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Revisada por: Júpiter

Última Atualização: 14/10/2024

Em meio ao burburinho do prestigiado e renomado St. James's Boarding School em Londres, jovens herdeiros de famílias ricas e influentes do país se reencontram para mais um ano letivo após as férias de verão. Entre os alunos, um grupo coeso e enigmático de dez jovens, inseparáveis desde a infância, criados juntos no mesmo ciclo social, onde a rivalidade e a competitividade entre eles eram tão fortes quanto os laços de amizade. De um lado, cinco garotas: Paola Barth, presidente do clube de natação e campeã de patinação no gelo, a autêntica e independente, com um espírito livre e rebelde, pretende seguir os passos do pai no mundo da Engenharia. Popular por sua personalidade única e atitude despreocupada, ela não se importa com a opinião dos outros e vive a vida do seu jeito, não se intimidando com desafios. No entanto, Paola pode ser impulsiva e imprudente, o que a leva a se meter em confusões. Danna Marlowe, presidente do clube de teatro e capitã das líderes de torcida, a típica abelha rainha: ambiciosa, charmosa, elegante e extremamente competitiva, sempre buscando ser a melhor em tudo que faz, usando seu charme a seu favor para conseguir o que quer. Leal com seus amigos mais próximos, sempre implacável com seus inimigos. Para aqueles que a conhecem bem, ela é uma garota gentil, generosa e sempre disposta a ajudar os outros. Entrega looks impecáveis, com as últimas tendências da moda de alta costura. Planeja se tornar estilista e seguir carreira no mundo da moda, como sua mãe. Popular por sua inteligência afiada, ousadia e determinação, que a tornam admirada por todos. No entanto, por trás da fachada de garota perfeita, Danna se sente insegura e teme perder o status social que tanto conquistou. Brenda Ortega, presidente do conselho estudantil, inteligente, responsável, prática e eficiente, sempre pronta para acalmar ânimos e resolver conflitos. Focada em seus objetivos, planeja seguir a carreira no mundo da medicina, como sua mãe. Popular por sua determinação e lealdade, sua inteligência emocional e capacidade de unir as pessoas a tornam a cola que mantém o grupo unido. No entanto, apesar da postura imponente e acolhedora, Brenda possui um lado vulnerável que poucos conhecem. Lara Hilton, bailarina e editora chefe do jornal escolar, personificação da elegância e do charme, conhecida por sua franqueza desarmante, inteligência afiada e senso de humor ácido. É surpreendentemente acessível e gentil com aqueles que a conhecem bem, apesar de sua riqueza e status. Popular por sua beleza e inteligência, com um toque de arrogância, seu visual impecável é a sua marca registrada. Planeja seguir a carreira de modelo, como sua avó. No entanto, Lara pode ser perfeccionista e crítica consigo mesma, o que a leva a ter um alto nível de exigência. Samya Evans, vice-presidente do clube de teatro, carismática, sonhadora e espontânea, a romântica incorrigível que enxerga o mundo com lentes cor de rosa. Acredita no amor verdadeiro e busca a felicidade em tudo que faz. Pretende seguir carreira no meio artístico, como seus pais. Popular por sua personalidade doce e amorosa, que a torna amada por todos que a conhecem. No entanto, apesar de sua natureza gentil e apaixonante, Samya possui um lado introspectivo e se preocupa com o que os outros pensam dela.
Do outro, cinco garotos: Louis Ashford, vice-capitão do time de basquete, ambicioso, extrovertido e amante da adrenalina, está sempre com um sorriso no rosto. Leal e protetor com seus amigos e familiares. Popular por sua inteligência estratégica e habilidades de negociação, sem medo de desafiar regras e questionar a autoridade. Planeja seguir a carreira no ramo empresarial, como seu pai. No entanto, por sempre buscar o sucesso e perfeição em tudo que faz, Louis pode ser um tanto implacável e impiedoso. Christian Dankworth, capitão e estrela do time de basquete, o típico atleta popular: sedutor, charmoso e persuasivo, sempre no centro das atenções. Popular por suas habilidades esportivas excepcionais, inteligência afiada e olhar penetrante. Planeja seguir carreira no ramo esportivo, como seu pai. No entanto, por carregar as responsabilidades de ser capitão e o peso de superar as expectativas do pai, que o pressionam constantemente, Chris se torna um autoritário impulsivo e um tanto competitivo. Joshua Cunningham, capitão do time de polo aquático, charmoso e inteligente, com um senso de humor refinado. Sua liderança natural e competitividade o tornam um jogador imbatível. Determinação e responsabilidade são seus pontos fortes. Popular por sua inteligência afiada, generosidade, oratória impecável e lealdade aos amigos. Planeja seguir carreira no ramo da advocacia. No entanto, Joshua sente-se pressionado a seguir os passos do pai e assumir o controle na empresa da família. Johnny Lafuente, membro titular do time de basquete, inteligente, perspicaz, possui um sorriso fácil e cativante, quase irônico, que adorna seus lábios, com um quê de sarcasmo e ironia. Um observador silencioso, sempre atento ao que se passa ao seu redor. Planeja seguir carreira no ramo automobilístico, como seu avô. Popular por sua inteligência, perspicácia, seu porte confiante e intimidador, que o torna o centro das atenções. No entanto, apesar da personalidade enigmática, Christian possui um lado sensível e reflexivo que poucos conhecem. Thomas Hawthorne, vice-presidente do clube de natação, inteligente, carismático, educado e sonhador. O ar de sofisticação e confiança o acompanham por onde ele vai, um típico príncipe inglês. Acredita que o amor pode transformar o mundo, e busca encontrar beleza no mundo ao seu redor, sempre disposto a ajudar o próximo. Popular por sua lealdade, personalidade romântica, generosidade, charme e cavalheirismo. Planeja seguir no meio imobiliário, como seus pais. No entanto, carregando o peso e expectativas de sua família tradicional e pressionado a seguir o caminho pré-determinado nos negócios da família, Thomas luta contra a insegurança e o medo de desapontá-los.

