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Revisada/Codificada por: Pólux

Última Atualização: 29/10/2024



Fazia dois dias que Rafaela não saía de casa. Por mais caseira que a garota fosse, aquilo já era, no mínimo, estranho, porque ela não havia nem colocado o lixo para fora, como era o costume todo final de tarde. Também fazia dois dias que a mãe da garota havia chegado ao amanhecer, trançando as pernas, tão bêbada e chapada que realmente surpreendia que estivesse consciente.
Os vizinhos certamente não se importavam com o que podia estar acontecendo com Rafaela e sua mãe, nem mesmo o pai da garota o fazia desde o fatídico dia em que havia resolvido colocar uma mochila nas costas e deixar as duas mulheres.
Todas as noites, Rafaela chorava copiosamente. Certamente lamentava a ausência do homem e desejava que ele ainda estivesse ali, porém nenhuma de suas lágrimas havia sido o bastante para trazê-lo de volta. Era provável que estivesse bem longe dali, refazendo sua vida como a garota deveria fazer, mas não podia porque jamais teria a coragem de abandonar sua mãe.
Ah, Dona Evelyn!
Quem a conhecia de verdade, sabia que a mulher vinha de uma família bastante privilegiada, no entanto, a pressão de se encaixar na alta sociedade havia sido demais para ela. Não se orgulhava por ter se lançado às ruas, muito menos pelo vício que havia adquirido e carregaria consigo pelo resto de sua vida.
Um fio de esperança surgiu quando ela conheceu Reginaldo, o homem que lhe prometeu tirá-la daquela vida e dar tudo o que precisava, sem pressão, sem julgamentos. O problema era que Reginaldo jamais imaginava que manter uma promessa poderia ser tão difícil, ainda mais após o nascimento de sua filha.
Quando Evelyn teve mais uma recaída, dessa vez demorando quase uma semana para voltar para casa, ele simplesmente não aguentou mais e partiu. Quis levar Rafaela consigo, mas a garota se recusou a abandonar a mulher como ele estava fazendo.
Reginaldo partiu assim mesmo e sentiu o coração doer por deixar uma parte sua para trás, porém prometeu para si que um dia retornaria para resgatar sua filha, se não fosse tarde demais.
No entanto, fazia meses que Reginaldo havia partido e nunca nem deu sinal, nenhuma ligação, um e-mail, ou mensagem de texto que fosse. Talvez o homem tivesse desistido de Rafaela.
Ou quem sabe algo havia acontecido a ele?
A garota nunca iria saber.
E até o momento em que chegasse ao seu limite, Rafaela continuaria ali, apoiaria a mãe e tentaria erguê-la todas as vezes que caía.
Fazia dois dias que Rafaela não saía de casa. Estava trancada no banheiro, tentando trazer de volta uma mãe alucinada pelas drogas, enquanto pedia no silêncio de seu quarto que um dia finalmente a mulher se tratasse devidamente e ela se visse livre daquele inferno.



