurrou de leve para trás. Antes de abaixar meu canivete, virei meu rosto, espiando por cima do meu ombro, vendo o Badlands bem ali, parado, com seu olhar assassino.
Sorri.
Então voltei a encarar o cara na minha frente e tirei a lâmina de seu pescoço.
— Seu…
Ele ia começar a falar algo, mas a voz de invadiu nossos ouvidos.
— Cale a boca antes que eu atire na sua cara — ordenou em um tom bem rude, o que gostei bastante.
— Acho que é hora de dar tchau — falei com o sujeito, acenando com a mão para ele sair logo dali, e foi isso que fez, sem falar nada.
Me virei, olhando para o Badlands agora.
— Obrigado, mas estava tudo sob controle — agradeci, dando um sorriso fechado.
— Eu percebi — soltou em tom de ironia.
Ergui uma sobrancelha.
— Ainda está querendo se divertir?
Olhei para a , já levando meus lábios até o ouvido de minha amiga.
— Vou brincar um pouco. Não precisa me esperar — avisei.
Os olhos da minha amiga se arregalaram.
— Toma cuidado — pediu.
Apenas assenti. Dei um beijo em sua bochecha.
Virei e ergui minha mão até a altura de minha cintura, esperando que a pegasse. Ele a olhou por um instante antes de pegá-la, e então me guiou por entre as pessoas daquela festa, que nos olhavam agora com muita atenção. Sabia que deveria me conhecer, mas Badlands era o dono da festa, e vê-lo com o "garoto do Ozzy" deveria atrair muita atenção.
Isso me fez sorrir.



I see a red door and I want it painted black
(Eu vejo uma porta vermelha e quero pintá-la de preto)


Subimos as escadas lentamente, conforme as pessoas iam abrindo espaço para que nós passássemos. Estávamos carregando os olhares de todos no nosso caminho, era o que eu sentia, e isso fazia meu corpo esquentar, juntamente a um arrepio subir a espinha. Eu não olhava para os lados, apenas para frente, com cabeça erguida e queixo levemente levantado.
Às vezes virava seu rosto e me permitia ver seus olhos intensos invadindo os meus de forma como se pudesse ver a minha alma, e, naqueles segundos, o ar ficava preso dentro dos meus pulmões. Era como se ele pudesse enxergar minha alma e visse minhas verdadeiras intenções ali, mas aquilo não me intimidava ou me fazia parar.
Eu iria até o final.
Chegamos a um corredor que tinha uma iluminação verde escura. Ali não estava cheio como lá embaixo. Algumas pessoas estavam apenas conversando, fumando e bebendo, e outras se pegando, escorando pelas paredes e móveis, sem tempo a perder; algumas até mesmo transando ali mesmo, sem se importar com os demais ao seu redor. Meus olhos pegavam aqueles corpos, sentindo o tesão me tomando. Senti a mão de apertando a minha, indicando que não deveria olhar para eles, me fazendo estreitar os olhos de leve em sua direção.
Ciumento? Talvez.
Então paramos quando chegamos a uma porta de madeira tão escura quanto à noite. Senti a adrenalina correndo em minhas veias, ansioso para entrar logo ali, enquanto eu respirava fundo e apertava a mão do Badlands para que abrisse logo a porta e começássemos aquilo.
Porém nada aconteceu, e isso me fez erguer a cabeça para olhar em seu rosto, para tentar entender o motivo da demora.
— Quero que olhe dentro dos meus olhos a todo o momento, ou eu vou parar na hora e você não terá mais sua diversão.
Reprimi meus lábios com seu pedido.
— Então me prenda com eles — rebati, erguendo as sobrancelhas.
Fiquei olhando dentro dos seus tons intensos, que agora quase não dava para serem vistos por conta de sua pupila fortemente dilatada.
— Não será só com eles que irei te prender.
A sua resposta fez meu corpo esquentar e uma parte da minha mente se acendeu em alerta também. Eu sabia que ele poderia estar falando aquilo de forma literal, já que eu era casado com Ozzy e poderia me usar como barganha para algum dos seus negócios, mas me mantive ali, o encarando com um olhar desafiador. Eu nunca fui de recuar e agora não seria diferente.
