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Revisada por vênus. 🛰️
Atualizada em: 24.11.2024

O sol estava radiante, o céu tão azul quanto deveria ser, e não havia um aviador ali que estivesse completamente inteiro depois de uma noite coletiva do batalhão especial. Foi uma madrugada de muita bebedeira no bar dos oficiais da marinha americana, com direito a tudo o que pudesse e mais ainda.
Alguns nem mesmo puderam dormir, mas estavam ali no pátio externo, sob aqueles raios solares intensos, apenas para receber os novos tenentes promovidos, que também ingressariam no recém-formado grupo de elite das forças aéreas militares. E, também, a chegada de um novo capitão.
— Canyon… — Anthony murmurou, pensativo. — Vocês já ouviram falar dele? — perguntou, pela milésima vez. Ao horizonte, um comboio chegava em carros perfeitamente alinhados numa fila, e o grupo ali parado observava com atenção e expectativa.
Confidencial, eles disseram. O que não faz sentido, já que se trata de um capitão. É estranho não sabermos da reputação dele. — foi o primeiro a responder, cruzando os braços à altura do peito e encarando a chegada triunfal. Foi dito a eles que o novo capitão, que entraria no lugar de Rogers, era um assunto confidencial por sua fama e alguns adendos que ele não conseguia compreender.
Não fazia sentido que uma pessoa com tamanha competência fosse anônima, principalmente no meio da marinha. Para ele, a excelência sempre gerava fama.
Além dos dois, na linha de frente da espera, tinha Bradley, entediado e quieto até demais, prestando atenção na conversa dos dois companheiros sozinho, enquanto Riley não aparecia porque, muito provavelmente, estava morta na cama — e essa era sua maior preocupação no momento, ao contrário dos outros.
O parceiro de , Anthony, até tinha notado o silêncio dele em todas as vezes que o assunto era sobre o tal Canyon, desde o primeiro comentário; certamente, ele não poderia deixar isso passar.
— Eu tenho certeza de que Bradley sabe alguma coisa. Os encontros com o cara do governo devem ter rendido informações… — comentou em tom conspiratório, com seu risinho fraco e divertido, tocando o ombro dele.
Bradley apenas o encarou de soslaio, mas ele não poderia enxergar sua encarada dura, haja vista que usava a lente grossa e escura dos óculos de sol.
Entretanto, o assunto não pôde ser continuado. Logo, tão depressa, os três carros pararam diante dos homens que aguardavam e começaram a sair os tenentes restantes da turma que iriam iniciar. Por último, uma mulher fardada saiu, atraindo olhares curiosos e formando um silêncio descomunal ao tornar nítida a visão de um broche em seu traje que assinalava sua patente: capitã. E, claro, em seu boné tinha o nome Canyon — uma forma comum de carregar o codinome de campo.
— Senhores, quero que conheçam a nova capitã de vocês. Cafrey. — a voz do coronel ecoou, situando a todos. — Capitã Canyon, seja bem-vinda.
— Obrigada, senhor. — o cumprimentou formalmente, de acordo com o protocolo de continência militar, e também foi cumprimentada pelos tenentes ali parados para recebê-la.
Os olhares direcionados a ela estavam sendo camuflados pelos óculos aviadores com lentes escuras, mas ela já sabia que, por baixo daquilo, havia julgamento por ser a primeira mulher comandando um alto escalão de pilotos de caça.
Inclusive, tinha um deles, o único, na primeira fila, sem óculos, que a mediu por inteira e não conseguiu evitar repuxar uma das pontas dos lábios em um sorriso ladino quase mínimo, porém não imperceptível para ela. E não deixaria passar. Deu um passo à frente, adiante dele, lendo seu nome e patente. Ignorou o codinome que ele usava, Agust, e adotou sua postura desafiadora.
— Existe algo a mais que queira me dizer pra completar as boas-vindas, tenente Min? — tirou os óculos, encarando-o com o rosto erguido o suficiente para seus olhos se direcionarem a ele diretamente.
Ele manteve a postura, com os braços colados nas laterais do corpo e olhando o horizonte. Mas agora o horizonte que encarava tinha orbes em um tom profundamente escuro e sério, imponente, o desconcertando por dentro e fazendo-o sofrer para se manter impassível por fora, mesmo que estivesse suando pelos poros.
Não respirou fundo, não umedeceu os lábios, sequer piscou.
— Me desculpe, capitã Cafrey. É que não ouvimos muito a seu respeito e estou curioso de poder trabalhar com a senhorita… — ousou dizer. — Espero conseguir tirar bom proveito do que a senhorita tem pra nos ensinar ao nos levar até as nuvens.
não esboçou reação. O mediu sem mover a cabeça, apenas com os olhos, e voltou os óculos para cobrir os olhos dos raios impiedosos do sol forte já naquela manhã.
— Aprender não é proveitoso, é necessário, senhor Min. — disse séria, virando-se para parar ao lado do coronel. — Vocês estão atrasados. Nossa prática começa em quinze minutos.
— Sim, capitã… — sentiu um leve formigamento ao notar um pequeno detalhe e, contendo-se para não se virar para Bradley, completou: — Cafrey.
— Vejo vocês em alguns minutos.
Ela saiu com o coronel e o almirante, e a formalidade logo cessou por ali. Os aviadores respiraram fundo e relaxaram, todos virando-se para Bradley imediatamente.
— Confidencial? — Anthony foi o primeiro a dizer, fulminando-o com o olhar. — Você é casado e nós não sabíamos?
— Mas que porra é essa? — também direcionou um olhar fulminante a ele.
Bradley passou as mãos no rosto, tendo os dois atentos aos seus dedos, procurando a aliança.
— Você viu? Não tem nada aqui. — apontou, pegando a mão de Bradley e analisando-a.
— Não mesmo. — Anthony levou as mãos à cintura, franzindo o cenho. — Explique-se.
— Vocês dois são ridículos! — ele puxou a mão com força, repreendendo-os com um olhar de reprovação. — é minha irmã!
— Espera… Mas como a sua irmãzinha da engenharia já… Essa matemática não fecha, Cafrey! — Anthony disse meio alto, atraindo atenção.
— Essa é a Maryl, ela ainda tem 20 anos. — revirou os olhos. — é a nossa irmã mais velha.
— Que interessante. Você sabia disso?
— Não, Min. Eu não sabia, é uma surpresa para mim também. — Bradley revirou os olhos outra vez, cansado, e mudou o foco: — Só eu estou preocupado com Riley?
— Mentiroso! — Anthony apontou o dedo, mas suspirou logo em seguida, já dizendo: — Mas tudo bem, isso vai ser interessante… Muito simpática sua irm... Nossa capitã. — se autocorrigiu. — Ela parece ser bem competen... Ai!
— Fique quieto. — lhe deu um tapa na nuca, interrompendo-o, e respirou fundo. — É melhor irmos logo, o caminho até o prédio é longo. E precisamos buscar a Riley.




Continua...


Nota da autora: Espero que gostem.

❯ beth's note: Mais uma fanfic que vai me obrigar a abrir o primeiro streaming pra caçar de onde vem essa ideia principal. Os machos todos chocados com a nova capitã, e esse pseudo flerte que o Yoongi lança me deixou curiosa. Já tô ansiosa pelas demais aparições ~você mesmo Wonwoo. Manda mais!


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