Com um livro aberto em cima da cama, Carolina balançava a cabeça no ritmo da música que tocava, enquanto cantava alguns trechos da letra porque não conhecia a música completamente. Mesmo que conhecesse, sua atenção não estava totalmente voltada para aquilo e, sim, para as unhas, que pintava com um esmalte vermelho sangue para disfarçar o fato de que não via uma manicure há meses. A grana realmente estava curta para ela, e não poderia se dar aquele tipo de luxo por hora, mas sabia que tudo aquilo estava prestes a mudar.
A mulher achava que na capital teria mais oportunidades de emprego, oportunidades essas que lhe garantiriam seu sustento e ajudariam a garota a pagar pela escola do filho.
Sentia saudades do garoto todos os dias, porém, enquanto não estivesse totalmente estável financeiramente, não podia simplesmente arrastá-lo para morar com ela e passar fome. O garoto tinha cinco anos, e lhe doía todas as vezes que chamava a avó de mãe, mas não havia o que fazer a não ser continuar batalhando para dar a ele uma vida melhor.
Carolina havia engravidado muito jovem. Todos os dias, ela se arrependia por ter confiado no ex-namorado mais velho, que, no final das contas, só queria tirar a virgindade dela para depois enganar outra garota mais jovem. No entanto, Arthur era, sim, seu maior tesouro e, no fundo, ela sabia que, por maior que fosse seu arrependimento, passaria por tudo aquilo de novo se fosse necessário.
O olhar de Carolina de repente se voltou para a janela de seu quarto e ela estreitou os olhos, tendo quase certeza de que alguma coisa havia se mexido na cortina do vizinho. Não era a primeira vez que ela tinha aquela sensação, mas, no fim, acreditava apenas ser uma paranoia sua, principalmente pelo que estava prestes a fazer sozinha em seu quarto.
Com as unhas secas e mais aceitáveis, Carolina trabalhou em uma maquiagem bonita, que não fosse carregada demais, porque a ideia era parecer o mais natural possível. Alguns minutos também foram gastos em seus cabelos loiros, onde ela fez as melhores ondas que pode, visto que seu babyliss não estava nas melhores condições.
— Em breve você não vai precisar fazer isso em casa, Carol. Logo vai a um daqueles salões chiques da cidade, tendo que se preocupar só com o horário pra buscar o Arthur na escola — suspirou, ao encarar o próprio reflexo no espelho, enquanto terminava de ajeitar suas madeixas.
Por fim, seguiu para o banheiro e, quando voltou de lá, um roupão de seda cobria seu corpo.
Trocando a playlist que tocava por uma com músicas mais adequadas, ela se aproximou do espelho e abriu um sorriso em sua direção, voltou para a frente da cama e, virada para o objeto, seu corpo começou a se balançar no ritmo da música.
As mãos de Carolina tocaram o próprio pescoço, seus cabelos foram puxados para cima, deixando à mostra sua pele bronzeada, porque ela tinha gastado o dia anterior inteiro tomando sol na laje.
Carol passou a língua pelos lábios de um jeito que deixaria qualquer pessoa maluca, porém era muito estranho que ela fizesse aquilo para o espelho. Estaria ela ensaiando para alguma coisa?
De qualquer forma, as mãos da mulher seguiram em direção ao seu colo, ela brincou com a barra do roupão e uma risadinha escapou de seus lábios quando ameaçou tirá-lo, mas não o fez.
— Você quer que eu tire? — A pergunta ecoou extremamente sensual de seus lábios.
O que Carolina estava fazendo? Com quem estava falando?
— Eu tiro tudo se você realmente quiser. Me mostra isso. Mostra que quer. — E quem recusaria um pedido como aquele?
Um barulho engraçado ecoou pelo quarto da mulher e ela alargou o sorriso, aproveitando o ritmo da música para embalar os quadris e então descer o roupão lentamente por seu corpo escultural. Carolina era um espetáculo de mulher, com toda certeza.
— Quanto mais você pagar, mais eu faço pra você, meu anjo — ela tornou a dizer, revelando o que realmente estava acontecendo no espaço confinado de seu quarto.
Aquela era a solução mágica para que Carolina se erguesse financeiramente, chamadas de vídeo sensuais na internet com completos desconhecidos.



As luzes do quarto de Gabriel estavam apagadas como em qualquer outra residência da vizinhança. Eram duas e quarenta e sete da manhã, mas dormir era a última coisa que o rapaz fazia.
Mesmo ouvindo diversos protestos de seu pai, que, por algum motivo, não aprovava o namoro do garoto com Renata, Gabriel havia convencido sua mãe a deixar que a jovem passasse a noite ali com ele.
Não fazia ideia dos motivos que levavam o mais velho a desaprovar seu relacionamento, afinal, Renata era filha de uma colega de trabalho do homem e vizinha de porta, e, honestamente, não havia nada de errado com ela. Porém, não havia argumentos que convencessem Ivan. Para ele, por mais direita que Renata fosse, Gabriel ainda assim estava fazendo tudo errado.
Por que o filho não focava em sua carreira profissional em vez de se enrolar com qualquer rabo de saia? Era isso que ele questionava todas as vezes em que aquilo era motivo de discussão entre Ivan e sua esposa.
— Deixa o garoto, querido. Ele é jovem, tem tempo de sobra para virar seu braço direito e depois herdeiro — Patrícia dizia suavemente, ao procurar sempre apaziguar tudo.
— Não, Patrícia, ele não tem tempo de sobra. Amanhã ou depois, essa garota engravida e tudo vai por água abaixo. Eu duvido que esses dois usem camisinha! — Ivan bufava, fazendo a esposa suspirar e conter a vontade de o retrucar de verdade.
— Só acho que bater de frente com Gabriel não vai resolver nada, Ivan. Quanto mais você quiser afastá-lo de Renata, menos conseguirá isso. Deveria tomar a si mesmo como exemplo. — A mulher deu de ombros e não deu mais conversa para o marido, se enfiou embaixo das cobertas e apagou o abajur de sua cama, o que indicava que ia dormir e ele que lutasse se ainda quisesse ficar argumentando.
Ivan suspirou, passou a mão pelos cabelos e quase gritou porque sabia que Patrícia tinha razão.
No entanto, ele não estava conformado. Não podia deixar que Gabriel continuasse com a Renata.

