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Revisada por: Selene 🧚‍♂️ (Mia)

Última Atualização: Fanfic Finalizada

Existe o amor da tua vida e o amor para a tua vida.

O amor da sua vida sempre será seu ponto fraco durante muito tempo, mas nada dará certo entre os dois, enquanto o amor para tua vida é o que dará certo.

Vivemos muitos amores, mas só 2 marcam a gente: o que dá certo, e o que a gente queria que desse certo.

- Autor Desconhecido


acordou cedo naquela manhã, o dia estava fresco e a brisa do outono começava a substituir o calor do verão. Estava um dia bom, um dia agradável ia ser um bom dia, ela sabia disso. Com esse pensamento ela coloca as vestes de sua casa, escova seus dentes e desce para o salão principal do salão comunal. Não pôde deixar de perceber que o sol brilhava forte lá fora, uma vez que os raios adentraram pelo teto abobadado da torre. Esperava ver suas amigas, mas parece que elas já foram para o Grande Salão para poder tomar o café da manhã. Dando de ombros então, ela sai da sala comunal e vai caminhando pelo colégio, saudando os fantasmas e quadros que via pelo caminho.

Chegando ao seu destino, ela logo avista Luna, sentada com as irmãs Parvati. Ela acena para você com o entusiasmo típico da loira. A morena caminha até a mesa de sua casa e senta-se para poder comer tranquilamente. Enquanto conversava com as meninas, não pôde deixar de sentir que estava sendo observada, mas não consegue identificar quem, visto que praticamente todos os alunos estão no salão neste momento e o barulho é tamanho. Logo chega o momento do correio, e não poderia estar mais animada para ter notícias de casa, seus pais finalmente haviam aprendido a mandar corujas, claro, depois de muita insistência e ajuda da garota.

Não demora muito e ela avista a coruja rajada da família, trazendo um pacotinho em seu bico, o que deixou a garota curiosa. Assim que a coruja deixa a caixa, consegue fazer um carinho na ave antes de ela voar para o Corujal. A garota abre a caixa, revelando alguns fugdes e um bilhete escrito à mão.

 
“Para você se lembrar de casa e para dar sorte no jogo de amanhã, com amor, mamãe. PS. Oliver bicou seu pai”

  A morena não pode deixar de sorrir com o recado de sua mãe enquanto pega um pedaço do doce, sentindo a massa derreter em sua boca, do jeito que apenas sua mãe sabe fazer.

— Meninas, querem? — Ela oferece a caixa para as amigas, que pegam um pedaço com alegria.

— Conseguiu convencer seus pais a usarem uma coruja? — pergunta Luna com animação, enquanto morde outro pedaço do doce.

— Olha, não foi fácil, meu pai ainda não está muito feliz com a ideia, mas acho que eles preferem isso a não ter notícias minhas como nos últimos 5 anos. — responde, ainda lambendo os dedos cheios de chocolate. A garota bem sabe o quão difícil foi ensinar e convencer seus pais trouxas que usar uma coruja era o melhor modo de se comunicar no mundo bruxo, e que a coruja iria chegar até ela se eles pedissem da maneira correta.

Por ser uma nascida-trouxa, sabe bem o que é ter pais que não entendem nada do mundo mágico, e que, do nada, não só precisam entender como também acreditar que tudo aquilo é real. Ela mesma precisou acreditar, como que uma garota normal do subúrbio de Londres poderia vir a ser uma bruxa? Seus pais ficaram muito apreensivos, parecia uma pegadinha, mesmo tendo sempre um apoio da escola para ajudar nas questões ainda ficou o medo no primeiro ano, se sua filha estava mesmo indo para uma escola de magia.

Mas os anos se passaram sem maiores problemas, pelo menos que os pais de soubessem. Pois, desde o momento em que a garota, ainda uma criança na época, colocou os pés no expresso de Hogwarts, ela foi atormentada pelos alunos da Sonserina, mais precisamente pelo grupo de ninguém mais ninguém menos do que Draco Malfoy. Desde o seu primeiro dia ele fazia de tudo para que o dia dela fosse arruinado, seja tentando fazê-la se machucar ou falando mal de seus pais. Ja fôra xingada de várias formas, menos uma. A que ela mais temia.

Os jovens nunca gostaram um do outro, muito pelo contrário, o ódio entre a Corvina e o Sonserino era algo que todos sabiam, que todos comentavam, pois as discussões eram constantes e inflamadas. Porém, todas partiam sempre do loiro, todas as vezes que tentava ficar na dela, Draco fazia alguma coisa para tirá-la do sério. Os dois chegaram em um nível de que era possível ver a tensão no ar apenas com um olhar dos dois um para o outro. Há quem diga que amor e ódio são linhas tênues, mas poucos acham que isso poderia acontecer entre os dois, visto que a relação deles não poderia ser pior.

De repente, uma coruja negra aparece, deixando um pequeno pacote: uma caixa pequena de veludo preto, envolta em uma fita azul. Sem nenhum bilhete. Somente o pacote. Nem ao menos um bilhete. A garota fica encarando a caixa como se esta pudesse ter alguma pegadinha, coisa que não seria a primeira vez. Ela apenas saca a varinha enquanto entoa Revelio, mas nada acontece. Ela olha para as amigas com uma cara de desconfiança. 

— Você não vai abrir? — pergunta Padma para a morena.

— E se estiver azarado? Eu não abriria — retruca Parvatti.

— Mas ela já viu se tinha algo e não mostrou nada.

—Bem, acho que se eu ficar apenas olhando não vou descobrir o que tem dentro. E Padma tem razão, o feitiço não apontou nada aqui. — responde enquanto puxa o laço muito bem feito da caixa e a abre.

Ao abrir a caixa, ela se depara com uma presilha, no estilo de tic-tac. Totalmente de um azul que se assemelhava com a cor da fita que cobria a caixa, mas muito mais parecida com o a cor de sua casa. Isso só fica mais claro quando se via a águia da Corvinal, prata e imponente, na base maior do acessório de cabelo. A parte menor tinha pedras azuis e pratas que não conseguiu identificar. Ela pega o presente na mão com admiração, a peça era linda, os elementos se encaixavam de tal maneira que tudo parecia ter sido pensado especificamente para ficarem naquelas posições. O modo que a águia brilhava contra a luz como se fosse alçar vôo a qualquer momento.

— É lindo… — Luna comenta em um suspiro sonhador. — Quem será que mandou?

— Eu não faço a menor ideia — comenta, ainda sem tirar os olhos da presilha.

— Olha, tem um bilhete! — Parvatti mostra animada, dando-o para que pudesse ler.

O bilhete não passava de uma espécie de post it trouxa. A caligrafia polida da pessoa que escrevera parecia que havia sido treinada muitas vezes para ser perfeita, sem defeitos, sem falhas. Não havia muitas coisas escritas.

 
“Seu rosto é lindo demais para que seu cabelo fique tapando-o. 
Boa sorte no jogo”


  Assim que termina de ler o bilhete para as meninas, ela tenta achar alguma dica de quem havia enviado aquilo para ela, mas sem sucesso.

— Hmmm, parece que ela tem um admirador secreto!! — diz Padma com entusiasmo, fazendo a morena sorrir. — Vá, coloque, vamos ver como fica! — Ela estende um espelho para a garota, que não tem ideia de onde saiu, e o pega de bom grado e, após ajeitar seu cabelo, coloca a presilha na cabeça.

— Realmente, seja quem for que deu isso a você, tem muito bom gosto — diz Luna enquanto observa o acessório na cabeça da morena. — A cor não lembra só a nossa casa, mas realçou seus olhos e o tom da sua pele.

— Luna, meu olhos são os mais comuns possíveis. — diz, tentando não aceitar o elogio, e recebendo um olhar de reprovação da loira; elas já haviam conversado sobre isso. — Mas obrigada. Eu, amei — ela diz, olhando para seu reflexo.

Enquanto as meninas falam sobre o presente que a corvina recebeu, do outro lado do salão ele olha para a cena, com uma satisfação muito bem disfarçada. Não poderia ter sido mais certeiro no presente. O jeito que o acessório combinou com a garota deixou-o sem palavras, o brilho das pedras junto do modo que o sol banha sua pele faz com que ela atinja um aspecto quase que etéreo. Ele não poderia ter escolhido melhor o adorno, mesmo de última hora, em uma atitude impulsiva.

— Que foi, Draco? Tá com uma cara estranha — diz Goyle, tirando o loiro de seus devaneios.

— O quê? Você está delirando, coma e me deixe em paz. — o rapaz responde, do modo grosseiro de sempre, deixando o assunto de lado enquanto desconversa.

Quando volta a olhar para a mesa da garota, quase pragueja; ela já havia ido embora.

_________

    Mais tarde naquele dia, estava no Corujal, levando alguns petiscos para Oliver, chegando lá ela se depara com sua coruja se engalfinhando com uma coruja negra, a mesma que entregou a presilha da garota. Ela corre até as aves para separar a briga, levando algumas bicadas no processo. Após alguns minutos, ela consegue separar as aves. Cada uma vai para um canto, mas ficam inflando as asas umas para as outras. fica fazendo carinho em Oliver enquanto dá alguns petiscos para tentar acalmá-la. Quando ela começa a colocar uma carta de resposta para os seus pais, ouve alguns passos atrás dela, alguém estava subindo as escadas. Ao se virar para ir embora após mandar Oliver para casa, ela se depara com a última pessoa que queria ver naquele momento.

— Problemas com as corujas agora, ? — Draco pergunta com sarcasmo, ele está com uma sobrancelha levantada, divertindo-se com a pequena cena que presenciou antes de se fazer presente no Corujal.

— Vá lamber bosta, Malfoy — a garota fala enquanto rola os olhos com força, se virando para ir embora, mas se vê presa, pois o Corujal tem apenas uma saída. E o loiro estava parado, apoiado no batente de braços cruzados, nela. — Será que pode sair do meu caminho ou tá difícil?

— Hmm.. — Ele finge pensar. — E se eu não sair? — ele fala se aproximando, mas ainda tampando a saída da garota.

— Quer mesmo saber? — ela devolve a pergunta, se aproximando mais. Os dois se encaram com intensidade. Ela com raiva, ele com desafio, achando graça da irritação da morena. A aproximação dos dois é notável, apenas um passo os separa. 

— O que vai fazer? Bater um mim com algum objeto trouxa de seus pais? — Ele zomba, observando-a de cima a baixo, demorando um pouco no acessório que estava em seus cabelos.

