Codificada por: Sol ☀️
Última Atualização: 09/04/2025.— Espera, você está falando sério, Miyeon? Uma casa de strip-tease para mulheres?
sabia da existência de milhares daquelas casas por Seul, especialmente em Itaewon, que era o bairro que elas estavam no barzinho escolhido por Chan-mi, uma de suas melhores amigas que estava noiva, e prestes a se casar. Ambas estavam ali para a despedida de solteira dela.
observou suas amigas, já um pouco alteradas, rindo e animadas com a ideia de Miyeon. A música alta do bar e a bebida forte já faziam efeito, mas ela, ainda sóbria, se sentia desconfortável com a sugestão.
— Miyeon, eu não sei... — tentou argumentar, mas foi interrompida pela risada escandalosa de Chan-mi, que acabara de dar um gole em seu drink.
— Ah, relaxa, ! Vai ser divertido! Você vai ver, o é incrível! — Chan-mi exclamou, já com a voz um pouco mais alta.
franziu a testa, confusa. “? Quem era esse?”
Miyeon, com os olhos brilhando e um sorriso de quem já sabia exatamente o que queria, completou:
— Ele é o dançarino lá. O cara do palco! Todo mundo fala que ele é... inarrável.
As outras amigas começaram a fazer coro, cada uma mais animada que a outra. Era claro que todas, menos , estavam empolgadas com a ideia de ir à casa de strip-tease.
— Vamos lá, ! Você tem que se jogar! Vai ser a despedida de solteira mais inesquecível de todas! — disse Jaehwa, já se levantando e puxando a amiga pelo braço.
suspirou, olhando para a mesa cheia de copos vazios. Já passava das duas da manhã e todas já estavam visivelmente alteradas. Ela era a mais sóbria do grupo, e a ideia de sair dali para um local como aquele parecia completamente fora da sua zona de conforto. Mas, ao ver a animação das amigas, ela se sentiu pressionada a ceder.
— Está bem, mas só por uma hora! Eu não vou ficar lá a noite toda, tá? — disse, mas a reação das amigas foi tão entusiástica que ela se viu sendo arrastada para fora do bar antes de ter tempo de pensar melhor.
Assim que elas pararam na porta do lugar, franziu o cenho encarando a fachada do mesmo. O neon vermelho piscava, lançando uma luz suave sobre a rua escura. O nome da casa, Velvet Temptation, estava escrito em letras cursivas e douradas, quase que desbotadas pelo tempo. As janelas eram pequenas, com cortinas de veludo grosso que mal deixavam ver o que se passava lá dentro, mas uma luz baixa escapava pelas frestas, criando um ambiente misterioso. O som abafado da música e risadas intensas podiam ser ouvidos através da porta, fazendo com que a curiosidade de aumentasse, embora sua apreensão também crescesse.
Ao lado da entrada, um segurança imponente de terno preto observava as pessoas que passavam, mantendo o controle sobre quem entrava ou não. O lugar tinha um ar elegante e secreto, como se fosse uma casa de desejos e proibições, onde as regras da sociedade pareciam desaparecer à medida que os passos adentravam aquele ambiente.
, ainda reticente, sentiu uma pressão nos ombros ao olhar para o local. Ela estava prestes a dar um passo para dentro de um mundo bem diferente do seu.
O segurança pediu as identidades para ter certeza que todas as presentes ali eram maiores de idade e poderiam entrar sem causar nenhum problema para o estabelecimento, e então entregou o documento ao grande homem que analisou o documento dela seriedade.
Ele fez um gesto com as mãos depois de devolvê-la seu documento para que ela entrasse logo e assim o fez, procurando pelas amigas que já estavam no balcão do bar.
— Vocês vão beber mais? Meu Deus! Como vão voltar para casa? — colocou as mãos nos ombros de Shuhua, encostando a cabeça no ombro dela.
— A gente vê isso depois! Não dá para ficar sem beber enquanto esses homens gostosos dançam , te garanto.
soltou uma risada baixa ao ouvir a resposta de Shuhua, que falava com tanto entusiasmo que era impossível não se contagiar.
— Você fala como se eu fosse a única sóbria aqui... — brincou, soltando o ombro de Shuhua e observando as outras amigas já no balcão, animadas com a ideia de beber mais. Ela não pôde deixar de sorrir, embora ainda se sentisse um pouco deslocada.
