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Codificada por: Cleópatra

Finalizada em: 22/07/2024
As cores que moldaram a paisagem da capital das flores em Wano eram vibrantes, exageradas para cobrir a imundice e o sofrimento daqueles que sobreviviam de restos, intensas para camuflar o cenário cinza que se erguia sobre a morte. Uma nação onde a ignorância se tornou uma arma contra o medo e a mentira uma companhia diária.

Não precisava de muito para enxergar a desigualdade e injustiça, nos cantos mais escuros da cidade pedintes se juntavam para conseguir qualquer dinheiro. Palavras que fossem mal interpretadas pelos oficiais de Kaidou ou Orochi eram sujeitas a punição mesmo sem motivos eles, que se julgavam a justiça, açoitavam pessoas ao ar livre para que todos vissem e tomassem como lição.

Mesmo sendo uma pirata e ter visto muitas coisas ruins ao longo dos anos viajando com os Piratas do Coração e o que acontecia em Wano não se comparava a nenhuma delas. Isto é, acreditando que a história que Kin’emon contou fosse a verdade, sobre o golpe e o salto de vinte anos no futuro.

sendo a segunda usuária de uma fruta do diabo na tripulação dos piratas do coração, foi colocada em uma posição relativamente importante, talvez no mesmo nível das tarefas entregues ao restante dos chapéus de palha, avisar aliados e conseguir informações. Por esse motivo, seguindo a sugestão do samurai, agora estava trabalhando numa casa de chá na capital, com tantas pessoas entrando e saindo diariamente, a garota ouvia todo tipo de coisa.

Zoro, Usopp e Robin estavam por perto, mas o restante dos seus companheiros estavam realizando outras funções, ela nem mesmo tinha certeza do que seu capitão Trafalgar Law estava fazendo.

Algumas semanas se passaram desde a chegada ao país e particularmente sabia que não contribuíra muito. Foi sobre isso que comentou com o cirurgião da morte quando o encontrou numa madrugada sombria. A névoa fina que tomava as ruas se tornou densa o suficiente para esconder das figuras que se esgueiravam secretamente nela, a habilidade de ocultar pessoas e objetos dentro do seu manto branco eram bem vantajosas para uma espiã. Ou algo próximo disso.

— Não canso de dizer que essas roupas ficam ótimas em você -chan.

— Bondade sua Sachi — respondeu alisando as próprias vestes — Mas não nego que seja no mínimo confortável. Sem ofensa capitão.

-ya — o tom de aviso do capitão fez com que a conversa extra morresse logo — Não temos muito tempo, como estão as coisas?

— Não muito diferente da última vez, capitão, preciso ser sincera. — a garota arrumou alguns fios de cabelo que pareciam querer escapar do penteado tradicional — Não vi muitos dos rebeldes andando por aqui.

parou de falar por um segundo quando ouviu passos se aproximando, da cortina de neblina um dos capangas em Orochi apareceu. Law ergueu a mão para usar sua técnica, mas antes disso acontecer uma nuvem envolveu o sujeito.

— Nahasi — o comando foi um sopro sibilante, os olhos do homem ficaram turvos e logo ele deu dois passos para trás antes de se virar e ir embora; confuso sobre suas próprias ações; não se lembrando do que viu e completamente atordoado.

— Estamos a salvo por enquanto.

— Sua fruta da névoa é bem útil .

— Em ocasiões como essa, sim. — sorriu para o companheiro de tripulação antes de se voltar para Law e continuar a falar — A casa não serve apenas chá, existe uma sala nos fundos onde apenas algumas pessoas têm permissão para entrar.

— Suspeito que os oficiais de Kaidou e Orochi se reúnam lá para jogos de apostas. A dona ainda não confia muito em mim para mudar o meu local, mas darei o meu jeito.

— Certo, não force demais se parecer perigoso ou se levantar suspeitas -ya. Voltamos a nos encontrar em alguns dias.

