Revisada por: Saturno 🪐
Última Atualização: 29/11/2024.(Caçar você como um selvagem)
Os saltos curtos da minha bota batiam contra o chão com certa força enquanto eu caminhava com um destino certo, sem desviar das pessoas, elas que saíssem da minha frente. E elas saiam mesmo, talvez fosse por causa do meu olhar, ou, quem sabe, da minha postura intimidadora totalmente chamativa de andar, com passos firmes e queixo erguido. É, eu não olhava para baixo e nem para os lados, a não ser que algo chamasse muita atenção. Como agora, achando exatamente o que eu queria.
Um homem, que olhava as pessoas passando. Ele estava encostado no capô do carro. Suas roupas me diziam que ele era dono daquele lugar, o rei mesmo, porque aquele ouro em seu pescoço não era falso, muito menos as pedras que faziam parte de seus anéis, que compunham aquela mão bonita. Suas botas de bico fino com uma biqueira de ouro na ponta e muito bem engraxadas me diziam que alguém deveria ter polido o couro delas com a língua. Já seus olhos , indicavam estar caçando alguém, provavelmente uma garota gostosa para foder, que obviamente não seria eu, porque meu negócio era um pouco diferente do habitual.
— !
A voz de me fez virar o pescoço para olhá-la, vendo minha amiga se aproximar com um sorriso.
— Pensei que tinha arranjado algo de mais interessante para fazer — brincou, o que me fez sorrir de lado.
— Eu até tentei — rebati, fazendo a garota rir. — Quem é o gângster? — perguntei, me fazendo de sonso, inclinando de leve a cabeça na direção do cara para que soubesse de quem eu falava.
Eu sabia quem ele era, mas eu precisava fingir um pouco.
— Está falando do Badlands? — Virou seu rosto bruscamente. Nem para disfarçar.
— Não sei. Esse é o nome dele?
Então resolvi fazer o mesmo, dando de cínico. Se era para olhar, vamos olhar.
— É, o cara das joias.
— É o Badlands mesmo. O nome dele é . Ele é o chefe do tráfico da região.
Ergui uma sobrancelha sobre aquilo, fingindo estar chocado. Era ele mesmo que eu queria.
— E também comanda outras coisas…
Fiz um pequeno bico enquanto ouvia minha amiga falar sobre o cara, parecendo que sabia tudo sobre ele, e isso não me surpreendia, sempre sabia tudo de todo mundo. Era mais eficiente que o Google.
— Por que chamam ele de Badlands?
Continuei com os meus olhos naquele homem, que, diga-se de passagem, era uma delícia. Ele estava distraído, olhando ainda as pessoas passando à sua frente com até mesmo certo descaso no olhar.
— Não sei. É como ele se apresenta sempre, dizem que ele não gosta do nome de batismo. —
riu fraco, me fazendo encará-la, tentando achar a graça.
— Badlands é horrível, acho bem mais agradável…
Badlands tinha uma placa bem grande de perigo pendurada em seu pescoço, mas isso não me intimidava nem um pouco. Queria chamar sua atenção e era isso que eu faria. Estava afim de me divertir e sentir um pouco de adrenalina correndo em minhas veias àquela noite.
Não fiquei ali, comecei a andar em direção àquele homem.
— , onde você está indo? — soltou alto o suficiente para que eu ouvisse, mesmo de longe como agora.
As pessoas me olhavam agora com certa surpresa por verem para onde eu estava indo, e isso só me fazia querer rir. Acho que o Badlands assustava mesmo os outros. Uma pena, não é mesmo? Eu nunca fui muito uma pessoa de ter noção, mas a falta dela me fez chegar onde estou hoje em dia, então estava ótimo.
Parei na frente do homem e o olhei de cima a baixo, vendo que suas sobrancelhas se uniram, não entendendo absolutamente nada. Então olhei por cima de seu ombro, encarando o Maserati do ano, preto com dourado, e sorri de lado minimamente. Me virei, indo para a lateral do carro e passando meu indicador pela lataria muito bem polida, deixando a ponta da minha unha arranhar ela de leve.
— Gostou? — perguntou.
Seu sotaque era forte mostrando que não era ali. Britânico ou francês, quem sabe italiano, não sei ao certo, nunca fui bom com sotaques. Não o olhei, só vi que se aproximava pelo reflexo do seu corpo na lataria do carro.
— É, bonitinho. Isso anda? — rebati.
Passei a língua em meus lábios, os deixando lustrosos, podendo ouvir a risada fraca de , que já estava parado ao meu lado.
— Posso te mostrar se quiser. — Tinha um tom bem sexy em sua voz.
Coitado. Ele não iria me seduzir com aquilo.
— Quero. — Então estendi minha mão em sua direção, o olhando agora. — A chave — pedi, abrindo e fechando meus dedos.
— Você não vai dirigir meu carro. — Uniu as sobrancelhas ao pronunciar tais palavras, como se eu tivesse acabado de ofendê-lo.
Acabei rindo daquilo.
— Iria ferir seu ego alguém colocando a mão no seu volante? — Ergui uma sobrancelha, com um sorrisinho no rosto. — Vamos, não seja um menino mimado. Posso deixar que sente no banco do carona se for comportado.
— Quem você pensa...
Meu indicador tocou seus lábios, indicando que ele deveria ficar caladinho, e logo sua mão bruta segurou meu pulso com força, me incomodando demais aquele contato. Naquele momento, meus olhos encararam os seus com intensidade, deixando bem claro que não deveria me tocar.
— Não se atreva a me tocar — rosnou irritado, jogando minha mão para longe dele.
— Ops, acho que já toquei. — Dei uma piscadinha, rindo fraco. — Sempre soube que muito dinheiro fazia o pau encolher.
A ponta da minha língua ficou rodeando meu incisivo, com meu sorriso mais aberto agora.
— O que você quer? — perguntou claramente irritado, certamente doido para me enfiar em uma cova rasa.
— Queria dar uma volta no seu carrinho, mas já desisti. Perdeu a graça — disse, jogando meu cabelo em seu rosto e saí andando, me desviando de .
estava parada de longe, com cara de quem tinha visto o próprio diabo plantado em sua frente. Aproximei dela e sua mãozinha pegou a minha e saiu me tirando daí, me obrigando a dar passadas curtas e rápidas para acompanhá-la. Assim que estávamos fora de vista do , minha amiga parou e se virou, me encarando muito brava.
— O que você pensa que estava fazendo? Ficou doido de vez?
Aquilo só me fez rir, vendo a garota toda nervosinha.
— Oswald não vai te proteger do Badlands se ele quiser fazer algo contigo.
Ozzy, meu velho marido, realmente não poderia me proteger ali naquele território, mas eu sabia me cuidar sozinho.
— Ele não vai fazer nada comigo, relaxa. — Joguei uma mecha de cabelo dela para trás de seu ombro. — Ozzy nem precisa saber que estive aqui. — A olhei de forma bem sugestiva.
— Mas ele vai saber se você aparecer em um saco preto — alertou.
Tudo o que fiz foi rir de novo.
— Você está nervosa demais. Vem, vamos procurar algo para beber.
A puxei pela mão para que entrássemos na enorme mansão. O lugar era enorme e estava tão lotado quanto o lado de fora. Tinha umas mulheres e homens nus dançando em pole dances em plataformas altas, e outros fazendo aquela dança com tecidos que vinham presos do teto. Tocava uma música sensual que eu não fazia ideia de quem estava cantando, mas dava vontade de mexer meu corpo lentamente junto à batida.
Paramos em um dos bares onde os bartenders faziam uns malabarismos com as coqueteleiras, além de serem gatos demais. Apoiei meus cotovelos no balcão, esperando qualquer um deles vir me atender, até que um moreno extremamente gato e sexy veio até o meu encontro.
— O que você deseja? — perguntou, e sua voz deliciosa me arrepiou.
— Você nu na minha cama com alguém, mas seria pedir demais no momento. Porém, quero um sex on the beach no momento. E, se possível, o seu número — pedi.
Vi que aquilo só tinha feito com que ele sorrisse de um jeito safado.
— Arranja alguém para nós, então — disse, rindo fraco, e saiu para fazer o meu drink.
— Sério, como você consegue essas coisas?
estava ao meu lado, me encarando de forma chocada.
— Se eu falasse isso para um bartender, ele iria rir da minha cara.
— O lance está no jeito que você fala, não o que você fala — contei a ela o grande segredo da coisa toda, como se já não soubesse daquilo. — E no olhar também. — Lhe dei uma piscadinha.
Minha amiga rolou seus olhos.