Ela respirou fundo e deu uma olhada ao redor do lugar. A boate tinha um ar sofisticado, mas ao mesmo tempo era marcada por uma energia elétrica, quase palpável. As luzes baixas e as cores quentes davam ao ambiente um toque sensual. As paredes eram decoradas com paineis de couro escuro e espelhos, refletindo o brilho suave dos lustres de cristal. Ao longe, o palco estava iluminado com uma luz intensa, e os dançarinos que se preparavam para subir pareciam quase flutuar, movendo-se de forma hipnotizante.
desviou o olhar por um instante, o peso do lugar começando a pesar sobre ela. As mesas ao redor do bar estavam ocupadas, todas com grupos de mulheres rindo e comentando sobre o que estava por vir, mas uma parte dela ainda não estava completamente confortável ali. Ela sentiu um calafrio leve passar pela espinha, mas logo se viu sendo puxada para o meio da pista de dança por Shuhua.
— Vamos lá, não seja boba! Vai ser divertido! — Shuhua exclamou, com os olhos brilhando, claramente mais solta com a bebida.
a seguiu, tentando relaxar e entrar no clima. O som da música pulsava no peito, e ela não pôde deixar de se perguntar o que a esperava, especialmente com aquele tal , que ela ainda não tinha visto. Seu coração bateu mais rápido ao pensar no que a noite poderia trazer.
As amigas de se perderam rapidamente na energia vibrante da pista de dança. Shuhua, Chan-mi e as outras estavam rindo, se mexendo ao som da música, animadas com a diversão e o álcool. Elas estavam imersas na atmosfera do lugar, sentindo-se livres e sem preocupações. , por outro lado, observava tudo de longe, ainda um pouco fora do seu elemento. Ela estava ali, mas seu olhar seguia os movimentos das amigas enquanto elas se soltavam cada vez mais.
Foi então que algo chamou sua atenção. Alguns dos dançarinos começaram a descer do palco, entrando na pista de dança para interagir com o público feminino. Eles estavam vestidos com roupas mais soltas, algumas peças mais ousadas, exibindo seus corpos definidos e caminhando com uma confiança inegável. A maneira como se moviam era sensual e provocante, o ritmo de seus corpos fluindo perfeitamente com a batida da música. As mulheres na pista logo começaram a rodeá-los, rindo e fazendo piadas, e logo os dançarinos estavam sendo cercados por elas, como se estivessem criando um espetáculo particular.
não pôde evitar lançar um olhar curioso, sentindo um calor inexplicável tomar conta de seu corpo enquanto observava os homens dançando. Um deles, com cabelo castanho e um sorriso encantador, se aproximou do grupo de mulheres em sua direção, fazendo gestos com as mãos, como se convidasse a todos para dançar com ele. Sua confiança era quase palpável, e a maneira como ele olhou para ela fez com que seu estômago desse um nó. Ela desvia o olhar rapidamente, não querendo que ele percebesse a tensão crescente que sentiu ao ser observada.
Ela tentou se distrair olhando para suas amigas, mas não pôde deixar de perceber a diversão que estavam tendo. Elas estavam completamente envolvidas, deixando a timidez de lado, jogando os braços para o ar e rindo com os dançarinos. , por mais que tentasse, não conseguia ignorar como os homens eram incrivelmente atraentes, e o fato de estarem tão perto delas, interagindo e dançando, tornava o ambiente ainda mais intimidador e tentador.
Ela sentiu uma onda de calor subir pelo pescoço, mas manteve os olhos no grupo, tentando esconder o desconforto. No fundo, uma parte dela estava começando a ceder, querendo ver até onde aquela experiência a levaria.
Depois de um tempo, as amigas de a puxaram para uma mesa próxima ao palco, onde a luz intensa iluminava a área de dança. A mesa estava posicionada de forma estratégica, oferecendo uma visão privilegiada do que acontecia ali em cima. se sentou, um pouco afastada das outras, e pegou uma das cervejas que as amigas haviam comprado para ela. Ela deu um gole, tentando relaxar, enquanto observava os dançarinos começarem o próximo número no palco.
A música estava ainda mais alta agora, com a batida pulsando no chão e no peito de todos ao redor. Ela viu o homem de cabelo castanho, o mesmo que havia olhado para ela antes, novamente se movendo com graça e confiança, como se dominasse o espaço. O movimento de seu corpo parecia hipnotizante, e, mesmo que tentasse não focar nele, não conseguiu desviar o olhar por muito tempo.
— Ele é incrível, não é? — Shuhua comentou, inclinando-se sobre a mesa, os olhos fixos no palco, enquanto suas amigas sorriam e assentiam com entusiasmo.