— Sério, garoto, por que você não para de me encher? — Ela o empurra, fazendo-o sair de seu caminho, uma vez que ele não demonstrou resistência. — Cara chato, por Merlin! — Ela desce as escadas reclamando, enquanto o loiro não consegue deixar de soltar um sorriso ladino com a atitude dela; ela nunca precisou tocá-lo para sair de alguma provocação.

Depois de alguns instantes, ele vai fazer o que tinha como objetivo. Vai até a coruja de penas negras, afagando suas penas e entregando-lhe um petisco, seguido de um bilhete. Enquanto a coruja voa para seu destino, ele não pode deixar de pensar em quão linda a morena era enquanto estava brava.

_________


Naquele dia as aulas estavam demorando muito, ainda mais, pois, no dia seguinte, teria jogo de quadribol. A morena era batedora de sua casa havia pouco mais de um ano, quando o batedor antigo saiu do time, pois iria se formar. Por mais que o batedor antigo fosse ótimo em sua função, o time e sua casa tinham de admitir que a vinda a nova aquisição viera em boa hora. Apelidada carinhosamente de Thunder por seus companheiros e por alguns adversários, a garota era imbatível com seu bastão e sua Nimbus 2000. 

Quando seus pais descobriram que a garota iria jogar quadribol foi um misto de emoções. Seu pai ficou extremamente animado, juntos algumas economias para comprar a vassoura para a garota, mesmo que ele tenha ficado extremamente chateado que não conseguiu dinheiro o suficiente para uma Nimbus 2001. Já sua mãe, essa chegou ate a ameaçar fazer greve de fome. Onde já se viu, sua garotinha praticar um esporte tão perigoso? Foi uma guerra em casa, segundo seu pai, ele teve que dormir no sofá por alguns dias até que a matriarca se acalmasse, o que só ocorreu com uma visita da Professora McGonagall, que explicou o esporte e, como ex jogadora, assegurou que a filha estava segura. E desde então Thunder é a melhor batedora que a Corvinal já viu e uma das melhores que Hogwarts tem registro.

Assim que a última aula do dia acaba, a garota vai empolgada para o campo de quadribol para o último treino antes do jogo. Precisavam passar a estratégia novamente. Ainda com o time de amanhã sendo a Sonserina, a casa já tinha a fama de fazer jogos sujos e injustos, mas desde que a garota entrou as coisas ficaram mais… selvagens. O apelido que orgulha a nascida-trouxa veio depois de um jogo contra esse adversário. Por ela ser um dos alvos de ódio do aluno mais influente, isso faz com que os alunos a marquem como alvo. Mal sabem eles que isso faz com que a distração seja sua maior inimiga: Sonserina não ganhou nenhum jogo contra a Corvinal desde então.

— Sabem o que fazer amanhã, pessoal. Vamos manter nossa invencibilidade e começar a temporada com o pé direito — diz Isolde Nightshade, goleira e capitã do time. Isolde era capitã desde o quarto ano de , quando o antigo se formou. Ela era uma garota pálida, de cabelos tão vermelhos que quase se confundia como uma Weasley, se não fosse pela casa e pelo fato de ser mestiça. A goleira foi o motivo da garota estar no time, foi praticamente convocada para os testes quando Isolde viu a garota jogando por diversão com um grupo de alunos do quinto ano. — E Thunder? — a ruiva chama a atenção da morena, que apenas olha para sua capitã. — Tenha cuidado, sabe como esses jogos são.

— Já estou acostumada, Shade — ela responde sua companheira com confiança.

— Sei disso, mas cuidado nunca é demais. Dispensados, pessoal, vão dormir cedo e não esqueçam de não se entupirem de comida nem hoje nem amanhã, não quero ninguém passando mal na vassoura amanhã porque comeu mais do que devia antes de voar.

Com isso, todos vão guardar suas coisas e voltar para o salão comunal para se trocar e poder jantar antes de dormir. Como antes de todo jogo fica ansiosa e não consegue comer muito, o mesmo acontece com dormir. Seu sono é turbulento e inquieto, ela não dorme direito. Acorda diversas vezes com o coração acelerado, como se fosse sair pela boca, mas não podia negar, amava essa adrenalina pré-jogo, deixava as coisas muito mais interessantes. Como todos os dias de jogos, em uma espécie de tradição, o time toma café juntos, toda a casa já sabe da tradição e sempre deixa um espaço no meio da mesa pronto para eles. 

O café da manhã passa sem problemas, a única coisa que acontece é a garota sentir que alguém a observa. Ela procura por toda a parte, acha que é coisa da cabeça dela, até que seu olhar se cruza com a última pessoa que esperaria estar com os olhos fixos nela. Draco Malfoy a observa com intensidade, parecia que ele invejava as pessoas em volta da morena, pois ela ria com eles e para eles. E ele invejava mesmo, ansiava que a pessoa a quem a corvina destinasse sua atenção, seu sorriso, sua alegria, fosse ele, mas isso era algo que ele guardava no fundo de sua alma, ele não daria o braço a torcer com tanta facilidade. Quando percebe quem está lhe encarando, não pode deixar de ficar levemente presa naqueles olhos cinzentos, parecia que uma mensagem queria ser passada com aquele olhar, o que a deixou hipnotizada por alguns instantes antes dela conseguir desviar o olhar e tentar se distrair.

Após o incidente relacionado à encarada dos jovens, o café segue normalmente, tirando o fato de que a garota sabia que ele continuava a encarando e evitava ao máximo retribuir o olhar. Ela deu graças à Merlin quando o resto do time terminou de comer e foram se encaminhando para o campo para poderem se aquecer. O jogo estava próximo, ela não poderia se deixar distrair por um par de olhos acinzentados.

Estava na hora do jogo, por precaução ela não estava usando o presente que havia ganho no dia anterior, mas usava a fita de cetim que embrulhara a caixa para prender seus cabelos. Todos estavam no céu com suas vassouras, e girava o taco em sua mão, como sempre fazia antes de Madame Hooch dar o jogo como iniciado. O dia estava ótimo para uma partida, o vento estava tranquilo, o que facilitava a condução dos balaços, deixando-os menos desgovernados. Não havia muito sol, e a temperatura estava amena, tinha tudo para ser um bom jogo. Se não fosse pelo adversário. Os balaços e o pomo são soltos, dando uma descarga de adrenalina na corvina, que já está de olhos nos dois objetos que voam sem rumo. A goles é jogada, mas ela nem percebe, estava concentrada demais em proteger seus companheiros dos balaços para notar.

O jogo começa, por alguns minutos nada de muito interessante acontece, até que a Corvinal faz um ponto, graças a um balaço que atrapalhou o goleiro da Sonserina. Nessa hora, já sabia o que ia acontecer. Ela fica ainda menos surpresa quando os dois batedores da Sonserina se olham para a morena com ódio, ela retribui com um sorriso orgulhoso enquanto manda beijos para os dois. Não demora muito para que os ataques comecem, do jeito que ela gosta de jogar. É preciso muita força para rebater os balaços, coisa que foi muito frisada entre os companheiros de time e seus professores, a maioria dos batedores eram homens, eles tinham mais força, as pessoas diziam. Calaram a boca quando viram-na jogar pela primeira vez.

O primeiro que ela rebate vem rápido. Ela conseguiu ver o movimento do objeto com antecipação, uma vez que o batedor da Sonserina gritou algum xingamento que envolvia seu nome, mas estava tão concentrada que nem ouviu a frase direito. Ela enviou esse balaço em direção a um artilheiro sonserino, quebrando a formação que eles estavam organizando. O segundo não foi tão fácil assim, a morena estava de olho em seu apanhador para ver se ele não estava correndo perigo de ser apanhado quando ouviu Shade gritar seu apelido. Por sorte seus reflexos foram rápidos e conseguiu desviar a tempo, deitando para trás em sua vassoura e sentindo o vento que sua passagem trouxe consigo. Na arquibancada, a torcida, que não era da sonserina, vibrava a cada manobra que a garota fazia. Um loiro em questão não podia esconder uma certa apreensão toda vez que um ataque a ela é feito, ele não pôde deixar de notar que, apesar de não usar o presente que ele deu, ela estava usando a fita em seu cabelo, o que deu uma leve esperança e aumentou a vontade de ser mais audacioso da próxima vez.

Depois de alguns ataques o mais violento deles chega, um artilheiro sonserino, em um acesso de raiva por ter sido atingido por um balaço enviado por , vai em sua direção em toda velocidade, trombando com ela propositalmente. A garota perde o equilíbrio e tomba da vassoura, ficando pendurada apenas pela mão livre que se segura com toda a força. A multidão solta uma expressão de surpresa e alguns gritos são ouvidos. Draco precisa segurar em seu banco com toda força para não se deixar demonstrar nenhum sentimento de preocupação. Tomada pela raiva e pela adrenalina, ela dá impulso e dá uma volta como uma barra e senta novamente na vassoura. A torcida vai à loucura enquanto alguns Sonserinos vaiam, como sempre. Ela roda o bastões como se o que ela acabou de fazer não fosse nada, como se cada célula do seu ser não estivesse tremendo.

— Você — Ela aponta o bastão para o artilheiro, que engole em seco. Em vez de continuar a falar, ela apenas passa o bastão em seu pescoço. Para bom entendedor, meia palavra basta.

Após a cobrança do pênalti a favor da Corvinal, uma vez que a falta foi cometida em cima de , a morena vê de canto de olho que seu apanhador localizou o pomo e voa em direção a ele, sendo seguido de perto pela Sonserina. Ela pensa em jogar um balaço na direção do apanhador inimigo, mas as chances de acabar errando o alvo eram muito grandes. Então ela foca em algo mais interessante, sua vingança. Por alguns minutos ela não consegue a bola perfeita, mas quando o balaço vem em sua direção e o artilheiro está em campo de visão a oportunidade é montada e a batida é tão forte que a garota solta um grito de raiva.

Tudo acontece ao mesmo tempo. No momento em que o balaço atinge o artilheiro em cheio, o jogando da vassoura, sem chance de se segurar, o apanhador da Corvinal pega o pomo, encerrando o jogo e dando a vitoria para a Corvinal com uma diferença de 160 pontos. O time comemora muito enquanto riem da cena enquanto comemoram a vitória.