Ao ignorar completamente os protestos de seu pai, Gabriel tratou de logo arrumar um bom filme para ele e a namorada assistirem na Netflix. Não conseguia entender o porquê de Ivan não querer deixá-lo ser feliz com quem ele amava, mas resolveu que, no fim das contas, não precisava de aprovação de ninguém para isso, então o pai podia espernear o quanto quisesse.
Uma gargalhada de Renata chamou a atenção do rapaz, que imediatamente olhou na direção da moça deitada sobre seu peito e um sorriso largo moldou suas feições.
— O que é? — Renata tratou de questionar, achando engraçada a cara que o namorado fazia.
— Só estou admirando o quanto minha namorada é gata — Gabriel sorriu de volta para ela.
— Ah, que eu sou gata é verdade mesmo, mas não entendi esse negócio de ficar só admirando, sabe? — A expressão de Renata se tornou maliciosa.
— Achei que você queria só assistir um filme, Rêh — o rapaz provocou, embora sua mão já estivesse deslizando em direção à cintura da namorada.
— E eu vim, mas você sabe bem como me fazer mudar de ideia — respondeu e enroscou suas pernas nas dele até seu corpo quase ficar em cima do de Gabriel.
— Sei? E como é? Te chamando de gata? — Instigou, ao descer seus toques até a bunda de Renata, a apertou sem fazer nenhuma cerimônia e ouviu um suspiro da garota em resposta.
— Também — ela ofegou e mordeu a boca para ele.
— O que mais? — Seus lábios foram para o pescoço dela e depositaram alguns beijos leves que logo se transformaram em lambidas e chupões.
Por alguns minutos, Renata não conseguia respondê-lo. Gabriel tinha um poder incrível de deixá-la sem fôlego com apenas alguns toques, e ela simplesmente se entregou ao momento e gemeu baixinho ao senti-lo apertá-la ainda mais contra si.
— O que mais, meu amor? — O tom de voz do rapaz era carinhoso, ao mesmo tempo em que carregava um desejo genuíno pela garota. Ela não sabia como ele era capaz daquilo, mas não podia negar que adorava.
— Pode continuar me beijando desse jeito mesmo. Aliás, acho que vou facilitar as coisas pra você.
Com um sorriso ladino, Renata subiu completamente em cima de Gabriel, se sentou sobre o colo dele e ergueu seu tronco para puxar a blusa para cima, revelando que não usava nada por baixo dela.
Gabriel exalou alto.
— Você não veio ver filme coisa nenhuma — concluiu e ouviu a namorada gargalhar, enquanto a puxava para ele, assim poderia beijá-la na boca do jeito que estava louco para fazer.

