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🌟Autora Independente do Cosmos🌟

Última Atualização:14/08/2024

O Sol quente e a brisa do mar me traziam a sensação de casa que nenhum outro lugar conseguia me proporcionar, a calmaria que eu só sentia quando estava na praia pairava ao meu redor e o cheiro de maresia deixava meus olhos marejados devido a saudade que eu sentiria daquele lugar.
— Eu ainda não acredito que você fez isso! — A voz ao meu lado murmurou em uma mistura de surpresa e descrença. — E que só teve a decência de contar para a sua melhor amiga AGORA!
Uma risada um tanto incrédula deixou meus lábios, meus olhos ainda estavam fixos no oceano, mas eu entendia os sentimentos de Jenny, principalmente a descrença, já que ela estava bem presente em mim também.
— Onde você estava com a cabeça?
— Sinceramente? — Encarei minha melhor amiga. — Eu não faço ideia.
Era a porra de uma mentira, completamente inofensiva, mas ainda era uma mentira e tinha sido a abordagem que escolhi usar. Era muito melhor deixar com o que todos acreditassem que eu não fazia ideia do motivo, do que admitir que um pé na bunda e uma garrafa de whiskey tinham me feito abrir mão da minha vida por algumas semanas para participar de um reality show para encontrar a minha alma gêmea.
— Se me falassem que você iria para um programa de televisão, eu apostaria em um Largados e Pelados ou De Férias Com o Ex.
— Você é minha amiga ou minha inimiga, Jenny? — questionei com as sobrancelhas franzidas, mas com um leve sorriso nos lábios.
— Fala sério, , nem você esperava isso de você mesma — rebateu sem se abalar. — Você, uma das pessoas mais indecisas do universo, vai ter dez semanas para descobrir entre dez homens quem é o seu par ideal.
Revirei os olhos com seu exagero, eu era um pouco indecisa, mas nada tão extremo como Jenny fazia parecer. Se, por um acaso eu precisasse escolher entre dois homens quem seria o meu par ideal, eu não teria a menor dificuldade.
Mas isso era uma preocupação infundada, eu sequer precisaria cogitar fazer uma escolha, era só seguir o fluxo do jogo e tentar adivinhar quem o programa achava ser meu par ideal.
Uma moleza, eu não teria problemas.



O apresentador estava parado no meio do grande jardim observando os participantes chegarem e se alinharem a sua frente. Do seu lado esquerdo os rapazes estavam em duas fileiras, contendo cinco em cada, já do seu lado direito, as mulheres se encontravam na mesma posição.
— Sejam muito bem-vindos ao Are You The One — o apresentador falou sorrindo, fazendo com o que os jovens gritassem em aprovação. — Eu sou Terrence e eu serei o guia de vocês nessa jornada onde vocês devem encontrar seu par ideal. — Os participantes lhe olhavam com expectativa, fazendo com o que o apresentador se sentisse animado por estar ali. — E todos vocês precisam de ajuda, pois vocês são o quê? — o apresentador deu uma pausa, voltando a falar logo em seguida e sendo acompanhado por todos os vinte jovens ali presentes. — Péssimos em arrumar relacionamentos.
Murmúrios soaram pelo gramado e caretas eram visíveis nos rostos dos participantes.
— Fizemos um processo intenso para combinar cada um de vocês com alguém que está aqui, filtramos milhares de pessoas, compilamos todos os tipos de informações para namoro e inserimos tudo em um algoritmo que já identificou qual é o seu par ideal — os murmúrios animados soaram por todos os lados, causando uma risada no apresentador. — Mas, se o seu par ideal estivesse bem na sua frente, você o reconheceria?
— Se eu conseguisse reconhecer eu não teria passado por tanta desilusão — falou no automático, arrependendo-se em seguida quando todos olharam em sua direção.
— Acredito que a desilusão esteja bastante presente na vida de quase todos aqui — o apresentador comentou sorrindo, arrancando risadas de alguns participantes. — Mas não vamos falar do fim, vamos falar do início. Vocês acreditam em amor à primeira vista?
Praticamente todas as mãos do lado feminio foram levantadas, apenas três ou quatro participantes continuaram com a mão abaixada, incluindo . Já do lado masculino, boa parte permaneceu com a mão abaixada, enquanto apenas quatro homens levantaram suas mãos.
— Vejo que você levantou a mão sem nem pestanejar, Camille. — Terrence encarou a loira que mantinha um sorriso amplo nos lábios. — Já que você acredita, quem você acha que seria o seu par ideal?
— Aquele de cabelos castanhos da segunda fileira, o que tem covinhas — murmurou enquanto apontava para o homem que a encarava timidamente.
?! — Terrence questionou e o homem o encarou, fazendo o apresentador abrir um sorriso. — Você também levantou a mão, então você acredita em primeiras conexões — afirmou, e o moreno apenas concordou com a cabeça. — Você acha que Camille pode ser o seu par ideal?
— Acredito que sim, ainda não a conheço muito bem, mas a personalidade aparenta ser similar à minha.
— É exatamente por isso que vocês não seriam um par ideal — falou mais alto do que desejava, atraindo os olhares para si outra vez.
— E qual o motivo que a faz achar isso? — o tom de voz de Camille era magoado, como se tivesse acabado de falar algum absurdo.
Coisa que na cabeça de Camille tinha acontecido, ela sabia que tinham acabado de chegar ali e sequer se conheciam, mas ao olhar para , a loira sentiu uma conexão instantânea que não sentiu com nenhum dos outros participantes. Como aquela mulher que mal a conhecia podia julgar algo que ela estava sentindo?
— Essa é a razão pela qual estamos aqui, nós sempre escolhemos o que queremos, quem achamos que vai ser nosso cavaleiro de armadura e não quem de fato precisamos para ter uma boa relação — explicou calmamente, provando seu ponto. — E o bonitinho ali, na verdade vocês dois, acabaram de fazer isso.
— Ela está certa — Terrence tornou a falar, cortando a chance de Camille de retrucar. — Nossa equipe analisou todos aqui, e o par ideal de vocês, provavelmente, não é alguém que vocês escolheriam lá fora, o seu par ideal vai ser aquela pessoa que não só te completa, mas que te transborda, e, em alguns casos, essa pessoa não vai ter a personalidade nem um pouco parecida com sua.
— É isso aí, se você quer ficar com alguém igual a você, com os mesmos gostos e tudo mais, cria um clone — falou em um tom divertido, causando risada em alguns participantes.
— Depois dessa eu até poderia parar de papo e liberar a casa pra vocês, acho que vocês estão precisando se refrescar um pouco. — Terrence foi interrompido pelos gritos de comemoração, o fazendo sorrir maroto para os participante. — Pena que isto não vai acontecer, já que o primeiro desafio vai acontecer agora.
Terrence caminhou até uma televisão com o logo do programa a alguns passos de distância. Ela estava apoiada em uma coluna que a deixava na direção do campo de visão de todos os vinte jovens ali presentes, que olhavam atentamente para o aparelho.
— Para achar o par ideal de vocês, não basta só olhar para a aparência, vocês terão que ir bem mais fundo. E esse desafio vai além disso, por isso vou chamá-lo de “O que você vê, é o que você leva” — os comentários animados soaram pelo gramado. — Meninas, este desafio vai ser apenas com vocês disputando entre si. Neste monitor vão ter fotos de coisas que esses caras guardam no fundo do coração deles, se vocês se identificarem com alguma imagem ou se ela for especial para vocês também, peço que levantem a mão. A primeira a levantar a mão, vai sair com o cara da foto e os três primeiros casais vão para um passeio incrível.
Os murmúrios femininos soaram animados e ansiosos, a chance de ter um primeiro encontro com alguém dependia só delas. não sabia dizer qual emoção a dominava mais, além do leve receio de ir para um encontro com uma pessoa que não conseguisse se conectar, juntos apenas por uma foto.
— E aqui temos a primeira foto. — Uma prancha de surf apareceu e levantou a mão de imediato, sem sequer pestanejar ou cogitar seus receios. — Vejo que você levantou a mão no mesmo instante, , pode nos contar a razão?
— O surf é a minha paixão desde os treze anos de idade e não teve uma única semana desde então que eu não surfei ao menos dois dias na semana — respondeu com sorriso sincero no rosto. — Essa vai ser a primeira vez que passo tanto tempo assim sem surfar, mas chegar aqui e descobrir que estamos perto do mar me acalentou ao menos um pouco.
— E você, Chloe, por qual motivo levantou a mão? — Terrence questionou a loira que apenas deu de ombros.
— Eu curto um surfista, esse é um dos motivos pelo qual eu moro em Miami — respondeu rindo.
— Certo. — Terrence riu e então pigarreou, fazendo com o que o silêncio se instalasse em seguida. — Bom, levantou primeiro a mão, então vamos ver quem vai ser seu par nesse primeiro encontro.
A foto passou para o lado assim que Terrence falou, tirando a imagem da prancha e dando lugar a foto de um homem com os cabelos castanhos um pouco acima do ombro, que saía do mar com a prancha em seu braço. ainda não sabia se o surf seria o suficiente para que criasse uma boa relação com o desconhecido, mas ela não podia negar que ele era bem bonito.
— Ryan e , vocês são o primeiro casal. — Terrence sorriu e bateu palmas, sendo acompanhado pelos outros participantes. — Venham aqui para frente, por favor.
Os dois saíram da fila que estavam e aproveitou melhor a proximidade para encarar seu parceiro. Um sorriso brilhou em seus lábios e foi correspondido por Ryan, que não tardou em deixar um beijo rápido em forma de cumprimento na bochecha de .
— Prazer — a voz rouca soou conforme Ryan se afastava e contentou-se com um aceno de cabeça, mas com um sorriso ainda mais aberto em lábios.
A mulher já tinha quebrado a cara, e o coração, com muitos surfistas, mas ela acreditava que Ryan pudesse ser uma exceção.
não percebeu quando seus dedos tinham sido entrelaçados, mas assim que se tocou que Ryan a esperava, caminharam juntos para a lateral do gramado, podendo observar tanto a televisão quanto os outros participantes.