— Sinceramente, nunca vou entender — bufou, parecendo contrariada
Eu ri daquilo e até iria responder, mas minha linha de raciocínio foi cortada quando senti um corpo atrás de mim. Meus olhos desceram rapidamente para as mãos que me cercavam agora no balcão, reconhecendo os anéis na mesma hora.
Sorri.
Acho que eu tinha conseguido a atenção do Badlands. Sua respiração bateu na curva de meu pescoço, indicando que seu rosto estava bem perto da minha pele. Certamente estava sentindo como meu perfume era gostoso.
— É muito atrevimento seu vir ao meu território sem ser convidado e ainda se aproveitar da minha festa — sussurrou em meu ouvido.
Aquilo me arrepiou, mas isso não me abalou.
— Não sei do que está falando — rebati, de forma divertida.
me olhou, achando que eu estava falando com ela, então seus olhos se arregalaram vendo ali. Pisquei para ela, dando um sorriso de lado. Logo senti o corpo do sujeito que estava atrás de mim me empurrar de leve contra o balcão, indicando que não tinha gostado nada da minha resposta, mas se afastou um pouco em seguida, me deixando aliviado com aquilo.
Umedeci meus lábios, os sentindo levemente secos. Até que o bartender gato voltou com meu drink e um guardanapo com seu número. Coloquei o guardanapo em meu bolso. O olhar do barman ficou um pouco estranho quando viu o seu patrão me cercando como se eu fosse uma ovelhinha. Sorri para ele, que apenas assentiu com a cabeça e saiu andando para atender outras pessoas.
— Você está assustando as pessoas. Se afasta — mandei, já pegando meu sex on the beach e dando um gole.
não se afastou em nada e isso me incomodou, porque seu corpo estava quase tocando o meu.
— Hum, delicioso. Quer? — ofereci para ele, já que tinha enguiçado ali atrás de mim.
— O que você quer? — questionou.
Apenas dei de ombros, bancando o sonso.
— Você sabe que as mãos de velho Ozzy não podem te alcançar aqui.
Não me surpreendeu em nada descobrir de onde eu era, afinal, na verdade tinha até ficado um pouco decepcionado por não ter me reconhecido na hora.
— Talvez eu não queria as mãos dele em mim — respondi.
Virei de frente para , pegando o canudo de papel da minha bebida com a minha língua, o enroscando com ela.
— Talvez eu só queira me divertir.
Ergui uma sobrancelha, bebendo do meu drink enquanto olhava em seus olhos, que não pude identificar a cor por causa da luz vermelha.
— Jeito perigoso de se divertir — disse, me olhando de volta nos olhos.
Eu podia ver até mesmo sangue escorrendo por eles de tão assassinos que me encaravam.
— Posso te dar muita diversão se você quiser. — Chegou com seu rosto perto do meu.
Eu ri daquilo.
— Não quero ficar com você, . — Deixei seu nome sair pelos meus lábios de forma arrastada, vendo que agora ele tinha mudado totalmente o jeito que me olhava. — Mas você pode fazer parte da minha diversão.
— E como ela seria? — Quis saber, mas não se afastou.
Seus lábios quase tocaram os meus quando se moveram.
— Me deixe ver você transando com alguém — contei.
Senti meus olhos brilharem enquanto eu colocava o canudo da minha bebida entre nossos lábios e tomava mais daquele líquido doce. ficou me olhando por alguns segundos antes de rir fraco.
— Estou falando sério. Voyeur. Nunca experimentou? — perguntei, vendo como agora ele tinha entendido que eu realmente falava sério. — Você é gato e aposto que é gostoso. Seria uma delícia te ver fodendo loucamente com alguém. Você escolhe, não me importo se for com outro homem ou uma mulher.
— Você é louco, sabia?
Sua indignação me fez rir. Não seria a primeira e nem última vez que alguém me falaria aquilo.
— E por que não se junta a nós na cama?
— Transar com alguém não me excita. — Dei de ombros, não me importando com nada daquilo.
— E me escolheu por quê? — Seu olhar estava curioso sobre mim agora.
Sorri de lado.
— Isso é um mistério. — Levei meus lábios até seu ouvido e sussurrei tais palavras. — Você aceita? — perguntei, deixando a ponta de meu nariz passar por sua orelha de leve.
— Você vai se tocar enquanto observa?
Ri fraco.
— Talvez. Depende, se me der vontade na hora — respondi com sinceridade.
— Vou pensar no seu caso — disse, por fim, e se afastou de mim, já se virando de costas e indo embora.
— O que... O que... O que você falou com ele? — parecia estar se engasgando do meu lado perguntando aquilo. — Ele ia te beijar, garoto! Por que você não o beijou? Por Odin! Eu não te entendo!
— Às vezes nem eu entendo. Se um dia conseguir, me conta.
Dei um tapinha em seu ombro e saí andando para um lugar que desse para dançar agora. Parei onde achei espaço suficiente para nós dançarmos, sem que fosse muito apertado por causa da quantidade gente que tinha naquele lugar. O canudo estava entre meus lábios, enquanto meu corpo se movia de forma lenta de um lado para o outro, fazendo meu cabelo balançar junto. As pontas dos meus dedos batiam no vidro do copo como se tocassem as notas da música que ecoava pelo lugar. Passei a mão em minha nuca, a apertando de leve, não pensando em nada, apenas deixando o som entrar em meu corpo e o eletrizar do jeito que quisesse.
Ficamos ali por muito tempo, dançando, indo ao bar, pegando mais bebidas e voltando. Aquela noite até que estava sendo agradável e eu tinha conseguido o que queria, então iria aproveitar.
Fechei brevemente meus olhos, deixando meus lábios entreabertos, e nisso senti alguém tocando minha cintura. Abri meus olhos, vendo um cara, o qual não fazia ideia de quem era, agora dançando entre mim e . O olhei por inteiro. Ele era bonitinho, mas o fato de ter me tocado não me permitiu gostar dele. Eu tinha um leve problema com toques em meu corpo, ainda mais sem a minha permissão. Então isso me fez dar um passo para trás, abrindo espaço para o sujeito sair dali. Ele me olhou sem entender nada.
— Você está me atrapalhando a dançar — avisei, para se tocar logo e dar o fora.
Em vez de sair dali como um cara consciente faria, ele apenas pegou minha cintura com certa brutalidade, pronto para me arrastar para perto dele, mas não deixei que tivesse tempo para isso e lhe dei uma bela joelhada no saco, fazendo com que se curvasse para frente. O empurrei para o lado, para que saísse dali, só que sua mão bruta pegou meu pulso com força, então automaticamente joguei minha bebida em sua cara. Abusado!
Isso fez com que ele pegasse meu pescoço com força, me fazendo soltar o copo, deixando que caísse no chão, se espatifando em vários pedaços. Rapidamente meus dedos puxaram a lateral da minha camisa para cima, me permitindo pegar o canivete pequeno que eu tinha escondido ali, apertando o botão para sua lâmina abrir, e toquei com sua ponta exatamente onde ficava a carótida do homem, que agora me olhava com certa surpresa.
estava parada ao meu lado com sua típica cara assustada. Ela ainda não tinha se acostumado comigo depois de tantos anos?
— Garoto errado, gatinho — disse, mostrando que eu não tinha receio algum de afundar aquela merda em seu pescoço.
Ele não falou nada, apenas me soltou. Seus olhos viram algo atrás de mim. Então me empurrou de leve para trás. Antes de abaixar meu canivete, virei meu rosto, espiando por cima do meu ombro, vendo o Badlands bem ali, parado, com seu olhar assassino.
Sorri.
Então voltei a encarar o cara na minha frente e tirei a lâmina de seu pescoço.
— Seu…
Ele ia começar a falar algo, mas a voz de invadiu nossos ouvidos.
— Cale a boca antes que eu atire na sua cara — ordenou em um tom bem rude, o que gostei bastante.
— Acho que é hora de dar tchau — falei com o sujeito, acenando com a mão para ele sair logo dali, e foi isso que fez, sem falar nada.
Me virei, olhando para o Badlands agora.
— Obrigado, mas estava tudo sob controle — agradeci, dando um sorriso fechado.
— Eu percebi — soltou em tom de ironia.
Ergui uma sobrancelha.
— Ainda está querendo se divertir?
Olhei para a , já levando meus lábios até o ouvido de minha amiga.
— Vou brincar um pouco. Não precisa me esperar — avisei.
Os olhos da minha amiga se arregalaram.
— Toma cuidado — pediu.
Apenas assenti. Dei um beijo em sua bochecha.
Virei e ergui minha mão até a altura de minha cintura, esperando que a pegasse. Ele a olhou por um instante antes de pegá-la, e então me guiou por entre as pessoas daquela festa, que nos olhavam agora com muita atenção. Sabia que deveria me conhecer, mas Badlands era o dono da festa, e vê-lo com o "garoto do Ozzy" deveria atrair muita atenção.
