Revisada por: Saturno 🪐
Última Atualização: 28/02/2025.E, apesar de no início de sua vida estudantil esse ser o seu primeiro e mais almejado plano, agora deixar Durmstrang não lhe agradava. Tinha seu time de quadribol, os professores de quem gostava e amigos. Mais que isso, tinha seu melhor amigo ali, e a ideia de começar em um novo lugar, apesar de nada assustadora para a jovem Malfoy, não era de seu agrado de todo modo. Porque durante 4 longos anos Durmstrang foi seu lar.
Sabia que não devia questionar os planos de Voldemort, porque não era aquilo que uma Malfoy deveria fazer, mas ainda assim alterou o tom de voz ao falar com o milorde quando pela primeira vez o encontrou naquela forma nojenta. E como já havia sido avisada, foi punida por sua insolência.
Estava em seu dormitório, aproveitando um pouco mais de sua cama quente no castelo sempre tão gelado, quando ouviu barulhos na janela, e quando direcionou seu olhar para lá, encontrou ali Penny, sua coruja.
Se levantou depressa, abrindo a armação de madeira e vidro, sentindo então o vento fresco adentrar o local junto à coruja, que, como de costume, parecia mal-humorada.
— Tem algo para mim? — questionou, vendo o pequeno pedaço de pergaminho que carregava no bico. A coruja o soltou, porém ainda o protegia. sabia o que fazer.
Abriu a gaveta na mesa de cabeceira e dali tirou um biscoito do pacote, o estendendo para a ave, que depressa se aproximou, o tomando para si e alçando voo até estar no encosto da poltrona que ali havia.
pegou sobre a cama o bilhete que carregava, um recado daquele que um dia não imaginou chamar de amigo, mas que agora não conseguia ver de outro modo. Viktor Krum.
Já que vai me abandonar antes da minha formatura, sua ingrata, então vamos fazer essa despedida direito. Hoje temos a festa de Carnaval do intercambista do sexto ano, o time de quadribol está nos convidando e nós vamos. Depois tenho uma surpresa. Te espero na porta do seu dormitório, às dez.
PS: você precisa ensinar sua coruja a parar de bicar.
riu sozinha. Penny tinha uma implicância especial com Krum. Não porque não gostava dele, mas, assim como o búlgaro e a sua dona, implicância fazia parte da relação entre a coruja e o bruxo.
Afinal, Krum era um bom amigo para a , mas parte importante da amizade dos dois se tratava das implicâncias sem fim entre eles.
usava as vestes leves e brilhantes enquanto percorria os corredores do instituto. Pela janela, era possível ver que lá fora já não havia neve, a temperatura estava amena e, apesar da chuva fina, o clima permanecia agradável fora do castelo.
Bem diferente de quando chegou ao instituto, afinal, a paisagem era tão branca no dia em que foi transferida para o lugar.
Ela se lembrava bem de como havia se sentido. De como não queria estar ali por completo. Que por mais que quisesse seguir o pedido de sua mãe, Hogwarts ainda ganharia.
Mas agora sabia que sentiria falta de tudo.
Depois dos seus primeiros dias de desentendimentos com Krum e do acidente no jogo de quadribol, as coisas haviam se colocado nos eixos.
Ela e Krum ainda tiveram seus desentendimentos, porém, pouco a pouco, eles se tornaram uma forma de carinho entre ambos, e, quando notaram, já eram inseparáveis, o sobrenome Krum sempre era inconscientemente ligado ao sobrenome Malfoy por todos da escola, e quando se tratava de quadribol, eram a dupla dos sonhos. não havia persistido na ideia de ser apanhadora, acabou se conectando com sua mentira e tomando o lugar de artilheira. Haviam murmurinhos por aí de que Malfoy poderia se tornar a mais jovem bruxa a competir em uma copa mundial de quadribol, representando a Inglaterra. Porém, os planos de Voldemort mudavam as coisas.
— Eileen! — a voz já conhecida chamou e o tom grave ecoou pelo corredor vazio antes que alcançasse a porta onde a festa acontecia.