— é um dos melhores, com certeza. Mas ele só se dedica totalmente ao show quando gosta de alguém da plateia. Já vi ele escolher umas meninas antes... — Miyeon respondeu, com um tom de quem conhecia bem o que estava acontecendo.
ergueu uma sobrancelha, curiosa. Ela tomou outro gole da cerveja e olhou para as amigas.
— Espera, quantas vezes vocês já vieram aqui? Não é a primeira vez, né? Chan-mi, você tem namorado há anos, aliás, quase todas vocês têm alguém... — perguntou, a voz soando ligeiramente incrédula.
Chan-mi, que estava se balançando na cadeira, parou por um momento e olhou para com um sorriso travesso.
— Olha, não é que a gente venha aqui sempre, mas, de vez em quando, todo mundo precisa de uma diversão, né? — ela respondeu, piscando para a amiga.
— E, bem, você sabe como a gente é, — Miyeon completou, rindo. — O tem esse efeito sobre a gente. Ele é irresistível quando sobe no palco. Só que, dessa vez, é você quem vai ser escolhida! Aposto que ele vai te levar para dançar.
engoliu em seco, seu olhar voltando para o palco, onde o tal parecia mais intenso do que nunca. O pensamento de ser escolhida por ele a fez sentir uma mistura de nervosismo e curiosidade. Ela olhou para as amigas, vendo o quanto estavam animadas com a possibilidade, e de repente se deu conta de que talvez fosse realmente hora de deixar a timidez de lado e ver o que essa noite reservava.
deu mais um gole na cerveja, sentindo o líquido gelado descer pela garganta e tentando se distanciar das tensões que estavam surgindo. As amigas continuavam rindo e se empolgando com a dança, e ela tentou se concentrar em qualquer outro dançarino. Havia outros homens no palco, cada um com sua própria energia e estilo, e se forçou a prestar atenção neles. Ela tentou se fixar em um de cabelo curto e tatuado, que dançava com uma ousadia divertida. Mas seus olhos, como se fossem puxados por um ímã, não conseguiam evitar voltar a .
Ele estava lá, no centro do palco, movendo-se com uma sensualidade que parecia ocupar todo o ambiente. Seus olhos estavam fixos em uma mulher da plateia, mas sentiu seu olhar por um instante, e isso fez seu estômago revirar. Ela rapidamente desviou os olhos, quase como se estivesse fugindo de algo. “Não, não pode ser…” Ela tomou mais um gole da cerveja, tentando focar nos outros dançarinos, que agora começavam a interagir com as mulheres na frente do palco, puxando-as para dançar e fazer brincadeiras.
Mas, de novo, sua atenção se desviou. se movia de forma fluida, com confiança total, e havia algo em sua presença que parecia magnetizar todo o ambiente. O jeito como ele dominava o palco, sem esforço, e o sorriso de canto de boca que surgia de vez em quando… sentiu uma onda de calor subir pelo pescoço. “Isso não pode estar acontecendo. Ele não pode me hipnotizar assim.”
Ela se sentiu um pouco tonta com o efeito que ele estava tendo sobre ela, e sua mente começou a divagar. Ela sabia que não podia continuar com esse olhar fixo nele, mas toda vez que tentava desviar, seus olhos voltavam involuntariamente para aquele homem no centro do palco.
A sensação de estar sendo observada não a deixava, e, por mais que tentasse racionalizar, não conseguia evitar a atração crescente. Sua mão apertou o copo de cerveja com mais força, como se isso fosse ajudar a controlar o tumulto em seu peito.
Conforme a noite se desenrolava, a energia do palco mudava. Aos poucos, os outros dançarinos foram saindo do centro da atenção, fazendo movimentos mais suaves, como se estivessem preparando o palco para o grande número que estava por vir. A música também começou a mudar. A batida pesada e acelerada que preenchia o espaço deu lugar a uma melodia mais lenta, sensual, uma música suave e envolvente, que fazia o corpo das mulheres nas primeiras filas se moverem em um ritmo mais íntimo, quase hipnótico.
, sentada na mesa, sentiu a diferença no ar. O ambiente parecia ter mudado junto com a música, ficando mais tenso e carregado, como se todos os olhares agora estivessem prontos para um espetáculo mais pessoal, mais privado. A expectativa estava no ar, e ela, como as outras, não podia evitar o que estava prestes a acontecer.