Dez jovens herdeiros cercados por riqueza, luxo e incontáveis privilégios, frequentando as escolas mais elitistas e os eventos mais exclusivos do país, alimentados pelos segredos ocultos e a ambição de se destacar e alcançar o sucesso acadêmico, que se intensificava cada vez mais. Apesar de a amizade entre eles, marcada por laços fortes vindo de suas famílias, a rivalidade, intrigas, manipulações e ressentimentos eram constantes. A partir de agora, a verdadeira jornada está apenas começando. Longe da família e dos amigos, os alunos se veem diante de um novo mundo de oportunidades e desafios, rivalidades existentes serão testadas, novas amizades serão forjadas e velhas amizades fortificadas. Seriam eles capazes de corresponder às altas expectativas ou sucumbiriam à pressão? Eles serão capazes de superar os obstáculos e se tornarem a melhor versão de si mesmos ou se perderão nas sombras do desconhecido?



Sob o céu cinzento daquela manhã de segunda-feira, um novo ciclo se iniciava. Passos apressados ecoavam pelas ruas de Londres, entrelaçando-se com o barulho dos famosos ônibus vermelhos de dois andares, incluindo o som melancólico das buzinas de motos e carros. Em frente aos portões imponentes do St. James’s School, um dos mais antigos e prestigiados internatos da Inglaterra, carros luxuosos eram estacionados, jovens alunos vestidos com seus uniformes impecáveis desembarcavam com sorrisos no rosto e expectativas elevadas. Fundada há mais de 800 anos, o internato tinha capacidade de abrigar 448 alunos. Sua entrada principal era mais do que um ponto de acesso físico. Era um portal que transcendia entre o tempo e o espaço, conectando gerações de alunos. Jovens, em sua maioria adolescentes, cheios de sonhos e repletos determinação, cruzavam os grandiosos portões de ferro forjado, gravados com o brasão histórico da instituição, símbolo de excelência, força e prestígio, espalhavam-se pelo pátio externo do Internato, seguindo em direção à entrada principal da instituição. A cada passo por entre os caminhos de pedra cuidadosamente dispostos, emoldurados pelos jardins floridos e árvores centenárias, eles eram transportados para um mundo à parte, onde o tempo parecia desacelerar e a memória se tornava palpável.
Na entrada principal, um clima de expectativa pairava no ar. Diretores e professores, com sorrisos calorosos e olhos cheios de entusiasmo, aguardavam ansiosamente a chegada dos alunos que foram recebidos por um ar carregado de história e tradição. Alunos veteranos com seus passos confiantes, postura ereta e olhares de determinação ostentavam em seus uniformes insígnias que representavam suas conquistas acadêmicas, participações em clubes e atividades extracurriculares. Enquanto os calouros, com seus olhares nervosos, sorrisos tímidos e sinceros, traziam consigo a energia contagiante da novidade e expectativa. Seus uniformes, ainda sem insígnias, representavam o início de uma jornada empolgante de aprendizado e crescimento. O clima contagiante que permeava o campus tornava-se palco principal para novos laços de amizade, que eram formados a cada instante, laços que durariam a vida toda, embora, naquele mesmo lugar, enquanto velhas amizades eram renovadas, novas rivalidades eram estabelecidas.