Isso me fez sorrir.
(Eu vejo uma porta vermelha e quero pintá-la de preto)
Subimos as escadas lentamente, conforme as pessoas iam abrindo espaço para que nós passássemos. Estávamos carregando os olhares de todos no nosso caminho, era o que eu sentia, e isso fazia meu corpo esquentar, juntamente a um arrepio subir a espinha. Eu não olhava para os lados, apenas para frente, com cabeça erguida e queixo levemente levantado.
Às vezes virava seu rosto e me permitia ver seus olhos intensos invadindo os meus de forma como se pudesse ver a minha alma, e, naqueles segundos, o ar ficava preso dentro dos meus pulmões. Era como se ele pudesse enxergar minha alma e visse minhas verdadeiras intenções ali, mas aquilo não me intimidava ou me fazia parar.
Eu iria até o final.
Chegamos a um corredor que tinha uma iluminação verde escura. Ali não estava cheio como lá embaixo. Algumas pessoas estavam apenas conversando, fumando e bebendo, e outras se pegando, escorando pelas paredes e móveis, sem tempo a perder; algumas até mesmo transando ali mesmo, sem se importar com os demais ao seu redor. Meus olhos pegavam aqueles corpos, sentindo o tesão me tomando. Senti a mão de apertando a minha, indicando que não deveria olhar para eles, me fazendo estreitar os olhos de leve em sua direção.
Ciumento? Talvez.
Então paramos quando chegamos a uma porta de madeira tão escura quanto à noite. Senti a adrenalina correndo em minhas veias, ansioso para entrar logo ali, enquanto eu respirava fundo e apertava a mão do Badlands para que abrisse logo a porta e começássemos aquilo.
Porém nada aconteceu, e isso me fez erguer a cabeça para olhar em seu rosto, para tentar entender o motivo da demora.
— Quero que olhe dentro dos meus olhos a todo o momento, ou eu vou parar na hora e você não terá mais sua diversão.
Reprimi meus lábios com seu pedido.
— Então me prenda com eles — rebati, erguendo as sobrancelhas.
Fiquei olhando dentro dos seus tons intensos, que agora quase não dava para serem vistos por conta de sua pupila fortemente dilatada.
— Não será só com eles que irei te prender.
A sua resposta fez meu corpo esquentar e uma parte da minha mente se acendeu em alerta também. Eu sabia que ele poderia estar falando aquilo de forma literal, já que eu era casado com Ozzy e poderia me usar como barganha para algum dos seus negócios, mas me mantive ali, o encarando com um olhar desafiador. Eu nunca fui de recuar e agora não seria diferente.
— Iremos ver — o desafiei, deixando meus olhos mais intensos nos seus.
Um pequeno sorriso apareceu nos lábios de Badlands, e eu olhei para ele por um momento bem curto, antes de voltar a fitar seus olhos, que tinham um toque de malícia. Não queria negar e não iria, eu gostei disso. Fazia meu corpo desejar dar o próximo passo, o qual poderia ser simplesmente para a minha morte.
Finalmente abriu a porta do quarto. O lugar tinha uma iluminação rosa, bem gostosa, que oscilava para vermelho e depois voltava para o rosa.
Meus olhos encararam um homem de pé na janela. Ele tinha um corte de cabelo curto e estava penteado totalmente para trás, os fios eram tão escuros quanto a porta do lugar, a qual fechei atrás de mim. Tinha um belo divã de frente para a cama, a qual ficava posicionada exatamente no meio do quarto enorme, com sua estrutura de ferro que a fazia parecer um enorme cubo.
Umedeci meus lábios novamente, os sentindo secos, assim como minha boca, em pura ansiedade. me olhou, então meus olhos se encontraram com os dele. Deixei um pequeno sorriso aparecer.
O homem se aproximou de nós em passos lentos. Ele vestia um roupão preto e longo que deslizava pelo chão. O tecido era fino e leve, mostrando que não tinha nada em seu corpo além dele, pois marcava os bicos de seus peitos e as curvas de seu quadril. Ele parou na nossa frente e tocou o rosto do Badlands, o puxando suavemente para si, então o beijou.
Respirei fundo, apreciando a cena, sentindo os dedos de se soltando dos meus lentamente para segurar a cintura do outro homem. Então dei uns passos para trás até sentir o divã batendo em minhas pernas e me sentei ali de forma confortável, deixando minhas pernas cruzadas e apoiando a lateral de meu tronco no braço do estofado.
pegou a bunda do homem com vontade, fazendo o tecido do roupão se encolher em sua palma. Respirei fundo com aquilo, o ar quente em meus pulmões, meus olhos vidrados no que estava acontecendo. Meu olhar subiu pelo corpo do sujeito, porém me deparei com o olhar penetrante de Badlands me encarando de forma intensa. Tinha um aviso em suas íris, o qual ordenava que eu olhasse apenas para ele. Soltei o ar de forma pesada e apertei levemente minhas coxas uma contra a outra.
Badlands o beijava com fervor enquanto suas mãos o tocavam com brutalidade, em tom de posse, como se quisesse mostrar o que ele queria fazer comigo, mas não podia. Bem, era pelo menos isso que eu queria pensar, e era divertido também imaginar que aquele homem me queria.
Mordi meu lábio inferior, deixando a carne deslizar pelos meus dentes vagarosamente, vendo as mãos dele agora de forma sutil, o que era bem contraditório, passarem pela gola do roupão daquele homem, o fazendo deslizar por sua pele até cair no chão, deixando seu corpo nu totalmente escultural à mostra.
As mãos do sujeito abriram o restante dos botões da camisa de e a empurraram para trás, fazendo a peça ficar presa em seus cotovelos, revelando seu corpo escultural, gostoso e com cicatrizes que me fizeram babar. Meu olhar percorreu lentamente pelo corpo do gângster, gravando cada linha, cada marca, o tom de sua pele sob a luz que oscilava de cor. Ah, meu corpo ficou mais quente.
Ele soltou o homem apenas para tirar sua camisa de vez e quando voltou a pegá-lo, o puxou para cima com suas mãos fortes, apanhando a bunda volumosa dele e o cabelo em sua nuca, fazendo os fios se enrolarem em seus dedos. Então o beijando com ferocidade, dessa vez fechando seus olhos.
Respirei fundo mais uma vez. Aquele beijo parecia tirar o ar de qualquer um.
Badlands caminhou até a parte de trás da cama, empurrando os travesseiros com as pernas, e deitou o homem ali. Ele começou a beijar todo seu corpo, o alisando, apertando, chupando sua pele e mordendo. O homem gemia baixinho, enquanto jogava sua cabeça para trás, principalmente quando abocanhou seus mamilos com extrema vontade, enquanto sua mão apertava o outro. Seus dedos subiram e adentraram a boca dele, fazendo seus gemidos sair abafados. O homem chupou os dedos de com vontade, até mesmo segurou seu pulso, fazendo os dedos entrarem mais.
Meus olhos estavam brilhando fervorosamente com aquela cena.
Os dedos de escorregaram para fora daqueles lábios finos e desceram. E pelo gemido mais forte que o homem deu, certamente Badlands havia o invadido. Fiquei arrepiado e suspirei, apertando minhas coxas uma contra a outra, sentindo como elas estavam ficando quentes e minha calça apertada. Respirei mais forte, sentindo o desejo de apertar a minha ereção.
— Vai, pega ele com vontade. — Meus lábios se moveram de forma muda naquele comando, apenas desejando, sem de fato declarar.
Os olhos ferozes de , que me encaravam, pareciam ter lido os meus lábios.
Sua boca deslizou pelo peito do homem, fazendo o bico dele escapar, voltando a aparecer molhado e bem duro. Lambi os meus lábios, puxando um pouco de fôlego com a imagem, deixando meus olhos se fixarem nos de , tão intensos dentro dos meus que me devoravam com ele. Eu queimei um pouco mais naquele momento. Ele era perigoso, e aquilo me excitava ainda mais.
Engoli em seco quando suas mãos pegaram a cintura do sujeito, o virando de bruços. Vi Badlands separar as nádegas do homem e em seguida e se abaixando, deixando seu rosto na altura dela e descendo, o lambendo lentamente, sem tirar seus olhos dos meus, agora tirando um gemido gostoso do rapaz.
Praticamente arfei com a cena e apertei ainda mais minhas coxas, agora segurando o estofado do divã. Meu pau estava ficando dolorido naquele momento por estar o apertando com minhas pernas daquela forma.