Há alguns metros do quarto de Gabriel, Ivan conseguia ouvir os ruídos que o filho fazia com a namorada e isso lhe deixava completamente inquieto, tornando impossível para o homem dormir.
Ao bufar com irritação, o patriarca levantou de seu lugar na cama e caminhou de um lado para o outro.
— O que foi, querido? — Patrícia o questionou.
— Não estou conseguindo dormir, vou até a cozinha — disse e fez um gesto para que ela voltasse a dormir.
Sentiu-se aliviado pela esposa ter obedecido seu pedido, então desviou o caminho da cozinha e seguiu para seu escritório, onde teria mais privacidade para pegar o celular e ligar rapidamente para o número sem um contato em sua agenda.
Baby? — A voz feminina lhe atendeu com um tom manhoso.
— Você deixou a Renata vir aqui pra casa, Clara? — resmungou e se arrependeu automaticamente pelo tom rude.
Qual o problema, Ivan? Nossos filhos namoram! — retrucou, como se ele fosse algum idiota que não tivesse entendido aquilo.
— É sério que você não vê o problema? Gabriel é esperto, amor. Ele vai acabar descobrindo sobre nós dois.
A vizinha de porta soltou uma risada, sem acreditar que Ivan realmente estava encanado com aquilo.
Ninguém vai descobrir nada, baby. Agora volte a dormir e pare de implicar com os dois. Aí sim terão motivos para desconfiar de alguma coisa.
Ivan repetia sempre que Gabriel fazia tudo errado e estava jogando seu futuro no lixo ao se envolver com Renata, mas, na verdade, apenas temia que seu casamento fosse pelo ralo caso Patrícia descobrisse o seu caso com Clara.



Uma música ecoava na casa de Mariana, onde ela havia aproveitado a viagem dos pais para fazer uma pequena social com os amigos mais próximos.
Era completamente inédito que tivessem permitido que a garota ficasse sozinha durante aqueles dias, mas a jovem jamais reclamaria disso, não quando sentia a liberdade acariciar seu rosto como uma brisa de primavera.
Ela nunca se sentiu tão livre para ser a verdadeira Mariana. Ficar se reprimindo o tempo todo para atender às vontades de seus pais era exaustivo e ela não via a hora de completar a maioridade para finalmente dar o fora daquele lugar e assumir quem realmente era.
Seus pais nunca lhe aceitariam, como deixavam bem claro toda vez que algum assunto semelhante era mencionado, e, por mais que aquilo machucasse, ela não podia continuar vivendo daquela forma. Todos os dias eles a matavam um pouquinho.
Era horrível estar bem do lado do amor de sua vida e não poder assumir isso porque essa pessoa era Rebecca, a garota que os pais conheciam como sua melhor amiga.
Gustavo era seu maior comparsa naquela história toda. Os pais de Mariana adoravam se gabar do fato de que a filha namorava o herdeiro de um dos maiores banqueiros do país, mas não faziam ideia de que, na verdade, ele apenas era um ótimo amigo, que no começo teve, sim, uma queda por Mariana, porém logo descobriu que era de garotas que ela gostava.
Com o passar do tempo, ele acabou superando qualquer sentimento que tivesse, e naquela noite estava crente que conseguiria dar uns beijos na Vivi, uma prima da Rebecca que sempre dava uns foras nele, mas todo mundo sabia que era apenas por charme.
Estavam os quatro ali e mais Pedro e Beatriz, um casal de amigos que adorava ficar se agarrando sem pudor nenhum, porém ninguém ligava porque eles sempre traziam bebidas.
A conversa rolava solta, o casalzinho se beijava vez ou outra e vinha com algumas saliências que faziam os quatro amigos se entreolharem.
Até que Rebecca teve uma ideia de jogar verdade ou consequência.
Mariana foi a primeira a aprovar aquilo, e os outros seguiram a deixa, sentando todos em roda e usando a garrafa de Budweiser vazia para fazerem a brincadeira.
Como havia proposto aquele jogo, Rebecca girou a garrafa primeiro e vários assobios se fizeram presentes quando o objeto parou na direção de Mari.
— É marmelada! — gritou Gustavo e deu gargalhadas junto aos outros.
— Verdade ou desafio, minha linda? — Rebecca lançou um olhar para a namorada, que não conteve o sorriso malicioso.
— Desafio — respondeu imediatamente.
— Só porque o Gustavo reclamou, dá um beijão na Vivi — piscou, vendo pelo canto do olho a careta indignada do rapaz, enquanto todos os outros riram mais ainda.
— Com o maior prazer — Mariana retrucou, lambeu os lábios e se direcionou para a garota, que não hesitou nem um pouco em chegar mais perto e retribuir o beijo no exato momento em que foi iniciado.
— Já ficaram beijando por tempo demais, não? Não acredito que você quem propôs isso! — Gustavo cutucou Rebecca e só faltava cruzar os braços para ser uma verdadeira criança birrenta.
— Cala a boca, Gus. Daqui a pouco, você vai beijar também. E, se se comportar, quem sabe não consegue mais? — Foi Mari quem disse ao partir o beijo e trocar um olhar cúmplice com Vivi.
— Eu é que não vou achar ruim — a garota completou, o que fez o rapaz sossegar o facho e até ficar ansioso para a próxima rodada.
Pedro beijou Rebecca, que beijou Gustavo, que passou três minutos trancado no banheiro com Beatriz, que fez body shots em Vivi, e por aí a noite foi seguindo.
Quanto mais o tempo passava, mais eles ficavam bêbados e mais apimentados ficavam os desafios. Até que ninguém mais queria brincar e cada casal foi para um cômodo da casa.
Gustavo finalmente havia conseguido ficar com Vivi e levou a garota para o quarto de hóspedes. Pedro e Beatriz ficaram ali pela sala mesmo, e Mariana teria puxado Rebecca para o próprio quarto, porém gostou da ideia de se divertir com ela na cozinha, aproveitando a ausência de seus pais.
As coisas entre as duas estavam bastante quentes. Rebecca beijava os lábios da namorada com vontade, passeava suas mãos pelo corpo inteiro da garota e, ao aproveitar que o vestido de Mari estava em um canto qualquer, se deliciou com os seios dela. Arfadas baixinhas ecoavam dos lábios dela e suas unhas se cravavam nos ombros de Rebecca, adorando ouvir gemidos baixos em aprovação.
Mariana estava prestes a adentrar os shorts da namorada com uma de suas mãos, quando o barulho alto de uma sirene a fez pular e...