— Fale baixo, búlgaro — ela pediu, entre um riso baixo, ao que apertava o passo. — Por favor, não diga que encheu a cara com aquela coisa que Thomas ousa chamar de destilado. — Krum riu, abraçando a amiga assim que ela o alcançou. Não se viam desde o dia anterior, quando Krum tomou algum tempo para digerir que sua melhor amiga não estaria ali no ano seguinte. E também para tentar entender os sentimentos confusos que aquela revelação havia trazido.
Ele se sentia triste, de fato, mas havia também algo dentro de si que se revirava com a ideia de o deixando e talvez conhecendo outra pessoa. Outra pessoa que tomasse seu lugar.
E, além disso, o que sentia pela garota parecia ainda mais confuso depois de algo que Hawley havia lhe dito na noite anterior.
“É normal que se sinta assim. Eu também me sentiria se a garota de quem gosto fosse embora.”
Essas foram as exatas palavras que tiraram o sono de Krum por longas horas. Porque ele não gostava de . De fato, tinha muito carinho por ela e eram ótimos amigos, mas não gostava dela. Mas se não gostava, por que aquilo continuava lhe batucando a cabeça até aquele momento, enquanto abraçava o corpo pequeno junto a si?
— Eu não perdi completamente o juízo. — A jovem bruxa gargalhou, e Krum apenas a acompanhou, enquanto a afastava brevemente para guiá-la sala adentro.
Ali uma pequena aglomeração de jovens bruxos se encontrava. Uma música que não fazia ideia de quem cantava tocava alta, e definitivamente quem havia executado o feitiço para deixar o local à prova de som havia o feito com maestria.
Por todos os lados, a decoração não deixava a desejar. Os alunos transitavam de um lado para o outro com copos de bebidas em mãos, e a jovem Malfoy duvidava que fosse suco de abóbora.
— Bruce estava perguntando por você. De novo — Krum soltou, rindo um pouco, mesmo antes da expressão de Malfoy se fechar. Um dos braços de Krum se encontrava sobre o ombro da garota, a mantendo perto de si para que não fosse atropelada por ninguém.
— Por Merlim! Ele é bonito e tudo, mas eu já disse que não quero nada com ele. Garoto grudento. — Ela fez uma careta que fez o mais velho rir.
— Eu também sou grudento e você não reclama. — Jogou sem sequer perceber que poderia parecer que estava insinuando algo.
— Eu aprendi a te suportar, porque somos amigos. — revidou, sem grandes pensamentos.
Caminharam juntos até uma mesa decorada com confetes coloridos, onde tortinhas de abóbora cintilantes os aguardavam. tomou a liberdade para pegar uma para cada, e Krum piscou em agradecimento enquanto mordiscava a dele.
A princípio, ficaram parados, apenas observando a multidão e conversando com quem vez ou outra vinha lhes dirigir a palavra, mas, na maior parte do tempo, conversavam entre si, rindo de bobagens ou dando um jeito de pregar uma peça em alguém, mas, pouco tempo depois, se renderam às batidas da música do lugar.
— Então… — Krum começou, assim que ele e a jovem Malfoy se encostaram em uma parede para descansar depois de pularem ao som de uma música que sequer conheciam. — Você vai para Hogwarts.
— É o que parece. — O tom sarcástico e com certo deboche sempre tão característico de Eileen o fez rir.
— Sabe que Harry Potter estuda lá? — questionou, e deu de ombros.
— Sei, mas pouco me importa. Deve ser só outro garoto babaca. Nada de novo sob o sol. — Krum riu um pouco.
— Então posso ficar tranquilo quanto a ser trocado pelo garoto que sobreviveu, hm? — riu. Gargalhou, porque aquilo lhe parecia uma piada. Mas assim que encontrou o rosto de Krum, ela soube. Porque apesar de ele rir, seus olhos carregavam uma preocupação genuína que ele nunca saberia esconder. Não dela.
— Está falando sério? Tem medo de ser trocado por Harry Potter? — Krum deu de ombros, e revirou os olhos. — Ah, tenha dó! Os anos que passei suportando você não te provaram nada, seu búlgaro coração mole? — questionou, o vendo rir um pouco mais com verdade. — Eu não estou nem aí para o Potter, ou para qualquer outro naquele lugar. Somos amigos e isso não vai mudar. — Ela se permitiu deixar a feição emburrada para sorrir um pouco. — Era só o que me faltava. Um bruxo desse tamanho com esse tipo de inseguranças. Tenha dó. — Tornou a debochar.