Então ele começou a dar um beijo grego no homem com vontade, olhando dentro dos meus olhos, me deixando cada vez mais excitado com sua intensidade. Sentia os gemidos do homem me invadindo, como se pudesse sentir a língua de fazendo aquilo comigo. Eu estava fodidamente arrepiado. Meus batimentos estavam mais fortes, causando mais calor em meu corpo.
O rosto dele subia e descia em movimentos precisos, até que se afundou mais entre as nádegas, arrancando gemidos mais fortes do homem, que se retorcia de prazer na cama. Minha calça ficou ainda mais apertada com aquilo.
Céus, estava uma delícia. E eu estava quase deixando meus dedos invadirem minhas roupas e me tocarem, mas não ia fazer isso, não agora pelo menos, precisava de mais. Eu tinha que chegar ao meu limite para fazer tal coisa.
— Eu vou gozar, Badlands — o homem avisou, gemendo alto e jogando a cabeça para trás, pegando os lençóis e os puxando com certa força. — Badlands! — arfou mais alto.
não parava, continuava beijando aquela região com ferocidade, ao passo que começou a fodê-lo com o dedo, enquanto me olhava. Minha respiração até mesmo falhou e eu quase gemi fraco com aquilo.
Não para.
Pedi com o olhar. Sentia como eu estava ficando mais duro com aquela cena na minha frente e eu mesmo estava começando a chegar perto do precipício.
O homem arqueou sua coluna em prazer, gemendo forte, antes de seu corpo cair sobre o colchão, tomando fôlego por ter se desfeito sobre os lençóis de seda, gozando lindamente.
Mordi meus lábios com força, os soltando e fazendo um bico. Respirei agora como se tivesse acabado de submergir de um mergulho profundo. Lambi meus lábios, sentindo minha boca muito seca. Eu precisava beber algo. Sentia até que estava ligeiramente tonto.
Levantei daquele divã, percebendo que tinha sido um erro quando senti que minhas pernas estavam trêmulas por causa da pressão que fiz nelas antes. Então parei por um instante, segurando no braço do estofado, fechando meus olhos rapidamente e os abrindo, sabendo que agora precisava dar uns passos mais firmes. Foi isso que fiz em seguida, indo até um balde que tinha champanhe. Segurei o pescoço da garrafa, a puxando para fora do gelo com certa força, sentindo como até minhas mãos estavam trêmulas. Tive que colocar a garrafa dentro do balde de volta para que não caísse e quebrasse. Aquele desgraçado tinha me fodido, e embora uma parte minha tenha adorado, outra odiou, porque tinha sido… intenso.
Tirei o rótulo de alumínio de sua tampa rapidamente e tentei puxar o arame que a envolvia, mas meus dedos escaparam.
— Precisa de ajuda? — a voz rouca e extremamente sexy de soou em meu ouvido.
Fiquei arrepiado. Maldito.
Seu corpo encostou no meu, me fazendo sentir sua ereção bem dura contra a minha bunda. Travei o maxilar, segurando o ar com força em meus pulmões. Joguei meu corpo para frente e apoiei minhas duas mãos sobre a mesa, me afastando dele mesmo que agora tivesse perdido todo o espaço que tinha antes, ficando preso contra a mesa. Não era bom ter um gângster atrás de mim daquele jeito, aquilo podia acabar de um jeito terrível.
— Não me encosta, por favor — pedi, em voz baixa.
Tentei ser educado com ele, sabendo que qualquer palavra errada daquele momento podia dar muito errado.
— Algum problema nisso? — perguntou, mas também não me encostou como antes.
— Eu não gosto que me toquem, só isso — avisei.
Abaixei um pouco a cabeça, tentando não imaginar aquele homem atrás de mim com aquele pau extremamente duro.
— Não é nada pessoal — garanti.
— Aconteceu algo para isso? — Quis saber.
Ele se afastou agora e veio para o meu lado, pegando o champanhe e o abrindo com agilidade e brutalidade.
— Gosto de ter controle do que acontece com meu corpo — respondi, dando um sorrisinho fechado.
Então peguei a taça e a ergui para que pudesse me servir.
— De parar na hora que eu quiser — completei.
Meu olhar subiu até encontrar o dele, porém desviei em seguida, olhando para a taça que estava em minha mão, enquanto a enchia lentamente para não gerar muita espuma.
— Obrigado.
Dei um gole generoso e peguei a garrafa depois que se serviu.
— Não pararam na hora que você quis?
Sua pergunta me fez apenas virar e sair andando. Sentei novamente no divã.
— Você já acabou?
Mudei de assunto, olhando para o homem deitado na cama, se recuperando.
riu fraco, atraindo atenção dos meus olhos. Apenas bebi mais um pouco do meu champanhe, esperando pelo restante do show. Seus olhos estavam em mim e tinham um jeito meticuloso, como se estivesse olhando cada detalhe meu, ou pensando no que tínhamos acabado de conversar, tentando descobrir o que tinha por trás das minhas palavras. Aquilo poderia incomodar muita gente, mas não me incomodou. Gostei como fazia aquilo, era como se estivesse me decorando e desvendando. Ele não iria conseguir descobrir nada mesmo. Apenas deixei que ficasse me olhando. Se era aquilo que desejava fazer, pois era tudo que conseguiria de mim, só me olhar e nada mais. Não era nada pessoal, eu fazia isso com todos, ninguém conseguia se aproximar de mim, pois não permitia tal coisa ser feita.
Eu era o Rei intocável.
Era como Ozzy me chamava. Ele gostava de usar isso para fingir que tinha domínio sobre mim, como se fosse por causa dele que eu não deixava as pessoas me tocarem, usando um papel com nossos nomes assinados para se vangloriar que eu era seu. Eu não era dele e nem de ninguém. Às vezes nem eu mesmo era dono de mim, quem dirá uma pessoa. Porém Ozzy sabia disso lá no fundo, mas por vezes fazia questão de esquecer, e eu não me importava também, afinal, era ótimo para os negócios. O problema do ser humano é o fato dele sempre querer ser proprietário de algo, a sensação do poder os deixa excitados, e quando você tira isso de suas mãos... A coisa toda muda de figura.
As pessoas são capazes de tudo para ter poder sobre as coisas, e podia ver claramente nos olhos do Badlands que ele não era diferente; nem eu era para ser totalmente franco. Afinal, quem não gosta de poder, nem que seja o menor deles? Nem que seja o simples poder de escolher o que deseja tomar ou o que comer. Qualquer coisa. Fazíamos isso o tempo inteiro sem nos dar conta. Prive uma pessoa e ela te mostrará quem é, ou dê poder a ela que você poderá ver sua verdadeira face. No caso, já tinha o poder, e agora eu estava vendo o que ele era capaz de fazer se eu tirasse isso de suas mãos.
Vamos, me surpreenda, Badlands.
Era o que meus olhos falavam para ele.
Segui seus movimentos, o vendo pegar uma enorme taça lotada de diferentes tipos de camisinhas. Ele veio caminhando lentamente em minha direção, com sua ereção fortemente marcada em sua calça justa bem na altura do meu rosto. parou na minha frente. Me permiti descer meu olhar por seu corpo, vendo com mais detalhes as suas cicatrizes, suas curvas, seu belo corpo definido e forte. Ele sabia que era gostoso e abusava disso.
Encarei a taça estendida na minha frente. Ele queria que eu escolhesse qual deveria usar.
Estava achando que me deixar no controle o faria tê-lo de volta? Ou estaria apenas me provocando? Talvez os dois, não dava para saber quando não o conhecia direito, mas ele não me pareceu ser gentil, não parecia ser de seu feitio, muito menos submisso.
De qualquer forma, eu precisava escolher qual camisinha iria usar para poder me divertir.
Peguei uma de morango e a ergui para ele.
— Pega mais.
Sua voz baixa e rouca me fez erguer meus olhos para encarar os seus tons intensos.
— Pretende foder ele quantas vezes essa noite? — perguntei para saber quantas eu deveria escolher.
Aquilo o fez sorrir de lado, safado.
— Quantas vezes você quiser.
Sua resposta quase me fez unir as sobrancelhas, mas me mantive, e enfiei a mão no pote, pegando várias.
— Que guloso — comentou, rindo fraco.
Acabei soltando uma pequena risada.
Então soltei elas de volta na taça e apenas comecei a passar meu indicador pelos pacotinhos, escolhendo quais ele poderia usar. Peguei uma hot e outra sensível, que era mais fina. Fiz um pequeno bico, pensando em pegar mais, porém só fiquei com aquelas três na mão mesmo. Qualquer coisa escolhia mais depois. Então lhe entreguei os preservativos. pegou e os colocou no bolso da calça, enquanto se virava e colocava a taça em uma mesa ali perto. Logo em seguida, ele voltou a apanhar os pacotinhos de seu bolso, vendo quais eram, fazendo um biquinho de leve em seus lábios perfeitamente desenhados.