— Iremos ver — o desafiei, deixando meus olhos mais intensos nos seus.
Um pequeno sorriso apareceu nos lábios de Badlands, e eu olhei para ele por um momento bem curto, antes de voltar a fitar seus olhos, que tinham um toque de malícia. Não queria negar e não iria, eu gostei disso. Fazia meu corpo desejar dar o próximo passo, o qual poderia ser simplesmente para a minha morte.
Finalmente abriu a porta do quarto. O lugar tinha uma iluminação rosa, bem gostosa, que oscilava para vermelho e depois voltava para o rosa.
Meus olhos encararam um homem de pé na janela. Ele tinha um corte de cabelo curto e estava penteado totalmente para trás, os fios eram tão escuros quanto a porta do lugar, a qual fechei atrás de mim. Tinha um belo divã de frente para a cama, a qual ficava posicionada exatamente no meio do quarto enorme, com sua estrutura de ferro que a fazia parecer um enorme cubo.
Umedeci meus lábios novamente, os sentindo secos, assim como minha boca, em pura ansiedade. me olhou, então meus olhos se encontraram com os dele. Deixei um pequeno sorriso aparecer.
O homem se aproximou de nós em passos lentos. Ele vestia um roupão preto e longo que deslizava pelo chão. O tecido era fino e leve, mostrando que não tinha nada em seu corpo além dele, pois marcava os bicos de seus peitos e as curvas de seu quadril. Ele parou na nossa frente e tocou o rosto do Badlands, o puxando suavemente para si, então o beijou.
Respirei fundo, apreciando a cena, sentindo os dedos de se soltando dos meus lentamente para segurar a cintura do outro homem. Então dei uns passos para trás até sentir o divã batendo em minhas pernas e me sentei ali de forma confortável, deixando minhas pernas cruzadas e apoiando a lateral de meu tronco no braço do estofado.
pegou a bunda do homem com vontade, fazendo o tecido do roupão se encolher em sua palma. Respirei fundo com aquilo, o ar quente em meus pulmões, meus olhos vidrados no que estava acontecendo. Meu olhar subiu pelo corpo do sujeito, porém me deparei com o olhar penetrante de Badlands me encarando de forma intensa. Tinha um aviso em suas íris, o qual ordenava que eu olhasse apenas para ele. Soltei o ar de forma pesada e apertei levemente minhas coxas uma contra a outra.
Badlands o beijava com fervor enquanto suas mãos o tocavam com brutalidade, em tom de posse, como se quisesse mostrar o que ele queria fazer comigo, mas não podia. Bem, era pelo menos isso que eu queria pensar, e era divertido também imaginar que aquele homem me queria.
Mordi meu lábio inferior, deixando a carne deslizar pelos meus dentes vagarosamente, vendo as mãos dele agora de forma sutil, o que era bem contraditório, passarem pela gola do roupão daquele homem, o fazendo deslizar por sua pele até cair no chão, deixando seu corpo nu totalmente escultural à mostra.
As mãos do sujeito abriram o restante dos botões da camisa de e a empurraram para trás, fazendo a peça ficar presa em seus cotovelos, revelando seu corpo escultural, gostoso e com cicatrizes que me fizeram babar. Meu olhar percorreu lentamente pelo corpo do gângster, gravando cada linha, cada marca, o tom de sua pele sob a luz que oscilava de cor. Ah, meu corpo ficou mais quente.
Ele soltou o homem apenas para tirar sua camisa de vez e quando voltou a pegá-lo, o puxou para cima com suas mãos fortes, apanhando a bunda volumosa dele e o cabelo em sua nuca, fazendo os fios se enrolarem em seus dedos. Então o beijando com ferocidade, dessa vez fechando seus olhos.
Respirei fundo mais uma vez. Aquele beijo parecia tirar o ar de qualquer um.