— Vai zombar de mim o resto da vida por isso, não é? — Krum questionou, e riu. Uma risada reconfortante, de fato.
— Não tenha dúvidas.
Por um breve instante, trocaram um olhar divertido que se perdia em meio ao riso que trocavam. Krum notou o quão enganado estava ao pensar que a garota fosse uma bruxa frágil e incapaz. era, na verdade, completamente o contrário. Não apenas por ser uma das melhores alunas de Durmstrang, mas também porque, de algum modo, a garota parecia uma muralha.
Viktor sabia que havia muito que carregava, mais ainda agora que teria de mudar de escola. E, apesar de nada ter dito sobre a real razão de deixar Durmstrang, ele sabia que havia algo por trás de toda aquela história. Porque agora parecia cansada, como se o peso do mundo estivesse sobre suas costas.
— Então quer dizer que a mascote vai nos deixar? — A voz de Hawley foi ouvida, e, rindo, o encarou.
— Eu ainda não fui embora, posso muito bem te dar uma surra, Haw. — O mais velho ergueu as mãos, rindo um pouco.
— Vamos sentir sua falta por aqui, Malfoy — revelou, e apenas deu de ombros. — Mas agora coloquem isso. Você e o emotivo Krum aí estão destoando do restante da festa. — Hawley comentou, ao estender para a duas máscaras que ela julgou serem carnavalescas. De fato, todos usavam uma, inclusive Hawley.
— Azar o de vocês — ela resmungou e pegou as máscaras, colocando uma logo em seguida, e com aquilo uma nova risada foi tomada de todos.
Aquele era o humor da jovem Malfoy. Ácido, mas, a seu modo, ainda… carinhoso, se assim pode-se dizer. Krum sorriu e balançou a cabeça em negação após também colocar a máscara.
— Vamos, Eileen, a diversão vai começar agora. — Krum esticou o braço e ofereceu a mão para que a garota segurasse. A garota levantou a sobrancelha, desconfiada pelo gesto repentino, e, após alguns segundos, segurou a mão do melhor amigo.
Desconfiava do real significado de “diversão”, ainda assim, confiava o suficiente em Viktor para ignorar a sensação de que havia mais significado naquelas palavras do que pensava. Ainda assim, mesmo que soubesse que sim, havia mais naquilo do que Krum realmente falara, não ficou relutante e deixou Krum guiá-la para fora do salão. Logo em seguida, notou Hawley sorrir de canto a canto e, com um sinal de cabeça, chamar outro de seus companheiros para assim darem início a última parte da despedida da jovem Malfoy.
Fugindo dos olhares curiosos dos outros alunos, o quarteto seguiu para a Torre Proibida.
Seguiram por um corredor estreito e mais quente do que o restante do castelo. agradeceu por estar devidamente agasalhada naquele momento, caso contrário, suaria até toda a água de seu corpo evaporar. Pontos para Krum, que havia sido específico anteriormente sobre as vestimentas. Sempre atencioso. A garota pensou.
E, por um momento, por mais que tudo estivesse parecendo normal, sentia que tudo estava prestes a mudar e não sabia se estava preparada o suficiente para deixar Krum e o restante dos garotos.
Não admitiria para o lorde das trevas, mas não só havia se apegado a todos de Durmstrang, como também sentiria falta deles. Naquele momento, jurou que jamais se apegaria novamente a alguém que não fosse de sua família.
Quando chegaram à entrada da Torre Proibida, Hawley se pôs na frente e pronunciou o feitiço “Alohomora”. No mesmo instante, o cadeado e as correntes velhas que impediam a passagem para entrar no local caíram sobre o chão.
— Esse é o meu garoto — balançou a cabeça com o comentário de Thomas.
— Vamos fazer mesmo isso? Quero dizer, vocês têm certeza de que querem ir em frente com isso? — perguntou incrédula. não podia pensar em qual punição teriam por estar naquele lugar, onde o próprio nome denunciava ser “restrito”.
— Deu para amarelar agora, Eileen? — Krum provocou, e semicerrou os olhos e, sacando sua varinha, sussurrou o feitiço “Lumos” e entrou pela pequena porta.