De repente, me dei conta de que o som era muito mais alto ali onde eu estava. Não tinha nada a ver com a pequena festinha das garotas, tampouco com dona Evelyn e sua luta contra as drogas, Carolina trabalhando com pornografia, ou Ivan sendo descoberto pela esposa.’
A origem da sirene estava parada na frente da minha casa, porém eu não tive muito tempo para processar a informação, ou fazer qualquer coisa para formular uma defesa.
A porta da frente foi arrombada e eu nem consegui contar quantos policiais adentraram o lugar.
Eu não morava em um lugar grande. Na verdade, tinha alugado um espaço que se resumia a um quarto, uma sala com cozinha conjugada e um banheiro. Não pretendia ficar muito tempo por ali, mas também não imaginava que minha estadia seria tão curta.
— Polícia! Mãos pra cima! Mãos pra cima! — Os gritos foram rudes, e eu imediatamente levantei minhas duas mãos para o alto, ao obedecer a ordem de um dos policiais.
Oscilei meu olhar para o telescópio e os binóculos à minha frente e me perguntei brevemente quem teria percebido o que eu fazia e me denunciado.
Então me lembrei de Carolina olhando desconfiada para sua janela e, assim que olhei na direção da porta, a encontrei lá, abraçando o próprio corpo e tremendo como se eu a tivesse violado.
Ah, se ela fizesse ideia de como seria se aquilo realmente acontecesse. Eu havia passado dias observando aquelas quatro casas e parecia que a mulher tinha sentido que ela seria a minha escolhida.
— Eduardo Borges, você está preso pelo assassinato de Karina Souza, Douglas Almeida, Tábatha Oliveira e Daiane Soares.
Blábláblá, como se eu não soubesse de nada daquilo.
Ao menos no dia seguinte eu teria mais uma vez o meu nome estampado em todas as notícias. Com certeza eles não deixariam passar o fato de que tinham acabado de capturar o Estrangulador da Capital.


Fim.


Nota da autora: Oi, meus amores! Eu confesso que tive um plot inicial para essa história, mas no fim das contas acabei mudando-o completamente. Espero que vocês tenham gostado porque toda vez que leio alguma coisa criminal, minha cabeça fica pipocando de ideias. Essa foi uma delas hehehe.
Happy Halloween! 🎃

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