Badlands caminhou até a parte de trás da cama, empurrando os travesseiros com as pernas, e deitou o homem ali. Ele começou a beijar todo seu corpo, o alisando, apertando, chupando sua pele e mordendo. O homem gemia baixinho, enquanto jogava sua cabeça para trás, principalmente quando abocanhou seus mamilos com extrema vontade, enquanto sua mão apertava o outro. Seus dedos subiram e adentraram a boca dele, fazendo seus gemidos sair abafados. O homem chupou os dedos de com vontade, até mesmo segurou seu pulso, fazendo os dedos entrarem mais.
Meus olhos estavam brilhando fervorosamente com aquela cena.
Os dedos de escorregaram para fora daqueles lábios finos e desceram. E pelo gemido mais forte que o homem deu, certamente Badlands havia o invadido. Fiquei arrepiado e suspirei, apertando minhas coxas uma contra a outra, sentindo como elas estavam ficando quentes e minha calça apertada. Respirei mais forte, sentindo o desejo de apertar a minha ereção.
— Vai, pega ele com vontade. — Meus lábios se moveram de forma muda naquele comando, apenas desejando, sem de fato declarar.
Os olhos ferozes de , que me encaravam, pareciam ter lido os meus lábios.
Sua boca deslizou pelo peito do homem, fazendo o bico dele escapar, voltando a aparecer molhado e bem duro. Lambi os meus lábios, puxando um pouco de fôlego com a imagem, deixando meus olhos se fixarem nos de , tão intensos dentro dos meus que me devoravam com ele. Eu queimei um pouco mais naquele momento. Ele era perigoso, e aquilo me excitava ainda mais.
Engoli em seco quando suas mãos pegaram a cintura do sujeito, o virando de bruços. Vi Badlands separar as nádegas do homem e em seguida e se abaixando, deixando seu rosto na altura dela e descendo, o lambendo lentamente, sem tirar seus olhos dos meus, agora tirando um gemido gostoso do rapaz.
Praticamente arfei com a cena e apertei ainda mais minhas coxas, agora segurando o estofado do divã. Meu pau estava ficando dolorido naquele momento por estar o apertando com minhas pernas daquela forma.
Então ele começou a dar um beijo grego no homem com vontade, olhando dentro dos meus olhos, me deixando cada vez mais excitado com sua intensidade. Sentia os gemidos do homem me invadindo, como se pudesse sentir a língua de fazendo aquilo comigo. Eu estava fodidamente arrepiado. Meus batimentos estavam mais fortes, causando mais calor em meu corpo.
O rosto dele subia e descia em movimentos precisos, até que se afundou mais entre as nádegas, arrancando gemidos mais fortes do homem, que se retorcia de prazer na cama. Minha calça ficou ainda mais apertada com aquilo.
Céus, estava uma delícia. E eu estava quase deixando meus dedos invadirem minhas roupas e me tocarem, mas não ia fazer isso, não agora pelo menos, precisava de mais. Eu tinha que chegar ao meu limite para fazer tal coisa.
— Eu vou gozar, Badlands — o homem avisou, gemendo alto e jogando a cabeça para trás, pegando os lençóis e os puxando com certa força. — Badlands! — arfou mais alto.
não parava, continuava beijando aquela região com ferocidade, ao passo que começou a fodê-lo com o dedo, enquanto me olhava. Minha respiração até mesmo falhou e eu quase gemi fraco com aquilo.
Não para.
Pedi com o olhar. Sentia como eu estava ficando mais duro com aquela cena na minha frente e eu mesmo estava começando a chegar perto do precipício.
O homem arqueou sua coluna em prazer, gemendo forte, antes de seu corpo cair sobre o colchão, tomando fôlego por ter se desfeito sobre os lençóis de seda, gozando lindamente.
Mordi meus lábios com força, os soltando e fazendo um bico. Respirei agora como se tivesse acabado de submergir de um mergulho profundo. Lambi meus lábios, sentindo minha boca muito seca. Eu precisava beber algo. Sentia até que estava ligeiramente tonto.