— E a nossa segunda foto é... — Uma máquina de tatuagem apareceu na tela, fazendo com que apenas três levantassem a mão. — Devo dizer que não estou surpreso por você levantar a mão, Simone?
— Sério? Jurava que seria uma surpresa — a morena respondeu com um riso conforme alisava seus braços com tatuados. — Preciso admitir que só levantei a mão pois quero ir nesse passeio, eu nem curto tatuagens.
Risadas ecoaram pelo jardim devido a ironia da frase de Simone.
— Essa foto não nos indica muito bem quem é o dono dela, já que temos três rapazes que possuem algumas tatuagens — Terrence afirmou.
— Bem, os três são maravilhosos — Lydia comentou distraída enquanto enrolava uma mecha de seu cabelo verde no dedo e analisava os homens com tatuagens expostas.
— Sem mais enrolações — Terrence falou e a foto passou, dando lugar para um moreno de olhos verdes que olhava fixamente para a câmera enquanto segurava a máquina de tatuagem em seus dedos tatuados. — , nos diga o motivo pelo qual você escolheu essa foto.
— Eu sou tatuador, desenhar sempre foi minha paixão, mas eu nunca me encontrei com pinturas e quando eu desenhava no papel eu sentia que faltava algo mais, até que eu fui em um estúdio fazer a minha primeira tatuagem e pensei ‘é isso que eu quero fazer da minha vida’ — ele falou e então sorriu, um sorriso tão sincero que sequer notou que sorria de volta.
— Muito bem, venham para cá também — Terrence chamou o casal que apenas acenou um para o outro e andaram lado a lado até o local indicado. — Vamos para a próxima foto então.
A foto de uma tela de computador cheia de códigos coloridos e com uma xícara de café do lado apareceu, causando algumas risadas nas mulheres e fazendo com que três mulheres levantassem as mãos, mas nenhuma sendo mais rápida do que a morena com as bochechas coradas.
— Marnie, nos conte o motivo pelo qual você levantou a mão. — Terrence encarou a menina que sorriu timidamente.
— Eu não sou boa para me relacionar com as pessoas no geral, eu sou muito na minha, então boa parte do meu tempo eu gasto no computador escrevendo ou lendo algo e eu acabei aprendendo um pouco sobre programação. — Seu tom de voz era baixo, como se ela não quisesse que todos ali a escutassem.
— Certo, e o rapaz centrado é... — A foto logo mudou para um homem com os cabelos castanhos bagunçados segurando uma xícara de café enquanto um óculos de grau parecia prestes a escorregar do seu nariz. — Hunter, nos conte também o motivo de ter escolhido essa foto.
— Eu sou programador, às vezes eu passo um dia inteiro como nessa foto, apenas com meu computador e café para me manter acordado — respondeu simplesmente. — Não tem nada que me descreva melhor ou mostre quem eu sou do que essa foto.
— Certo. — Terrence abriu um grande sorriso. — Essa foi a nossa última foto, então cheguem pra cá vocês dois também, o último casal ganhador do primeiro passeio.
— O encontro vai ser hoje? — Chloe questionou Terrence com uma dúvida que quase todos ali compartilhavam.
— Não, hoje o dia é especial para vocês se conhecerem melhor e se adaptarem a casa. O passeio ocorrerá amanhã e enquanto os três casais estarão em um passeio pela praia, vocês ficarão encarregados de escolher um casal para mandar para cabine da verdade. — O apresentador deu uma pausa dramática. — E como vocês já devem saber, a cabine da verdade é o único local que confirma se vocês são realmente um par ideal.
— Que pressão — Riley comentou assustada, recebendo murmúrios em concordância.
— Se vocês forem um par ideal, vocês sairão imediatamente da casa e irão para a lua de mel, voltando apenas nas cerimônia das luzes, onde um feixe já estará acendido, e ele representará vocês — o apresentador calou-se e sorriu para todos ali presentes, observando a animação deles. — Mas, se vocês não forem um par ideal, vocês voltarão aqui para a casa e terão que começar a busca pelo seu par ideal outra vez.
— E a pressão acabou de aumentar — comentou, rindo na direção de Riley.
— Por hoje vocês estão dispensados, vão lá conhecer a nova casa de vocês pelas próximas dez semanas.
Os vinte participantes saíram correndo, seguindo o caminho de pedras que marcava o gramado em direção a construção. A casa era enorme, com as paredes externas de vidro, o que possibilitou a visão do interior antes mesmo que eles entrassem.
A sala era espaçosa o suficiente para que os dez casais se acomodassem e ainda sobrasse espaço. Uma televisão de plasma de mais de cinquenta polegadas estava presa na parede, ficando de frente para um grande sofá em formato de ‘l’ que serviria para aconchegar mais da metade dos participantes. Um tapete grande e felpudo ficava entre a televisão e o sofá. Alguns puffs coloridos estavam espalhados ao lado do sofá, enquanto atrás haviam três bancos altos separados especialmente para os três pares da semana que ganhassem o passeio.
A cozinha era ainda maior, com eletrodomésticos de última geração. Uma grande ilha ocupava o meio do cômodo, repleto de bancos para os participantes se acomodarem ali nas refeições, mesmo tendo uma ampla mesa de jantar no cômodo seguinte.
— Meu Deus, isso parece uma super noite do pijama — a exclamação de ecoou até o primeiro andar da casa, atraindo alguns participantes para o quarto. — E os colchões são ridiculamente confortáveis. Eu quero achar meu par ideal só na última semana, isso aqui tá melhor que a minha casa.
estava esparramada em uma das primeiras camas, seus olhos brilhavam em fascínio ao passear pelo quarto enquanto observava tudo. Todos os participantes dormiriam ali, o quarto contava com dez camas de casal distribuídas pelo enorme cômodo com uma distância de pouco mais de um metro entre elas.
Eles não teriam muita privacidade na hora de dormir, mas não é como se a mulher fosse se preocupar com a privacidade agora, justo em um reality show que a gravaria vinte e quatro horas por dia.
— Certeza que esse colchão é mais macio que o da rainha da Inglaterra. — levantou-se e foi até a ponta da cama, puxando o homem que estava parado ali e fazendo com o que os dois caíssem na cama.
— E você já dormiu no colchão da rainha? — o loiro perguntou enquanto encarava com um sorriso lateral nos lábios.
— Não, mas isso não importa — respondeu risonha.
— Como nós vamos ver onde cada um vai dormir? — Camille perguntou ao adentrar o quarto e encarar as camas.
— Hoje eu vou beber até cair, não estou me importando onde eu vou dormir. — Simone encarou Camille, que apenas revirou os olhos, fazendo a morena rir.
— Se eu conseguir subir as escadas, eu já considero isso um milagre — comentou risonha, cutucando repetidas vezes.
— O que foi, mulher? — o loiro perguntou, se contorcendo para se afastar dos dedos de .
— Nada, eu só estou entediada — respondeu simplesmente, recebendo uma bufada de como resposta.
— Vamos descer, pessoal, as bebidas desta casa não vão acabar sozinhas — Fred falou animado e seguiu para o primeiro andar, sendo acompanhado por todos.
Ao chegarem na cozinha, notou que os outros participantes já estavam ali, espalhados ao redor da cozinha e a maioria já possuía um copo em mãos. Decidida a não ficar para trás, seguiu até as bebidas expostas e encheu um copo de shot com a garrafa de José Cuervo que já se encontrava pela metade.
— Alô, pessoal — gritou ao levantar seu copo, atraindo a atenção das outras dezenove pessoas no cômodo. — Um brinde aos melhores participantes de Are You The One!
Exclamações animadas ecoaram pela cozinha antes que todos virassem os líquidos em seus copos. passou os olhos pelo cômodo outra vez, alguns casais já conversavam entre si e pareciam estar se entrosando, como e Camille, mas boa parte estavam apenas curtindo a noite, tal qual uma divisão escolar de meninos e meninas, e isso fez se aproximar do grupo feminino mais próximo.
— Quem chamou a atenção de vocês? — Chelsey encarou as três garotas que estavam à sua volta. — O Hunter parece tão centrado, eu acho isso sexy.
— Minha atenção foi totalmente para o Ryan — Chloe respondeu animada. — Surfistas são, sem dúvida, o meu tipo favorito. Eles sempre me atraem.
— Devo me preocupar com a sua atração por surfistas, já que eu sou uma? — perguntou em um tom brincalhão, fazendo as meninas rirem.
— Todo cuidado é pouco. — Chloe piscou para enquanto mantinha um sorriso divertido nos lábios. — Quem chamou sua atenção?
— Não sei, ainda não reparei em todos os caras — respondeu distraída enquanto passava os olhos pela cozinha, olhando rapidamente para os homens ali presentes. — Mas, eu curti o que eu puxei pra cama, acho que se chama .
— Bem, todos aqui chamaram minha atenção. — O tom de Lydia era brincalhão, mas o brilho malicioso no olhar fez se questionar internamente se a mulher estava mesmo brincando. — Acho que hoje eu vou querer dormir de conchinha com você, .
abriu a boca para responder, mas interrompeu-se ao ver que caminhava em sua direção. O cabelo loiro areia e os olhos verdes eram grandes atrativos, mas o nariz grande e reto, que combinava proporcionalmente bem com seu rosto e suas feições marcantes, era o melhor de todos na opinião de .
— Desculpa interromper vocês, mas eu preciso roubar a de vocês um pouquinho. — parou entre Lydia e Chloe, apoiando os braços no ombro das duas enquanto encarava com um sorriso.
— Sabe, estávamos falando de você — Lydia comentou com um sorriso aberto enquanto encarava .
— E eu posso saber sobre o que as senhoritas falavam?
dizia que por enquanto você foi a única pessoa que chamou a atenção dela — Chloe confidenciou em tom baixo, como se estivesse contando um segredo, o que acabou causando algumas risadas.
— Me sinto honrado, querida dama. — segurou a mão de e depositou um beijo ali. — Saiba que foi recíproco.
— E aí, vai me contar a razão de ter ido me chamar? — caminhou até o homem e colocou seu braço ao redor da cintura dele.