, o último dançarino que ainda permanecia no palco, se destacou de uma forma completamente diferente. Ele não precisava de mais ninguém para chamar a atenção. A música o envolveu, e ele começou a dançar de maneira mais lenta, mais detalhada, como se cada movimento fosse calculado, mas também cheio de liberdade. Seus passos eram precisos, a maneira como ele usava o espaço, quase como se estivesse se comunicando com a plateia de uma forma íntima. Cada movimento dele fazia o ambiente parecer ainda mais pesado, carregado de desejo e tensão.
não conseguia desviar o olhar. Ele estava sozinho agora, no centro do palco, com todos os olhos sobre ele, e parecia que a música e os movimentos estavam feitos especialmente para ele. Ela podia sentir o calor subindo pela pele, seu coração batendo mais rápido enquanto ele começava seu solo. O jeito como ele movia o corpo com tanta confiança, o olhar focado, parecia que ele estava dançando só para ela, embora soubesse que isso fosse um delírio.
O público, ou pelo menos as mulheres mais próximas, estavam totalmente hipnotizadas por . Ele estava tão à vontade, tão seguro, que parecia que o tempo havia desacelerado, e todos estavam suspensos naquele momento. Mesmo com a música diminuindo, o ritmo dele não perdeu a intensidade. Ele estava levando a plateia para outro lugar, como se fosse uma experiência pessoal que, de alguma forma, todos ali estivessem compartilhando.
, sem querer, mordeu o lábio, sentindo a tensão aumentar. Tudo sobre ele estava chamando sua atenção agora: os músculos visíveis através da camisa justa, o jeito como ele se movia com tanto controle e ao mesmo tempo com uma liberdade que parecia quase desafiadora. Ela sentiu um arrepio ao se dar conta de que ele estava se aproximando da borda do palco, ainda mantendo aquele olhar seguro, como se estivesse escolhendo alguém para observar mais de perto.
Enquanto se movia pelo palco, os olhos de , como que atraídos por uma força invisível, se fixaram nele. Por um breve segundo, os dois se encararam, o olhar dele intenso e carregado de algo difícil de identificar. sentiu um arrepio percorrer sua espinha, quase como se ele tivesse lido seus pensamentos. Ela olhou para ele, absorvendo a confiança dele, a forma como ele parecia dominar o espaço. O momento foi breve, mas suficientemente forte para fazê-la sentir a tensão no ar.
Sem perder tempo, desceu do palco com a mesma segurança que tinha ao dançar. Ele caminhou em direção à mesa onde e suas amigas estavam sentadas, com um sorriso no rosto, como se soubesse exatamente o que estava fazendo. As mulheres ao redor estavam animadas, e algumas, mais ousadas, começaram a se aproximar, passando as mãos pelo corpo dele, tocando sua calça e colocando dinheiro nas mãos e até na cintura dele. , no entanto, parecia estar em outro mundo, completamente focado na direção em que caminhava, direto para a mesa delas.
ficou tensa. Seu corpo congelou por um momento, embora ela tentasse disfarçar. As amigas, por outro lado, estavam todas animadas, rindo e gesticulando, sem perceber a inquietação de . O que quer que estivesse acontecendo, ele estava se aproximando delas, e ela não sabia o que fazer com a situação.
Quando ele chegou perto, parou e olhou diretamente para , que ainda estava segurando sua cerveja, os olhos um pouco deslumbrados, mas tentando manter a compostura. Ele sorriu suavemente, observando a tiara com o véu de noiva que ela usava, um acessório típico de despedida de solteira.
— Você é a noiva? — Ele perguntou diretamente, a voz baixa, mas cheia de curiosidade, enquanto as outras mulheres continuavam a tocar nele e a colocar mais dinheiro em suas mãos, como se fosse algo totalmente natural.
ficou sem palavras por um momento, os olhos fixos no dele. Seu coração disparou. Ela sabia que ele estava falando com ela, mas o tom direto e o jeito como ele a encarava a fez sentir algo que não sabia como explicar.
As outras mulheres riram e continuaram a brincar com , mas ele não parecia dar muita atenção a elas. Sua atenção estava totalmente voltada para , esperando por uma resposta.
Antes que pudesse responder, as amigas começaram a falar animadas. Chan-mi, especialmente, parecia empolgada com a situação e não deixou passar a chance de interagir com .
— Não, ela não é a noiva — disse Miyeon, rindo enquanto apontava para . — A noiva é a Chan-mi aqui, a é a madrinha de honra!
Chan-mi, com um sorriso orgulhoso no rosto, levantou a mão, mostrando a aliança de compromisso, e olhou para , pronta para fazer o papel de noiva em sua despedida. olhou de volta para ela com um sorriso galante, acenando com a cabeça.