—Aye Aye Capitão — a garota se virou ajeitando as vestes ao redor dos ombros e escondendo a própria figura no ar frio — Seguro a névoa até vocês saírem em segurança.

— Fique a salvo .

— Vocês também.

Dito isso, a reunião de uma parcela pequena da Aliança Ninja-Pirata-Mink-Samurai se deu por finalizada. Com um pouco de persuasão, e talvez um sopro de confusão, a dona do estabelecimento a deixou usar um dos quartos por um preço adequado ao seu salário.

Era um cubículo com nada além de uma pequena cômoda com espelho e futon, simples, mas o suficiente para uma missão de infiltração. Tinha algo de emocionante em fazer parte de uma operação tão importante, a princípio seu capitão deixou a tripulação visando destronar o antigo rei de Dressrosa na esperança de enfurecer Kaidou de tal maneira que ele mesmo acabaria com o shichibukai Donquixote Doflamingo. Entretanto, Law retornou com uma aliança com os chapéus de palha e algo muito mais complexo nas mãos.

Nos dias seguintes, continuou a fazer o seu papel, servindo as pessoas atuando quase como uma garçonete. Vez ou outra ouvia uma conversa interessante, mas sabia que só conseguiria algo de fato importante quando tivesse acesso à casa secundária.

— Sirva na mesa cinco, depois volte para levar dangos para a mesa sete — uma das moças mais experientes disse. — E arrume a sua postura.

— Claro — o sorriso em seu rosto era claramente falso, odiava receber ordens assim. Kin’emon pediu para evitarem qualquer tipo de confusão. dançou dentre as mesas elegantemente levando os pedidos e cumprimentando as pessoas que já a conheciam.

Já era de um conhecimento geral que a beleza cativante da nova funcionária encontrara um caminho para o coração dos clientes mais fiéis, a ponto de solicitarem para ser atendidos por ela. Havia uma certa fama crescendo por ali o que algumas vezes poderia direcionar para algumas investidas mais agressivas. Sendo uma criança do mar e tendo crescido em meio um ambiente certamente hostil, já estava acostumada com certas atitudes, principalmente de homens. Contudo, uma pequena dose de confusão e rapidamente eles a deixavam em paz

Naquele fim de tarde quando alguns dos capangas de Orochi visitaram a casa de chá soube que eles trariam problemas. Eram brutamontes barulhentos — Ei velha, queremos ser servidos pela novata.

O dinheiro jogado sobre a mesa foi mais que o suficiente para que eu de repente fosse colocada à completa disposição dos homens. A dada hora, depois de já ter o servido com muito mais do que apenas chá, um deles tentou a tomar pelo braço e puxar para seu colo.

— Vamos lá gracinha, uma casa de chá medíocre como essa não é lugar para alguém como você. Posso te dar tudo o que quiser, joias, comida à vontade e toda seda que desejar.

— Eu receio que devo rejeitar sua oferta — colocou uma mão na mesa usando de apoio — Já jurei minha vida a um homem.

Não era uma mentira completa, afinal como um membro da tripulação do cirurgião da morte faria de tudo para proteger seu capitão sem necessariamente ter sentimentos românticos por ele.

— Diga quem é ele e terei prazer em o tirar do seu caminho.

A usuária da névoa estava pronta para usar uma parcela de seus poderes naquele poço de inconveniência quando um tumulto começou do lado de fora do estabelecimento. A maioria dos clientes correu para a rua, inclusive os capangas, desesperados para provar alguma dominância e força bruta.

Segurando a bandeja contra o corpo ela mesmo seguiu não tendo uma boa sensação sobre a causa daquela confusão. Bastou um pequeno lampejo de cabelo esverdeado para que tomasse uma decisão.

Sua habilidade serpenteou entre as pernas dos envolvidos como vinhas se estendendo a todas as pessoas que estavam por perto olhando a cena. Ela mesmo correu entre eles se lançando contra o corpo do espadachim.