As portas do Internato finalmente se abriram, revelando um mundo de oportunidades e desafios. O burburinho que tomava conta do jardim, exaltados de empolgação, jovens elegantemente trajados com um dos três uniformes tradicionais da escola, confeccionados meticulosamente em tecidos nobres e cortes impecáveis, criando um contraste interessante com a sobriedade da paisagem, aguardavam ansiosamente para passarem pelas enormes portas duplas de madeira maciça da instituição. Calças de alfaiataria e blazers escuros, camisas sociais brancas, suéteres, gravatas azul-marinho slim acetinadas, boinas e sapatos sociais pretos formavam o traje clássico dos meninos. Enquanto o das meninas, completando a elegância do traje feminino, contava com saias plissadas e blazers escuros, vestidos, blusas sociais brancas, suéteres e gravatas vermelhas slim acetinadas, meias-calças lisas em tons neutros, boinas e botas pretas de cano longo, transformando os alunos em um mar de elegância, tradição e sofisticação.
A pedidos da Diretoria, garantindo que todos estivessem presentes para a cerimônia de boas-vindas, os alunos foram conduzidos por seus professores ao salão principal, um ambiente majestoso, com lustres de cristal pendentes posicionados majestosamente no teto alto perfeitamente branco; em suas paredes, retratos de ex-alunos ilustres encontravam-se expostos; no centro do salão, quatro mesas longas e ornamentadas eram dispostas em perfeita ordem.
No palco, adornado com o brasão da escola, em tons dourados, azul-marinho e vermelhos vibrantes, encontrava-se o comitê escolar, constituído por diretores, professores, monitores, representantes do conselho estudantil e funcionários. No centro do palco, a Diretora e o Vice-diretor, com suas posturas serenas e sorrisos acolhedores, preparavam-se para iniciar o discurso de boas-vindas. Olivia Campbell, diretora da instituição, próxima a Vincent Howey, vice-diretor, pronta para iniciar seu discurso, segurava em suas mãos um microfone sem fio e um discurso cuidadosamente preparado. Todos no ambiente a observavam com atenção, ansiosos por suas palavras inspiradoras e motivadoras que dariam início à cerimônia de boas-vindas.
Com um sorriso caloroso, ela começou:
— Queridos alunos, calouros e veteranos, em no… — Um silêncio repentino tomou conta do salão quando as portas duplas do salão principal se abriram com um esplendor. Um grupo de alunos adentrou o local, interrompendo o discurso da diretora no meio de uma frase, deixando todos os presentes surpresos e intrigados com o cenário. Dez jovens, trajados de maneira impecável, atravessavam o salão com passos firmes, sorrisos radiantes e olhares determinados que atraíam a atenção de todos no ambiente. A plateia, que antes observava a diretora com atenção, surpresos com a interrupção inesperada, direcionou seus olhares em direção ao grupo recém-chegado. Madame Campbell, momentaneamente surpreendida, observou com atenção o grupo se dirigir para seus respectivos lugares, enquanto os alunos ao redor sussurravam entre si sobre a entrada inesperada do grupo, que gerou diversas reações.
Enquanto alguns os observavam com curiosidade, ansiosos para saberem mais sobre eles, outros os observavam com admiração e inveja, ao verem o grupo se acomodando com tanta naturalidade em um ambiente tão exclusivo, no fundo desejando ter a mesma confiança e determinação.
A conversa animada que tomava conta do salão se silenciava aos poucos, dando lugar a uma atmosfera de expectativa e ansiedade quando a diretora, com sua postura firme e autoridade inabalável, retomou seu discurso.
— Em nome de toda a equipe docente e administrativa, gostaria de lhes dar as boas-vindas. Como a maioria já deve saber, o St. James's Boarding School é mais do que uma instituição de ensino, é o lugar onde vocês se desenvolverão como indivíduos e como cidadãos do mundo — disse Madame Campbell com clareza e convicção. — Temos o compromisso de zelar pelo bem-estar de cada um de vocês, garantindo-lhes as melhores condições para que possam desenvolver todo o seu potencial — declarou. — Sejam éticos em suas ações, tomem decisões responsáveis e sempre busquem a verdade consigo e com o próximo. Defendam o que é certo, mesmo quando isso significa ir contra a correnteza! — aconselhou ela, passando seu olhar pelos alunos. — Ajudem uns aos outros, aprendam uns com os outros. Construam laços duradouros que os acompanharão para o resto de suas vidas — disse com um sorriso radiante. — O St. James’s School é o lar de vocês. E juntos estaremos aqui para apoiá-los em suas jornadas. Bem-vindos a mais um ano letivo! — Madame Campbell concluiu seu discurso, entregando o microfone para o homem de óculos redondos ao seu lado. Um aplauso estrondoso tomou conta do salão, que cessou rapidamente quando o homem se posicionou no centro do palco.