— Você já provou essa de morango? — perguntou, dando uns passos lentos para mais perto de mim.
— Já. É gostosinha, doce e tem um cheiro de chiclete de morango, dá vontade de chupar ainda mais — comentei, sorrindo de leve.
Meus olhos o encaravam, parado na minha frente.
— Hum, quer dar as honras?
Seu tom safado me fez rir de leve, mas não deixei de olhar para o volume que ainda marcava sua calça preta.
— Não, obrigado. Eu apenas vejo de longe mesmo — disse, apontando com o indicador para ele e depois para o homem.
— Ok.
Ele riu fraco e se afastou.
(Olhe para mim e diga que você gosta disso)
Tive a bela visão de tirando os sapatos e depois abrindo sua calça e a abaixando juntamente com a cueca. Deixou aquela bela cena à mostra para mim, seu corpo era perfeito. Cada detalhe dele parecia ter sido feito propositalmente para deixá-lo extremamente gostoso. Umedeci meus lábios, olhando sua pele extremamente mordível. Meus olhos subiram por suas costas largas, que tinham algumas pequenas cicatrizes, as quais deveriam ser deliciosas de lamber e arranhar.
No momento seguinte, peguei seus olhos me encarando por cima do seu ombro. Sorri de lado, sem esconder que estava mesmo olhando seu belo corpo escultural. Ele riu fraco daquilo, aquela risada nasalada e bem sexy que me fez morder o canto do meu lábio inferior. Não tinha como mentir, Badlands era um puta gostoso. E eu queria ver aquele outro homem igualmente delicioso sentando em com vontade, rebolando em seu pau bem gostoso, enquanto os dois gemiam bem alto para mim.
A ideia já fez minha calça ficar mais apertada.
caminhou lentamente até a cama, ainda de costas para mim, me deixando bem curioso sobre o que ele estava escondendo ali.
Seu pau era pequeno? Era isso?
Meus dentes se rasparam em meu lábio inferior bem curioso para ver o que ele tinha. jogou as camisinhas na cama e pude ver seu braço se movendo, certamente fazendo com que seu pênis ficasse totalmente duro novamente para colocar a camisinha. Pelo barulho que ouvi depois de um dos pacotinhos sendo rasgados, eu tive certeza de que era aquilo mesmo que estava fazendo antes.
Respirei fundo, ansioso para ver logo o meu show.
Senti o cheiro da camisinha de morango de longe, porque o seu aroma era realmente bem forte. Sorri por ele ter seguido o que falei sobre ela ser gostosa e dar mais vontade de chupar por causa do gosto. Bebi mais um pouco do champanhe, acabando com o resto da taça, então a coloquei de lado.
Vi subindo na cama, ainda de costas, para mim e se abaixando sobre o rosto do homem, o beijando. A mão dele rapidamente subiu para a nuca Badlands e segurou o seu cabelo ali com certa força. Logo se levantou, ficando de joelhos sobre o colchão, puxando aquele homem para cima, fazendo com que se ajoelhasse também. Hum, eu daria um nome para aquele homem para aquilo ficar mais interessante. Lambi meus lábios.
— O chame de Richard — pedi. — Mas se quiser pode ser Rich também.
Mesmo ele não respondendo, eu sabia que tinha me ouvido. O homem passou seus dedos com as unhas curtas pelas costas de , deixando sua pele vermelha e marcada, descendo até a bunda dele e a pegando com vontade. Gostei dele.
Isso mesmo, se aproveita desse corpo.
Então Rich o empurrou para que caísse de costas na cama, e a cabeça de Badlands ficou para fora do colchão, deixando seu pescoço exposto e seus olhos nos meus. Desci meu olhar para a bela escultura que era seu corpo e meus olhos se deliciaram ao ver aquele monumento, que estava vermelho por causa da camisinha, totalmente duro e exposto para mim. Ele era grande e robusto, faria um estrago em Richard.
Peguei a garrafa de champanhe e bebi no gargalo mesmo, sem paciência para colocar na taça, enquanto olhava o homem beijando e lambendo o pescoço do Badlands. Ele desceu pelo seu peito e barriga muito bem desenhada. Vi sua língua passar por trás de seu pau de , indo de baixo para cima, até colocar a cabeça dele em sua boca e descer de novo, o engolindo por inteiro.
Ergui levemente meu rosto, puxando o ar, olhando aquela cena que já fez minhas coxas esquentarem e o tesão voltar.
soltou o ar em forma de um gemido baixo. Meus olhos desceram para os seus, que me olhavam fixamente. Aquele tom feroz extremamente intenso que estava me roubando o ar.
Que merda de homem fodidamente gostoso.
Suas belas mãos subiram para seu peito, o apertando e depois descendo por sua barriga e indo até o cabelo curto de Richard, o segurando e impulsionando seu quadril de leve contra a boca do rapaz, a fodendo.
Por que até as mãos dele tinham que ser bonitas? Se foder, viu.
O seu gemido rouco e baixo chamou minha atenção novamente para seus olhos, me fazendo ficar mais excitado. Era como se ele me chamasse para ficar olhando apenas para aqueles olhos enquanto me engolia com eles.
Soltei o ar por entre meus lábios, vendo suas pernas se abrindo e as dobrando para cima e seu quadril indo de novo, fodendo deliciosamente a boca de Rich. Porra, desgraçado gostoso. Suas coxas eram deliciosas também. Teria alguma coisa nele que não seria bonito?
Aquilo me fez suspirar.
— Geme para mim — sussurrei, voltando a olhar em seus olhos.
— Eu poderia gemer mais se fosse você me chupando, mas eu posso imaginar isso. — Sorriu de lado de forma maliciosa. — Mesmo que não seja a mesma coi…
Aquilo pareceu incomodar Richard, já que ele o chupou com mais vontade agora, arrancando de um pequeno gemido, e depois ele sorriu safado. Apenas estreitei meus olhos em sua direção. Aquele joguinho não iria funcionar comigo. Badlands achava mesmo que iria me convencer a me juntar a eles só por me fazer achar que seu prazer seria maior se fosse eu no lugar daquele homem? Ele estava muito enganado quanto a isso. Se um dia achasse que iria transar comigo, com toda certeza não seria nessa vida, ou então teria que ser muito mais convincente que aquilo. Não era daquele jeito que a banda tocava.
Rich pegou de jeito, porque agora ele estava mesmo gemendo e sentindo a boca do rapaz em seu pau. As caras de prazer que fazia eram deliciosas e a forma como me olhava me fazia apertar mais as minhas coxas, sentindo como estava queimava no meio delas, meu pau duro e latejando.
Badlands fechou os olhos e jogou sua cabeça mais para trás, arqueando um pouco a sua coluna enquanto gemia e segurava o cabelo do homem, fodendo a sua boca mais rápido agora. Minha respiração estava ficando pesada e minha boca seca. Meu pau pulsava como se eu fosse mesmo gozar por causa do que via.
Os gemidos dele eram muito gostosos, puta merda!
Aquela voz dele saindo levemente rouca estava acabando comigo. Aquele homem já podia ser interditado, porque… Nossa! Minhas unhas cravam no estofado vendo a veia de seu pescoço saltando quando gemeu mais alto. Senti vontade de lamber. Seus olhos se abriram, me pegando de jeito, fazendo meu corpo queimar de dentro para fora. Podia sentir minha roupa colada contra minha pele que fervia.
— . — Meu nome saiu por seus lábios pela primeira vez e foi em forma de um gemido baixo e sôfrego, fazendo meu pau pulsar com mais vontade. — Eu vou gozar para você.
Caralho.
Sua voz rouca me rasgou por inteiro, e minha calça ficou ainda mais apertada. Engoli em seco, olhando para o homem que o chupava ferozmente.
— Olha para mim — mandou.
Meus olhos se voltaram rapidamente para ele, vendo o tanto de prazer que estava transbordando por eles. Minha boca e lábios estavam secos e eu até queria pegar a champanhe, mas não conseguia me mover, era como se eu estivesse preso naquele divã.
Desgraçado!
Então gemeu mais alto, contraindo seu abdômen e afundando seu quadril no colchão, fechando seus olhos e soltando o ar que parecia ter ficado preso em seu peito, que agora descia e subia rapidamente.
Abri meus lábios minimamente, quase gemendo quando senti aquela onda de prazer absurda me tomando. Fechei meus olhos, sentindo meu corpo tremendo. Meu pau ainda pulsava, mas melado agora. Droga. Filho da puta gostoso. Tinha me feito gozar só com ele sendo chupado, sem que eu me tocasse. Minha respiração estava pesada e meu corpo quente e suado. Minha mente estava travada com a sensação que eu sentia naquele momento.