Mais tarde naquele dia, está em um de seus lugares favoritos do castelo, um dos jardins que ficam entre uma torre e outra, esse em especial dava uma visão privilegiada para o lago negro, que estava lindo iluminado pela luz da lua. A morena está sentada, apreciando um momento de paz depois do jogo, quando um pássaro de papel encantado chega até seu colo. 

“Já achava seu apelido incrível, depois do dia de hoje percebo que ele é perfeito para você, Thunder. Você parecia uma força da natureza hoje, foi incrível.

Ps. Não me assuste mais dessa maneira, achei que iria cair da vassoura.

Com amor, D”

Ao terminar de ler a carta, ela olha para todos os lados à procura da pessoa que havia lhe enviado o bilhete encantado. A garota não pôde deixar de dar um pequeno sorriso com o bilhete, não era de receber muita atenção. Ela não era uma garota feia, muito pelo contrário, ela já havia tido alguns namoricos aqui e acolá, mas nada que durasse muito, nenhum parecia certo. Mas dessa vez, com apenas dois contatos de alguém que ela não sabe quem, algo em seu coração se acendeu.

_________


Se não fosse pela série de presentes misteriosos que a garota vinha recebendo todos os dias, sendo ora flores, ora recados encantados, ou apenas seus doces favoritos, algo que fizera a garota ficar extremamente curiosa sobre quem era essa pessoa, teria certeza que já teria azarado alguém e ido parar na detenção. A cada dia que um novo recado seguido de um mimo chegava, o coração da garota acelerava, deixando-a ansiosa pelo próximo, tentando descobrir quem era seu admirador secreto que assinava como “D” e que sempre deixava um cheiro que parecia a mistura de menta com algum cheiro levemente amadeirado em cada bilhete.

Dias se passaram desde o jogo, parece que ser humilhado por uma Corvina nascida-trouxa fez com que a casa das cobras ficasse ainda mais irada com ela, os últimos dias dela foram repletos dos piores xingamentos, menos um em específico, e algumas pegadinhas desagradáveis. Por sorte ela era muito focada em seus estudos, como uma boa corvina, e isso a impede de passar por maus bocados, o que, é claro, só enfurece ainda mais a casa…

Os alunos querem que o favorito deles, Draco, acabe com a confiança da garota de uma vez por todas. Então, sendo pressionado por seus colegas e tendo uma reputação a zelar, vai atrás do lugar onde a garota se abriga quando está em semana de provas, a biblioteca, mais especificamente a ala superior, no último corredor, próximo à janela, que dá visão para os terrenos do castelo. Mas é óbvio que é apenas uma possibilidade, ele não sabe como é a rotina da garota, claro. Seguido por seus companheiros Crabble e Goyle, Draco não teve escolha, e vai atrás da garota.

— Veja só quem não está aqui, se não é a corvina favorita da Sonserina. — Draco chega imponente para atormentar a garota. Suas sombras não dizem nada, apenas ajudam a esconder o que está acontecendo. O loiro não pôde deixar de notar que a garota usava seu primeiro presente, a presilha com o tema de sua casa, em seus cabelos.

— Não enche, Malfoy — Ela não se dá o trabalho de levantar os olhos de seu pergaminho, cercada de livros, tomando quase a mesa toda.

— Sempre cheia de si, não é mesmo,

— O que você quer agora? — Ela finalmente levanta a cabeça e encara o loiro em sua frente. Ela quase não consegue esconder o espanto ao vê-lo tão próximo. Draco havia se apoiado na mesa e se inclinado em sua direção, deixando seus rosto a cerca de um palmo de distância, a ponto de que era possível sentir a respiração um do outro batendo em seus rostos.

— Quero que você abaixe essa bola e se comporte como a sua gente. Deixamos seus ego crescer muito, está na hora de agir como tal. — ele diz imponente, como se fosse uma ordem, mas ele não queria dizer isso, faltou pouco para a palavra sair, mas ele sempre se segurou.

— Sabe, Malfoy… — A garota o olha de cima a baixo, desafiadora. — Desde o primeiro ano você só enche a porra do meu saco todos os dias, sei que odeia alguém como eu, mas o que faz comigo, é demais. — Ela volta a encará-lo com intensidade. — Se não fosse pelo nosso histórico, até diria que todo esse ódio que você diz ter por mim é mais por você mesmo. Porque você sente alguma coisa por mim. 

— Você só deve estar louca — O garoto disfarça o choque de suas palavras antes de falar a primeira coisa que vem à sua cabeça, sem conseguir filtrar o que sai de sua mente. — Como se um puro-sangue como eu fosse ter algum interesse por uma sangue-ruim como você.

A ação vem rápida e sem pensar, a mão livre da garota vai de encontro com o rosto do sonserino com a mesma rapidez que ela rebate um balaço. O tapa é seco e oco, ecoando pela biblioteca silenciosa. As sombras de Draco, que até o momento estavam com sorrisos orgulhosos no rosto, abrem a boca em um “O” perfeito enquanto o loiro sente seu rosto formigar e esquentar por conta do tapa. A morena por outro sente que não poderia sentir tanta dor na vida. Sabia que esse xingamento chegaria em algum momento. Algo dentro dela sabia que muito provavelmente seria vindo dele. Mas não sabia que doeria tanto. Ainda com o rosto próximo do loiro e sem desviar o olhar, por mais que sentisse que algumas lágrimas pudessem estar se acumulando nos mesmos ela mantém a postura.

— Fale isso para mim novamente e Azkaban vai ser pouca punição para o que eu farei com você — Ela diz em um sussurro que quase beira um rosnado, a voz pesada de raiva e dor. O loiro não pode deixar de se sentir a pior pessoa do mundo, nunca foi a intenção dele fazer isso, mas ficar perto dela dessa maneira era demais para o seu auto controle e ver que ela estava praticamente jogando na cara dele o motivo dele implicar tanto com a morena, só o deixara mais nervoso ainda — Avise os seres daquela espelunca que vocês chamam de casa que se mais alguém vier encher o caralho da minha paciência, eu vou pouco me fuder para a detenção e vou mandar as piores azarações que um bruxo já viu. Estamos entendidos? — Ela dá a ordem como se não fosse nada, mas o loiro percebe que ela luta para manter sua voz firme, é possível ouvir que sua voz começa a embargar. — Agora saia da minha vista você está me dando dor de cabeça; — Ela os dispensa com um acenar de mãos e volta a olhar seus livros. O loiro não demora nenhum instante a mais antes de dar meia-volta e sair com sua dupla de sombras dali.

Assim que a garota se vê sozinha, as lágrimas começam a escorrer sem fazer força. Ela não consegue controlar a dor que sente em seu peito, parece que ela fora esfaqueada e que tudo o que seu corpo quer é chorar essa dor toda. O que a morena não pôde deixar de notar é que, dentre todas as pessoas que a xingam, esse xingamento ter vindo dele doeu mais do que ela imaginou que doeria. Ela sabia o motivo disso, mas não queria ter de lidar com essa paixonite, ainda mais agora. Depois de um tempo tentando se acalmar, ela guarda suas coisas, quando se levanta da mesa percebe que estava escuro, havia perdido o resto do dia na biblioteca. Ela vai até o banheiro para lavar o rosto e se encaminha para o grande salão, para tentar comer alguma coisa.

Chegando lá, não pôde deixar de sentir automaticamente que estava sendo observada. Nem se dá o trabalho de tentar identificar quem era, apenas vai até sua mesa em piloto automático, ignorando os olhares preocupados que seus colegas de casa lhe dão. sempre foi de uma animação e alegrias contagiantes, vê-la dessa maneira deixa seus companheiros preocupados. Vê-la dessa maneira deixa Draco destruído, ele sabe que ele é o motivo dela estar dessa maneira, e receber tapinhas orgulhosos de seus colegas de casa só piora a situação. Sem comer muita coisa, a garota logo sai do grande salão, ninguém vai atrás dela. Poucos percebem que ela saiu, e quem o faz logo está distraído com outra coisa. Ele espera alguns minutos e vai atrás dela.

não vai muito longe, Draco sabe exatamente onde ela está. Exatamente em qual banco estará sentada, para qual paisagem estará olhando. Antes de se aproximar, ele escreve rapidamente um bilhete, encantando-o em uma borboleta; da última vez a garota ficou mais animada do que com o pássaro.

A morena estava sentada em seu banco costumeiro, olhando para o lago e para suas águas, calmas mas perigosas. De repente, uma borboleta encantada pousa em seu ombro. Ela sorri levemente com a expectativa de um bilhete de “D” e pega a borboleta rapidamente, o papel ainda está quente, como se tivesse sido escrito havia poucos segundos.

“A falta do seu sorriso deixa a noite mais sombria e o dia mais nebuloso.
Sinto muito.

- Sempre seu, D”

Não é possível conter um pequeno sorriso com o bilhete, ela deixa o bilhete em suas mãos, como se ele a mantivesse nos eixos. O que era verdade, esses momentos eram os únicos em que nada mais importava, apenas ela e seu admirador secreto. Ela tava começando a achar que estava louca, como que alguém se apaixona por alguém que ela nem sabe se existe?. Com isso, ela recolhe os joelhos até seu peito e apoia a cabeça nos mesmos. Draco começa a se aproximar devagar, sem fazer barulho e afugentar a corvina.

— Posso me sentar? — ele pergunta em um sussurro, é incrível como apenas ficar perto dela já o deixa nervoso. Ela olha para cima, levemente assustada com alguém ter chego tão repentinamente, uma vez que ela não ouviu o garoto se aproximar.

— Ah, é você. — ela diz irritada. O garoto sente uma pontada em seu peito, decepção, talvez? Ele não sabe dizer, essa garota trás à tona sentimentos que imaginou nunca sentir. — O que quer, Malfoy? — ela pergunta com desprezo. — Não estou com saco para discutir.

— Eu… — Ele tenta achar as palavras. Se desculpar, se sentir culpado, com remorso, não era algo que Draco fazia. Ele se senta ao lado da corvina e respira fundo, tentando organizar as palavras e não falar besteira. — Eu não queria dizer aquilo. — Em um momento de surpresa, a morena acha que está delirando. Como assim, ele não queria dizer aquilo? — Não me olhe dessa maneira, eu sei que não sou a melhor das pessoas, mas estou sendo sincero.

— É meio difícil de acreditar. Visto nosso histórico.