— Ah, então você é a noiva, parabéns! — Ele disse, com um brilho nos olhos, antes de acrescentar, quase como se estivesse estabelecendo uma regra: — Eu não danço com as noivas, mas você pode ser escolhida pelos outros bailarinos, ok?
Chan-mi riu, aceitando a resposta com um aceno, e começou a conversar com as outras meninas, já imaginando quem mais poderia dançar com ela. No entanto, enquanto se afastava ligeiramente de Chan-mi, seus olhos voltaram para , que, sem querer, desviou o olhar rapidamente, tentando não se entregar àquela tensão crescente.
Mas não deixou passar. Ele deu um passo à frente, se aproximando ainda mais dela. Com um movimento suave, ele levantou a mão e, com a ponta dos dedos, tocou o queixo de . O toque foi firme o suficiente para que ela não conseguisse desviar o rosto, mas suave o bastante para deixar um arrepio por todo o seu corpo.
— Olhe para mim — ele disse, sua voz baixa e controlada, como se estivesse exigindo sua atenção, mas ao mesmo tempo a convidando para um jogo que só os dois poderiam entender. — Eu quero você, .
As palavras caíram pesadas no ar, cada sílaba carregada de desejo. sentiu a respiração falhar, o corpo rígido com a proximidade dele. Seus olhos se encontraram novamente, e ela percebeu que não poderia mais esconder o que sentia. O calor que subia pela sua pele, o ritmo acelerado do seu coração, tudo parecia ter desaparecido do resto do mundo. Era só ela e , com o espaço entre eles sendo preenchido pela tensão elétrica que ele mesmo havia criado.
Sem dizer mais nada, ele ergueu a mão em sua direção.
O gesto era simples, mas carregava um convite impossível de ignorar. A mão dele, firme, estendida, aguardava por sua resposta. Ele não parecia apressado — ao contrário, parecia saber exatamente o efeito que causava. Os olhos mantinham-se fixos nos dela, como se dissesse silenciosamente: esse é o meu show… e eu escolho você.
hesitou. Sentia todos os olhares à sua volta, mas o dele era o único que importava. Ela baixou os olhos por um instante, tentando encontrar alguma resistência dentro de si — mas tudo que encontrou foi um calor crescente que lhe arrepiava os braços.
Ela ergueu a mão devagar, como se estivesse atravessando uma fronteira invisível.
Quando seus dedos tocaram os dele, os entrelaçou com firmeza e puxou-a com delicadeza, mas sem dar chance para recuar. As amigas explodiram em gritos e assovios, batendo palmas e incentivando, como se já esperassem por aquilo. sentiu as bochechas queimarem, mas era tarde demais para voltar atrás.
Ele a guiou entre as mesas, ignorando todos os olhares, como se não houvesse mais ninguém ali além dos dois. O palco os aguardava — e ela não fazia ideia do que a esperava quando subisse nele.
O palco parecia maior agora que estava nele.
A luz quente incidia sobre sua pele, realçando cada pequeno gesto. a conduziu até uma cadeira no centro, posicionada sob o foco de luz principal, e fez um gesto para que ela se sentasse. Ela o obedeceu, quase automaticamente, as pernas um pouco trêmulas, as mãos repousando tensas sobre o colo.
Ao redor, a plateia aplaudia e vibrava, mas para , o som parecia distante, abafado pela pulsação em seus ouvidos. Seus olhos estavam presos nele — em — que agora caminhava ao redor dela com uma presença quase felina, os movimentos calculados, fluidos, hipnotizantes.
A música mudou. Uma batida mais profunda, lenta, sensual.
começou a dançar.
Não era o tipo de dança exagerada e espalhafatosa que ela imaginava. Era algo... íntimo. Ele se movia com intensidade contida, os quadris marcando o ritmo, os músculos tensos sob a camisa preta parcialmente aberta. Seu olhar nunca deixava o dela — penetrante, provocador, como se cada passo fosse feito apenas para ela.
engoliu seco quando ele se aproximou e apoiou uma das mãos no encosto da cadeira, se curvando ligeiramente até que seus rostos ficassem a poucos centímetros de distância. O calor de sua pele, o cheiro leve de perfume adocicado misturado com suor e o timbre grave da música a deixaram atordoada.
Ele não dizia uma palavra.
Mas dizia tudo com o corpo.
deslizou para o lado dela, a mão passando lentamente por seu ombro, seus dedos roçando a pele nua como uma promessa. Ela estremeceu, mas não recuou. Sabia que estava sendo observada, mas, naquele instante, só conseguia prestar atenção nele.