— Preparei algumas bebidas e gostaria que você desse a sua humilde opinião — falou enquanto se afastava com , indo para o lado de fora da casa.
A cozinha era separada do lado exterior por uma grande parede de vidro, possibilitando que eles observassem tudo o que ocorria do lado de fora. Uma grande piscina pegava boa parte da área externa, algumas espreguiçadeiras estavam posicionadas próximas à borda e, do lado da piscina, uma banheira de hidromassagem finalizava a decoração exterior daquele espaço.
Após a piscina, o gramado verde se estendia com alguns bancos, poltronas e sofás redondos formavam uma área perfeita para sentarem e conversarem. Contudo, esse não foi o caminho que seguiu, o loiro abriu a porta e direcionou para os lados, e não para frente, na direção de um bar que a loira sequer tinha notado.
— Uau, você fez muitas bebidas. — constatou ao encarar o tampo do balcão, vendo os cinco copos de shot expostos ali com bebidas diferentes ali.
— A intenção é que todo mundo beba até esquecer que vamos dividir o quarto com completos estranhos — murmurou rindo e empurrou o primeiro copo na direção de . — E antes que você me pergunte, sim, eu estou ansioso com isso.
Uma risada fraca deixou os lábios de .
— Não se preocupe, por mais que eu não demonstre, eu estou exatamente assim — falou ao piscar para . — Beleza, por qual eu começo?
apontou para o primeiro copo à esquerda de , que não demorou a virar a bebida de uma só vez.
— Caralho, onde você aprendeu a fazer isso? — questionou, passando a língua nos lábios em seguida e saboreando o gosto remanescente.
— Na boate onde eu trabalho — respondeu prontamente, com os olhos vidrados na boca da mulher à sua frente.
— Você trabalha como barman? — O tom de voz da mulher saiu animado, fazendo-o rir.
— Eu comecei como barman, e às vezes ainda quebro alguns galhos preparando bebidas, mas, atualmente, eu sou dançarino de clubes noturnos — respondeu na maior tranquilidade, vendo a morena rir com a feição incrédula.
— Bom, isso é uma boa explicação para o seu porte. — sorriu marota, analisando da cabeça aos pés. — Mas saiba que está me devendo uma dança, tá?
riu e concordou com a cabeça, arrancando um sorriso sincero de antes que a mulher virasse, em tempo recorde, os outros quatro copos de bebidas remanescentes.
— Caralho, isso aqui tá muito bom — falou ao encarar com uma admiração sincera. — Você me chamou aqui só pra isso?
— Queria alguém para provar as bebidas e me dar a opinião antes de distribuir pela casa. — Colocou as cinco garrafas no balcão e pegou três, sorrindo para . — Poderia me ajudar a levar lá para dentro e distribuir para o pessoal?
— Só se eu for recompensada por isso depois — comentou rindo e pegou as duas garrafas que sobraram, caminhando em direção a casa sem esperar pela resposta.
— É claro que vai — falou alto para que , que já estava a alguns passos de distância, conseguisse ouvir.
seguiu pela cozinha, oferecendo as bebidas a todo mundo que encontrava, sem saber muito bem do que eram feitas, apenas confirmando que eram muito boas. Algumas pessoas riram e interagiram com elas, outras apenas estenderam o copo em um silêncio incômodo para a mulher.
— Tem umas aqui que são tão secas — comentou após ter servido quase todos ali, se encontrando no momento parada na frente de , que segurava um copo vazio.
— Talvez seja apenas o jeito delas, algumas pessoas demoram mais para se sentirem confortáveis com desconhecidos — o moreno comentou com um sorriso nos lábios vendo a mulher despejando a bebida em seu copo. — Algumas pessoas são mais introvertidas, como por exemplo o Hunter e a Marnie. Outros são só tímidos, como a Riley ou o Nathan. Eu mesmo me enquadro no clube dos tímidos.
segurou na ponta da língua o comentário de que um homem tão gostoso como não combinava com a timidez. As maçãs do rosto pronunciadas e os olhos castanhos penetrantes o deixava com uma aparência jovial, principalmente em conjunto com as covinhas, mas a mandíbula bem definida e as sobrancelhas espessas faziam entender a razão pela qual Camille disse que era o seu par ideal. Se continuasse o encarando por mais cinco minutos, teria a mesma reação da loira.
— Nossa, você sabe o nome de mais de duas pessoas, isso, para mim, já é muito para o primeiro dia. — riu, fazendo rir também.
— Eu sou muito bom em gravar nomes e feições. Minha memória é muito boa, o que me ajuda bastante na minha profissão.
— E qual seria? — perguntou interessada.
Ela amava ouvir as pessoas falando de suas profissões, principalmente se elas demonstravam amar o que faziam.
— Eu sou ator lá no Canadá, agora que estou começando a fazer alguns papéis maiores — comentou, orgulhoso de si mesmo e compartilhou do sentimento.
Eles mal se conheciam, mas era ótimo ver as pessoas conquistando o que desejavam.
— Isso é o máximo! — respondeu animada, realmente feliz por . — Estar aqui também pode ajudar sua carreira, né? Se eu fosse você, treinaria alguns monólogos na frente do espelho para que pudessem ver a minha atuação.
Uma risada contagiante escapou de , que corou envergonhado, mas já estava rindo junto.
— Eu sequer cogitei isso. — deu um gole de copo, sendo acompanhado por , que bebia direto da garrafa agora que tinha desistido de continuar servindo.
Estava se sentindo bem e confortável, ali, conversando com .
— Minha irmã que me colocou nisso, ela falou que eu só me relaciono com mulheres que querem quebrar o meu coração — confidenciou com uma leve careta no rosto. — E ela está certa?
— Infelizmente, sim — respondeu em um muxoxo.
— Então ela é uma boa pessoa, ela se preocupa verdadeiramente com você — falou entre as goladas que dava na bebida. — Sabe, já que você é ator, você não vai usar isso com a gente né?
— Usar com vocês? — perguntou visivelmente confuso.
— Você sabe, usar seus dons de encenação para enganar alguém aqui dentro — o típico sorriso bêbado já estava presente no rosto de , a pergunta fazendo total sentido para ela.
— Não, eu não vou — ele respondeu em tom divertido, vendo o olhar desconfiada, com uma sobrancelha levemente arqueada.
— Bom, acho isso bom. — abriu um sorriso para . — Eu gostei de você, e isso me deixaria bem chateada.
Um pigarro impediu que respondesse, após passar alguns minutos observando a interação — mais amigável do que o necessário, segundo ela mesma — Camille parou próxima aos dois.
— Estou interrompendo alguma coisa? — Camille questionou ao virar-se de frente para
— Que nada, quer uma bebida, amiga? — questionou com um sorriso, recebendo uma revirada de olhos como resposta que a deixou confusa. — Eu posso pegar mais com o .
— Eu não sou sua amiga. — a loira disse entredentes, aumentando ainda mais a confusão de .
— Tá bom então. — deu de ombros e sorriu na direção de , virando o resto da bebida presente na garrafa de uma vez enquanto se afastava dali.
caminhou seguindo o som das risadas, encontrando boa parte dos participantes do lado externo, espalhados pelas espreguiçadeiras e até mesmo sentados na borda da piscina. Seguiu até a espreguiçadeira que estava e se jogou lá, assustando o homem que parecia dormir.
— Ah, você estava mesmo dormindo? — perguntou indignada para o homem que a encarava assustado. — Devido ao seu trabalho, você não devia estar animando isso aqui? Fazendo strip-tease ou sei lá o que?
— Que profissão? — Chloe, que estava na espreguiçadeira ao lado, se intrometeu, encarando os dois atentamente.
— Ele é dançarino em clube noturno — falou em um tom baixo, como se contasse um segredo, o que fez rir.
— Por isso que ele é tão gostoso. — Chloe murmurou antes de virar sua atenção para a piscina.
— EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ FEZ ISSO! — Lydia gritou, chamando a atenção de todos presentes, que encaravam o exato momento em que ela limpava o rosto com a maquiagem borrada dentro da piscina. — Agora eu vou ficar toda molhada nesse caralho.
— Hoje está tão entediante que você já estava dormindo? — perguntou, voltando sua atenção para .
— Que nada, eu só apaguei porque eu estava cansado — confessou encarando a mulher que lhe olhava atentamente. — Eu não consegui dormir as noites que antecederam nossa chegada aqui, eu estava ansioso para saber como seria.
direcionou uma mão para os cabelos loiros, fazendo um cafuné nas madeixas macias, e fechou os olhos apreciando o toque. Um leve sorriso despontou dos lábios de ao observar a expressão serena de .
— Você pode voltar a dormir, se quiser, mas acho que vou continuar aqui apenas te encarando — confidenciou.
abriu os olhos, e, ao ter toda a atenção do homem em si, desceu a mão para a bochecha dele, acariciando a pele macia.
— Desculpa, acho que eu exagerei um pouquinho nas suas bebidas — a mão de começou a se afastar devido ao pequeno rastro de sensatez ainda presente, mas a impediu.
— Então eu também exagerei, pois não quero tirar os olhos de você.
abriu um sorriso débil após a frase, e um pensamento brilhou em sua mente: ‘beija ele’. Mas ela não podia, podia? Não estavam ali nem vinte e quatro horas, mas, em compensação, como iria descobrir seu par ideal se não se envolvesse com as outras pessoas?
— Eu estou com vontade de te beijar. — A frase saiu dos lábios de antes que ela decidisse se era uma boa ideia ou não.
sorriu para , direcionando sua mão para a nuca dela e diminuindo a distância entre eles. Ele olhou nos olhos dela, querendo ver se ela realmente queria aquilo, e o leve aceno de cabeça de foi o suficiente para ele. O beijo começou calmo, apenas um encostar de lábios suave que foi evoluindo até que ambos se encontravam sem fôlego.
— EU NÃO ACREDITO! — o grito de Chloe chamou a atenção de todos ali, que a olharam, mas logo mudaram o foco para e , que rompiam o beijo pelo grito.