Passei a mão em meu pescoço e desci pela minha clavícula, indo até o ombro, e o apertei, sentindo como a musculatura estava rígida por eu ter me segurado inteiro contra aquele estofado. Soltei o ar, que saiu trêmulo como todo o resto do meu corpo. Abri meus olhos, vendo que Badlands me olhava de um jeito diferente agora. Ignorei aquilo e o arrepio que correu em minha espinha por conta daquela merda. Peguei a garrafa de champanhe, bebendo uns bons goles dela, sentindo o líquido gelado até mesmo doer, descendo pela minha garganta, que estava apertada, assim como minhas coxas uma contra a outra.
Desci a garrafa e a coloquei de lado.
Eu queria levantar para esticar as pernas, mas achei que não iria conseguir me colocar de pé naquele momento, então apenas as desdobrei e estiquei minhas pernas, deixando as costas dos meus saltos curtos tocarem no chão, relaxando um pouco. Ouvi o riso fraco de , e o olhei com a cara fechada. Ele sabia o que tinha me causado, e não tinha graça nenhuma. Maldito sabia do poder que tinha, e que eu tinha perdido o meu.
Encarei Rich agora, e ele tinha um sorriso de vitória por ter feito o Badlands gemer bem gostoso e ainda mais gozar daquele jeito. Sorri para ele de volta pelo trabalho bem feito. Nisso, o homem se levantou e foi até o balde de champanhe, abrindo o outro que tinha ali dentro e colocando um pouco na taça, tomando um gole. Depois caminhou em minha direção e estendeu a garrafa. Peguei a taça, deixando que me servisse. O rapaz se inclinou na minha direção, deixando seu rosto próximo ao meu, e eu pude sentir o cheiro de morango vindo de seus lábios. Ele sorriu olhando dentro dos meus olhos.
— Me dá um beijo? — pediu simplesmente.
Aquilo me fez rir de forma nasalada, sabendo o que queria fazer. Eu gostei da ideia de provocar com Rich.
— Senta — falei, indicando com a cabeça para ele se sentar ao meu lado.
O homem colocou a garrafa do lado da minha. Dei um belo gole no champanhe que me serviu, sentindo que estava mais gelado e gostoso. Então deixei a taça de lado junto às garrafas e me virei, olhando para o rapaz nu, sentado ali, encarando , e eu fiz o mesmo. Ele nos olhava com atenção, querendo entender o que estava acontecendo. Sorri de lado para o homem e me ajeitei no divã, sentando sobre minhas pernas dobradas e com o indicador puxei o rosto de Rich pelo queixo para se virar em direção ao meu. Umedeci meus lábios e passei a língua pelos dele, sentindo o gosto bom que estava ali. Olhei em seus olhos e juntei nossos lábios vagarosamente, deixando as minhas pálpebras abaixarem lentamente enquanto minha língua tocava a sua em um beijo totalmente sem pressa com aquele gosto bom de morango.
Minha mão contornou o maxilar do rapaz até descer para seu pescoço e ir até sua nuca, a apertando de leve e o puxando para mim. Fui deitando meu corpo para trás e puxando Richard comigo, que já vinha se virando e se encaixando entre as minhas pernas, as quais abri para ele se colocar ali. Senti sua mão vindo até o meu pau e o apertando, sentindo certamente que o tecido da minha calça estava molhado, riu de leve.
— Nossa… — sussurrou entre o beijo.
Ri fraco. Ele então rompeu o beijo e levou seus lábios até meu ouvido.
— Não o deixe saber que você está assim, ou vai se achar até a décima geração dele.
Aquilo me fez rir um pouco mais.
Ouvimos Badlands limpar a garganta.
— Sim — falei, virando meu rosto e o encarando.
Vi que não parecia muito feliz sentado na cama. Tinha funcionado a provocação.
— Até onde eu saiba era só para você ficar olhando — disse, claramente contrariado.
Lambi os meus lábios e mordi a ponta da minha língua com os incisivos, dando um sorriso travesso.
— Ops — soltei, como se tivesse feito uma travessura. — Não soube negar o pedido dele.
Fiz um biquinho. Badlands revirou os olhos e se levantou da cama, já pegando suas roupas do chão.
— Hey, onde você vai? Não acabou — declarei rapidamente.
— Para mim acabou — disse ríspido, já vestindo sua roupa de costas para mim.
Uni as sobrancelhas com aquilo, ficando levemente irritado. Richard saiu de cima de mim e eu me levantei. Pensei em falar umas besteiras para o Badlands, mas, como ele mesmo disse, as mãos do Ozzy não podiam me alcançar ali, então eu estava sem proteção nenhuma e em desvantagem em seu território.
Ok, se ele não queria mais fazer nada, não tinha mais nada para mim ali.
Arrumei minha calça e saí daquele quarto sem olhar para trás, deixando a porta aberta mesmo, porque eu não me daria ao trabalho de fechar aquela bosta. Meus saltos curtos batiam com força contra o chão de madeira do corredor e mesmo com a música alta tocando lá embaixo, eu conseguia ouvir o som das minhas passadas pesadas e largas.
Eu deveria saber que ele era um idiota e que não sabia se divertir. É esse o tipo de homem que o Badlands era, que nem todos os outros do mesmo ramo. Babaca. Só porque ele não podia me tocar, ficou puto que o homem fez aquilo. Eu entendi como as coisas funcionam para .
Senti uma mão forte segurar meu pulso quando eu já estava no meio da escada. Não pensei, foi puro reflexo, me virei com a minha mão livre fechada, socando o nariz de quem é que fosse que tinha ousado me tocar, e vi que era o próprio Lúcifer ali. Meus olhos se arregalaram. Eu tinha acabado de fazer merda e só me toquei nisso quando vi o sangue descendo por entre os dedos de Badlands enquanto seus olhos me encaravam.
Precisava sair dali… agora! Ou o meu corpo seria o próximo a ser encontrado na baía.
Desci as escadas apressado, já olhando para os lados e vendo no bar, conversando com umas meninas. Fui até ela rapidamente, esperando que ou um dos seus capangas não me pegasse no caminho.
— Vamos embora, agora! — falei com , já segurando sua mão.
— Meus Deus, o que você fez? — perguntou assustada quando me viu ali antes da hora.
— Merda — respondi simplesmente.
Saí, puxando minha amiga e peguei o casaco que estava sobre o braço do sofá quando passamos por ele e o vesti, colocando o capuz e olhando para trás. Não avistei ninguém, mas provavelmente estavam me caçando agora.
Ozzy iria querer me enforcar quando soubesse o que arrumei naquela festa.
Corremos para o lado de fora da casa. Andamos de mãos dadas mais lentamente agora, tentando não atrair os olhares, e eu encostei minha cabeça no ombro dela, como se fosse um amigo embriagado sendo levado embora. me segurou pela cintura, me ajudando na encenação toda. Era por isso que aquela garota era minha amiga, ela me entendia sem precisar falar nada.
Saímos do lugar e já avistamos Javier do outro lado da calçada, no carro, fumando de forma despreocupada. Fomos até lá e entramos pela porta de trás.
— Vamos para casa, por favor — pedi calmamente.
O motorista me olhou pelo retrovisor, mas não falou nada.
— O que você fez, ? — ousou perguntar mais uma vez.
— Depois falamos sobre isso — declarei.
Ela concordou com a cabeça. Depois de alguns minutos, chegamos em casa e minha amiga foi direto para o quarto de hóspedes. Eu segui para o escritório, onde sabia que Oswald estava me esperando. Joguei aquele casaco no chão ao lado da porta antes de entrar, e passei a mão em meu cabelo, o jogando para trás, então entrei. Os olhos azuis do velho viraram em minha direção e ele me olhou por inteiro, com suas mãos repousando sobre sua barriga.
— Conseguiu o que queríamos? — Foi a primeira coisa que me perguntou.
— Preciso de mais tempo — contei, dando de ombros, fazendo uma careta.
Ozzy uniu as sobrancelhas.
— Soquei o nariz dele sem querer. Não sabia que era ele.
— — soltou, em tom de repreensão. — Já disse para parar com esse comportamento agressivo, isso nunca te leva a nada!
Abaixei minha cabeça com aquilo, suspirando, sabendo que não estava errado. Eu estava frustrado com a situação toda.
— Olha para mim — pediu.
O encarei.
— Você quebrou o nariz dele?
— Não sei — suspirei. — Não fiquei lá para ver o estrago. Eu saí correndo, a estava comigo e só tinha o Javier lá comigo. Não tinha como fazer muita coisa.