— Eu sei. — Ele olha para frente e respira fundo, pensando em tudo que fez com a morena por conta de… Ele nem sabia direito. — Bem, era isso, eu só queria dizer que sinto muito. — ele diz, se recompondo enquanto se levanta do banco, sentindo uma falta repentina da proximidade com a corvina. Se vira para ir embora, completamente confuso com o que estava sentindo.

— Ei, Draco? — ela o chama baixo, o bilhete recém-recebido nas mãos; mal sabia ela que estava falando com a pessoa que o enviara. O loiro olha para ela rapidamente. — Obrigada. — Ela abre um sorriso, que passava um misto de alegria e tristeza, e então volta a abraçar suas pernas e a olhar para a paisagem, sem soltar o papel. 

O sonserino não responde, apenas vira novamente e segue seu caminho até seu salão comunal. Ele tem uma noite conturbada, sendo assombrado por sentimentos que não consegue entender. Quando o sol está nascendo, ele ainda está acordado tentando compreender sua cabeça e seu coração. Enquanto coloca as vestes de sua casa, ele toma uma decisão.

O dia seguinte demora a passar para o sonserino. Ele anseia pela aula de poções, uma das poucas que tem com a garota, por mais que se sentem longe um do outro, por motivos óbvios. Ele só teria essa chance de conseguir chamar a garota de uma forma mais… reservada. Ele poderia até tentar na biblioteca, mas sempre tinha alguém por perto que poderia atrapalhar ou espalhar alguma fofoca, ele não queria, não podia, correr o risco de alguém saber o que ele sentia, o que ele iria dizer. Ainda mais, pois não sabia qual seria a resposta da morena.

Então ele espera, fazendo sua poção o mais devagar possível, pois sabia que ela ficaria até depois da aula, ela sempre ficava. Por ser muito boa em poções, ela sempre ficava até um pouco mais tarde, sozinha na sala, engarrafando o que fizeram e jogando fora o que deu errado. Como agora. A aula acabou, o professor acaba de se retirar, nem prestando atenção de que não estava sozinha. Draco não pôde deixar de notar que, mesmo no dia seguinte, a garota não estava com o humor normal do qual ele estava acostumado. Com cuidado, ele se aproxima.

— Oi… — Isso era jeito de começar um diálogo com a garota que você magoou? Ele tem vontade de estapear a si mesmo, mas se controla, enquanto espera pela reação da morena.

— Ah, oi. Não sabia que estava por aqui ainda, o professor já foi, mas posso ajudar em alguma coisa? — Ela olha para ele confusa, é a primeira vez que ele se dirige a ela como uma pessoa normal desde… sempre.

— Não, eu… — Ele passa a mão nos cabelos, nervoso. — Eu fiz de propósito. Queria falar com você, sozinho. 

— Já sei, vai me azarar e me deixar sozinha aqui sem receber nenhum tratamento, não é? — Ela pergunta levemente desconfiada, levantando uma sobrancelha. O garoto não pôde deixar de sorrir com a desconfiança, ele merece isso não é mesmo?

— Não, eu vim em paz — Ele levanta os braços em uma pose de rendição. — Eu só queria falar com você mesmo, só não sei como começar. 

— Bem, quando quiser, não tenho mais aulas hoje. — Ela apenas se senta em um dos banquinhos e espera. Enquanto o loiro toma coragem para falar alguma coisa, ela aproveita e arruma sua presilha em seu cabelo, dando o incentivo que Draco precisava.

— Eu queria saber, não sei, se, quem sabe. — Ele se controla muito para não hiperventilar, isso era mais difícil do que ele imaginara quando passou a conversa em sua mente. — Senãopoderiamosdeixarnossasdiferençasdelado.

— O quê? — A garota poderia achar graça do nervosismo do sonserino se não estivesse chocada com o que ouviu, quase não acreditando. Ele respira fundo antes de falar novamente.

— Eu queria saber se não seria uma boa ideia deixarmos nossas diferenças de lado e acabar com todo esse ódio.

— Tá, agora eu fiquei preocupada. Acho que deveria ir até Madame Pomfrey, você não deve estar passando muito bem. 

— Não, eu estou falando sério. — Ele diz com sinceridade.

— Você está me dizendo que quer ser meu… amigo? — Ela tem dificuldade de associar tal título ao loiro, nunca imaginou que chegariam a esses termos. Ele se aproxima um passo, ficando próximo o suficiente para sentir o calor que ela exala de seu corpo. Isso só deixava as coisas piores para ele.

— E se eu quiser ser mais do que isso? — Ele diz rápido, sem pensar. Sabia que se demorasse um tempo para dizer não teria coragem de o fazer. Nessa hora a garota não se controla e solta uma risada sincera, deixando o loiro levemente corado.

— Impossível. Até ontem você estava me chamando de sangue-ruim e me tratando como um lixo e agora você diz ter sentimentos por mim? Isso é loucura. — Ela não poderia estar mais chocada com o que acabara de ouvir. Nunca em milhões de anos imaginaria que ouviria isso dele. A morena se levanta e faz menção de ir embora. — Você deve ter respirado muito próximo do caldeirão. — Antes que ela consiga se afastar, Draco segura em seu pulso, o toque faz com que a garota olhe automaticamente para sua mão, em contato com a pele de seu braço.

— Não estou mentindo. Nunca estive mais lúcido. — Ele diz em um sussurro, encarando a morena com intensidade. 

— Desculpe, mas é difícil de acreditar. — Ele ainda estava com a mão em seu pulso, o toque não era forte, mas era firme, confiante, como se ele estivesse mesmo falando a verdade, mas… Não era possível.

— Eu, imagino. Mas me deixe te provar. Eu só preciso de uma chance. — ele responde, em uma tentativa desesperada de não deixar que ela se afaste. Como se soubesse que ela pretendia se afastar ele se aproxima mais um passo, deixando-os separados por cerca de um palmo de distância. Essa aproximação já havia acontecido antes, mas a circunstância atual era outra, completamente nova para ambos os bruxos. — Por favor.

— Como? — Ela não pôde deixar de notar que seu hálito cheirava a menta, e como seu perfume parecia levemente amadeirado. Antes que ela tentasse ligar os pontos, o loiro a responde:

— Não posso dizer aqui. — Os olhos do sonserino vão até os lábios da morena por alguns segundos, antes de voltar a encarar seus olhos castanhos. — Me encontre na torre de astronomia, meia-noite. Ninguém vai ter aula lá hoje.

— Depois do horário? Você está louco? Sabe quantas regras estaremos quebrando? — pergunta, desesperada com a possibilidade de ser pega por algum professor ou por Madame Nor-r-ra.

— Confia em mim, ninguém passa por ali depois do horário. — ele diz na orelha da morena, aproveitando para inspirar e capturar o cheiro de seus cabelos; essa garota ainda vai deixá-lo louco. — Meia-noite em ponto, não se atrase. — Com isso, ele solta o pulso de e sai da sala, deixando a garota sem palavras. Mal sabia ela que o sonserino estava tremendo enquanto mantinha a pose confiante no momento em que saía da sala.

_________


O dia demora a passar, mal consegue se conter quando está jantando, mal tocando em sua comida, ansiosa com a madrugada. Do outro lado do salão, o loiro não poderia estar de outra forma. Uma parte queria dar para trás, mas outra, muito maior, queria seguir em frente e acabar com isso de uma vez por todas. Ele percebe que a corvina mal come, não tocando na comida, mas sempre mexendo na faixa em sua cabeça, ela conseguira fazer bom uso de uma simples fita. Sem tocar na comida, os jovens vão até suas casas, fingir que estavam dormindo antes de ir para o local combinado.

espera todos estarem dormindo para pegar sua capa e vesti-la, tomando cuidado para não fazer barulho. Como um ato automático, coloca seu presente em seus cabelos, não sabia porque, mas se sentia melhor com aquele acessório. Aquele presente de seu admirador secreto. Guarda sua varinha no bolso e, sem emitir nenhum som, sai de sua casa. Ela anda com cuidado pela escola, agradecendo à Merlin por hoje ter um dia de lua cheia, não precisando usar muito de sua varinha. A corvina quase volta para casa algumas vezes, com medo de ser pega e acabar perdendo pontos para sua casa, não queria receber a ira de seus colegas por conta de uma curiosidade besta.

Ela não sabe ao certo que horas são exatamente quando ela termina de subir as escadarias da torre. A adrenalina percorrendo suas veias como nunca. A morena, por algum momento, teme que seja uma armadilha, uma brincadeira de mal gosto, para humilhá-la, algum plano baixo da sonserina para se vingar da batedora. Chegando na parte descoberta da torre, ela percebe uma figura apoiada na beirada, observando o céu. Ele logo percebe sua presença e se vira, seu rosto mostra uma ansiedade que nunca vira em Draco. Como se ele estivesse nervoso com a situação.

— Estou atrasada? — ela pergunta em um sussurro enquanto tira o capuz de sua capa, mas não retira a peça de seu corpo. Está levemente frio e ela teme pegar algum resfriado, não sabe quanto tempo ficará fora da cama. A morena se aproxima da beirada onde Draco estava apoiado, a vista daquele lado da torre era incrível e as estrelas estavam na posição perfeita.

— Nem um pouco. — ele responde, se aproximando um pouco. — Por um momento achei que você não viria. — Esse comentário parece ser mais para si mesmo do que para a garota em sua frente. 

— Prometi que viria, não sou de descumprir promessas.

— Parece que sim… — ele diz. E agora, como começar?

— Então, o que queria falar? — ela pergunta curiosa. Sua atitude faz Draco rir pelo nariz, antes de pensar em como começar a falar, como fazê-la entender.

— Eu… — Ele dá um passo para frente, encurtando a distância dos dois. Há uma tensão no ar, uma tensão diferente, algo que os dois nunca sentiram entre eles. Ou nunca prestaram atenção, uma vez que os dois sempre estavam em pé de guerra. — Eu queria te pedir desculpas de novo, pelo que eu falei. Mas não só sobre isso, sobre todos esses anos também. — , sem saber o que responder, se apoia no batente e olha para a paisagem. Draco segue seu movimento, também apoiado no batente, a distância entre os dois não passando de um ou dois palmos.

— Mas, por que isso agora? — ela pergunta, sem conseguir olhar para o loiro. 

— Você não acreditou no que eu disse mais cedo, né? — Ele olha para baixo, rindo. Era óbvio que não ia acreditar nisso, foram muito anos com humilhações. 