— Palavras inspiradoras, Madame Campbell! — o vice-diretor disse, olhando em direção à diretora, que sorriu em agradecimento, voltando seu olhar para os alunos novamente. — Caros alunos, mais uma vez, o St. James’s orgulha-se de oferecer um ambiente propício e aconchegante para o aprendizado e o crescimento individual de cada um de vocês — Sr. Howey disse com seu sorriso aconchegante. — Aqui vocês encontrarão o apoio e o incentivo necessários para alcançar seus objetivos acadêmicos e pessoais — declarou com convicção. Em seguida, o telão ao seu lado esquerdo foi ligado. — Gostaria de informar as mudanças deste ano, começando com as séries. Cada ano letivo contará com quatro turmas, sendo: A, B, C e D, do primeiro ao quarto ano, totalizando dezesseis turmas. No primeiro andar, teremos o 1⁰ ano, segundo andar, 2⁰ ano, e assim por diante. Uma estrutura simples e organizada — Sr. Howey explicou calmamente. — Os dormitórios, por sua vez, onde todos vocês passarão grande parte do tempo, estão divididos em dois prédios: A, dormitório feminino, com 224 alunas e B, dormitório masculino, com 224 alunos. — Com um gesto elegante, Sr. Howey apontou para o mapa projetado no telão ao seu lado. — Ambos os prédios possuem cinquenta e seis quartos, divididos em quatorze andares. Todos cuidadosamente projetados para acomodar quatro alunos. — Acrescentou ele, tirando seu olhar do mapa levando aos alunos. — Acreditamos que essa configuração irá promover uma interação social, o trabalho em equipe e o desenvolvimento de amizades duradouras, parte fundamental dessa experiência — a imagem do projetor foi desligada —, facilitando a comunicação e organização das atividades em grupo. No entanto, gostaria de lembrá-los que a troca de quartos não será possível — Sr. Howey garantiu. — E, como a maioria de vocês já deve saber, a entrada de garotos nos dormitórios femininos e vice-versa está severamente proibida. A partir das 22h, o toque de recolher será acionado, e o silêncio deverá ser respeitado em todos os quartos e corredores — ele pontuou, fazendo os alunos murmurarem de desaprovação. — O aluno que for pego fora de seus quartos após o horário estabelecido receberá uma intimação, em que a quarta resultará em uma suspensão de três dias — ressaltou o Sr. Howey. Alternando o olhar entre os alunos, ele continuou. — O restante das regras e horários das aulas vocês encontrarão em seus quartos. Em caso de problemas e dúvidas, não hesitem em procurar a equipe de monitores — informou o vice-diretor, apontando sua mão esquerda para os três monitores atrás de si. — Amanhã as aulas finalmente começam, hoje vocês terão um dia inteiro para aproveitar ao máximo a liberdade e conhecerem uns aos outros — Sr. Howey disse e deu continuidade. — Conforme combinado, após a organização de seus quartos, solicitamos que todos se encaminhem ao refeitório, no prazo de 15 minutos, para o café da manhã — informou o vice-diretor. — E, para finalizar, estamos aqui para apoiá-los em sua jornada e sonhos. Obrigado! — concluiu ele, sorrindo calorosamente para os alunos, que comemoraram.
Após a calorosa cerimônia de boas-vindas, finalmente todos os alunos puderam se dirigir para seus dormitórios. Os corredores, antes silenciosos e vazios, agora transformavam-se em um palco vibrante de vida, onde a juventude pulsava com uma energia exorbitante e corações transbordando de emoções e ansiedade. No prédio A, lado norte do internato, o dormitório das meninas fervilhava com barulho de rodinhas e bolsas se abrindo, ecoando por todo o ambiente, misturando-se com o amontoado de vozes e risadas com a chegada das alunas do 1º ao 4º ano. Enquanto as veteranas, com ar mais experiente, guiavam suas malas com desenvoltura pelos corredores em direção aos seus quartos, as mais novas, com seus olhares arregalados de curiosidade, agarravam-se firmemente em suas bolsas, cada uma delas carregando suas malas ou mochilas, dirigindo-se ansiosamente para seus respectivos quartos. Cada um dos quartos contava com tons de bege claro em suas paredes, permitindo que as garotas adicionassem seus próprios toques de personalidade através de decorações. No teto de gesso branco, um lustre nórdico ultra-fino em led iluminava o lugar, criando uma atmosfera relaxante e serena, proporcionando um ambiente tranquilo e propício para estudos, descanso e momentos de descontração, um refúgio particular. As camas estrategicamente posicionadas deixavam o lugar mais amplo e espaçoso para que suas inquilinas pudessem se movimentar sem muitos problemas. Cada uma das camas contava com um jogo de cama nos tons bege e branco, e travesseiros em tons de rosê claro, que combinavam com as cortinas da mesma cor, dando um ar ainda mais romântico para o quarto bege decorado com cabeceira, recamier, poltronas em capitonê. Cômodas e um closet compacto, organizado com prateleiras, nichos e cabideiros, aguardavam ansiosamente para serem preenchidos com roupas e pertences de suas moradoras. Incluindo escrivaninhas, mesas de cabeceira, estantes para livros ou objetos decorativos. Havia uma porta que dava para uma pequena varanda que permitia a entrada de luz natural que iluminava cada canto do ambiente. Cada quarto possuía seu próprio banheiro privativo, equipado com chuveiro, pia e vaso sanitário, garantindo que tivessem um espaço tranquilo e confortável.