Levantei daquele divã, percebendo que tinha sido um erro quando senti que minhas pernas estavam trêmulas por causa da pressão que fiz nelas antes. Então parei por um instante, segurando no braço do estofado, fechando meus olhos rapidamente e os abrindo, sabendo que agora precisava dar uns passos mais firmes. Foi isso que fiz em seguida, indo até um balde que tinha champanhe. Segurei o pescoço da garrafa, a puxando para fora do gelo com certa força, sentindo como até minhas mãos estavam trêmulas. Tive que colocar a garrafa dentro do balde de volta para que não caísse e quebrasse. Aquele desgraçado tinha me fodido, e embora uma parte minha tenha adorado, outra odiou, porque tinha sido… intenso.
Tirei o rótulo de alumínio de sua tampa rapidamente e tentei puxar o arame que a envolvia, mas meus dedos escaparam.
— Precisa de ajuda? — a voz rouca e extremamente sexy de soou em meu ouvido.
Fiquei arrepiado. Maldito.
Seu corpo encostou no meu, me fazendo sentir sua ereção bem dura contra a minha bunda. Travei o maxilar, segurando o ar com força em meus pulmões. Joguei meu corpo para frente e apoiei minhas duas mãos sobre a mesa, me afastando dele mesmo que agora tivesse perdido todo o espaço que tinha antes, ficando preso contra a mesa. Não era bom ter um gângster atrás de mim daquele jeito, aquilo podia acabar de um jeito terrível.
— Não me encosta, por favor — pedi, em voz baixa.
Tentei ser educado com ele, sabendo que qualquer palavra errada daquele momento podia dar muito errado.
— Algum problema nisso? — perguntou, mas também não me encostou como antes.
— Eu não gosto que me toquem, só isso — avisei.
Abaixei um pouco a cabeça, tentando não imaginar aquele homem atrás de mim com aquele pau extremamente duro.
— Não é nada pessoal — garanti.
— Aconteceu algo para isso? — Quis saber.
Ele se afastou agora e veio para o meu lado, pegando o champanhe e o abrindo com agilidade e brutalidade.
— Gosto de ter controle do que acontece com meu corpo — respondi, dando um sorrisinho fechado.
Então peguei a taça e a ergui para que pudesse me servir.
— De parar na hora que eu quiser — completei.
Meu olhar subiu até encontrar o dele, porém desviei em seguida, olhando para a taça que estava em minha mão, enquanto a enchia lentamente para não gerar muita espuma.
— Obrigado.
Dei um gole generoso e peguei a garrafa depois que se serviu.
— Não pararam na hora que você quis?
Sua pergunta me fez apenas virar e sair andando. Sentei novamente no divã.
— Você já acabou?
Mudei de assunto, olhando para o homem deitado na cama, se recuperando.
riu fraco, atraindo atenção dos meus olhos. Apenas bebi mais um pouco do meu champanhe, esperando pelo restante do show. Seus olhos estavam em mim e tinham um jeito meticuloso, como se estivesse olhando cada detalhe meu, ou pensando no que tínhamos acabado de conversar, tentando descobrir o que tinha por trás das minhas palavras. Aquilo poderia incomodar muita gente, mas não me incomodou. Gostei como fazia aquilo, era como se estivesse me decorando e desvendando. Ele não iria conseguir descobrir nada mesmo. Apenas deixei que ficasse me olhando. Se era aquilo que desejava fazer, pois era tudo que conseguiria de mim, só me olhar e nada mais. Não era nada pessoal, eu fazia isso com todos, ninguém conseguia se aproximar de mim, pois não permitia tal coisa ser feita.
Eu era o Rei intocável.
Era como Ozzy me chamava. Ele gostava de usar isso para fingir que tinha domínio sobre mim, como se fosse por causa dele que eu não deixava as pessoas me tocarem, usando um papel com nossos nomes assinados para se vangloriar que eu era seu. Eu não era dele e nem de ninguém. Às vezes nem eu mesmo era dono de mim, quem dirá uma pessoa. Porém Ozzy sabia disso lá no fundo, mas por vezes fazia questão de esquecer, e eu não me importava também, afinal, era ótimo para os negócios. O problema do ser humano é o fato dele sempre querer ser proprietário de algo, a sensação do poder os deixa excitados, e quando você tira isso de suas mãos... A coisa toda muda de figura.