— Você não devia estar beijando ele, você vai sair para um encontro amanhã. — A voz do homem soou indignada perto do casal que permanecia abraçado.
— E qual o seu nome mesmo? — perguntou encarando o homem tatuado que agora se encontrava de frente para ela e .
Os cabelos pretos estavam bagunçados e os olhos verdes a encaravam furiosamente, mas a atenção de estava dispersa pelos desenhos em sua pele.
— respondeu com um rangido de dentes.
voltou a fixar o olhar nos olhos intensos que não se desprenderam dos seus.
— Certo, . — Iniciou calmamente. — Acho que você devia se preocupar com a sua busca pelo par ideal, e não com a minha.
— Você não pensa nos outros? — o questionamento fez se separar de e levantar da cadeira. — Só estou tentando fazer você entender que agora vai ser estranho para o Ryan sair com você amanhã.
— Se vai ser estranho para ele e não para você, — um sorriso irônico ocupava os lábios de — me diz o que caralhos você está fazendo aqui. Porque eu não estou vendo o Ryan encher a porra do meu saco por isso.
— Touché. — levantou as mãos em sinal de rendição, como se tivesse ganhado a discussão, fazendo-a abrir um sorriso, que logo morreu ao sentir dois braços fortes a segurando pela cintura.
— ME SOLTA, PORRA — gritou, se debatendo contra o abraço de .
— Com todo prazer. — Uma risada irônica deixou os lábios do homem, mas se arrependeu ao notar onde estavam.
não mentiu, ele de fato a soltou, mas apenas quando já estavam próximos o suficiente da piscina para que caísse nela. O barulho do impacto de na água chamou a atenção dos outros participantes para , alguns o encaravam de cara fechada, mas nenhum olhar superava o modo como lhe encarava.
— Pelo menos a água está fresca — falou rindo assim que emergiu, nadando até a borda e estendendo a mão da direção de , que a olhou desconfiado. — Me ajuda a sair logo, eu não sou infantil igual a você para te jogar aqui dentro.
manteve a expressão desconfiada por mais alguns segundos, mas logo cedeu ao olhar da mulher a sua frente, estendendo sua mão na direção dela, e segurando seu pulso firmemente para lhe puxar da piscina, mas sorriu marota e o puxou para dentro da piscina antes que o moreno se equilibrasse, fazendo soltar um palavrão antes de mergulhar.
— Eu sou pior que você. — sorriu marota assim que emergiu, a encarando revoltado. — Direitos iguais, docinho.


— Aqui se faz, aqui se paga — Chloe falou ao aproximar-se de mim, tirando um sorriso sincero dos meus lábios.
Sorriso, este, que só aumentou ao ouvir os murmúrios revoltados de .
Arqueei as sobrancelhas enquanto o assistia reclamar, era inegável o meu divertimento ao observar as reações dele, mesmo que eu não conseguisse entender a razão de tudo aquilo.
Encharcado e com um humor ainda pior do que antes, nos encarou uma última vez, seu olhar prendendo no meu por mais do que alguns meros segundos. Ao perceber que eu não quebraria o contato visual, deu as costas e saiu da piscina, sem sequer se dignar a andar até a escada.
E, o único pensamento que ocupou completamente a minha mente ao observá-lo flexionar os músculos e dar impulso para fora da piscina, foi um caralho que por pouco não foi pronunciado por meus lábios.
Ele era irritante, mas eu não podia negar que seu físico era de tirar o fôlego.
— Estressadinho ele — Chelsey comentou, atraindo minha atenção de volta para a realidade e fazendo-me parar de fantasiar com os braços musculosos de .
— Certeza que ele deve ser ariano ou virginiano — respondi com toda a certeza possível, mesmo que eu não fizesse a mínima ideia.
— E você acredita nessas coisas de signo e astrologia? — a mulher sentada na borda da piscina, perguntou ao inclinar o corpo em nossa direção.
— Mas é claro, eu acredito em tudo. — Minha fala foi acompanhada de um sorriso maroto e um leve tombar de cabeça. — Menos em homens.
— Ai cara, eu te conheci agora, mas eu já te adoro — Lydia falou enquanto ria e jogava água em mim ao balançar as pernas.
Arqueei as sobrancelhas e encarei seu rosto, notando que ainda ria, a criança atentada que vivia dentro de mim deu as caras. Sequer cogitei por mais de dois segundos a ideia que surgiu em minha mente e movi minhas mãos rapidamente, agarrando seus tornozelos e a puxando para a piscina conforme eu caminhava para trás.
Não existia um motivo plausível para a minha ação, além do fato que a ideia se passou pela minha mente. Então, a única coisa que eu fiz quando Lydia emergiu, foi aumentar ainda mais o sorriso em meus lábios.
— Não tivemos nem dez minutos de conversa e você já me deixou molhada? Assim eu me apaixono, Broo. — Lydia sorriu maliciosamente ao recuperar-se do mergulho, piscando em minha direção.
— Eu estou acostumada a causar esse tipo de reação nas pessoas — falei, retribuindo sua piscadela. — Podíamos fazer alguma coisa, né?
— Já estamos fazendo, se chama conversar. — O tom de obviedade de Chloe junto com sua fala arrastada me fez revirar os olhos de modo teatral.
tinha sido um sem noção se metendo em minhas escolhas e me jogando na piscina, mas, ao menos, o mergulho tinha devolvido um pouco da minha sobriedade.
— Eu estava falando de algo que nos possibilitasse conhecer melhor os outros participantes. — A explicação soou calma, meus olhos focados em Chloe. — E ai, topam um jogo?
— Qual seria o jogo? — Chelsey perguntou.
— Sei lá, ainda não tinha pensado nessa parte — respondi com uma careta. — Vamos ver se os caras querem participar disso, que eu ainda não sei muito bem o que é.
Saí da piscina sendo acompanhada pelas três, minha mente dividida em não se importar com a brisa da noite que me causava leves arrepios ao entrar em contato com meu corpo gelado, e a outra parte em busca de pensar em algo que poderíamos fazer para nos enturmarmos.
Seguimos em direção ao grupo masculino parado na área externa próxima a piscina, atraindo suas atenções quando ainda estávamos a alguns passos de distância.
Um sorriso sincero despontou em meus lábios no momento em que percebi naquele grupo. Os olhos castanhos me encaravam, as covinhas marcavam suas bochechas graças ao belo sorriso que ele direcionava a mim. As bochechas levementes vermelhas — pelo álcool ou pela timidez, eu não saberia dizer —, o deixavam ainda mais no limbo entre o fofo e o sedutor.
Por ele, o pensamento me assolou mais uma vez, eu poderia começar a acreditar em toda aquela baboseira de amor à primeira vista.
Tinha algo em que me fascinava completamente, eu só não sabia o que.
Tentei expulsar o pensamento rapidamente da minha mente, antes que Camille fosse invocada pelos meus pensamentos e decidisse, ela mesma, erradicar esses meus pensamentos.
Cortei o contato visual com , não demorando para que outro sorriso no grupo atraísse minha atenção. Ryan, meu par para o encontro de amanhã e a razão pela qual eu estava encharcada — além da idiotice de —, me encarava.
— Ei, quem topa participar de uma interação para nos conhecermos melhor? — falei ao pararmos próximas a eles, não olhando para ninguém em específico.
— Claro. Já está decidido o que vai ser? — foi o primeiro a questionar, o olhar e sorriso ainda direcionados para mim.
— Pensei em sentarmos aqui formando um círculo, cada pessoa pode contar alguma situação que aconteceu com ela e nós teríamos que dizer se isso é verdade ou mentira, quem responder errado precisa beber — expliquei a primeira ideia que apareceu em minha mente, satisfeita por não ter ficado os encarando com a cara de tacho e a boca aberta, sem uma resposta para dar. — Para escolhermos quem fala, giramos uma garrafa vazia, o sortudo ou sortuda é quem a boca da garrafa estiver apontando.
Era basicamente uma versão melhorada de verdade ou desafio com bebidas? Sim. Mas, eu não me importava com isso, ainda estava extremamente satisfeita com a minha brilhante ideia.
— Aliás, eu sou a , desculpa não ter me apresentado — Falei, um sorriso singelo despontando em meus lábios. — Eu ainda não gravei o nome de todo mundo, então se puderem se apresentar…
, mas você já sabe. — O tom rosado das bochechas dele se tornou ainda mais forte, e eu mordi os lábios para conter a leve risada que deixaria meus lábios e entregaria o quão adorável eu o achei naquele momento. — E aqui, respectivamente, temos Fred, Isaac, Ryan, Mike e Nathan.
— Certo, acho que gravei — falei, repetindo mentalmente os nomes enquanto observava os homens próximos a . — Se vocês ainda não conhecem, minhas amigas essa noite são Simone, Lydia, Chelsey e Chloe.
— Galera, já podem começar a escolher seus lugares. Eu vou buscar bebidas agora, mas, adoraria se alguém viesse comigo — Simone falou enquanto olhava diretamente para Fred, que lhe retribuiu o sorriso e a seguiu.
Observando a pequena interação entre eles, não consegui impedir o pensamento de se ficaria tão revoltado se Fred e Simone se beijassem. Se aquela tinha sido a relação dele comigo e , que não possuíamos nenhuma ligação direta com ele, eu só conseguia imaginar que com Simone seria ainda pior, já que ela era o par dele no próximo encontro.
Passei os olhos por toda a área externa, procurando qualquer sinal de um ser tatuado e mal-humorado, mas não encontrei nenhum sinal de ali fora, o que me fez soltar um suspiro de alívio.
Disposta a me entrosar com o meu par de amanhã, aproximei-me do espaço vago ao lado de Ryan, assim que Isaac se afastou.
— E aí, animado para sair comigo? — perguntei assim que parei ao lado de Ryan, fazendo com que ele me encarasse com um sorriso nos lábios.
— Só não estou mais animado do que quando apostarmos, estou curioso para saber quem ganharia. — Sua fala me tirou um sorriso sincero, feliz por Ryan não achar de cara que ele ganharia de mim só por ele ser, bem, um homem.