Dessa vez, a passagem à sua frente era mais larga, ainda assim, não era nada bonita de se ver. Malfoy sorriu.
— O que estão esperando? — disse, em tom provocativo, repreendendo o comentário anterior do búlgaro. Krum balançou a cabeça, rindo, e seguiu os mesmos passos da garota. Primeiro a varinha, depois o feitiço, e então adentrou a Torre Proibida.
— Vocês esperem aqui e tentem avisar a qualquer sinal de problema — Viktor advertiu os dois garotos, que concordaram com a cabeça e marcaram posição de guardas.
Não sabiam há quanto tempo estavam caminhando, mas, pelas contas da Malfoy, já era muito. Krum ia na frente, com a varinha em mãos, iluminando o caminho, e permanecia atrás em seu encalço. Volta e meia, tinham que desviar de alguma teia de aranha, ou de pisar em falso em alguma madeira podre. A Malfoy sequer cogitou a possibilidade de algum destroço antigo cair sobre eles, era um típico local proibido. No fim, tinha uma ligeira impressão de que Krum já havia estado naquele local mais do que lhe contara e a ideia de se esquivarem por lá em uma última aventura começou a parecer maluca.
A garota balançava a cabeça, rindo.
— Vai demorar para chegarmos? Estamos caminhando há tempo demais. E o que é que tem nesse tal lugar, afinal? — perguntava manhosa, e Krum diminuiu a velocidade do passo para poder conversar com a garota.
— Não reclame tanto, Eileen. Tenho certeza que em Hogwarts ninguém vai te jogar em um lugar desses — o búlgaro brincou.
— Realmente, não. As torres de lá devem ter um cheiro bem melhor. — Krum riu.
— Você acolhe a pessoa e é isso que ganha em troca — murmurou em falso mau humor, e deu-lhe a língua. — Mas, para a sua sorte, eis que finalmente chegamos ao local!
olhou ao redor e, por um segundo, pareceu não notar nada de diferente.
Mal havia percebido o momento que chegaram a um espaço mais amplo do lugar e a Malfoy teve certeza de que aquele era o centro da torre que haviam invadido. Tudo bem que a escuridão do local e pouca iluminação que vinha de suas varinhas não ajudava muito. então apertou os olhos e vislumbrou a extensão do lugar novamente, desta vez, com atenção.
E foi quando ela o viu.
Deitado sobre o canto mais fundo da sala, estava a criatura ao vivo e em cores, como jamais vira.
— Por Merlim, Viktor, pretende me matar para não ter que ir a Hogwarts? — Soou nervosa e ao mesmo tempo brincalhona. Não sabia o que Krum tinha na cabeça, mas certamente ele sabia o que estava fazendo.
Bom, pelo menos ela torcia que sim.
Viktor sorriu e, com um acenar da varinha, fez com que todo o lugar ganhasse vida ao iluminá-lo com luzes flamejantes em castiçais fixos à parede. E foi questão de segundos para que o animal em sua frente, que até então deduziu estar dormindo, instantaneamente despertasse.
Estavam mortos, ela sabia. Mas, para surpresa ainda maior da garota, ele não os atacou.
A primeira reação do animal foi analisar seus visitantes. O olhar atento recaiu sobre Malfoy com certa curiosidade. O corpo ainda pequeno, porém, majestoso, se levantou, traçando passos cautelosos até a jovem.
— Viktor? — chamou o amigo de forma baixa e cautelosa, quando uma distância perigosa entre ela e o dragão foi estabelecida. O ar que deixava as narinas da fera era quente, como em uma lareira no inverno.
— Ele está apenas te conhecendo. Não vai fazer nada. Na verdade, é um grande bobão, não é, Wise? — O animal apenas deu mais alguns segundos de sua atenção para , antes de deixá-la como se não fosse nada, para animado esfregar seu focinho contra o peito de Krum, que riu. — É, também estou feliz em te ver, amigão. — Krum acariciou a cabeça do animal como se fosse apenas um cachorro.
Agora ela tinha certeza de que Krum era maluco.
— Ele é um dragão e você está o tratando como se fosse uma coruja. — riu ainda surpresa, e Krum deu de ombros.