Zoro não reagiu imediatamente, pois não sentiu nenhum mal vindo daquele movimento, mas de repente ter uma garota agarrada às suas vestes também não era comum. Olhou para baixo para se deparar com uma feição levemente conhecida.

— Você… É do bando do Trao.

— Sugiro que você me ajude, caso contrário nós dois teremos problemas.

Roronoa Zoro apareceu até que num momento conveniente, ele fez uma expressão de desgosto e desviou os olhos de . A névoa se desfez clareando a mente das pessoas e quando voltaram aos seus sentidos tudo que viram foi uma mulher que desesperadamente se agarrava a um homem.

— Querido, por favor pare!

O choque daquelas pessoas não se comparava em nada com a de Zoro, o que aquela garota estava fazendo?! Seus olhos estavam marejados, as bochechas coradas e os lábios comprimidos em uma linha fina, dedos entrelaçados com seu kimono mantendo o corpo perto.

— Eu disse para não vir atrás de mim — então num movimento a garota se virou como se estivesse o protegendo, podia sentir o calor irradiando do homem enquanto suas costas batiam contra o tórax dele. — Por favor não façam nada com ele.

O espadachim pensou em retrucar, mas viu os oficiais de Kaidou os observarem de perto.

— Desculpe senhora, esse homem não pode controlar. — se virou para a dona de casa de chá com a voz trêmula, algumas lágrimas caindo brilhantes como pérolas no chão. — Ele está loucamente apaixonado por mim.

— Oe mulher, o que você…

colocou a mão sobre a boca de Zoro quando ele tentou falar — Não diga mais nada.

Ela poderia estar enganando a todos ali, mas o espadachim viu quando encarou suas íris um pedido claro para que ele não fizesse nada. Um aviso para continuar com a farsa.

— Então esse é o homem que tem seu coração — a mulher observou o oficial inconveniente tomar a ponta da multidão — Me poupou muito trabalho, podemos acabar com isso agora, basta você me entregar essa belezinha.

O falso ronin não gostou nada do jeito que aquele cara falou e mesmo não tendo nenhuma ligação com a mulher colocou a mão sobre seu ombro a passando para trás e usando seu próprio corpo másculo como proteção. Algumas das mulheres ali por perto soltaram gritos animados já que a cena parecia ter saído direto de um drama.

— Acho melhor não.

teve que segurar o riso, será que o chapéu de palha algum dia teve um romance? Aquela frase foi bem longe de ser algo proferido por um homem apaixonado, mas de alguma forma estranha fez as mulheres ali perto se derreterem ainda mais. Olhando por cima do ombro dele viu que o oficial estava visivelmente irritado, aproveitou a situação para passar os braços pela cintura do esverdeado e deixar o panaca autoritário ainda mais possesso.

Zoro ficou tenso e reparou nisso quando os músculos em suas costas se contraíram ao seu toque. Seus ombros eram robustos e suas vestes cheiravam a saquê e aço.

— Então está bem — ele ergueu as mãos de maneira exagerada, sacando da espada.

Isso era ruim é exatamente o tipo de coisa que Kin’emon pediu para que não fizessem, então pensou na estratégia mais imbecil que existia, mas se tratando de um pirata imbecil também daria certo.

— Querido, sua especialidade é espadas, não é? Que bom se fossem jogos não teria nenhuma chance!

Imediatamente o oficial apontou para a segunda casa, a que ficava nos fundos, com a ponta da lâmina. Uma atitude sem vergonha e malandra — Resolveremos isso lá dentro. Você, quero que me sirva, quero que esteja presente quando virar minha propriedade.

— Mas o meu trabalho… — olhou para a dona da casa de chá, ela balançou a mão.

— Faça o que ele diz.

Sem um segundo pensamento, o grupo se dirigiu para os fundos, de alguma maneira aquilo dera certo. No caminho tomou a mão de Zoro apenas para a já conhecida névoa subir por seu braço.