— Desculpe se é difícil acreditar que a pessoa que mais te odeia na escola, do nada, gosta de você

— Não foi do nada. — Draco volta a encarar a paisagem, ele sabia que, se olhasse para a morena, iria perder toda a coragem de falar. — Acho que desde sempre esteve lá. — Ele passa a mão nos cabelos, claramente nervoso. — Eu era um garoto que foi criado para herdar um dos maiores legados das famílias bruxas. Cresci ouvindo sobre a grandeza do sangue puro e como nós éramos muito superiores aos mestiços e nascidos trouxas. Aquela foi minha verdade por anos. Até que chegou o primeiro dia em Hogwarts e eu vi a bruxa mais linda de todas, com seus cachos rebeldes e um olhar confiante. Descubro que ela era nascida de trouxa e minha mente entra em colapso. — Ele sorri de lado, mas não é um sorriso feliz. — O ódio era o único jeito que eu conseguia tentar afastar esse sentimento de mim, mas você não ficou calada. Você retrucava cada provocação, cada xingamento, cada olhar atravessado.

Nesse momento a morena já está olhando para Draco com incredulidade, não imaginava que tudo isso era por conta de um conflito entre os sentimentos e a moral deturpada construída em cima de um preconceito idiota de sua familia. Ao mesmo tempo ela não poderia negar que nunca entendeu o porquê de tanto ódio que o sonserino tinha por ela, uma vez que eles nunca tinham brigado ou algo do tipo para que esse sentimento surgisse. Mas, uma parte dela não queria negar de que, lá no fundo, em uma parte praticamente trancada a sete chaves, ela até gostava das provocações, não podia negar que ele era atraente, todas as garotas achavam isso, mas ela nunca admitiu.

— Eu queria muito mudar as coisas, queria mesmo. Então tomei uma atitude desesperada, na esperança de conseguir reverter as coisas, no momento certo, quando tivesse coragem, quando tivesse a certeza de que seria ao menos compreendido. Mas então, estraguei tudo com minha mente deturpada e impulsiva. — Ele finalmente olha para a garota, tentando esconder a surpresa de perceber que estava sendo observado todo esse tempo. — Eu espero que um dia me perdoe pelo que disse na biblioteca. Você jogou na minha cara coisas que venho tentado esconder por anos, minha mente surtou e agiu da pior maneira possível. Mas você tem razão, todo esse ódio, toda essa raiva não é de você. É de mim, por não conseguir e não saber lidar com o sentimento de estar totalmente apaixonado por você desde o primeiro ano.

A garota não teve outra reação a não ser ficar totalmente sem palavras. Por mais que tivesse tido um rolo aqui ou ali, ninguém nunca tinha se declarado para ela assim. Os sentimentos que ficaram guardados no fundo do coração da garota, que cresceram junto com ela, vêm à tona de uma vez, sem ordem, sem controle. Draco desencosta do batente e vira para ela, dando um passo em sua direção. Sua mão sobe vagarosamente até os cabelos da garota, com cuidado, temendo que ela se afaste, mas nessa hora não há mais volta, ele precisava tocá-la nem que fosse apenas uma vez, mesmo que fosse a primeira e última.

— Nunca achei que um acessório fosse combinar tanto com você quanto esse. — Ele diz finalmente, tocando a presilha em seus cabelos. Nesse momento a compreensão de quem havia enviado o presente chega até a garota.

— Era você? Esse tempo todo? — Ela pergunta em um sussurro de incredulidade, não é possível que a pessoa que havia enviado todas as cartas, todos os mimos, e esse presente, era a mesma que havia acabado de se declarar para ela. Que era ele quem havia feito seu coração se aquecer todos os dias com cada palavra amorosa que recebera durante todo esse tempo.

— Eu falei que tinha tomado a atitude mais desesperada que pensei. — Ele diz, enquanto sua mão lentamente desce para o rosto da garota, ficando a milímetros de distância, mas sem encostar em sua pele. Draco sabia o quanto seu corpo implorava para que o toque acontecesse, mas ainda tinha medo. — Mesmo de longe, nunca fiquei mais satisfeito em ver suas reações a cada contato que eu fazia. — Em um ato impulsivo, ele finalmente coloca a mão no rosto da garota, sua pele era mais macia do que imaginava.

— Mas, por que nunca contou que era você, em todo esse tempo? — Sua voz não é mais que um sussurro. Ela encara os olhos cinzentos do loiro com intensidade, ficando hipnotizada com o modo que ele a olha, como se houvesse algum tipo de devoção em cada atitude sua.

— Fiquei com medo de que, quando você descobrisse que era eu, me rejeitasse. — Ele olha para a boca da garota por um instante e se aproxima um pouco mais; seus corpos estão quase colados, seus rostos se separam por muito pouco. — Eu não iria suportar, não saberia como agir se soubesse que meus sentimentos não são retribuídos. 

O hálito com cheiro de menta deixa a garota inebriada, o mesmo cheiro das cartas, seu toque em seu rosto sendo da mesma delicadeza que as palavras escritas nas cartas que recebia. Por um momento, ela apenas encara os olhos do garoto, sem conseguir falar, era como se não precisasse dizer nada, como se apenas conversassem pelo olhar.

— Você não sabe o quão linda você está, com a lua te iluminando. — ele diz em um sussurro, tentando segurar os instintos que tentam dominá-lo. Mal percebe quando se aproxima ainda mais dela, seus narizes quase se encostando. Sua mão gentilmente vai até seu queixo, como se já adiantasse a próxima coisa que iria dizer. Seus olhos se demoram nos lábios da morena, imaginando como seria a sensação de finalmente beijá-la. — Eu. Eu, posso te beijar?

A garota é pega de surpresa, a essa altura ela já imaginava que esse beijo aconteceria, cada partícula mágica de seu ser esperava esse contato. Mas ela não imaginava que ele pediria por isso. Ela já havia percebido que ele estava encarando seus lábios havia um tempo, e quase se perguntou se ele nunca iria a beijar. Então, sem dizer nada, ela apenas assente levemente para ele, que abre um sorriso tímido antes de levantar levemente seu queixo e finalmente encostar seus lábios aos dela. 

não consegue controlar sua reação e solta um suspiro de contentamento no momento em que a distância é quebrada e o beijo se inicia. Não sabia que seu corpo ansiava por esse momento até que ele aconteceu. Automaticamente suas mãos vão até os cabelos do loiro, que ofega brevemente, feliz com o contato proposital da corvina. A mão livre de Draco vai até a cintura de , puxando-a mais para perto, enquanto aprofunda o beijo, levando a mão que estava em seu queixo até a nuca da garota, em uma tentativa de ficar mais próximo ainda dela. No momento que o beijo é aprofundado, Draco precisa se controlar para não acabar ofegando. Por todos esses anos ele estava guardando os sentimentos por ela e agora que ele pôde dizê-los em voz alta e perceber que era retribuído era como se o corpo dele tivesse medo de acabar, medo de que o que estava vivendo não fosse real.

O beijo que começou calmo, levado pela emoção dos dois jovens que finalmente estavam demonstrando seus reais sentimentos, começa a ficar mais intenso. As mãos da garota começam a puxar levemente seus cabelos enquanto o garoto aperta sua cintura em uma tentativa de trazê-la ainda mais para ele, como se ainda houvesse alguma distância entre os dois. 

Após um tempo, quebra o beijo com dificuldade, ela não queria que o momento acabasse, mas seus pulmões ansiavam por ar. Draco solta um suspiro desapontado no momento que o beijo acaba, colando sua testa na dela enquanto ambos tentam recuperar o ar. 

— Isso foi.. — Ela tenta descrever, mas não encontra palavras.

— É, eu sei. — Ele responde ainda ofegante, antes de puxá-la pela nuca novamente, colando os lábios com os dele em um selinho rápido. Talvez ele ficasse viciado em tê-la ali, em seus braços.

Os dois ficam ali, praticamente abraçados por um tempo, até que se dá conta de que estava tarde e que eles estavam quebrando inúmeras regras do castelo apenas por estarem ali, naquele momento. Com relutância, ela começa a se afastar lentamente. Antes que conseguisse ficar um passo de distancia do garoto, ele pega sua mão com rapidez, temendo que ela fugisse, temendo que tudo não se passasse de um sonho.

— Está tarde, precisamos ir.. — Ela diz baixo, com medo de que suas vozes ecoassem escadaria abaixo, denunciando-os. — Mas, saiba que conseguiu. — O sonserino olha para ela, levemente confuso. — Você me pediu uma chance. Conseguiu. 

Draco abre um dos maiores sorrisos que já havia dado em toda a sua vida antes de puxar sua mão, colando seus corpos rapidamente e lhe roubando um beijo rápido e apaixonado.

— Você não vai se arrepender — Ele diz assim que quebra o beijo.

— Também torço por isso. — Ela dá um beijo em sua bochecha. — Não quebre meu coração, Draco Malfoy. — Ele pega sua mão novamente e beija o dorso dela com devoção.

— Nunca. 

_________


No dia seguinte, no horário da correspondência, a mesma coruja de penas negras de sempre é vista chegando ao grande salão. Ela deixa uma pequena caixa em sua mesa e vai embora. Assim que ela abre a caixa, se depara com fudges recém feitos. Seu doce favorito da vida. Na tampa da caixa, um bilhete, como todas as outras vezes. 

“Que sejam tão doces quanto seus beijos.

Já estou com saudades.”

Dessa vez não havia remetente, não era mais necessário. Antes de pegar um pedaço do doce ela olha rapidamente para a mesa da sonserina, não se surpreendendo ao perceber um par de olhos cinzentos encarando-na com intensidade. Ela sorri para ele, com as bochechas coradas. Ele retribui o sorriso e ao mesmo tempo gira o dedo como quem diz “veja o verso”. Ela então quebra o contato e vê o verso do bilhete. “Atrás do campo de quadribol, após o almoço”. A morena não ousa olhar para Draco novamente, mas guarda o bilhete em seu bolso enquanto começa a comer o doce. 

Mais tarde naquele dia, mal se contém de ansiedade, aquele era a segunda vez que se encontraria com ele, não sabia o que esperar disso, não sabia o que poderia lhe aguardar. Assim que chega no local marcado, ele está encostado em uma das arquibancadas, em uma pose descontraída, como se, no fundo, não estivesse tão nervoso e ansioso quanto a corvina. 

— Oi… — Ela o cumprimenta primeiro, indo até onde ele estava. Por um momento, não sabe como agir, até que ele também se aproxima.