Ozzy concordou com a cabeça.
— Precisamos dar um jeito nessa bagunça e conseguir o que queremos.
— Vou conseguir — prometi, sentindo meus olhos brilhando. — Só preciso de tempo.
— Tome um banho e troque de roupa. Vamos comer algo — convidou.
Suspirei e concordei com a cabeça.
(Lobos estão chegando) You are yet another wolf who eats his kids for breakfast
(Você é outro lobo que come seus filhos no café da manhã)
Oswald segurou minha mão, dando um sorriso, e me puxou para perto dele, passando seus dedos pela lateral de minha cintura como se me abraçasse. Forcei o meu mais belo sorriso, esperando que estivesse sendo o suficiente para enganar quem é que fosse ver naquelas malditas fotos. Homem de negócios com seu belo marido. Aquilo sempre me dava vontade de vomitar.
Enfim, eterna hipocrisia. Foda-se também.
Segurei os dedos dele, os tirei disfarçadamente de minha cintura e os entrelacei com os meus. Ozzy me olhou, dando um pequeno sorriso, ele sabia muito bem que odiava que me tocassem sem a minha permissão, mas ainda assim gostava de fazer umas gracinhas às vezes na frente dos outros, só porque eu não podia reclamar com isso. Abusado.
Estávamos chegando a um evento de uma exposição de artes, muita gente rica e famosa estava ali, tinha paparazzi por todos os lados, pessoas querendo se aproximar, curiosos e fãs se algum famoso que estava ali ou iria comparecer. Eu estava no meio do caos.
Algo atraiu minha atenção naquele meio de flashes.
Outro carro parando, um que eu conhecia. Badlands. O que ele estava fazendo ali? Quase perguntei aquilo em voz alta para meu marido, mas me mantive calado, apenas vendo um segurança abrindo a porta do Maserati preto e dourado. saiu do lado do motorista, com uma roupa social extremamente linda, em vinho, com uns desenhos em um tom mais escuro que não consegui identificar o que era de tão longe. Ele fechou seu blazer com seus belos dedos cheios de anéis e passou a mão em seu cabelo, que estava perfeitamente penteado para trás. Maldito homem que parecia a porra de um Deus Grego. Queria chutar a sua cara para ver se ficava um pouco feio e facilitava as coisas, mas aposto que ficaria sexy se tivesse uma cicatriz em seu belo rosto.
Não, nada disso. Péssima ideia.
Reparei que seu nariz não estava machucado com o soco que eu havia dado, mas também já tinha passado tempo para se curar, tinha mais de quinze dias desde nosso primeiro encontro. Pelo menos achava que não tinha quebrado.
Então fiquei olhando a forma como andava. Era despreocupado, vagando como se não se importasse com o mundo ao seu redor, atraindo todos os olhares em sua direção, deixando que nós, reles mortais, pudéssemos vislumbrar seu pequeno sorriso. era totalmente magnético, e todo mundo podia ver isso naquele momento enquanto caminhava. Ele não precisava chamar atenção, ela vinha naturalmente em sua direção, como se ele estivesse reluzindo um ouro puro. Seu olhar intenso tocando tudo ao seu redor, de maneira tão natural que chegava a ser torturante algo do tipo ser tão lindo de se admirar.
Aquele simples ato que me mostrou a forma que ele me aprisionou naquela noite, e agora era como se meus olhos não conseguissem escapar dele nem por um momento. Ele me atraía de uma forma sombria mesmo que isso não devesse acontecer, porque eu simplesmente não podia me dar àquele luxo. Eu estava entalado de merda até o pescoço para poder realmente olhar para de outra forma agora. Eu simplesmente não podia. Porém, ainda assim, eu estava ali, parado, no meio daquelas pessoas ricas e esnobes, olhando Badlands como se ele fosse a porra de um Deus. O odiei por isso e guardei aquele sentimento para poder lembrar disso todas as vezes que fosse preciso. Ainda conseguia ouvir suas palavras nitidamente em minha mente, onde declarava que não me prenderia apenas com seus olhos. Aquele maldito sabia o poder que tinha sobre as pessoas, e eu não poderia jamais demonstrar que tinha aquilo sobre mim também, ou poderia ser a minha queda.
E naquele tumulto, na entrada da galeria de artes, com um evento enorme acontecendo, seus olhos se encontraram com os meus. Meu ar congelou, veio com um arrepio forte em minha espinha. Meus tons se misturaram nos dele naquele milésimo de segundos, onde todo o som se extinguiu, e apenas o mistério e o perigo podiam ser palpáveis ali. Percebi seu maxilar travando de forma sutil. Não tinha ideia do que ele estava pensando, mas eu quis saber.
Então eu quebrei aqui e desviei o olhar. Segui para dentro do enorme prédio espelhado junto de Ozzy, querendo sair um pouco da vista daqueles fotógrafos irritantes. Odiava ser uma celebridade para eles só porque meu marido era um empresário famoso na cidade, pelo menos era isso que mostrava ser, ninguém sabia o que ele fazia por baixo dos panos.
— Por que o Badlands está aqui? — perguntei, assim que estávamos distantes de qualquer pessoa relevante que pudesse ouvir aquela conversa.
— O convidei. É bom para os negócios — disse com ironia.
Estreitei meus olhos em sua direção, com raiva daquela maldita frase.
— E não me avisou por quê? — Quis saber.
Já senti que meu rosto estava ficando na cor da minha roupa, bem vermelho.
— Pensei que tinha visto o nome dele na lista de convidados que lhe enviei.
Aquilo me fez morder a minha bochecha por dentro.
— Você nem a abriu, não é?
— Suas listas de convidados são sempre enormes, cheias de gente desnecessária. Não perdi meu tempo para olhar — rebati, virando meu rosto.
Um garçom parou ali para nos servir algum champanhe que não consegui ver o rótulo.
— Então pare de reclamar como um garotinho mimado. Você está ficando vermelho — avisou.
Meus olhos se reviraram com aquilo.
— Por que você não dá uma volta para esfriar a cabeça e fuma um daqueles seus cigarros fedorentos? Tente também se desculpar com o Badlands — provocou, porque tinha ficado putinho por eu não ter lido sua maldita lista.
— Vou mesmo. Dá licença — falei, soltando sua mão com brutalidade, a jogando praticamente contra sua perna.
Saí andando por entre os convidados, não fazendo questão de falar nenhum deles. Eram convidados de Ozzy e não meus, ele que fosse cordial com aqueles imbecis engravatados. Sabia que não gostavam de mim por causa do meu jeito, por eu não me importar com quem eram e nem quantos números tinham em suas contas, e aquilo era ótimo, porque eu não gostava deles também.
Bebi o resto do champanhe e entreguei a taça vazia para qualquer pessoa que passou por mim. Parei em uma das enormes janelas de vidro e abri meu blazer, pegando meu cigarro fedorento, como Ozzy gostava de chamar, e acendi, tragando com força e soltando a fumaça para cima, enquanto batia meu pé no chão, irritado com aquela situação. Eu deveria contornar aquilo e tentar mesmo falar com aquela noite, mas não tinha me preparado para isso e odiava profundamente ser pego de surpresa, e Oswald sabia muito bem disso. Não custava nada ter me avisado quando sabia que eu não tinha paciência para suas listas de mais de cinquenta páginas.
— Senhor, não pode fumar aqui dentro.
Um dos seguranças parou do meu lado, me olhando com aquela cara de bunda.
— Posso sim. Reclama com o Ozzy — mandei.
Coloquei o cigarro entre meus lábios e traguei com força, encarando o sujeito.
— Vou ter que pedir para se retirar.
Aquilo me fez rir da sua cara, ele não sabia quem eu era.
— Querido, acho que você ainda não entendeu. Eu sou o dono da festa, vou fumar aqui dentro e onde mais eu quiser.
Expliquei bem pausadamente para ver se ele conseguia entender a situação.
— Desculpe, senhor. Eu não sabia — lamentou.
Rolei meus olhos sem paciência.
— Ok, tanto faz.
Gesticulei com a mão para sair dali logo, porque eu estava ficando mais irritado ainda.
O homem apenas assentiu com a cabeça e se retirou. Então me encostei na janela e fiquei ali fumando e olhando os convidados, alguns até torciam o nariz para mim, e a minha vontade era de dar o dedo do meio para eles com um belo sorrisinho em meus lábios. Cuzões. Ainda me perguntava o motivo de estar fazendo parte daquilo tudo, mas logo em seguida eu me lembrava que era bom para os negócios.