— Não se preocupe, é minha habilidade — disse — Assim ninguém descobrirá o que estamos falando.

— Tsc, o que pensa que está fazendo?

— Estou tentando entrar naquela sala já a algum tempo, se conseguir se livrar desse idiota ficarei com uma dívida com você. — virou a cabeça para o olhar o homem — Foi como se o destino trouxesse você aqui..

— Não diga besteiras. — Zoro virou a cabeça na esperança de esconder o rosto.

— disse rindo um pouco — É como pode me chamar, não acho que chegamos a conversar. Nem mesmo em Zou.

— Que seja, por que quer tanto entrar nesse lugar?

— A maioria dos oficiais de Kaidou e Orochi se reúnem aqui, você já deve ter percebido como eles gostam de ficar abrindo a boca para se mostrar. É um bom lugar para conseguir informações. — E continuou — Preciso saber mais sobre a fazenda, para manter os aliados alimentados.

Zoro se lembrava vagamente de uma conversa como essa acontecendo nos dias seguintes à sua chegada, mas não sabia que a missão estava com uma mulher da tripulação de Trao. parecia estar bem ciente da sua posição e esse dito poder que tinha servia bem ao propósito.

— É bem conveniente esse poder seu.

A mulher riu e se aproximou, como se o homem tivesse dito algo que apenas amantes compartilham. — Acredite ou não, você é a segunda pessoa que me diz isso em menos de um dia.

Estavam para entrar na sala quando ela soltou sua mão, a feição voltando a se tornar triste, com um pesar imenso pela possibilidade de perder o amor de sua vida. — Por favor, me dê alguns minutos para me despedir. Já não tenho certeza do destino que nos envolve.

— Nem mesmo ela acredita em você, ronin — o oficial gargalhou com deboche — Pois bem! Diga seu adeus, pois depois dessa noite nunca mais vão se encontrar.

Para Zoro o poder de persuasão daquela mulher parecia ainda mais perigoso do que sua akuma no mi.

Quando eles ficaram sozinhos, sorriu abertamente. — Isso é bom demais para ser verdade, provavelmente é um jogo de dados. Escolha par ou ímpar e aposte, manipularei os resultados para que você perca no início.

O homem de cabelos esverdeados fez uma careta — Não gosto da ideia.

— Ele precisa ganhar no começo para ganhar confiança e abrir a boca.

— De você manipular o jogo — respondeu — Não preciso disso.

Sem mais nenhum espaço de tempo para que concluísse a estratégia, ele entrou na sala, nem sabia o restante do plano dela! Como ele simplesmente entra sem saber o que precisa fazer?

Soube por Law que o capitão dos chapéus de palha tinha certa aversão por seguir planos, mas não imaginou que se estendesse até os tripulantes. Respirando fundo ela tomou coragem e entrou na sala, claro que logo já teve que tomar o lado dos oficiais.

A mesa era longa e mais pessoas pareciam se juntar para jogar também, embora a aposta em cima da mulher tivesse valendo apenas entre os dois homens. A partida era simples, a aposta era feita, os dados rolados e o resultado exposto.

— Você, sirva saquê o melhor que a casa tiver e traga comidas!

Já era um bom começo para que ficassem bêbados, tinha mais duas atendentes ajudando a servir os homens ali devido à quantidade e os pedidos feitos com frequência praticamente um sobre o outro.

serviu saquê aos jogadores, mas quando tentou se afastar para ouvir o que as pessoas falavam na sala, o oficial o chamou e segurou seu braço, forçando com que ela abaixasse ao seu lado.

— Você é o prêmio principal, aonde pensa que vai? — a mulher foi obrigada a se sentar.

Não estava em seus planos ficar parada como uma boneca ao lado deles, afinal estava ali para galgar informações relevantes. Inconscientemente acabou por fazer uma careta e imediatamente o oficial pegou seu rosto entre as mãos apertando suas bochechas com força.