Com movimentos lentos e ensaiados, ele se afastou apenas para virar de costas e rebolar suavemente ao som da batida, antes de voltar de frente e se posicionar entre suas pernas, sem tocá-la diretamente. Ele apenas a olhava, as mãos ao lado de sua cintura, enquanto seus quadris ondulavam no ar. O público gritou e vibrou, mas permaneceu paralisada, o rosto em chamas, o olhar fixo no dele.
E então, com uma ousadia que fez seu coração vacilar, se abaixou. Ficou ajoelhado entre suas pernas e repousou as mãos nos joelhos dela, subindo devagar, como se cada centímetro percorrido fosse uma coreografia. abriu a boca, surpresa, mas nenhum som saiu.
Quando seus dedos pararam na metade de suas coxas, ele se inclinou ligeiramente para frente, o rosto quase colado ao dela, e murmurou com um sorriso provocador:
— Está com vergonha de mim… ou de você mesma?
Ela o encarou, sem conseguir responder. Porque, no fundo… talvez fosse um pouco dos dois.
mal teve tempo de recuperar o fôlego após a provocação sussurrada.
voltou a se levantar devagar, os olhos ainda cravados nos dela, e então, num gesto lento e deliberado, levou as mãos aos botões da própria camisa. Ele a desabotoou calma, como se cada movimento tivesse sido ensaiado para deixá-la completamente hipnotizada.
A plateia gritou de empolgação quando ele deixou a camisa cair no chão, revelando o abdômen definido e o peitoral reluzente sob as luzes quentes do palco. O suor leve que cobria sua pele fazia com que cada músculo se destacasse, cada curva e linha de seu corpo se tornasse impossível de ignorar.
, sentada ali, sentiu o rosto queimar ainda mais. Ela tentou olhar para qualquer outro lugar — o chão, a cortina, o teto — mas seus olhos sempre voltavam para ele.
sorriu com a reação dela. Era exatamente o que ele queria.
Ele se aproximou novamente, devagar, com a confiança de quem tinha total domínio da situação. Ficou de pé entre suas pernas outra vez, e, dessa vez, não pediu permissão. Segurou suavemente a mão de , que descansava tensa sobre sua coxa, e a ergueu até seu próprio corpo.
arfou em silêncio quando sentiu o calor da pele dele sob sua palma. a guiou com cuidado, deslizando os dedos dela por seu abdômen, fazendo-a traçar a linha do meio de seu peito até o início do ventre, onde a calça começava. A pele dele era quente e firme sob seu toque, os músculos se contraíam levemente a cada movimento.
— Sinta. — Ele murmurou, com a voz rouca, o olhar fixo no dela. — Eu quero que você me sinta.
Ela sentiu os dedos tremerem um pouco, mas não puxou a mão. Havia algo naquele momento que a prendia ali — como se estivessem em um mundo à parte, onde só existiam os dois. A plateia podia gritar, as luzes podiam piscar, mas nada parecia real além do corpo dele sob suas mãos, e o olhar dele queimando o dela.
continuou a dançar com ela sentada, seus quadris se movendo a poucos centímetros do corpo dela. Ele soltou a mão dela apenas para se inclinar mais uma vez, aproximando os lábios do ouvido de , sua respiração quente fazendo com que ela se arrepiasse inteira.
— Você tem ideia do que está fazendo comigo agora?
fechou os olhos por um instante, tentando conter a mistura de nervosismo, desejo e adrenalina. Quando os abriu novamente, estava sorrindo — não aquele sorriso provocador de antes, mas algo mais... satisfeito. Como se estivesse exatamente onde queria estar.
E ela... também.
deu mais um passo para trás, os olhos ainda grudados em , que parecia esquecer como se respirava. Seu corpo vibrava com a música, mas agora, havia uma intenção clara no ritmo de cada gesto — algo mais íntimo, mais pessoal. Ele estendeu as mãos para ela novamente, e, com firmeza, puxou-a da cadeira, fazendo com que ficasse de pé à sua frente.
sentiu os joelhos vacilarem por um segundo, mas antes que pudesse hesitar, segurou suas duas mãos entre as dele e as guiou de volta ao seu corpo.
Com ela agora de pé, os dois ficaram ainda mais próximos. O calor entre eles era palpável.