— Olá. — ele diz antes de segurar seu queixo e dar um leve selinho na garota, pegando-a de surpresa. — Desculpe, mas estive querendo fazer isso o dia todo. — não pode deixar de corar com o gesto, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Você fica linda quando fica corada. — Ele diz ainda próximo dela, enquanto sua mão vai de seu queixo até sua bochecha, acariciando a pele quente.

— Está tudo bem, só não esperava. Ainda é tudo muito novo para mim. — A garota responde tímida, coisa que raramente era visto nela.

— Fica ainda mais linda tímida, nunca tinha visto esse seu lado. — A mão parte até a nuca da garota, seus olhos refletindo devoção e divertimento em ver os efeitos que causa na morena.

— Culpa sua que fica me elogiando do nada. — a corvina responde em um sussurro, por conta da proximidade dos dois; ela tenta parecer brava, mas falha miseravelmente, fazendo com que Draco sorria de lado.

— Acho que posso me acostumar com isso, pois não pretendo para de te elogiar sempre que posso. — É a última coisa que ele diz antes de selar seus lábios com a garota, iniciando um beijo calmo.

As mãos da garota se mexem como se tivessem vida própria. Uma vai até seu pescoço enquanto a outra se apoia em seu peito. Draco aprofunda o beijo, que começa a ficar intenso à medida que suas bocas se movimentam juntas, em sincronia. A mão livre de Draco desce até a cintura da garota, puxando-a para mais próximo dele, a fim de acabar com a distância entre os dois. A mão de , que estava apenas apoiada no pescoço do loiro, começa a puxar levemente seus cabelos, fazendo com que o loiro ofegue durante o beijo enquanto morde levemente o lábio inferior da morena, que solta um gemido baixo.

sente suas costas encostarem em algum lugar, que parece ser uma viga da arquibancada, mas não liga, completamente inebriada pelo beijo. Ela não sabe como chegou ali, como que foi guiada até aquele local, a única coisa que ela se concentra é o quanto a sensação de ter os lábios do sonserino nos seus parece certo, como todo aquele momento parece certo de alguma forma, apesar das suas diferenças. Depois de um tempo, Draco quebra o beijo, mas não se afasta da garota, descendo sua boca até a orelha da mesma, deixando um rastro de fogo por toda a pele dá a medida que seus lábios vão passando por toda a extensão de seu pescoço. A garota não consegue mais evitar a não ser arfar e dar gemidos baixos conforme as mãos de Draco entram por debaixo de sua camisa, somado com a sensação dos lábios do loiro por seu pescoço.

— Draco… — A garota passa as mãos pela nuca do loiro, as unhas em sua pele. Algo na voz da garota desperta o sonserino; eles poderiam estar indo rápido demais, ele não queria assustá-la.

Com muito custo, Draco se afasta dela. Olhando-a com um misto de saudade e, desejo? nunca havia visto esse olhar nos olhos dele. 

— Desculpe se fui muito rápido, eu só, não sei, não sabe há quanto tempo eu quero fazer isso. — Ele diz, passando a mão nos próprios cabelos enquanto dá espaço para a morena se recompor. O casal vai então até a parte de trás da arquibancada, sentando-se no chão. Sem pensar, ele pega a mão da garota, enquanto se senta ao seu lado e fica brincando com seus dedos, ainda sem acreditar que aquilo era real e que ela realmente tinha dado uma chance para ele.

— Acho que precisamos estabelecer algumas coisas, não é? — Ela começa a falar depois de um tempo. — Não tivemos tempo para conversar muito ontem, não podia correr o risco de ser pega. — ri pelo nariz. enquanto lembra da adrenalina do dia anterior.

— Eu concordo. Mas o que queria definir?

— Primeiro, acho que concordamos que por hora não seja a melhor escolha deixar que ninguém da escola nos veja juntos. É tudo muito novo para mim, não quero ter que lidar com os olhares e comentários agora. — A corvina sugere.

— Concordo. É tudo muito novo para mim também, não sei como os outros vão reagir, mas não acho que seja de um jeito bom. — A morena concorda com a cabeça, imaginando o caos que seria na Sonserina ao descobrirem que ele estava com ela, justo a pessoa que ele mais odiava na escola. 

— E como podemos nos encontrar? Digo, como marcamos isso? 

— Pode deixar comigo, sei os melhores lugares para podermos nos encontrar, sem testemunhas. — Ele diz orgulhoso, mas não pode deixar de notar um leve olhar de ciúmes da garota, ao imaginar que ele já levou outras para lá. — Fica irresistível com ciúmes, sabia? — O garoto diz na orelha da corvina, arrancando um suspiro seguido de um rolar de olhos.

— Eu não estava, quer dizer, nós dois temos um passado, não importa. — Ela tenta desconversar, mas não pode negar o sentimento. Mas era verdade, os dois tiveram um passado antes de ficarem juntos, não fazia sentido ter ciúmes de algo que já passou. — Então tudo bem. — Ela limpa a garganta e volta a falar. — Você marca os encontros, mas seja discreto, por favor.

— Como quiser. — Leva a mão até a testa como um soldado, arrancando uma risada da morena. — Como você está pedindo isso, eu quero pedir uma coisa também. — Ele olha para as mãos juntas em seu colo, os dedos entrelaçados. — Mesmo que não sejamos públicos, nós… Ainda sim seremos exclusivos, não é?

— Sim — Ela responde com um sorriso/risada — Quando estou com alguém é para valer, não espaço para ninguém no meu coração. — A resposta é sincera, ele não resiste a não ser tomar seus lábios novamente, enquanto sorri durante o beijo.

_________


O bilhete dizia apenas “Sétimo andar, corredor esquerdo. Tapeçaria de Barnabas o Maluco tentando ensinar balé aos Trolls”. 

Não havia mais nada, havia procurado. Então, enquanto se encaminhava para uma de suas aulas, desviou o caminho propositalmente e subiu até o sétimo andar. Como o caminho era praticamente o mesmo para a sala comunal de sua casa, poderia muito bem falar que esqueceu algo em seu dormitório, caso fosse abordada por alguém, mas por sorte isso não aconteceu. Chegando no local combinado ela o procura, mas não encontra nada, apenas uma porta, ao lado da tal tapeçaria. Quando está quase desistindo, a porta se abre, um braço sai pela porta e puxando para dentro com rapidez. 

Ela mal tem tempo para reagir pois uma vez fechada, a porta começa a sumir. Ela não sabe mas do outro lado da parede, no corredor, a porta também some. Quando a garota começa a se perguntar quem a puxou para dentro e onde ela estava, Draco aparece, em sua frente. A sala, se é que pode ser chamada assim, só tem uma luz fraca, uma mesa de centro e um sofá de couro. Seu namorado secreto tinha o corpo brevemente iluminado pela meia luz, ele havia tirado a capa de sua casa, então era possível ver que alguns músculos saltavam levemente em sua camisa. O olhar do loiro era intenso, ela já havia visto esse olhar muitas vezes. Havia um tempo que as coisas entre os dois começaram a… esquentar mais que o normal, estava ficando cada vez mais difícil segurar os instintos dos dois quando estavam juntos.

— Você demorou. — É a primeira coisa que ele fala para ela antes de começar a se aproximar. Sua voz estava rouca, como se alguma coisa já antecipasse o que estava prestes a acontecer.

— Tive que ser sorrateira, não podia levantar suspeitas — Ela responde em um sussurro, com medo de que alguém os ouça do outro lado do corredor. Ele dá mais um passo na direção da morena, sua mão vai até a boca dela, passando o dedão no lábio inferior da corvina, fazendo com que ela feche os olhos e solte um suspiro. Draco da um sorriso ladino com a reação que tem sobre ela, ele se aproxima mais um passo, seu hálito é sentido, a menta e o perfume amadeirado inebriando os sentidos da bruxa. Sem perceber, Draco a cola na parede, ela só se dá conta quando vê que não conseguiria ir mais para trás e que estava presa entre a parede e o corpo do namorado.

— Pois eu achei que você não viria. — Ele não abaixa a voz como ela. Seus olhos se encontram e se encaram com intensidade, se tinha alguma dúvida de que o que vira nos olhos de Draco era desejo, sua dúvida fora respondida. Mal se via a cor de seus olhos, tão escuros que o cinza não se passava de um pequeno risco. — Não precisa falar baixo, meu amor. — Ele morde o lóbulo da orelha da morena, arrancando um gemido da mesma e colocando um sorriso de satisfação no rosto do sonserino. — Estamos na sala precisa, ela provém exatamente o que precisamos. — Sua boca desce até o ponto sensível do pescoço de . — E o que preciso mais do que tudo é privacidade.

Andar que ela pudesse abrir os olhos ou até mesmo respondê-lo, ele captura sua boca com avidez, as mãos dele indo rapidamente para o quadril dela, puxando-a para próximo dele. A corvina não pode deixar de arfar com o encontro abrupto de seus corpos enquanto levava uma mão para a nuca do loiro, começando a puxar o cabelo dele e alterar com alguns arranhões em sua nuca. A outra mão foi para a gola de sua camisa, puxando-o em sua direção, como se precisasse de mais aproximação, e precisavam. 

Uma das mãos do sonserino vai para debaixo da camisa da garota, tocando a pele macia por debaixo do tecido, fazendo-a arfar durante o beijo. A mão dele de primeiro momento se fixa em sua cintura, fazendo leves movimentos circulares com o dedo antes de subir lentamente a mão até encontrar o tecido do sutiã da morena, que não pode deixar de suspirar de antecipação, ansiando o toque. Sem pensar duas vezes, a mão de Draco escorrega para baixo da peça, passando um dedo levemente pelo mamilo do seio de sua namorada que, sem pensar, interrompe o beijo enquanto joga a cabeça para trás, soltando um gemido baixo com o toque. 

Draco não pôde deixar de sorrir com a reação da garota em suas mãos, e começa a massagear seu seio, intercalando entre sua totalidade e seu mamilo. Sua boca desce até seu pescoço, ele sabe o quão sensível ela é nessa parte do corpo, então se demora ali. Ele roça os dentes pela pele sensível, sem deixar de acariciar a pele de seu seio. já não tinha muito controle sobre seu corpo, uma de suas mãos estavam posicionadas em cima da mão de Draco, enquanto a outra vai para dentro do tecido de sua camisa, arranhando o abdômen levemente marcado do sonserino, que não consegue segurar o gemido rouco que sai por sua garganta no momento em que as unhas da morena passam por sua pele, fazendo com que um arrepio percorresse toda a sua coluna.