— Vai assistir enquanto ganho meus direitos sobre você com um sorriso, não vai? — o rosto asqueroso do oficial se aproximou do seu — E vai agradecer quando eu te livrar desse fardo não vai?

— Oe — Zoro chamou, sua aura emanando de uma maneira violenta. A mão estava sobre a empunhadura da katana pronto para atacar, tinha algo de ameaçador em sua postura que fez com que o oficial a soltasse de vez.

— Acabaremos logo com isso, ao final da noite vou ter sua cabeça numa bandeja ronin.

olhou para Zoro em agradecimento pelo gesto anterior, com o disfarce não poderia fazer muita coisa, mas em outra situação ela mesma teria cortado o braço do infeliz fora.

Abaixou a cabeça tentando se concentrar nas palavras que eram ditas de maneira aleatória pela sala, da mesma maneira feita com ela anteriormente. Promessas e mais promessas caso aceitassem se tornar suas.

— Sabe a fazenda-paraíso, tem todo tipo de coisa lá. É particular do Lorde Orochi fica bem em cima da sepultura do antigo clã Kozuki.

— Cidade de Bakura recebe bastante coisa deles.

— Toda semana é transportado uma enorme quantidade de comida.

Até aí já eram informações que a aliança já sabia, visto que estavam instalados nas ruínas do castelo localizadas ao sopé daquela mesma montanha. Precisava de algo a mais.

Olhou para a frente e quase engasgou, não prestou atenção no jogo então se surpreendeu ao ver que Zoro já estava quase sem fichas de aposta. Mas ele parecia bem tranquilo em relação a isso.

O oficial gargalhou — É a sua última chance, observem bem enquanto esse homem inútil não consegue nem proteger sua mulher. Eu o grande Iscan chefe de suprimentos do Lorde Orochi sempre consigo o que quero!

Com vigor ele bateu o punho na mesa e foi nesse momento que a mulher algo escapando para fora de seu bolso, os outros panacas que estavam assistindo aquela disputa gritavam seu nome como se fosse grande coisa.

— Já pode se despedir — disse jogando um dos braços por cima dos ombros de a trazendo para perto.

Tendo conseguido o que era necessário, a integrante dos piratas do coração balançou a cabeça mirando o rosto do espadachim logo em seguida.

— Eu confio nele — disse com queixo erguido e postura reta — Mesmo que perca, meu coração nunca será algo que você terá.

Essa fala de desafio fez com que Iscan, farto das falas desinteressadas de virasse a mesa de jogos num ato de fúria. A mulher não se mexeu e a mesa jogada em direção de Zoro num piscar de olhos foi dividida em duas. Como numa cena em câmera lenta os dados que ainda não chegaram até o chão foram pegos no ar e o copo bateu com força no chão.

— Par — disse o espadachim sem se abalar.

— Mesmo depois disso quer jogar? Você é realmente algo ronin, pois bem! Aposto tudo no ímpar, mas se perder terá que pagar com sua vida.

A usuária da fruta da névoa, não precisava de muito para saber o resultado e assim que o copo se ergueu relevando a soma par dos dados os soldados desleais se prepararam para atacar. rapidamente tirou das vestes uma lâmina tanto atacando o primeiro que se aproximou de suas costas.

— Finalmente, estava farta de fingir ser uma criada — o cadáver caiu aos seus pés vertendo vermelho — Afinal sou uma pirata.

sabia que aquilo era exatamente o que Kin’emon pediu para que não fizessem, mas com sua habilidade poderia encobrir uma boa parte daquela confusão. Criar memórias falsas e nebulosas.

Zoro estava lutando contra Iscan, ou melhor, o oficial tentava fazer algo. Sem muito sucesso, não tomou muito tempo do membro dos chapéus de palha, logo ele já estava jogado pelo chão também não passando de um cadáver.