No prédio B, no lado sul do internato, no dormitório masculino, o barulho alto das malas sendo arrastadas pelo corredor e o tilintar dos zíperes de bolsas se abrindo misturava-se com passos apressados ecoando pelo piso laminado e vozes altas anunciavam a chegada agitada dos alunos do 1⁰ ao 4⁰ ano. Enquanto os veteranos, já familiarizados com o dormitório e suas rotinas, seguiam diretamente para seus quartos, os calouros, por sua vez, subiam as escadas com entusiasmo, imaginando o que os esperava do outro lado da porta. Diferente do prédio A, cada um dos quartos contava com tons de cinza claro em suas paredes, permitindo que os garotos também adicionassem seus próprios toques de personalidade através de decorações. No teto de gesso branco, um lustre nórdico ultra-fino em led iluminava o lugar, criando uma atmosfera relaxante e serena, que também proporcionava um ambiente tranquilo e propício para estudos, descanso e momentos de descontração, um refúgio particular. As quatro camas e, algumas delas, beliches, estavam estrategicamente posicionadas, deixando o lugar mais amplo e espaçoso, permitindo que seus inquilinos pudessem se movimentar sem muitos problemas. Cada cama contava com o jogo de cama nos tons cinza e branco, e travesseiros em um azul-marinho, que combinavam com as cortinas da mesma cor. Cômodas e um closet compacto, organizado com prateleiras, nichos e cabideiros, aguardavam ansiosamente para serem preenchidos com roupas e pertences de seus moradores. Incluindo escrivaninhas, mesas de cabeceira, estantes para livros ou objetos decorativos. No quarto dos garotos também havia uma porta que dava para uma pequena varanda, permitindo a entrada de luz natural que iluminava cada canto do ambiente. Incluindo seu próprio banheiro privativo, equipado com chuveiro, pia e vaso sanitário, garantindo que tivessem um espaço tranquilo e confortável.
Em ambos os dormitórios, a expectativa era palpável. No ar, pairava a sensação de que algo extraordinário estava prestes a acontecer. O burburinho que ecoava pelos corredores dos dormitórios naquela manhã, tanto feminino quanto masculino, estava apenas começando. A cerimônia de boas-vindas havia sido apenas o prelúdio para uma jornada épica, repleta de aventuras, desafios e amizades inabaláveis. A agitação era palpável, cochichos, olhares curiosos e especulações sobre quem era o grupo de dez jovens estavam captando a atenção tanto dos calouros quanto dos veteranos. E, sem saber, os dez estavam prestes a se tornarem os protagonistas de uma história que estava prestes a começar.

No segundo andar do dormitório feminino, entre estudantes apressadas e malas se arrastando pelo chão, uma figura loira se destacava por sua aparente distração. Alheia ao que acontecia ao seu redor, Paola Barth, aluna do segundo ano, caminhando com seus passos lentos e precisos, segurava em sua mão esquerda um papel amassado enquanto carregava com sua mão direita uma mala preta. Alterando seu olhar do papel para os números gravados nas portas dos quartos, ela parou em frente à porta 020, número indicado pelo papel, posicionando a mala do seu lado, erguendo sua mão direita até a maçaneta do seu novo quarto. Respirando profundamente, ela abriu a porta. A luz do dia que entrava pela janela iluminava todo o ambiente. No ar, um perfume suave de lavanda criava uma atmosfera relaxante e acolhedora. Observando cada detalhe do local, cautelosamente a veterana seguiu em direção ao lado oposto da porta que dava para a varanda e sentou-se na cama, reparando discretamente na bolsa posicionada sobre a cama em sua frente. Antes que pudesse pegar sua mala para desfazê-la, a porta do banheiro foi aberta, revelando uma garota de cabelos ruivos, que enxugava suas mãos com um lenço de papel.
— Oi! Você deve ser a Paola. Eu sou Isabella, seremos colegas de quarto. — A voz de Isabella soou animada e acolhedora.
— Oi, sou eu sim! É um prazer te conhecer, Isabella — a loira retribuiu o sorriso. A ruiva sentou-se na cama onde a bolsa estava e observou a loira com interesse, curiosa para saber mais sobre quem dividiria o quarto. — Então, Isabella, você...