Ele começou a deslizar as mãos dela sobre seu torso nu, do peitoral até os ombros, e depois de volta para o abdômen, como se estivesse esculpindo seu próprio corpo com o toque dela. As mãos dela tremiam levemente, mas ela não recuava. Havia algo nele — talvez o olhar intenso, talvez o controle que ele parecia exercer sobre a situação — que a fazia obedecer sem pensar.
tentou desviar o olhar, perdida na própria vergonha, mas ele não deixou. Assim que percebeu que ela estava evitando seus olhos, soltou uma de suas mãos e ergueu a outra até o queixo dela, segurando-o com a ponta dos dedos, suave e firme, obrigando-a a encará-lo outra vez.
— Não fuja de mim. — A voz dele era baixa, quase um sussurro entre as batidas graves da música. — Eu quero ver o que você sente.
Ela sentiu o ar faltar. Havia algo no jeito como ele dizia essas coisas — como se estivesse despindo algo dentro dela, não só por fora. Seu olhar encontrava o dela como se fosse capaz de atravessar todas as suas barreiras.
E mesmo com a plateia gritando, vibrando com cada gesto, sentia que o momento era apenas deles.
Com ela ainda de pé, girou suavemente o corpo dela com uma das mãos, fazendo com que ficasse de costas por um instante, e se aproximou, colando seu peito às costas dela. As mãos dele seguraram as dela novamente, descendo juntas pelos próprios flancos, conduzindo o toque como se ela tivesse domínio, quando, na verdade, ele nunca deixava o controle escapar.
Ela estava entregue àquele momento — ao calor, à música, ao toque. Cada linha do corpo dele contra o dela a fazia querer esquecer tudo ao redor.
Mas nada a desestabilizava mais do que os olhos dele, e ele sabia disso.
Então, quando a girou de volta e seus rostos ficaram a poucos centímetros, ele repetiu:
— Olhe pra mim.
E, dessa vez… ela não desviou.
As luzes do palco pareciam mais quentes agora, ou talvez fosse o calor do corpo dele contra o dela.
Com os rostos colados, manteve os olhos cravados nos de por alguns segundos que pareceram eternos. O mundo ao redor desapareceu — não havia mais música, nem gritos, nem luzes. Só o som abafado das próprias batidas do coração e o olhar dele, dominando tudo.
E então, como se finalizasse a hipnose em que a colocou, se afastou levemente, ainda segurando uma das mãos dela. Ele deu dois passos para trás, sem desviar o olhar, e fez um movimento com a cabeça, indicando que ela o seguisse.
Ela hesitou — por um segundo apenas.
E então deu um passo.
Ele a puxou para mais perto, uma das mãos em sua cintura, firme, guiando-a com precisão. Os dois se moveram no ritmo da música, como se fossem um só corpo. girava com ela, colava, afastava, provocava… e , apesar da timidez, começava a se soltar — ou a se perder. Já não sabia.
Os movimentos finais da coreografia eram quase lentos demais, como se a música estivesse se esvaindo devagar, embalada por um último suspiro de tensão. a conduziu de volta à cadeira, mas antes que ela se sentasse, inclinou-se para ela e, com os lábios a poucos centímetros dos dela, sussurrou:
— Isso foi só o começo.
E então se afastou.
A música cessou.
As luzes do palco diminuíram aos poucos, e o barulho da plateia explodiu — gritos, palmas, assovios, risadas. O show continuaria, mas para , aquele momento tinha terminado… e levado parte dela com ele.
Ela desceu do palco como em transe, as pernas instáveis, o coração em ritmo frenético. Não sabe como chegou até a mesa onde estava com as amigas antes, mas lá estava ela.
As amigas a receberam aos gritos, eufóricas, puxando-a para sentar de novo, mas as palavras delas eram como ruídos abafados na mente dela. só conseguia pensar em uma coisa: o toque dele. O olhar dele. As palavras dele.
— ! — Miyeon sacudiu o braço dela. — Você tava maravilhosa! Meu Deus, que cena foi essa?!
Ela tentou sorrir, mas mal conseguia reagir. Levou a cerveja à boca, mesmo sem sede, como se o gosto amargo pudesse acalmá-la. Mas era inútil.
O corpo ainda estava quente. As mãos ainda lembravam a pele dele. E seu olhar… aquele olhar ainda estava gravado em sua mente, como uma marca que ela não sabia se queria apagar.
E pior — uma parte dela queria repetir.
Ainda atônita, mal conseguia ouvir o que as amigas diziam ao seu redor. As vozes vinham como ecos distantes, embaralhadas com a batida da música e o redemoinho de pensamentos que se repetiam sem parar em sua cabeça.
O toque dele. O olhar. O calor. A forma como ele guiava suas mãos como se ela fosse feita para isso.