A mão do loiro sai vagarosamente do seio da garota, que solta um gemido de descontentamento com a volta do toque, fazendo-o soltar uma risada grave. As mãos dele vão até o pescoço dela, os dedos passando gentilmente pela pele da garota, deixando um rastro de arrepios por onde passam. Elas param no primeiro botão da camisa.

— Posso tirar, meu amor? — ele pergunta em seu ouvido, a voz grave de desejo.

— Pode. — A voz dela não passa de um sussurro ofegante.

 — Tem certeza? Não prometo que vou me segurar depois disso. — Ele morde o lóbulo de sua orelha, fazendo-a arfar e projetar seu tronco para frente, fazendo Draco quase rosnar em antecipação, conforme abre os botões, um por um.

No momento em que o faz, olha para a namorada e descobre que ela o encara intensamente, com os olhos negros de desejo e prazer. Ela ainda ofega levemente, com a ansiedade do que está por vir. Sem tirar os olhos dela, ele termina de abri-los. Quando o faz, a peça cai lentamente do corpo dela, fazendo um barulho seco quando encontra o chão. Quase que instantaneamente, as mãos de Draco começam a percorrer a pele descoberta da corvina, deixando uma onda de arrepios e arrancando suspiros de sua namorada.

— Tão linda… — ele fala novamente em seu ouvido, enquanto passa suas mãos nas costas nuas da garota, parando no fecho do sutiã. — Posso? — Ela dá um aceno de cabeça, e logo o sutiã também é tirado. Draco se afasta apenas o suficiente para poder observar o corpo da corvina. — Perfeita. — Ele captura novamente os lábios da morena, aprofundando o beijo quase que instantaneamente. Sua mão vai para o seio direito da garota, que solta um gemido de prazer durante o beijo.

As mãos de vão até a camisa do namorado, começando abrir os botões da camisa do loiro. Logo a camisa dele está aberta, e ela quebra o beijo apenas para observar o abdômen levemente marcado do sonserino, que se diverte ao ver o jeito que deixa a morena. Quase que em piloto automático, as mãos da corvina vão até o peito do garoto, descendo com as unhas, arranhando levemente. O loiro joga a cabeça brevemente para trás, aproveitando o toque que quase o faz perder o controle. não consegue deixar de dar um sorriso ladino, também satisfeita com o efeito que causa nele. 

No momento em que ele endireita a cabeça e abre os olhos, seu olhar reflete um desejo selvagem. Ele desce até os seios da garota, passando a língua delicadamente no mamilo esquerdo dela, que não faz nada a não ser soltar um gemido alto. O som da morena gemendo com seu toque apenas o deixa mais atiçado, fazendo-o abocanhar completamente seu seio esquerdo enquanto massageia com afinco o direito. Nesse momento, a corvina não consegue fazer mais nada a não ser gemer alto, enquanto sente ondas de prazer por toda a extensão de sua coluna. As mãos dela vão até suas costas, arranhando-as com certa força, fazendo Draco arfar levemente, sentindo um arrepio de prazer misturado à dor das unhas dela em sua pele.

ameaça tremer levemente, sabendo o que está por vir se ele não parar com o carinho. Coloca uma de suas mãos em seus cabelos, puxando-o para cima. Ele a olha com os olhos selvagens, mas ela logo puxa sua nuca e o beija com fervor enquanto ele pressiona seu corpo no dela. Os quadris roçando um no outro apenas mostram para a garota o quanto ele está lhe querendo, e isso a deixa mais audaciosa. Após quebrar o beijo, o olha intensamente, seus olhos brilhando de desejo da mesma maneira que os dele. Sem quebrar o contato visual, suas mãos descem, passando por seu abdômen, até chegar no cós da calça. Quando ela coloca as mãos no botão de sua calça, a mão de Draco pega em seu pulso levemente.

— Você tem certeza? — Há um certo temor em sua voz, de que ela possa se arrepender. — Depois disso não tem mais volta. 

— Total certeza. — Ela fala com confiança, sem tirar os olhos dos dele. Ele a olha por mais alguns instantes antes de soltar sua mão. 

Sem deixar que ele a interrompa mais uma vez, ela abre a calça, empurrando-a para baixo. Ao sentir o tecido caindo, Draco retira as meias e chuta os sapatos para longe no processo. aproveita o momento para observar o corpo do namorado, e não se controla ao passar a língua em seu lábio superior em uma expressão de extremo contentamento. O sonserino não consegue conter a expressão que a namorada faz, e volta a atacar seus lábios em um beijo feroz. Suas mãos vão automaticamente para debaixo da saia da garota, apalpando sua bunda e utilizando isso como forma de trazê-la para mais perto dele.

As mãos dele começam a tirar a meia que ela utiliza, levando os sapatos no processo. Com a pele descoberta, ele aproveita para passar as mãos pelas pernas da garota, não perdendo a oportunidade de passar uma das mãos na parte interna da coxa dela, arrancando-lhe um gemido fraco. Suas mãos param em sua saia, pronto para retirar a peça, mas, antes, ele precisava confirmar, pela última vez.

. — A garota encara os olhos do namorado, que a essa altura está ofegante e com os olhos sedentos de desejo.

— Draco. — Ela dá um sorriso safado antes de se aproximar do ouvido do loiro. — Me faça sua, Malfoy… — ela praticamente ronrona em seu ouvido.

Não é preciso mais nenhuma palavra, em segundos a saia da corvina está no chão, enquanto Draco a beija fervorosamente. Suas mãos espalmadas na bunda da garota, puxando-a para perto, suas intimidades praticamente coladas, separadas apenas pelas últimas peças que cada um veste. O simples roçar das partes fazem com que solte um gemido fraco enquanto Draco ofega com força. Ele segura na bunda da corvina fazendo impulso para que ela possa entrelaçar as pernas em seu quadril, o contato, ou melhor a falta do contato faz com que os dois comecem a ficar cada vez mais sem controle.

Segurando a garota sem maiores esforços e sem quebrar o beijo ele a leva para o sofa, deitando-a com cuidado e podendo olhar seu corpo inteiro com devoção e desejo. “Simplesmente, perfeita”, ele sussurra antes de se deitar por cima dela, tomando cuidado para não apoiar muito o seu corpo na morena. Ele começa a beijar seu pescoço enquanto suas mãos percorrem toda extensão do corpo dela. Aos poucos ele desce, distribuindo beijos por todo o caminho. Quando chega em seus seios, deixa apenas um beijo entre eles antes de continuar descendo, sem parar. 

Uma das mãos de Draco então aproveita para massagear os seios da corvina, intercalando entre um e outro até o momento que o caminho de seus lábios chega no baixo ventre dela. A mão que estava nos seios da garota desce se posicionando junto da outra, uma de cada lado da calcinha que vestia, descendo a peça devagar. Logo, não há mais nada que impeça Draco de se saciar no corpo da namorada. E é exatamente o que ele faz quando passa a mão pela intimidade da garota, percebendo o quão molhada ela estava. Nesse momento solta um gemido lento e alto. É possível apenas ouvir o loiro murmura “Caralho”, antes de descer a boca na intimidade da garota e começar a chupá-la com vigor.

A morena solta um grito enquanto todo o seu corpo arqueia com a sensação da língua de Draco nela. Uma de suas mãos vai para o cabelo do garoto, puxando seus cabelos, mas também guiando-o enquanto continua passando a língua por toda sua intimidade. Uma das mãos do sonserino vão até os seios da garota. fecha os olhos enquanto sua cabeça se joga para trás, completamente inebriada de prazer, seus gemidos ficando cada vez mais altos e mais urgentes. Não vai demorar muito até que ela atinja seu ápice. Como se fosse possível provocá-la mais, o loiro introduz um dedo nela, não deixando de ofegar ao perceber que ela estava mais do que molhada esperando por ele.

Quando Draco percebe que ela está praticamente chegando em seu limite, ele para tudo o que estava fazendo, ouvindo a garota soltar um gemido de frustração, arrancando uma risada do loiro. 

— Calma, meu amor. — ele diz, passando os dedos gentilmente em sua garganta antes de se aproximar. — Quero que a primeira vez que você gozar comigo seja comigo dentro de você. — Logo ele a beija, de maneira desesperada. Em um movimento rápido, sua cueca também some, e ele se posiciona entre as pernas dela. Por um momento ele não faz nada, apenas roça suas intimidades, ofegando com o contato.

— Draco, por favor… — praticamente implora em um gemido enquanto o sente apenas encostando suas intimidades, mas não seguindo com o movimento. Como se ele precisasse dessa confirmação, ele a penetra devagar. A morena não consegue deixar de soltar um gemido longo de prazer e satisfação com o contato.

Draco parecia estar prendendo o ar, pois quando se vê dentro da garota, solta um suspiro grave e rouco. Ele se mantém no lugar por alguns minutos antes de começar a se movimentar lentamente, deixando que ela se acostume com ele. Depois de algumas estocadas, já está arranhando suas costas sem controle enquanto geme cada vez mais alto. O loiro percebe que a garota está mais perto do que nunca do ápice, uma vez que ela já estava muito perto antes. Então ele aumenta a velocidade, sentindo a garota começar a ter espasmos, soltando um gemido alto antes de começar a respirar devagar. A sensação de tê-la ali, só para ele, faz com que ele também atinja o seu ápice.

O sonserino precisa apoiar uma mão no sofá, para que ele não apoie o peso no corpo da morena, enquanto retoma o controle. Enquanto tenta recuperar o fôlego, ele se aproxima dela e dá um selinho demorado em seus lábios antes de deitar a cabeça no vão de seu pescoço.

— Isso foi… incrível. — ele diz, com a voz abafada pela pele da garota antes de dar um beijo em seu ombro e a encarar. Os olhos da namorada ainda brilhando de prazer, mas aos poucos esse brilho é substituído pelo cansaço.

— Você é incrível. — ela diz, enquanto acaricia suas costas com carinho antes dele sair de dentro dela, para deixá-la se trocar e para ele se trocar também. Por um momento eles se encaram com intensidade, nesse tempo que ficaram juntos, o relacionamento dos dois só amadurecia, e com ele surgia a vontade de dizer aquelas tão famosas 3 palavras. Mas nenhum dos dois fora capaz de dizer.