Badlands parou perto de um dos quadros que tinha uma enorme placa de acrílico o sustentando e ficou me olhando através dele. Aquilo me fez querer rir. Porém, seus olhos magnéticos e intensos nos meus, me fizeram respirar fundo, puxando um pouco mais de ar. Inalei mais fumaça e a soltei pelo nariz sem desviar meu olhar dele. Sim, sabia que deveria ir falar com ele, mas agora estava fumando, me matando lentamente, enquanto o olhava e às vezes deixava meus olhos descerem por aquele homem inteirinho. Desgraçado delicioso.
Lambi meus lábios depois que traguei meu cigarro pela última vez e joguei a guimba dentro de um copo vazio que tinha ali perto, em uma mesa alta. Soltei a fumaça para cima e comecei a caminhar por entre as pessoas, indo em direção ao , mas um sujeito parou ao lado dele e eles começaram a conversar. Droga. Seus olhos me encararam de relance, e apenas desviei meu caminho, indo até o bar e pedindo um coquetel de frutas vermelhas. Fiquei ali esperando minha bebida, até que vi a presença de Badlands ao meu lado, mas ele não me olhou.
— Bourbon sem gelo — pediu ao outro barman que lhe atendeu.
— Você realmente gosta de coisas fortes — falei, atraindo sua atenção.
— Desculpa, te conheço? — Sua pergunta ridiculamente infantil me fez morder minha bochecha por dentro.
— Não. — Sorri sem mostrar meus dentes para ele. — Apenas te confundi com outro babaca — completei, pegando meu coquetel que foi servido e saí dali.
Passei por entre as pessoas tomando minha bebida com vontade pelo canudinho de papel colorido e parei ao lado de Ozzy. Ele me encarou e torceu o nariz, certamente por sentir o cheiro de cigarro vindo de mim. Rolei meus olhos, entediado.
— Badlands não quer falar comigo — anunciei, antes que me pedisse para fazer aquilo de novo. — Não tem como me desculpar com quem não quer desculpas.
— O que ele te disse? — Quis saber, me olhando com atenção.
Apenas bebi meu coquetel, fazendo um barulhinho irritante com o canudo.
— Pare de sugar essa porcaria como se fosse leite.
Ergui uma sobrancelha.
— Mas é leite com vodka — rebati, rindo um pouco.
Oswald respirou fundo, tentando ter paciência, e prendeu os lábios em uma linha reta, me encarando.
— Ele fingiu que não me conhece, só isso.
— Então se apresente novamente — disse, como se fosse simples.
Suspirei de forma cansada.
— Vamos lá falar com ele. — Segurou minha mão.
— Pare de me tratar como criança, Ozzy. Isso me irrita — declarei, voltando a beber meu coquetel.
— Muitas coisas te irritam. Mais uma não fará diferença.
Ele literalmente estava me puxando pela mão, enquanto eu dava passos de má vontade ao seu lado, rolando os olhos, em um puro tédio. Paramos ao lado de , que parecia admirar uma das esculturas à sua frente, a minha favorita. Um homem nu que parecia estar saindo de dentro da parede. A prisão de corpos humanos, de Matteo Pugliese. Era lindo.
Badlands virou para nós, seus olhos ficaram exclusivamente em Oswald como se eu nem ao menos existisse. Poderia jogar minha bebida em sua cara naquele momento? Poderia, mas isso daria mais merda ainda. Então apenas fiquei tomando meu coquetel, fazendo um barulho irritante com o canudo de propósito.
— Olá, Badlands. — Ozzy lhe estendeu a mão.
O homem a pegou, dando um aperto firme.
— Olá, Ozzy — Badlands cumprimentou de volta.
— Quero lhe apresentar meu marido.
Fiz uma careta com aquelas palavras sendo ditas e com a mão do velho me pegando pela cintura, quase me empurrando na frente dele.
— Esse é .
Apenas bebi o resto do meu coquetel, fazendo aquele barulhinho irritante ainda mais alto no fundo do copo, então Ozzy o tirou da minha mão com certa brutalidade. Eu ri fraco da sua atitude. Velho ranzinza.
— Prazer em conhecê-lo, .
estendeu a mão em minha direção bem cínico, dava para ver em seus olhos que parecia se divertir com aquilo.
— Oi — respondi seco, olhando para sua mão e não a pegando.
Ele recolheu a mão em seguida. Senti Oswald me apertando por causa daquele meu comportamento e dei a mínima para aquilo. Odiava que ele tivesse passado por cima de mim para se aproximar de Badlands. Eu tinha dito que precisava de mais tempo e que iria fazer as coisas do meu jeito, mas não! Ozzy tinha que se meter.
— Bela exposição, Ozzy. Gostei bastante dessa escultura, estou pensando em levá-la para colocar em minha sala — elogiou, quebrando o clima que tinha se formado ali.
— Fico contente que esteja gostando. quem escolheu todas as peças dessa noite. Ele tem um ótimo gosto para arte. Inclusive essa foi uma das suas favoritas. — O velho começou a socializar como se eu não estivesse ali.
me olhou agora nos olhos.
— Realmente, você tem um excelente gosto. A peça é deslumbrante — disse, me encarando daquele jeito intenso dele.
Fiquei arrepiado.
— Você já falou com um dos agentes? — Ozzy perguntou.
— Ainda não falei com nenhum deles — declarou, seu olhar voltou para o meu marido.
— Se quiser, posso te mostrar outras bem interessantes também — soltei em um tom de provocação.
Atrai o olhar dos dois, mas antes que me respondesse, meu celular tocou.
— Licença. — Dei um sorrisinho sem sal.
Peguei o iPhone em meu bolso, já dando as costas e saindo dali. O nome de Lana estava na tela. Uni as sobrancelhas por conta daquilo, a mulher não costumava me ligar, só mandava mensagens quando era extremamente necessário, o que queria dizer que deveria ter algo de muito errado acontecendo.
— Alô. — Atendi logo.
— Guns, desculpa estar incomodando, mas um dos meninos sumiu.
Aquilo me fez parar de andar no mesmo instante.
— Como assim sumiu, Lana? — perguntei, tentando entender aquilo.
— Ele saiu ontem para um programa e não voltou. Os rapazes da esquina falaram que a placa era de Boston.
Aquela informação me fez travar o maxilar com força.
— Não posso pedir para eles irem lá.
É, eu sabia disso, era outro território, porém agora entendia o motivo de estar me ligando.
— Me manda a foto da placa — pedi.
O meu pessoal sempre tirava foto dos carros quando alguém saíam com os clientes, era algo que pedi para fazerem desde o começo, além de servir para a segurança, elas me rendiam alguns trunfos.
— Quem foi que sumiu?
— O Keshi.
Apenas balancei a cabeça, mesmo que não pudesse ver. Eu sabia quem era o garoto.
— Ok, vou trazer ele de volta — avisei e encerrei a ligação.
Logo recebi a mensagem com a foto e olhei a hora que foi tirada. Já a mandei para o meu contato, pedindo para rastrear para onde o carro tinha ido e lhe passando alguns detalhes adicionais. Guardei o celular de volta no bolso e voltei para Ozzy que continuava conversando com Badlands. Toquei de leve no ombro do velho e levei meus lábios até seu ouvido.
— Preciso resolver alguns assuntos, não sei que horas vou voltar — declarei apenas para que ele me ouvisse.
Oswald me olhou.
— Tudo bem. — Só falou isso, lendo em meus olhos que tinha dado merda com um dos meus garotos.
— Tchau. — Acenei para , que balançou a cabeça.
— Foi um prazer lhe conhecer — disse de um jeito falso.
Eu sorri para ele da mesma forma.
Então saí dali apressado, seguindo para o lado de fora, já mandando mensagem para o Javier trazer o carro para a frente do prédio, pois eu precisava ir para casa. Bufei irritado com aquela bosta toda. Se tinha uma coisa que eu odiava que fizessem era mexer com meus garotos. Toque na minha mercadoria, mas não nos meus meninos! Bando de babacas que não sabiam desfrutar das coisas de forma educada, tinham que achar que eram seus e fazerem o que tivessem vontade. Imbecis de merda mesmo.
Assim que saí, Javier já estava na porta, os flashes voltaram a bater, e eu grunhi de raiva com aquilo, querendo varar minha mão naquelas câmeras infernais. Entrei pela porta de trás, me jogando no banco e puxando meu terno com força, batendo a porta igualmente. O motorista não falou nada, apenas seguiu para casa, enquanto eu fumava um cigarro atrás do outro, impaciente para chegarmos logo, enquanto pensava nas coisas. Em Badlands principalmente. Porra, ele era um babaca! Eu não deveria nem estar me preocupando com nada! Mas seu desprezo tinha me incomodado além da conta e a vontade que sentia era de enfiar meu punho fechado dentro da sua boca.
Bufei, revirando meus olhos com aquele pensamento.