— Acho que seria um ótimo embate — respondi, o sorriso ainda presente em meus lábios. — Vamos marcar isso pra quando essas dez semanas acabarem.
— Vou ser sincero com você, porque acho que, daqui, você é a única que me entenderia. — Acenei levemente com a cabeça em sua direção, para que ele continuasse falando. — O sentimento de estar tão perto do mar e não poder surfar é muito agridoce.
— Nem me fale, eu acreditava que iríamos para Nova Orleães ou Charleston, no máximo, nunca imaginei que seria o Havaí.
— Vamos começar isso? — Lydia perguntou assim que Simone e Fred voltaram.
Sentei ao lado de Ryan e observei os outros a minha volta fazerem o mesmo. Passei os olhos pelos arredores do lado de fora da casa, não encontrando mais ninguém por ali que pudéssemos chamar para participar também. O círculo estava feito, com todos nós sentados, enquanto no meio consistia a garrafa vazia deitada no chão e duas garrafas de bebidas no colo de Simone.
Passei o olhar pela área externa mais uma vez, na esperança de que avistaria um certo alguém, mas isso não aconteceu. Sentindo-me levemente frustrada por não estar ali fora e juntar-se a nós, voltei minha atenção para os outros participantes sentados no chão.
— Vamos começar — a morena murmurou e girou a garrafa, que parou em Lydia.
— Bem, adoro chamar a atenção de todos quando entro no recinto, e, por isso, já pintei meu cabelo com cinco cores ao mesmo tempo — falou sorrindo.
— É verdade — dei minha resposta após alguns segundos, fazendo com o que Chelsey, e Isaac concordassem comigo, enquanto os outros negavam.
— Essa foi um pouco óbvia, pessoal, qual foi — Lydia falou ao passar a mão pelas madeixas verdes com as pontas roxas.
Simone tomou um gole da primeira garrafa, passando-a para os outros que erraram logo em seguida.
— Você nem cogitou a ideia de que fosse mentira, Broo. — O tom levemente ofendido de Lydia me fez rir.
— Cara, o seu cabelo atual foi uma puta dica da resposta — respondi em tom de obviedade, recebendo um balançar de ombros como resposta, sendo seguido por Lydia girando a garrafa, que parou em Isaac.
— Eu nunca tive um relacionamento sério. — Arqueei as sobrancelhas, duvidando daquilo ao notar a beleza daquele homem.
Quem seria louca? Nem a própria deusa da beleza.
— Isso é mentira — Simone falou em tom de obviedade e eu e as outras meninas concordamos, provavelmente seguindo a mesma linha de pensamentos.
— Então, é verdade. — Ele deu de ombros e eu encarei-o chocada, balançando levemente a cabeça em sinal de negação.
— Mas como? Você seria facilmente um filho de Afrodite — murmurei inconformada. — Ou, sei lá, se Afrodite fosse homem, você seria a personificação perfeita.
— Minha beleza sempre me ajudou, mas a minha fama não. — Isaac deu de ombros e eu peguei a garrafa, dando um gole e passando para Chelsey. — Como eu sempre fui solteiro, eu ficava com muitas garotas, então eu acabei ficando conhecido como mulherengo, aí elas ficavam e sumiam, provavelmente temendo que eu fizesse isso.
— Ei, nenhum de vocês duvidou disso — Chloe falou de modo acusador ao apontar para os homens ali presentes.
— Ele já tinha compartilhado isso com a gente, pouco antes de vocês chegarem — Nathan, se eu não estivesse enganada, explicou.
— Isso vale? — a loira me encarou enquanto eu apenas concordava com a cabeça. — Tá, vamos voltar ao jogo, então.
Foquei meus olhos na garrafa que girava, não contendo o bocejo que me escapou enquanto o mundo começa a desfocar lentamente. Minha vista pesou, fazendo-me fechar os olhos e tombar a cabeça para o lado.
Uma leve sacudida nos ombros me faz despertar, encarando os participantes que me encaravam rindo.
— Foi mal, não estava conseguindo dormir devido à ansiedade, acho que todo o cansaço bateu agora — expliquei. — E aí, quem é agora?
— Você? — o tom de como se me fizesse uma pergunta me tirou uma leve risada, intensificando outra vez o rubor em suas bochechas.
— Ah, parou em mim — constatei ao observar a garrafa apontando em minha direção. — Uma vez, quando estava surfando com meus amigos, nós criamos uma competição, mas acabou não tendo nenhum ganhador porque eu acabei ficando com meus seios expostos em plena praia.
— Ei, isso é um jeito muito injusto de ganhar — Ryan murmurou em meu ouvido, me causando uma risada. — Não precisa tentar essa tática quando formos competir.
— Eu não duvido nada disso, é verdade — Lydia comentou, rindo, enquanto Isaac, Fred e Chloe concordavam.
— É verdade — admiti, meu tom de voz saindo risonho ao lembrar da cena. — Mas, eu juro que não foi proposital.
— Poxa, então não tem graça — Simone murmurou indignada, fazendo-me rir. — Mas como aconteceu então?
— Eu não esperava ir surfar naquele dia, acabei escolhendo um modelo de biquíni não muito propício e tomei um puta caldo, quando eu emergi novamente e sentei na prancha, minha amiga avisou que meu biquíni não estava cobrindo nada.
— O que você fez? — Chelsey perguntou.
— Arrumei o biquíni e continuei como se nada tivesse acontecido. — Dei de ombros. — Isso foi um bom assunto por um longo tempo, mas não me importei, duvido que tivesse alguém naquela praia que nunca viu um peito na vida.
— Eu adoro sua praticidade — Lydia murmurou, piscando pra mim e não bebendo pois tinha acertado.
— Certo, vamos continuar? — Simone questionou após todos que erraram terem bebido.
— Tá muito bom conhecer vocês, mas eu vou subir para ir dormir, senão o sono vai acabar me derrubando aqui mesmo — admiti, me levantando da roda e sorrindo pros participantes sentados ali. — Boa noite, pessoal.
— Também vou subir, tchau galera. — se despediu e caminhou até minha direção. — Vamos?
Concordei com a cabeça, evitando falar com receio de que Camille pulasse de algum canto. Quem me garantiria que, se começássemos a conversar, a loira não apareceria pronta para mijar em para marcá-lo como sua propriedade e me afugentar dali?
O pensamento maluco me faz rir, atraindo a atenção para mim.
— Tudo certo? — a pergunta deixou seus lábios, acompanhada de um sorriso contido.
— Só cogitando se é seguro falar com você ou se Camille vai aparecer aqui para me afugentar.
Uma risada sem graça soou dos lábios de e um leve rubor tingiu suas bochechas.
— Me desculpe por mais cedo. — começou a falar, mas balancei a cabeça levemente.
— Não precisa se desculpar, não foi culpa sua, relaxa. — Meu tom saiu calmo, em uma tentativa de não fazer com que se preocupasse com aquilo.
Ele não tinha nenhuma relação com a hostilidade de Camille, além do fato de que ela só estava me tratando daquela forma por eu estar perto de , mas não tinha sido culpa dele. Longe disso.
— Você sentiu vergonha? — sua voz me tirou dos devaneios logo após passarmos pela porta da cozinha, me fazendo direcionar um olhar confuso para ele, sem entender ao que ele se referia. — O que você contou, a história do biquíni.
— Ah, não, isso pode acontecer com qualquer mulher que vai pra um mar com ondas e escolheu o biquíni errado. — dei de ombros e ri ao lembrar da cena. — Pelo menos agora, toda vez que eu lembro dessa história, ela me rende boas risadas.
O olhar de pousou em mim, um brilho diferente brilhando em seus olhos enquanto um sorriso de lado ocupava seus lábios, acentuando sua covinha na bochecha esquerda.
— Não é todo mundo que consegue rir de si mesmo.
— Bom, eles não sabem o que estão perdendo — murmurei, o tom de confidência aumentando o sorriso de .
— Você continuou frequentando a praia? — a curiosidade estava implícita no tom de . — Acho que, se fosse comigo, eu nunca mais apareceria naquele lugar.
Minha risada baixa ecoou pelo corredor, as bochechas rosadas de mostravam sua vergonha só de pensar na situação.
Apoiei minhas costas na parede, parando antes do quarto e encarando o homem que se aproximava.
— Era em South Beach, a melhor praia da região, as ondas lá são insanas. O fato de que uma porção de surfistas e banhistas viram meu peito, não me faria parar de surfar lá. — As sobrancelhas de arquearam com a minha confissão, a surpresa banhando suas feições. — Aliás, vergonha só passa quem tem.
Uma risada fraca escapou dos lábios de , fazendo-me piscar marota em sua direção.
… — A voz dele soou baixa, os tons de diversão e risos ainda em seu tom.
— É sério, não existe o ditado ’o que é bonito é pra ser mostrado’? Acho que essa situação do biquíni se enquadra nisso. — murmurei indiferente. — Sabe, é peito, todo mundo tem, todo mundo já viu. Eu não vou nadar pelada por isso, mas também não ia me privar das coisas só por causa de um acidente.
O sorriso que abriu era tão bonito e sincero, que eu não consegui conter o meu próprio sorriso.
— Eu gosto do jeito que você pensa, nada parece ser um problema sem solução para você. — Seus olhos me analisavam atentamente, o sorriso ainda em seus lábios, e andava mais uma vez na corda bamba entre me fazer achá-lo um fofo e um tremendo gostoso. — Você parece ser tão descontraída e desencanada com as coisas.
— Isso já foi um grande problema na minha família, sabe? — murmurei, sem saber ao certo a razão pela qual estava falando sobre aquilo com .
Tínhamos nos conhecido a menos de vinte e quatro horas, mas ali estava eu, apoiada na parede do corredor contando minha vida para um cara semi desconhecido, mas seus olhos castanhos me observavam com tanta atenção, algo nele me atraía e me fazia sentir-se segura para contá-lo qualquer coisa da minha vida.
Isso era estranho pra caralho, mas podia ser apenas o sono e a bebida trabalhando em meu organismo e me deixando ainda mais amigável e comunicativa do que o normal.