Após alguns minutos, eles finalmente se vestem. Não tinham ideia de quanto tempo estavam ali, e não podiam arriscar serem pegos, ou estariam em grandes problemas. Enquanto terminava de colocar seus sapatos, um fato surge na cabeça de Draco.

, nós não usamos nenhum tipo de proteção.

— Você não, eu usei. — ela diz confiante, enquanto abotoa o último sapato e se levanta, indo até ele, que a encara confuso. — Eu tomo uma poção para evitar isso desde que a gente começou a ficar mais… animado. 

— Você é mesmo perfeita. — Ele beija brevemente seus lábios, mas o beijo que começa calmo logo começa a se intensificar.

— Draco, precisamos ir, já ficamos tempo demais aqui, vão suspeitar que sumimos… — a garota fala, cortando o beijo.

— Tudo bem, mas não pense que vai fugir assim tão fácil. — ele diz, beijando levemente seu pescoço antes de deixá-la se aproximar da porta que voltou a aparecer na parede.

— Mal posso esperar. — Ela pisca para ele antes de sair para o corredor e voltar a antes pelo castelo como se nada tivesse acontecido.

_________


chega na torre de astronomia. Ela não liga se foi cuidadosa ou se alguém percebeu que saiu da cama como da primeira vez. Por um momento, lembra de como tudo começou, poucos meses atrás. Meses, estavam nesse relacionamento há meses, e nada dele querer tornar aquilo oficial, público. E isso a magoava, a machucava. Parecia que tinha sido ontem quando ele se declarou para ela, que confessou não só seus sentimentos, mas que revelou ser o admirador que estava mexendo com seu coração. Parecia que tinha sido ontem que ela mesma havia deixado os sentimentos que há muito estava guardando no fundo do seu ser e se entregado de corpo e alma à Draco, que havia mergulhado de cabeça em um sentimento que nunca imaginou experienciar em toda a sua vida.

Quando ela tira o capuz, seus cachos ficam rebeldes sob o vento. Não estava usando nada nos cabelos hoje, não sabia o rumo que essa conversa iria tomar. Sim, foi ela quem fez o convite, mas sabia que não seria a única a falar.

No momento em que o loiro a vê, não pode deixar de notar que seu cabelos estão completamente soltos, sem o acessório que ele havia dado e nem mesmo a fita que ela muitas vezes usava em sua cabeça. Ele se aproxima dela, querendo saudá-la com um selinho, mas ela vira levemente o rosto, fazendo sua boca encostar em sua bochecha. Ele engole em seco e espera que a garota comece a falar.

— Precisamos conversar. — É a primeira coisa que ela diz, enquanto encosta no batente de segurança da torre, o exato local do primeiro de muitos beijos deles. Draco não fala nada, aguardando que ela continue. — Estamos juntos há meses já. Sei que concordamos em deixar nosso relacionamento em segredo pois não sabíamos o que iríamos ser e todos aqueles sentimentos eram muito novos para nós dois. Mas o tempo foi passando e eu fui comentando sobre deixar que a escola falasse mas que eu queria deixar nosso relacionamento público, queria mostrar ao mundo o motivo de eu ser a garota mais feliz de Hogwarts. Mas você nunca quis. Nunca concordou, sempre deu para trás, sempre que eu tocava no assunto era motivo de briga, de discussão.

— Você sabe porquê, sabe as consequências que fazermos isso nos acarretaria. — ele responde com cuidado, tentando se aproximar da garota, mas ficando preso no lugar, como se seu cérebro estivesse congelado.

— Dane-se às consequências, Draco. — ela diz exaltada, mas com a voz ainda baixa. — Eu não ligo se vão me xingar, se vão me olhar feio, se vão me humilhar. Sua casa sempre fez isso, não vai mudar nada para mim. 

— Mas minha família, ela…

— Verdade, tem a sua família, você sempre fala deles. Você acha mesmo que vão fazer alguma coisa com você por conta disso? Você é o único herdeiro da família Malfoy, não vão fazer nada com você.

— Mas e com você? — ele pergunta desesperado, pegando nos ombros da garota e a encarando com intensidade. — Eles podem fazer alguma coisa com você.

— Não vão fazer nada comigo.

— Eles são uma família influente, seus contatos podem fazer qualquer coisa. Para te atingir, para me atingir. — Draco parecia estar à beira de um colapso. Sabia que deixar o relacionamento escondido só o desgastava a cada dia, mas o medo de enfrentar sua família era maior do que a vontade de mostrar a todos que era com ela que ele queria estar e que ela era o motivo dele ter se tornado uma pessoa melhor. 

A verdade é que ele já tentara várias vezes, falar com alguém sobre o que eles tinham, de colocar para fora, de expor esse segredo de uma vez por todas. Mas no fundo ele sabia que não passava de um covarde, que tinha medo de ser deserdado e perder tudo que ele sempre teve, sabia que no fundo seu sentimento de dever perante sua casa, perante o seu sangue iria falar mais alto. Mesmo que isso significasse perder o amor da sua vida. Ele percebe que estava em silêncio por muito tempo quando ouve a garota dar um suspiro cansado.

— Então é isso, você não vai nem lutar por mim, nem que seja um pouco. Por que eu sim, lutaria por você.

— Sinto muito eu, eu não consigo fazer isso. — As palavras que saem da boca tem gosto amargo, como se fossem ditas em piloto automático. Como se não fosse mais ele falando. então se afasta e volta a encarar a paisagem. Hoje a noite está diferente, não há lua cheia. Não há sequer luz da lua. Como se o universo percebesse o que iria acontecer naquela noite e não quisesse presenciar. Após alguns minutos encarando o nada, ela toma fôlego. 

— Eu amo você, Draco Malfoy, amo mesmo. — ela diz com voz embargada, enquanto olha para o céu, ali naquela torre, onde tudo começou, onde eles realmente acharam que poderiam dar certo. Após um momento, ela espera que ele fale alguma coisa, qualquer coisa. Era a primeira vez que ela dizia isso em voz alta para alguém. E ela não obteve resposta. — Mas eu não posso te amar no escuro.

Ela retira a presilha do cabelo, o primeiro dos muitos presentes que ele a mandou, ainda secretamente naquela época. O loiro olha para ela com dor nos olhos, incapaz de dizer alguma coisa, praticamente petrificado. Ele observa a garota colocar a presilha em cima do muro da sacada da torre de astronomia. Ele olha fixamente para o acessório, como se ele fosse o único motivo que o segurava na terra. Mas estava incapaz de responder a garota. Ele se amaldiçoava a cada segundo que tentava fazer suas palavras saírem, mas ele não conseguia dizer nada, nem impedi-la de ir.

Com um suspiro, a garota coloca de volta o capuz de sua capa. Após um olhar triste para o loiro, que continuava fixo na presilha, ela dá meia-volta, voltando para seu salão comunal em silêncio.

Após alguns minutos sozinho, o loiro coloca sua face mais fria em seu rosto e vai embora, deixando para trás a presilha prata das cores da Corvinal, e a esperança de um amor que poderia ter sido, e não foi.



FIM.


Nota da autora: E ai? Sei que todos esperavam um final feliz, mas o Draco só sofre. O que acharam? Não deixe de comentar!

Ps. Queria agradecer ao bot do Draco, sem ele essa fanfic não teria saido da minha cabeça

Nota da bethinha 🧚‍♂️: Ok, depois dessa fic, eu não vou mais parar de encher o saco da Mari pra ela escrever milhões de fics de Harry Potter (Especialmente com o Draco). MISERICÓRDIA, EU AMEI ISSO AQUI?! Já pode entrar oficialmente pra listinha de melhores autoras do dracoverso. QUE ARRASO FOI ESSA HISTÓRIA, MEU DEUS! Me diverti muito durante a betagem dela, e AMEI a forma como você desenvolveu o Draco, Mari. Ficou extremamente fiel ao canon, consegui enxergar totalmente o Malfoy dos filmes ali. Você arrasa demais. Amei tua escrita em terceira pessoa também, nunca tinha lido nada teu no universo de HP e foi uma baita de uma descoberta. Encontrei foi ouro (e quero mais)

Amei também como você conseguiu equilibrar um Draco tão normalmente chatinho e exibido com esse menino FOFO. Foi o equilíbrio perfeito; e é exatamente como eu imagino que aconteceria com ele. Malfoy jamais deixaria com que as pessoas vissem seu lado vulnerável, mas ele arrumou um jeito de mostrá-lo para a pp, ainda que disfarçado. E ver esse lado fofinho e romântico dele foi incrível demais. Logo na cena da presilha que ele presenteia ela eu já boiolei toda. FOFO! E ele indo pedir desculpas depois de xingar ela? Achei fofinho demais ele aparecendo todo com o rabinho entre as pernas. A pp mexeu tanto com a cabeça do menino que ele até se declarou, e isso antes mesmo de tomar chá, hein?! Depois virou uma cadela completa dela, eita como tava apaixonado!

Também perdi tudo na parte do “Problemas com as galinhas, Willians?”KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK POR QUE ESSA FRASE É TÃO ALGO QUE O DRACO DIRIA? QUE ÓDIO!

O final teve uma carga dramática bem forte, mas eu gostei de como foi desenvolvido. Ficou bem real, bem sério, algo que infelizmente era o esperado de acontecer… visto que o Malfoy tem muitos problemas para resolver na vida dele, com a família e também quanto a si mesmo. Eles são jovens e as coisas seriam difíceis. Mas sei que esses dois podem se encontrar outra vez mais maduros e ficarem juntos (confirma aí pra mim, Mari, só pra eu ver uma coisa).
A cena dela virando o rosto quando ele ia dar beijinho, AI, ACABOU COMIGO. QUE DÓ, MEU DEUS! 😭 esse menino só sofre! Mas achei a pp bem madura, btw, fazendo o que fez. Pois já diz o ditado: amar é deixar ir… quando percebemos ser o melhor para o outro e para nós. O que é para ser sempre encontra um jeito de voltar. ( não é, Mari? 🔪)

Enfim, amei essa fic e amei cada segundo lendo-a e a revisando. Até assustei quando vi o número de palavras, porque fiquei tão imersa na leitura que devorei essa fic HAHAHAHAH. Leria muito muito mais disso, então você trate de escrever agora mesmo uma continuação com esses dois se pegando de novo e de preferência ficando juntos, tá? Não aceitamos finais tristes por aqui. Não siga o exemplo da Pati. Beijos.


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