As pessoas são capazes de tudo para ter poder sobre as coisas, e podia ver claramente nos olhos do Badlands que ele não era diferente; nem eu era para ser totalmente franco. Afinal, quem não gosta de poder, nem que seja o menor deles? Nem que seja o simples poder de escolher o que deseja tomar ou o que comer. Qualquer coisa. Fazíamos isso o tempo inteiro sem nos dar conta. Prive uma pessoa e ela te mostrará quem é, ou dê poder a ela que você poderá ver sua verdadeira face. No caso, já tinha o poder, e agora eu estava vendo o que ele era capaz de fazer se eu tirasse isso de suas mãos.
Vamos, me surpreenda, Badlands.
Era o que meus olhos falavam para ele.
Segui seus movimentos, o vendo pegar uma enorme taça lotada de diferentes tipos de camisinhas. Ele veio caminhando lentamente em minha direção, com sua ereção fortemente marcada em sua calça justa bem na altura do meu rosto. parou na minha frente. Me permiti descer meu olhar por seu corpo, vendo com mais detalhes as suas cicatrizes, suas curvas, seu belo corpo definido e forte. Ele sabia que era gostoso e abusava disso.
Encarei a taça estendida na minha frente. Ele queria que eu escolhesse qual deveria usar.
Estava achando que me deixar no controle o faria tê-lo de volta? Ou estaria apenas me provocando? Talvez os dois, não dava para saber quando não o conhecia direito, mas ele não me pareceu ser gentil, não parecia ser de seu feitio, muito menos submisso.
De qualquer forma, eu precisava escolher qual camisinha iria usar para poder me divertir.
Peguei uma de morango e a ergui para ele.
— Pega mais.
Sua voz baixa e rouca me fez erguer meus olhos para encarar os seus tons intensos.
— Pretende foder ele quantas vezes essa noite? — perguntei para saber quantas eu deveria escolher.
Aquilo o fez sorrir de lado, safado.
— Quantas vezes você quiser.
Sua resposta quase me fez unir as sobrancelhas, mas me mantive, e enfiei a mão no pote, pegando várias.
— Que guloso — comentou, rindo fraco.
Acabei soltando uma pequena risada.
Então soltei elas de volta na taça e apenas comecei a passar meu indicador pelos pacotinhos, escolhendo quais ele poderia usar. Peguei uma hot e outra sensível, que era mais fina. Fiz um pequeno bico, pensando em pegar mais, porém só fiquei com aquelas três na mão mesmo. Qualquer coisa escolhia mais depois. Então lhe entreguei os preservativos. pegou e os colocou no bolso da calça, enquanto se virava e colocava a taça em uma mesa ali perto. Logo em seguida, ele voltou a apanhar os pacotinhos de seu bolso, vendo quais eram, fazendo um biquinho de leve em seus lábios perfeitamente desenhados.
— Você já provou essa de morango? — perguntou, dando uns passos lentos para mais perto de mim.
— Já. É gostosinha, doce e tem um cheiro de chiclete de morango, dá vontade de chupar ainda mais — comentei, sorrindo de leve.
Meus olhos o encaravam, parado na minha frente.
— Hum, quer dar as honras?
Seu tom safado me fez rir de leve, mas não deixei de olhar para o volume que ainda marcava sua calça preta.
— Não, obrigado. Eu apenas vejo de longe mesmo — disse, apontando com o indicador para ele e depois para o homem.
— Ok.
Ele riu fraco e se afastou.


Continua...


Nota da autora: Sem nota.

🪐


Nota da Beth Saturno: Socorro, o que foi esse capítulo? QUE CENA, MEUS AMIGOS. Aff, esses machos são deliciosos demais. Continue logo!

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