— Ah, mas você fez uma bagunça hein — comentou .

— Geh! Olha só quem fala, e foi você que me arrastou para isso mulher!

Ela se abaixou para revistar os corpos — Um mero detalhe, bem que o Law falou que vocês são… Peculiares.

Imaginou o que seu capitão passou em companhia de pessoas com certo desprezo pelos planos. Até chegou a sentir pena, mas não teve muito tempo para desenvolver o pensamento sentiu alguém se aproximando.

— Precisamos fugir! Consegue fazer uma saída?

— É claro que sim, o que pensa que eu sou? — três cortes rápidos e eles tinham uma saída.

— Me siga! — A mulher tirou os sapatos de madeira que odiava e se pôs a correr, tinha certo conhecimento dos subúrbios e sabia ser difícil as pessoas comuns saberem andar por ali. Fazendo do lugar uma boa rota de fuga.

— Onde está indo seu panaca, voltará para cidade se continuar por aí! — avisou a Zoro que por algum motivo desconhecido correu para um lado completamente diferente do seu.

A névoa circulava por todo o prédio ajudando na camuflagem, para trás ficaram apenas os gritos. A dupla apenas parou de correr quando chegaram ao rio já quase na saída da capital, se apoiou nos próprios joelhos buscando por fôlego.

— Acredito que estamos a salvo — comentou respirando fundo — Minha habilidade vai deixá-los confusos o suficiente para evitar que nos sigam. Desse jeito, Kin’emon não ficará chateado pela confusão.

— O que é a sua fruta afinal das contas? — Zoro questionou abrindo uma garrafa de saquê e virando na boca enquanto tomava fôlego.

— Kiri-kiri no mi, a fruta da névoa. É boa para espionagem e causa confusão na mente das pessoas — respondeu — Espera da onde você tirou essa garrafa?

— Estava na sala de jogos, não podia deixar lá — ele passou a manga do kimono na boca — É um bom saquê.

riu alto — Bem, de qualquer forma obrigada — ela ergueu um papel, o mesmo que escorregou para fora do bolso de Iscan.

— Agora podemos manter a aliança alimentados sem precisar correr muito perigo, minha missão está terminada. Até que você não é tão ruim assim espadachim.

— O que vai fazer agora? — Zoro fez uma careta por conta de seu comentário anterior.

— Voltar para o antigo castelo Oden com a informação que consegui. — então de maneira teatral ela colocou a mão sobre o coração — Me desculpe, mas nosso falso romance terá que acabar por aqui Zorojuro, o ronin.

Riu se aproximando do homem — Mas talvez possamos brindar juntos depois que tudo acabar, Roronoa Zoro do bando do Chapéu de Palha.

A mulher segurou em seu kimono o puxando com certa força para poder agradecer, Zoro se surpreendeu com a ação, mas acabou esquecendo momentaneamente do que estava acontecendo quando lábios femininos e macios se encontraram com os seus. tinha um gosto forte, porém fresco. Viciante de uma maneira que o pirata não teve outra opção além de buscar por mais, era um sabor viciante que combinado com o corpo quente colado ao seu se tornava único.

A tripulante dos piratas do coração se afastou passando a língua pelos lábios num riso — Tem razão, é um bom saquê.

Então sua imagem desapareceu no ar, como a mesma névoa que fazia parte da sua habilidade, deixando na mente do homem a dúvida: acontecera realmente ou fora apenas uma memória plantada?

Grunhiu e sentiu o rosto esquentar enquanto bebia o resto da bebida roubada, embora o sabor não conseguisse lavar de seus lábios o gosto suave que pensou ser de . Era um aliado e queria ajudar seu capitão a acabar com Kaido, mas de repente se sentiu animado pela comemoração que viria depois de sua vitória.

Mal podia esperar para provar de de novo, quem sabe dessa vez por completo.




Fim.


Nota da autora: Obrigada por ler até aqui!
Até mais, Xx!!

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