— Pode me chamar de Bella — interrompeu a garota. Paola sentiu um leve incômodo, mas resolveu deixar para lá.
— Certo, Bella… As outras garotas já chegaram? — perguntou, apontando para as duas camas do outro lado do quarto, colocando sua mala sobre o recamier.
— Sim, conheci uma quando cheguei ao quarto e outra na cerimônia de boas-vindas. Elas parecem legais — respondeu, sorrindo sem mostrar os dentes. A loira concordou com um aceno de cabeça, desfazendo sua mala, acomodando suas roupas e objetos pessoais no closet, prateleiras e nas gavetas da sua mesa de cabeceira.
Do outro lado do corredor, diante do quarto 027, com duas malas ao seu lado, uma figura de cabelos castanhos e franjinha, que caía sobre os olhos, agarrava a alça de sua bolsa menor com força e coração batendo forte no peito. Samya Evans, tomada por uma mistura de ansiedade e expectativa, que giravam dentro de si, respirando fundo, levantou sua mão em direção à maçaneta da porta, mas, antes que pudesse tocá-la completamente, um barulho repentino vindo de dentro do quarto a fez dar um passo para trás, assustada, fazendo-a congelar no lugar com sua mão ainda suspensa no ar.
Quando a porta se abriu, ela abaixou lentamente sua mão e suspirou, aliviada, quando uma figura familiar surgiu em sua frente. As duas garotas se encararam por um momento e suas gargalhadas ecoaram pelo dormitório, atraindo os olhares de outras garotas.
— Meu Deus, Brenda, você me assustou! — a garota de franjinha disse, colocando a mão sobre seu peito.
— Samya, que bom que você chegou! Eu estava começando a pensar que você tinha se perdido vindo até aqui — a garota de cabelos pretos e médios disse, um sorriso se espalhou pelo rosto da garota enquanto ela se aproximava da amiga, abrindo os braços para um abraço caloroso. — Quando a Madame Campbell me entregou a lista dos dormitórios depois da cerimônia de boas-vindas, eu não acreditei quando vi seu nome na lista de colegas de quarto — Brenda disse, segurando a mão da amiga e uma das malas ao seu lado. — Vem, vamos entrar. As outras meninas devem estar chegando.
— Seremos colegas de quarto este ano? — Um sorriso se espalhou pelo rosto da garota de franjinha, entrando no quarto quando a garota em sua frente a puxou pela mão para que ela entrasse, levando sua outra mala consigo. — Que bom! Eu estava tão nervosa por não saber quem seria minha colega de quarto — Samya revelou, suspirando, aliviada.
— Percebi pela expressão em seu rosto no momento em que abri a porta. — As duas riram mais uma vez e se sentaram nas camas, uma do lado da outra, e começaram a conversar. No terceiro andar, com sua postura de bailarina e elegância dominando os corredores do dormitório feminino, Lara Hilton, atraindo olhares curiosos e admirados de suas colegas, seguia em direção ao quarto 034. A cada passo que a garota dava em direção ao quarto, seus cabelos longos e negros balançavam suavemente a cada movimento, caindo como uma cascata por suas costas em ondas suaves. Ao se aproximar da porta do quarto 034, ela girou a maçaneta e a abriu lentamente, e então ela adentrou o quarto, puxando sua mala cuidadosamente atrás de si. No quarto, três garotas conversavam animadamente, sentadas em uma das camas. Ao perceberem a presença de Lara, elas interromperam a conversa e se viraram para ela. Uma das garotas, alta e de cabelos castanhos escuros, se levantou, indo até a garota.
— Oi! Eu sou a Sophia. Essas são Ana e Ravenna — disse ela, apontando para as duas garotas, uma de cabelos loiros e curtos e outra de cabelos castanhos, meio ruivos, abaixo dos ombros, que acenaram com a mão.
— É um prazer conhecê-las — respondeu Lara, retribuindo com sorriso.
— Quer ajuda com a mala? Em que série você está? — perguntou Sophia com curiosidade.
— Oh, não, obrigada! Estou no segundo ano — a garota recém-chegada respondeu, seguindo para o lado do quarto desocupado, colocando sua mala ao lado do recamier, virando-se para as garotas. — E vocês?
— Ana e eu somos do primeiro, Ravenna do terceiro. — Lara olhou para Ravenna, tentando reconhecê-la.
— Meus pais me transferiram para cá — Ravenna deu de ombros, como um gesto de indiferença. A garota de cabelos negros concordou levemente com a cabeça.
— Nós três vamos dar mais uma volta pelo internato — Sophia disse. — Iremos deixar você organizar suas coisas. — Lara concordou, agradecida, vendo as meninas saírem pela porta. A garota, agora sozinha, colocou sua mala sobre o recamier, tirando de lá suas roupas, coisas e objetos pessoais com cuidado, começando a organizar seu espaço do quarto, dobrando cuidadosamente as roupas, organizando seus livros e objetos na estante, transformando o espaço em um reflexo de sua personalidade.