— Eu sou uma pessoa brincalhona, eu sempre tenho uma piada pronta na ponta da língua, mesmo que seja um humor ácido. Eu não vou me preocupar com algo que sequer aconteceu, e, se acontecer, eu vou resolver, mas eu não vou me preocupar. — Dei de ombros, meus olhos encontrando os de , que me encaravam com toda a atenção do mundo. — É a minha personalidade, se eu não concordar com o que estão falando, eu vou deixar bem claro e ficar contra, mas poucas são as coisas que eu deixo tirarem meu sono. Isso foi um grande problema para os meus pais, eles são sérios e centrados, mas eu não sou assim, do lado deles eu pareço um palhaço de circo.
Uma risada sincera soou dos lábios de .
— A primeira coisa que tirou meu sono, depois de anos, foi o nosso primeiro dia aqui. Eu não fazia ideia do que esperar, não tinha ideia de que outras pessoas estariam aqui.
— Isso também tirou meu sonho — murmurou. — Para ser sincero, eu nunca me imaginei em um programa assim.
— É estranho precisar conviver com mais dezenove pessoas que você nunca viu na vida.
deu de ombros.
— É estranho pensar que pessoas que não te conheciam até um mês atrás são os responsáveis por definir quem é o seu par ideal. — A fala de me fez arregalar os olhos, eu não tinha pensado nisso ainda.
— Caralho, verdade. — Eu tinha certeza que meus olhos estavam arregalados de uma forma quase cômica. — Se nem eu que me conheço a vinte e dois anos consigo escolher um bom relacionamento, como eles conseguiriam?
— Eles tem toda a teoria, aquele papo de saber o que você precisa e não o que você quer. — deu de ombros.
Um bocejo interrompeu minha frase antes que eu sequer pudesse falar.
— Você está morrendo de sono, desculpa te prender aqui no corredor com essa conversa. — Os olhos de me analisaram uma última vez antes que ele se virasse e me oferecesse seu braço como apoio. — Vem, vamos dormir.
Arqueei os olhos em sua direção, nem mesmo o sono sendo capaz de impedir a implicância nata que corria por meu sangue, e empurrei levemente o braço de para baixo.
— Hm, não — falei séria, rindo segundos depois da expressão confusa que Alex fez. — Já brinquei muito com a sorte ao estar falando aqui com você, sozinhos, acho que se eu encostar em você a sua parceira aparece para me afugentar.
riu fraco, balançando levemente a cabeça em sinal de negação.
— Você é péssima. — Sua voz confidenciou em tom baixo, me fazendo rir.
— Obrigada. – Pisquei em sua direção e aceitei o braço de , notando o rubor espalhar-se por toda a sua bochecha.
Eu não curtia homens tímidos, suas personalidades nunca combinavam muito bem com a minha, mas, se continuasse sendo um amor de pessoa, distribuindo seus sorrisos acompanhados de covinhas e corando perto de mim, eu não responderia pelos meus atos.
Eu estava ali para criar conexões e achar meu par ideal, e não tinha um jeito melhor de fazer isso do que beijando todos os caras que me interessassem.
— Adorei te conhecer, . — sorriu abertamente, fazendo suas covinhas aparecerem novamente em suas bochechas ainda avermelhadas pela timidez. — Espero que possamos conversar outra vez qualquer dia desses.
— Você terá que me aguentar por mais dez semanas, , não acho que vou deixar a casa nem tão cedo. — Pisquei em sua direção, me afastando dele e adentrando ao quarto.


Day Two



Eu estava no tubo da maior onda de todas, pronta para fazer uma manobra, mas a voz masculina chamando meu nome e o toque quente em meu braço me distraíram, me causando um mergulho que eu não esperava.
Acordei no susto, sentando-me na cama e tentando normalizar a respiração, acalmando meu subconsciente aos poucos para que ele percebesse que eu não estava me afogando, e sim no quarto que eu dormiria ao longo das próximas semanas.
— Foi mal, não queria te assustar — murmurou, a leve culpa exposta em suas expressões ao me encarar.
— Você me fez perder a maior onda da minha vida. — Cocei os olhos e me espreguicei, espantando o resto de sono que ainda estava presente em mim.
Voltei a encarar o loiro, observando seu abdômen definido devido a ausência de sua camisa. Eu lembrava de ter me falado que trabalhava em casas noturnas como dançarino, eu só não esperava que um porte físico desse viesse acompanhado com a profissão.
Agora mesmo que ele está me devendo uma dança.
O pensamento me fez abrir um sorriso enquanto eu continuava a secar o físico de .
— Perdeu alguma coisa na minha barriga, ? — um sorriso malicioso estava estampado nos lábios de enquanto ele me encarava com uma de suas sobrancelhas arqueadas.
— Não, mas acho que você perdeu a sua camisa — murmurei, forçando uma careta como se não estivesse apreciando a vista.
A risada descrente de deixava muito claro que ele não acreditava na minha falsa cara de descontentamento.
— Vamos, você é a única que continua dormindo — falou ao estender a mão na minha direção.
— Não sei qual a necessidade de acordar cedo aqui, não é como se tivéssemos muita coisa pra fazer. — murmurei, aceitando a mão de para sair da cama. — Só vou escovar os dentes e já desço, vai na frente e guarda um espaço pra mim.
— Abusada — murmurou rindo e dirigiu-se até a porta do quarto.
— Você que quis me acordar, agora lide com as consequências, querido. — Aumentei o tom de voz para que conseguisse me ouvir, já que ele cruzava a porta do quarto.
Caminhei até o cômodo anexado onde nossas roupas e itens ficavam e fui até o nicho reservado para mim, pegando o necessário para minha higiene matinal, gastando poucos minutos no banheiro e logo os guardando novamente, não tardando em descer para a cozinha.
— Bom dia, família — falei com um sorriso estampado em meu rosto assim que adentrei no cômodo e vi todos ali, sentados nos bancos da ilha ou nas cadeiras ao redor da grande mesa retangular ali.
— A bela adormecida finalmente acordou — Lydia falou com seu usual tom brincalhão.
— Deve ter sido o beijo do príncipe encantado — murmurou irônico, encarando-me de cara fechada e me fazendo revirar os olhos.
Eu não entendia o problema que parecia ter comigo, era o nosso segundo dia na casa e ali estava ele, reclamando mais uma vez de algo que eu fiz como se fosse a pior coisa do mundo.
Tudo bem, beijar quando eu possuía um encontro marcado com Ryan não foi a melhor das ideias, mas porra, nem o próprio Ryan demonstrou um terço do incomodo que fez questão de demonstrar na frente de quase todos os participantes. E agora o problema era o fato de que eu fui a última a acordar?
Qual era a porra do problema dele? Ele tinha um problema com mulheres gostosas no geral ou era apenas comigo?
— Ai bonitinho, acho que se você dormisse mais, não estaria com todo esse mau humor. — Um sorriso falso enfeitava meus lábios, e caminhei até , sentando no banco que ele estava em pé ao lado. — Não são nem onze da manhã e você já está sendo a porra de um mala em alça.
— Na verdade, são quase meio-dia. — Chloe falou, rindo em seguida da cara de perdida que eu fiz.
— Droga, ignora minha última fala então. — Girei o banco na direção de e pisquei, girando novamente o banco para a frente e pegando uma panqueca dali.
Eu não fazia ideia de quem tinha feito o café da manhã, mas as panquecas estavam tão boas, que foquei toda a minha atenção apenas na comida enquanto o burburinho de conversas era minha trilha sonora.
Terminei o café da manhã por último, ficando na cozinha apenas com Simone e Chelsey, observando enquanto elas lavavam e secavam a louça. Coloquei meu prato e o copo na pia, pegando um pano de prato e começando a secar a louça.
Já que eu não tinha ajudado em nada com a preparação do café da manhã, ao menos podia ser um pouco útil ali.
— Animada para o seu encontro? — Chelsey virou-se em minha direção, me observando com um sorriso curioso nos lábios.
— Não sei o que esperar, basicamente não conversei com Ryan, mas fico feliz de ser uma das primeiras a ir ao passeio. — Dei de ombros e encarei Simone. — E você? Acha que consegue tirar a carranca do nosso querido tatuador?
— Acredita que durante as poucas conversas que tivemos ontem e hoje, ele não foi assim? — Simone falou e eu a encarei com completa descrença. — Eu juro, . Acho que você mexe com ele, por isso que ele age daquele jeito.
— Quem mexe com quem? — Chloe questionou ao adentrar a cozinha, olhando animadamente para nós três.
mexe com — Simone comentou distraída, dando pouca importância ao assunto.
— Mas ele não é grosso com ela? — a loira perguntou visivelmente confusa, causando risos em mim e em Chelsey devido a expressão de obviedade que Simone possuía ao encarar a loira.
— E é exatamente por ele agir assim, que eu acho que ele gosta dela.
— Pensei que eles paravam de se comportar assim quando saíam da adolescência — Chloe murmurou e saiu da cozinha, me fazendo rir enquanto Simone fazia uma careta.


Terrence, o apresentador, chegou meio-dia, pronto para informar os participantes sobre como seria o encontro em questão. O destino final seria uma praia mais afastada de onde a casa se encontrava, mas o passeio começaria quando eles subissem nos quadriciclos para que percorressem o caminho até o local do encontro.
não tardou em subir as escadas para se arrumar, já que Terrence os deu pouco mais de meia gora para se aprontarem, e ela ainda trajava o pijama da noite passada.
— Já está pronta? — Simone perguntou minutos depois, enfiando a cabeça para dentro do banheiro.
— Prontíssima — respondeu de prontidão, finalizando o rabo de cavalo e sorrindo na direção da morena. — E a outra menina, cadê?
— Está sentada na cama, ela parece bem tímida. — A morena usou um tom mais baixo e apenas concordou com a cabeça. — Parece que ela está a um passo de desistir do passeio e se esconder nas cobertas.
revirou os olhos e bateu suavemente com o seu quadril no de Simone.