— Acredite, Penny seria capaz de matar Wise se quisesse. — revirou os olhos.
Nunca havia visto um dragão tão de perto, muito menos um Dente-de-Víbora Peruano, mas precisava admitir, o animal era maravilhoso. Tinha escamas de cor cobre e algumas manchas negras em sua crista. Tinha apenas um pequeno chifre do lado direito e uma cicatriz onde o outro deveria estar.
— O que houve com ele? — Os passos de se tornaram cuidadosos à medida que se aproximava. Wise realmente não parecia nada disposto a atacá-la, pelo menos não enquanto Krum o acariciava.
— Não sei na verdade. Certa noite, eu estava voltando para o quarto e ouvi um barulho. Por conta das histórias, imaginei que pudesse ser algum tipo de poltergeist, mas quando cheguei aqui, o encontrei choramingando como um bebê. — O dragão esfregou a cabeça mais contra o peito de Krum, que sorriu. — Achei que ele fosse tentar me atacar, mas era tão dócil que acho que eu fui eu que o assustei. De todo modo, tenho cuidado dele desde então. — sorriu. Mal havia notado que agora já estava ao lado do animal. A mão hesitante pairava sobre a cabeça dele, e só quando Krum assentiu, ela baixou a mesma.
— Sabe de quem ele era? — As escamas ásperas fizeram cócegas nas mãos de , mas ela apenas manteve o carinho meio desajeitado e receoso.
— Acho que de algum professor algumas semanas antes de eu encontrá-lo. — sorriu ao barulho satisfeito que o animal soltou.
— E você nunca me trouxe aqui? Você é cheio de segredos Viktor Krum — brincou, e Krum apenas a encarou.
— Não finja que não tem os seus, Eileen.
sabia ao que ele se referia. Não havia contado a Viktor o real motivo de sua partida. E ela sabia que o amigo a conhecia o suficiente para perceber que havia algo por trás de tudo aquilo. Porém, aquele era um segredo que não podia revelar, então apenas mudou de assunto.
— Me parece que ele está aqui com algum propósito. — parou de acariciar o dragão, ao perceber uma porta escondida atrás do animal. Como se algo lhe chamasse, não pensou duas vezes até andar em direção a ela.
— Ela não abre — Krum alertou, mas estava tão hipnotizada com a porta que mal se deu conta ou compreendeu as palavras que Viktor falava. A sensação era estranha e então, algo surgiu em sua mente: poderia ser mais uma surpresa de Krum.
Já em frente à porta, pôde vislumbrar melhor seus detalhes. Parecia ser feita de um material não usual daquelas que ela conhecia, na verdade, sua cor lembrava muito uma pedra preciosa. Era como se a porta fosse inteiramente feita de quartzo escuro. Mas, o que realmente lhe chamou atenção foram os símbolos contidos nela.
A Malfoy não os conhecia, mas estranhamente sabia o que diziam e como os pronunciar. E foi o que ela fez. Símbolo a símbolo, letra por letra, formando a singela palavra “abra-me”.
E surpreendente, após proferir a palavra, um estrondoso barulho de algo muito pesado se movendo tomou conta de todo o recinto, e, em imediatos segundos, a porta, antes selada, se abriu. conseguiu apenas visualizar o brilho que emanava da sala secreta antes de ser puxada pelas vestes pelo dragão a ordens do Krum.
— O que foi? Não é só você que sabe abrir portas — debochou, porém, ao encarar o amigo, notou a expressão surpresa que não deixou o rosto de Viktor nem por um momento e por isso ela franziu o cenho. Aquilo não parecia parte da despedida de Krum — O que foi? — Dessa vez, o questionamento veio com certa seriedade.
— Eileen… — Krum começou, fazendo uma nova pausa ao encarar a porta que agora se encontrava aberta. — Desde quando você faz isso? — Dessa vez, os olhos do búlgaro estavam sobre a jovem Malfoy.
— Isso o quê? — A confusão de fazia parecer que ela sequer havia notado. E de fato não havia.
— Eileen, você… — Houve uma nova pausa. Viktor nunca havia conhecido alguém como ela, nem achou que conheceria algum dia. — Você fala a língua das cobras.