Ainda nos corredores do terceiro andar, sussurros e olhares admirados acompanhavam uma figura de cabelos curtos e negros, arrastando consigo uma mala rosé grande de quatro rodinhas. Danna Marlowe, com sua postura ereta e confiante, dividia o movimento agitado dos corredores do dormitório feminino como o Mar Vermelho. Seus olhos lembravam o mar em um dia de tempestade, um olhar penetrante capaz de penetrar as almas daqueles que ousavam cruzar seu caminho. Seguindo em direção ao quarto, parando em frente à porta do quarto 042, a garota de cabelos curtos abriu-a lentamente, soltando um leve suspiro de surpresa. O quarto já se encontrava ocupado por três malas e alguns objetos espalhados pelas três camas. A garota, constatando que não havia sido a primeira a chegar, adentrou o cômodo e seguiu em direção à cama vazia, ao lado direito, o posto da porta que dava para a varanda. Enquanto tirava suas coisas da mala, uma voz familiar entrou no quarto. Virando-se lentamente em direção à voz, com um sorriso no rosto, a garota de cabelos curtos viu um rosto familiar acompanhado de duas garotas, ainda desconhecidas. Um grito abafado de surpresa escapou dos lábios de uma delas, que saltitou em direção à Danna.
— Que demais! Seremos colegas de quarto novamente — disse a garota de cabelos castanhos, quase loiros. Dando gritinhos de felicidade, surpreendendo a garota de cabelos curtos em um abraço, que retribuiu de forma calorosa.
— Que notícia agradável, Lisa! — disse, desfazendo o abraço com sua colega de quarto. — Que bom que é você!
— Hanna e Ashley estão dividindo o quarto no primeiro andar este ano — sussurrou Lisa, inclinando-se para a frente.
— Isso é música para os meus ouvidos — comentou Danna, seus olhos cor de mel iluminaram-se com um brilho travesso. Direcionando seu olhar para as duas garotas atrás da colega de quarto em seguida. — E elas? Quem são?
— Essas são Eve e Chloe, nossas novas colegas de quarto. — Lisa caminhou até as duas garotas e passou seus braços em volta dos ombros de ambas.
— Oi! Sou Chloe! — acenou, sorrindo, animada.
— Eu sou Eve. É um prazer conhecê-la! — Eve sorriu timidamente.
— Eu sou a Danna! — Sentou-se em sua cama e cruzou as pernas, inclinando-se para trás. — Tenho certeza que vamos nos divertir bastante este ano. — Tombou sua cabeça para o lado, sorrindo de canto.
Ao mesmo tempo, seguindo pelos corredores do dormitório masculino, dois jovens, cada um carregando uma mala — uma preta, outra bege — caminhavam em direção ao quarto 021. Christian, com seus cabelos levemente despenteados e um sorriso charmoso, arrastava sua mala preta enquanto conversava animadamente com Joshua. Este, por sua vez, sorria de canto de boca, puxava sua mala bege e ouvia atentamente enquanto balançava a cabeça em concordância e com risadas. A cada passo que os dois davam, a agitação que os acompanhava pelos corredores do segundo andar aumentava a cada instante, enquanto sussurros e olhares curiosos acompanhavam a dupla por todo o ambiente. Ao adentrarem o 021, Christian Dankworth e Joshua Cunningham se depararam com duas figuras concentradas jogando videogame. Os olhos dos garotos, antes fixos na tela brilhante, se desviaram para a porta com uma rapidez surpreendente.
— Oi, pessoal, eu sou Joshua! — o garoto de cabelos castanhos disse.
— E aí, eu sou Christian. Vocês devem ser os alunos novos! — cumprimentou-os com um aceno de mão.
— Oi, é! Seremos seus colegas de quarto — disse o garoto ruivo de óculos. — Eu sou Ben, e esse aqui é o Ethan — apontou para o garoto ao seu lado, que acenou com a cabeça. — Somos do primeiro e do segundo ano, respectivamente.
— É um prazer conhecer vocês — Joshua disse, sorrindo, simpático. — Espero que possam se adaptar bem por aqui. — Virou-se lentamente em direção à sua cama.
— Mas já adianto, não será nada fácil — o garoto de cabelos levemente despenteados disse, sorrindo de canto. Ele cruzou os braços e os observou com um olhar enigmático, colocando os dois garotos em uma situação desafiadora, para ver como eles reagiriam. O garoto de óculos, soltando um leve suspiro de irritação, esboçou um sorriso amarelo, tentando parecer amigável, enquanto o garoto de cabelos pretos, com a aparência mais séria, franziu o cenho.