— Não seja má — murmurou, encarando a outra com uma leve advertência.
não era tímida, longe disso, era capaz que não tivesse um grão de timidez em seu corpo. Mas Sally, sua irmã mais nova, era, e sabia muito bem como ela se sentia em lugares desconhecidos e ao redor de pessoas que não tinha muita intimidade.
— Marnie, certo? — questionou com um sorriso nos lábios ao pisar fora do banheiro, recebendo um olhar acanhado da outra participante, que apenas concordou com a cabeça. — Eu sou a vamos lá pra baixo?
A jovem intercalou o olhar entre a mão estendida em sua direção e o rosto de por alguns segundos, levantando-se acanhada da cama e segurando a mão da outra participante, abrindo um sorriso nervoso para ela. Simone não tardou em se aproximar também, enlaçando seu braço no de e assim as três desceram as escadas, seguindo até a sala de estar onde todos os outros participantes se encontravam.
Os três homens que iriam com elas para o passeio se encontravam em pé, parados próximo a porta que os levaria para a área externa.
— Vamos? — Ryan sorriu para assim que as mulheres chegaram perto deles, recebendo um sorriso como resposta enquanto a mulher se soltava das outras participantes e aceitava a mão que o surfista estendeu em sua direção.
— Bom passeio! — Fred gritou conforme os casais passavam pela porta principal.
— Não façam nada que eu não faria — Lydia falou rindo, o que causou uma risada em .
Ela duvidava que tivesse muitas coisas que a mulher não faria.
Os olhos de pousaram em um dos veículos parados na área exterior e ela encarou Ryan.
— Você sabe pilotar essa coisa? — questionou ao se aproximar do quadriciclo, pegando um dos capacetes que estava sobre o banco e entregando o outro para Ryan, vendo uma leve careta na cara do homem. — Que foi? Segurança em primeiro lugar.
— Certo. — Ryan riu e pegou o capacete, deixando-o em seu braço. — Bom, eu dirijo um desse desde os meus dezesseis anos.
o encarou com surpresa nos olhos, talvez ali fosse mais comum dirigir um daqueles do que os carros que os adolescentes costumavam aprender a dirigir.
— Todos prontos? — Uma voz grossa soou alta, atraindo a atenção dos três casais ali fora. — Eu me chamo Koa e serei o guia de vocês, estarei sempre na dianteira para mostrar o caminho, mas, quando chegarmos na praia, ficarei no final da trilha e vocês podem se espalhar pelo local para ter mais privacidade. Estamos indo para a praia Olowalu, fica mais ou menos uns trinta minutos daqui.
deixou que Ryan se sentasse primeiro para dirigir o quadriciclo, de modo que ficasse atrás dele, abraçando o tronco de Ryan assim que ele arrancou com o veículo, seguindo o guia e sendo acompanhado pelos outros dois casais.
Tirando o surfista e o guia, os outros participantes possuíam um brilho nos olhos conforme avançavam pela trilha, o cenário era lindo e o clima estava totalmente propício para aproveitá-lo na praia.
Maui era um paraíso tropical, e eles se sentiam extremamente sortudos por estarem ali. Talvez falhassem e não conseguissem achar o par ideal ao longo das dez semanas, mas ao menos teriam vivenciado aquela experiência.
Um sorriso fraco ocupou os lábios de quando o pensamento ecoou em sua cabeça:
Se tudo desse errado, ao menos teria aproveitado dois meses e meio de férias no Havaí, sem gastar nada.
Uma pequena estrada pavimentada dividia a trilha do início da praia, e foi ali que o guia parou, fazendo com o que os outros três casais também parassem.
— Como vocês podem ver, ao seguir em frente vocês chegam à praia — o homem falou com um meneio de cabeça. — Sintam-se livres para entrar no mar, sentar na areia ou aproveitar a sombra que aquelas árvores produzem.
Um aceno positivo grupal foi toda a resposta que o guia recebeu.
— Quando for a hora de voltar para a casa, o quadriciclo vai emitir um som. Estarei esperando por vocês aqui, para que possamos refazer o caminho. Entendido?
— Sim, senhor. — fez um joinha na direção do guia e Ryan logo acelerou, alcançando a orla da praia em questão de segundos.
pulou do veículo assim que Ryan estacionou no início da faixa de areia, tirando o capacete e o colocando no banco, sendo acompanhada por Ryan.
Os dois caminharam lado a lado, seguindo para mais próximo do mar, parando a poucos passos de distância de onde as ondas estavam quebrando e sentando-se ali.
— Me conte mais sobre você. — Ryan apoiou o cotovelo em sua perna, usando sua mão como apoio para a cabeça conforme se virou para encarar .
— Meu nome é , tenho vinte e dois anos, acredito fortemente em astrologia e sou do signo de aquário. Sou nascida e criada em Miami, filha mais velha de um casal renomado da costa leste e não sou o exemplo da família. — Um riso sincero deixou seus lábios quando encarou a expressão levemente confusa de Ryan. — É, eu sei, todos ficam surpresos quando eu digo que não sou uma filha exemplar.
— Adoro sua modéstia.
— Uma das minhas melhores qualidades. — riu e deu de ombros. — Mas, voltando ao assunto, meu pai é dono de um escritório de advocacia enquanto minha mãe é uma design de interiores bem famosa por lá. Eles queriam que eu seguisse o legado de um deles, fosse pra faculdade e estudasse algo relacionado para poder ser a herdeira deles.
— E eu acredito que você não fez isso — Ryan falou, encarando a expressão neutra de que não demonstrava nenhum arrependimento de sua escolha.
— Eu peguei minha prancha e saí de casa, deixei a responsabilidade do legado para minhas duas irmãs mais novas. — cortou o contato visual, encarando a areia e desenhando formas abstratas. — Não acho que tenha sido muito maduro da minha parte, mas agora cada uma pode seguir um legado e eu sou livre.
— E como você aproveita a sua liberdade? — A pergunta fez encará-lo outra vez. — O que você gosta de fazer?
— Adoro ler, passar um tempo com meus amigos, apoiar causas sociais. — Um sorriso ocupava os lábios da mulher conforme ela lembrava todas as passeatas que já tinha participado. — Se você assistir o clipe da Demi Lovato de “Really Don’t Care”, você consegue me ver ali.
— Sério? — Ryan questionou levemente chocado, causando uma risada em que apenas confirmou com um aceno de cabeça.
— Mas e você? Agora é a sua vez de me contar um pouco da sua história. — trouxe as pernas para mais próximas do corpo, abraçando-as e apoiando a cabeça em seus joelhos, encarando Ryan enquanto o moreno possuía um sorriso aberto na direção do mar.
— Eu não me rebelei contra minha família ou algo parecido, minha história não tem muita graça. — A leve implicância em forma de brincadeira não passou despercebida por que chutou um pouco de areia na direção de Ryan, causando risada nos dois. — Minha família sempre morou no Havaí, nós sempre tivemos a necessidade de viver perto do mar.
— Você sempre surfou?
Um balançar afirmativo de cabeça foi a única resposta por um tempo.
— Acho que no exato momento em que eu consegui ficar de pé, com total equilíbrio, eu ganhei uma prancha. — Um sorriso saudoso brilhava em seus lábios. — Minha mãe conheceu meu pai enquanto eles surfavam, acho que algo em nosso material genético nos liga ao oceano. Meu avô costumava falar que a água do mar corre em nossas veias junto com o sangue.
— E o que você gosta de fazer? — Ryan voltou seu olhar para o rosto de ao perceber que ela estava lhe fazendo as mesmas perguntas, disposta a conhecê-lo da mesma forma.
— Eu gosto de acordar todas as manhãs e sentir o sol abraçando meu corpo, de sentir a maresia me chamando e de estar em contato com o mar. — A voz de Ryan transbordava emoção. — Eu sou um cara simples, eu só preciso de um dia de sol e água salgada para ser feliz.
abriu um sorriso sincero, estava feliz por ter ido para o encontro com Ryan, eles não eram tão diferentes assim.

O lado leste da praia começava a mesclar a faixa de areia com pedras irregulares e de diversos tamanho, e era ali que e Simone se encontravam, sentados pouco antes do fim da areia macia.
— Mentira que você fez sua primeira tatuagem aos quinze anos. — Simone murmurou chocada, encarando fixamente como se isso o fosse fazer admitir que tinha mentido, mas o homem apenas concordou com um aceno de cabeça. — E você não se arrepende? Todo mundo que faz tatuagem na adolescência se arrepende depois, é quase uma obrigação moral.
— Eu tatuei a constelação de áries, não é uma coisa que eu me arrependa. — deu de ombros.
A surpresa tomou conta de Simone, fazendo-a rir levemente, completamente descrente daquela coincidência irônica do destino.
— Que foi? — questionou, não entendo o motivo do riso.
— Nada, foi mal. Só lembrei que eu tenho uma amiga que também acredita em signos. — Simone deu de ombros, questionando-se mentalmente se o destino seria irônico o suficiente para que também tivesse uma tatuagem relacionada a seu signo.
— E você? Tem alguma tatuagem que você se arrependa? — encarou o braço fechado de tatuagens da morena.
— Infelizmente, sim. — Simone ficou de costas e afastou os cabelos da nuca, mostrando a tatuagem para . — Segui a febre de tatuar uma estrela, mas eu já era maior de idade.
— Pelo menos você fez com o traço fino. — encarou o desenho, os olhos em fendas analisando o desenho que parecia ter sido feito por uma criança.
Uma risada irônica soou alta.
— É, mas isso não diminui o fato de que essa porra está ridiculamente torta.
— Eu estava tentando focar no lado positivo. — rebateu, fazendo Simone dar de ombros.
— Não tem muito um lado positivo, vamos ser sinceros. — A morena soltou o cabelo e virou-se na direção do tatuador. — Não sei se vocês têm um código moral para não falar mal do trabalho dos outros, mas eu posso dizer com todas as letras que eu acho essa tatuagem horrível.
tombou a cabeça para o lado, encarando Simone com as sobrancelhas arqueadas.
— Você sabe que pode cobrir com outra tatuagem, certo?
Simone concordou com um aceno de cabeça.
— Então?