Ela se levantou da cadeira num impulso.
Precisava respirar. Precisava esfriar o rosto. Precisava… qualquer coisa que a fizesse esquecer por um segundo o que havia acabado de acontecer no palco.
Caminhou até o bar, ainda com o coração em disparada, como se estivesse fora de si. Encostou-se ao balcão, tentando ignorar a sensação do corpo ainda reagindo ao dele. Suas mãos — que haviam percorrido a pele quente e firme de — tremiam levemente. Era como se a pele dele tivesse deixado uma memória na dela. Um traço.
— Uma cerveja, por favor — pediu ao barman, quase num sussurro.
Enquanto esperava, passou os dedos pelos cabelos, tentando recuperar o controle sobre si mesma, mas não adiantava. Parecia impossível.
Ele disse que queria ela. Disse que aquilo era só o começo.
A cerveja chegou, e agarrou a garrafa com ambas as mãos. Levou-a aos lábios e tomou um longo gole, como se a bebida gelada pudesse apagar o fogo que ainda sentia no peito — e em outras partes do corpo que preferia não pensar naquele momento.
Assim que baixou a garrafa, sentiu uma presença ao seu lado. Forte, quente, familiar.
— Precisa de mais uma dessa pra me esquecer? — a voz grave e carregada de malícia soprou no ouvido dela.
girou levemente o rosto e o viu ali. . Com a camisa preta desabotoada, deixando à mostra o mesmo corpo que ela havia tocado minutos atrás. Os cabelos um pouco bagunçados pelo suor, os olhos ainda com aquele brilho de quem sabe exatamente o efeito que causa.
Ela ficou sem palavras por um segundo, o coração acelerando mais uma vez só por tê-lo tão perto.
— Achei que fosse ficar vermelha só no palco — ele continuou, com um sorriso de canto que era mais perigoso que qualquer dança. — Mas parece que você continua pegando fogo aqui também.
respirou fundo, tentando recuperar a compostura, mas o jeito como ele a olhava… era como se ela fosse o centro do universo dele naquela noite.
E, no fundo, uma parte dela adorava isso.
desviou o olhar, tentando conter a avalanche de sensações que voltava com a presença dele. estava perto demais, com aquela postura descontraída, a camisa aberta revelando tudo o que ela não conseguia esquecer. O perfume dele, misturado ao cheiro de suor e espetáculo, ainda estava impregnado na memória dela.
Ela deu mais um gole na cerveja, desta vez curto, só para manter as mãos ocupadas. Precisava de um ponto de fuga. De distância. De ar.
— Eu… acho que já vou — murmurou, mais para si mesma do que para ele. Colocou a garrafa sobre o balcão e tentou virar-se, mas antes que desse o segundo passo, sentiu os dedos dele segurando levemente seu pulso.
Nada agressivo. Mas firme o suficiente para fazê-la parar.
Ela se virou devagar, encontrando novamente aqueles olhos escuros e perigosos demais.
— Vai embora? — ele perguntou, a voz baixa e carregada de curiosidade. — Depois daquilo tudo?
tentou sorrir, mas o nervosismo transparecia.
— Sim, eu… já foi o suficiente. Foi só uma dança. Nada demais.
arqueou uma sobrancelha, como se ela tivesse contado uma piada que ele achou particularmente boa.
— "Nada demais"? — Ele repetiu, dando um passo à frente, encurtando o espaço entre eles outra vez. — Então por que você está com as mãos trêmulas desde que saiu do palco?
Ela abriu a boca, surpresa, mas nenhuma resposta saiu. Ele percebeu. E sorriu, daquela forma que ela já estava começando a reconhecer — charmosa, perigosa, controlada.
— Você pode ir… se quiser. — Ele disse, soltando o pulso dela, como se estivesse devolvendo a decisão às mãos dela. — Ou pode vir comigo. Só por alguns minutos. Só pra conversar.
Ele deu uma leve inclinada com a cabeça, indicando o corredor que levava aos bastidores. A música no salão ainda pulsava, as luzes ainda giravam, mas para o tempo parecia ter desacelerado ali, entre eles.
— Sem compromisso — ele continuou, a voz agora mais baixa, quase como um segredo dividido só entre os dois. — Só eu, você… e aquela tensão que você está tentando esconder desde que eu encostei em você.
prendeu a respiração.
Sabia que, se fosse com ele, não seria só “uma conversa”. E talvez… não fosse isso o que mais a assustava. O que a deixava inquieta de verdade era o quanto ela queria ir.