— O que quer dizer com isso? — o garoto, cujo nome era Ethan, perguntou.
— Não liga pra ele. Chris só gosta de causar um suspense. — Joshua se deitou na cama, observando o teto.
— E você adora cortar o meu barato, não é, Josh? — Christian resmungou, seguindo para sua cama. O garoto deu uma risada baixa.
Enquanto isso, do quarto 028 do outro lado do corredor, Thomas Hawthorne, já acomodado em seu quarto com outros três colegas, terminava de organizar suas coisas e objetos no seu lado do cômodo, lugar onde ele passaria os próximos meses. Enquanto organizava sua coleção de quadrinhos, seu olhar caiu sobre a edição limitada de Os Vingadores que havia ganhado de Samya em seu aniversário de 10 anos. Um suspiro escapou de seus lábios quando pensou na garota, a mesma que ele amava secretamente desde os oito anos. A capa um pouco desgastada e as páginas amareladas pelo tempo contavam a história de uma amizade que havia crescido junto com eles. O garoto lembrou-se da tarde em que haviam passado horas discutindo sobre qual Vingador era o mais poderoso, e de como Samya, apesar de adorar o Homem de Ferro, havia defendido o Capitão América com tanta paixão que o fez rir.
Ao virar-se para admirar a vista que vinha da varanda, o loiro observou um vasto campo verde que se estendia até onde a vista alcançava, com árvores, flores e plantas de várias espécies espalhadas estrategicamente e um pequeno lago cintilando ao longe. Com um sorriso nos lábios, Thomas aproximou-se da varanda, sentindo o vento fresco e gélido atingir seu rosto. Ao olhar mais atentamente para o campo, avistou uma figura familiar se aproximando do lago com Brenda Ortega ao seu lado, destacando-se em meio aos outros alunos. Seus olhos se arregalaram de surpresa, e um sorriso tímido se formou em seus lábios. Após anos, meses e dias ruminando sobre seus sentimentos, Joshua finalmente decidiu que precisava agir. Um novo dia estava começando, e com ele, novas possibilidades.
Nos corredores do terceiro andar, antes silenciosos, mas que agora pulsavam com uma energia juvenil, Louis, o rapaz do quarto 031, e Johnny, do 038, que chamavam atenção por onde passavam, colidiram quase que propositalmente, chamando atenção de todo o andar. Os dois encararam-se por um longo tempo em um impasse silencioso. Um deles, com um brilho travesso nos olhos, exibia um sorriso brincalhão dançando nos lábios, enquanto o outro, com um sorriso desafiador, inclinou a cabeça para o lado e descansou a bochecha na palma da mão, um sinal deliberado que dizia "medroso!". A tensão no ar era tão palpável que poderia ser cortada até mesmo por uma tesoura.
— Parece que alguém está com a cabeça nas nuvens — sorriu, divertido. — Ou será que está pensando em alguém especial? — comentou de forma irônica, com um brilho de diversão nos olhos.
— E você, Ashford, tão previsível. Sempre tentando me provocar — ele disse, o sorriso desafiador se ampliando enquanto se aproximava. A tensão no ar era palpável, e os outros alunos, apreensivos, observavam a cena em silêncio. Um confronto parecia iminente. No entanto, uma gargalhada alta irrompeu pelos corredores, quebrando o clima. Confusos, todos se entreolharam, tentando decifrar o motivo daquela reação. O que seria tão engraçado?
— Caramba, essa doeu pra valer. Você podia ter pegado mais leve, cara — o garoto de cabelos castanhos escuros disse, massageando levemente seu ombro esquerdo. Johnny, percebendo a reação do amigo, não conseguiu conter um sorriso.
— Você é tão dramático, Lou — revirou os olhos, ainda com um sorriso nos lábios. — Mas você tem que admitir, é bom ter alguém para trocar essas farpas de vez em quando. — O amigo concordou, abrindo um sorriso enorme.
— A vida seria muito chata sem um pouco de emoção, meu caro amigo — o garoto de cabelos castanhos disse. Em seguida, ambos seguiram para seus respectivos quartos.
A tensão que antes tomava conta do ambiente havia se dissipado, e agora era substituída por um misto de alívio e irritação.



Continua...


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Johnny: 0%
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Nota da autora: Senti a necessidade de reescrever e acrescentar algumas coisas que faltaram no prólogo e no capítulo 01, não mudou muita coisa, claro, mas espero que todos vocês gostem e deem muito amor a ela. Os próximos capítulos estão prontinhos, então não vai demorar muito para entrar em órbita no site.
(ps: caso queira dar sua sugestão ou alguma ideia para história, me segue no insta: @vegaautora ou no bluesky: @itwascheol. Vou adorar te ver lá.)

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