— Sei lá, mesmo não gostando dela, essa tatuagem torta faz parte de mim, foi uma das diversas decisões que eu tomei ao longo da vida e que hoje me faz estar aqui. — Simone percorreu os dedos por sua nuca, tracejando a pele tatuada. — Mas e aí, qual casal você acha que vão enviar para a cabine?
deu de ombros.
— Sinceramente? Não faço ideia, a cabine é meio que um tiro no escuro, mas hoje, sendo a primeira semana, é pior ainda.
— Acho que vão na e no Ryan. — Simone murmurou e arqueou uma sobrancelha, um pedido silencioso para que explicasse. — já se envolveu com o é bom saber logo se o Ryan seria o par ideal dela para que isso não atrasasse nosso jogo.
cruzou os braços na frente do corpo e fixou o olhar no casal sentado no meio da praia, distante o suficiente para que não escutasse o que eles falavam, mas perto o bastante para que ele conseguisse visualizar o sorriso aberto que possuía nos lábios carnudos.
— É, seria bom.

Terrence estava na casa mais uma vez, contudo, dessa vez, sua atenção estava voltada agora para os participantes que estavam ali, sentados espalhados pela sala.
— E aí, galera! Logo mais os outros seis voltam para a casa, mas, antes disso, vocês precisam escolher qual casal vai para a cabine. — O apresentador encarou rapidamente cada um dos participantes ali presente. — Como vocês sabem, a cabine da verdade é o único jeito de saber se um casal é realmente o par ideal. Se forem, o casal sai da casa diretamente para a lua de mel, e voltam aqui apenas nas cerimônias dos pares, onde um feixe de luz estará sempre ligado, representando esse par ideal. Mas, se não forem, é preciso recomeçar a busca outra vez e correr contra o tempo.
— Que beleza, pressão nenhuma — Lydia murmurou com um sorriso forçado nos lábios.
— É moleza, eu acredito no potencial de vocês. — Terrence riu, piscando para Lydia. — Vamos lá, a votação é bem simples. Como vocês podem ver, os três casais que saíram para o passeio estão aqui na televisão, basta tocar no que vocês desejam para computar o voto de vocês. O casal mais votado é o escolhido.
Terrence ficou na sala por mais alguns segundos, mas quando ninguém presente apresentou nenhuma dúvida, o apresentador saiu da casa, avisando que ia voltar logo assim que os casais retornassem do encontro.
O burburinho tomou a sala assim que os participantes ficaram sozinhos, era a primeira cabine e eles não queriam desperdiçar a chance de confirmarem um par, mas ninguém ali sabia qual estratégia eles deviam seguir.
— Eu acho que devemos mandar aquele casal que nós realmente temos certeza que possa ser um par ideal — Jasmine falou, atraindo todos os olhares da sala para si. — Só temos dez cabines ao longo do programa, precisamos sempre tentar acertar os casais para não desperdiçar nossa chance.
— Eu acho que devemos mandar um casal onde um dos dois possua uma relação com outra pessoa aqui da casa. — deu de ombros.
Ele estava falando aquilo unicamente pelo fato de que gostaria de descobrir se era o par de Ryan ou se eles teriam uma chance, e todos ali sabiam disso.
— Não, precisa ser pelo nível de atração entre eles — Camille rebateu, os braços cruzados na frente do corpo e uma careta na direção de .
— Cara, é o nosso segundo dia aqui, praticamente ninguém tem uma atração forte ou escancarada assim. — Camille revirou os olhos. — Os casais que precisamos escolher basicamente não tiveram interações entre si, isso não funciona.
Os participantes seguiram dando ideias e rebatendo as anteriores, a probabilidade de escolherem uma estratégia sumindo a cada segundo que passava sem que entrassem em um consenso.
— Gente, não estamos chegando a lugar nenhum. — A voz de soou mais alta, interrompendo as conversas. — Aparentemente, nenhuma estratégia vai funcionar, pelo menos não agora. Então cada um vota em quem achar que deve e depois vemos o resultado.
Os murmúrios em concordância foram mais da metade, e se sentiu satisfeito por finalmente terem resolvido aquilo. Ele já sabia em quem votaria, independentemente da estratégia escolhida.
Os participantes começaram a se retirar da sala, esvaziando-a quase completamente e postergando a votação.
— Já pode votar, — Chloe falou, o riso presente em seu tom de voz quando apenas ela e Holly permaneceram ali com ele. — Sabemos que o seu voto vai pra .
— Eu tenho certeza que eles não são um par ideal, mas prefiro matar essa questão de vez — murmurou, indo até a televisão e escolhendo a foto de e Ryan. — E vocês, sabem quem vão escolher?
— Não faço a mínima ideia. — Holly deu de ombros, enquanto encarava as fotos dos três casais na tela. — Mais tarde eu resolvo isso.
Chloe refez os passos de mas, ao contrário do loiro, seu voto foi para Simone e .
— Hoje de manhã a Simone estava falando que o estava interessado em outra pessoa da casa — A loira confidenciou, saindo da sala e seguida por . — Seria engraçado se ela estivesse errada e, no final das contas, eles dois forem um par ideal.
— Você acha que tem chances deles serem um par ideal? — o loiro questionou, observando a mulher balançar levemente a cabeça em concordância.
— Eles tem bastante coisa em comum, aparentemente. — fez um som de concordância, mas tudo o que sabia deles eram que os dois curtiam tatuagens. — Também foram os únicos que realmente interagiram antes do passeio.
e Camille vinham da direção contrária, passando pelo outros dois participantes e seguindo em direção a sala.
Camille foi rapidamente até a tela e apertou na foto de e Ryan, virando-se para com um sorriso nos lábios.
— Espero que eles sejam um par ideal — Camille falou, a animação explícita em sua voz ao aproximar-se de outra vez. — Seria bom termos um feixe de luz logo na primeira semana, e duas pessoas a menos na casa seria muito bom.
não falou nada, mas ele sabia o verdadeiro motivo de Camille ter votado em .
Ele votaria no mesmo casal que a loira, mas por motivos completamente diferentes. Não queria que fosse o par ideal de Ryan e muito menos que saíssem da casa. A surfista tinha falado que ele teria que aguentá-la ao longo das dez semanas, e era isso que desejava.
A chance de conhecê-la melhor.

— CHEGAMOS! — gritou assim que passou pela porta, observando os outros participantes já sentados pela sala.
— Como foi o passeio? — Lydia perguntou ao se aproximar.
— Foi ótimo, a praia era simplesmente linda e a companhia era ótima. — O sorriso de fez com que o surfista ao seu lado também sorrisse.
Os olhos de logo encontraram os de e ele abriu um sorriso nervoso ao encará-la caminhando junto aos outros casais para os bancos atrás do sofá. Ele estava nervoso, tanto pela possibilidade de ir para a cabine e ser o par ideal de Ryan, quanto por não serem os escolhidos, mas que pudesse se interessar por Ryan após o encontro.
Os três casais se acomodaram, as mulheres sentadas nos bancos enquanto os homens paravam atrás delas. As mãos de Ryan estavam pousadas nos ombros de , segurava as mãos de Simone e Hunter abraçava Marnie com um dos braços.
Terrence não demorou a chegar, sorrindo para os participantes e parando na frente da televisão.
— Alguém quer me contar como foi o encontro?
— Muito bom, foi ótimo passar a tarde fora da casa e conhecer melhor o — Simone falou, um sorriso pintou seus lábios quando ela inclinou-se na direção do tatuador.
— E pra vocês dois? — Terrence questionou com o olhar fixo em Marnie e Hunter.
— Foi bom poder conhecer ele. — O tom de voz baixo e as bochechas vermelhas indicavam claramente a vergonha de Marnie.
— Nós nos demos super bem, acho que não teria nenhuma outra pessoa melhor para ter ido nesse encontro comigo. — A fala de Hunter deixou sua parceira ainda mais vermelha, causando algumas risadas.
e Ryan? — Terrence encarou o último casal.
— A tarde foi maravilhosa e nós descobrimos mais algumas coisas em comum além do surf — comentou sorrindo, deitando a cabeça no braço esquerdo de Ryan.
— E como você se sente em relação a isso, Ethan? Levando em conta que você e se beijaram na noite passada. — O apresentador possuía um sorriso nos lábios enquanto revezava o olhar entre os três.
— Apreensivo. — confidenciou, uma risada nervosa saindo logo em seguida. — Eu gostei muito da e acho que nós dois podemos ser um par ideal, então não quero que ela saia hoje.
sabia que ali dentro era um jogo, ele não poderia pensar só em si, mas não conseguiu mentir que desejava que fosse para a cabine, não com Ryan.
— Bom, então vamos descobrir logo isso. — O olhar de Terrence correu por todos os participantes. — Como eu já disse, a cabine é a única forma de saber se um casal é ou não um par ideal. E, o casal que vocês escolheram hoje foi…
O silêncio ansioso perdurou no ar por alguns segundos, até que a foto de Simone e ocupasse toda a tela. A morena se levantou, trocando um olhar nervoso com antes de darem as mãos e seguirem para fora da casa.
Diferente das outras áreas da externas — todas gramadas —, o caminho até a cabine era de pedras, com luzes na borda do caminho estreito que iluminavam o local. Simone parou de andar ao avistar a cabine feita de madeira, dando um forte aperto na mão de .
— Que foi? — ele perguntou ao parar de frente para ela.
— Eu estou muito nervosa, não queria ir pra cabine logo na minha primeira semana aqui — Simone murmurou, revezando o olhar entre e a cabine. — E se formos um par ideal? Eu gostei de você, mas como amigo.
Uma risada fraca escapou dos lábios de .
— Vai dar tudo certo, nós podemos ou não ser um par ideal. — segurou a cabeça de Simone com as duas mãos a balançou levemente. — Independente do resultado, nós conseguimos lidar com isso.
Simone concordou com a cabeça, respirando fundo em busca de se acalmar.
Cruzaram o resto do caminho até a cabine em segundos, adentrando juntos e surpreendendo-se com o interior. Enquanto o lado de fora parecia uma cabana de pescador, toda feita de madeira, o lado de dentro poderia ser um manicômio, com as paredes e o chão branco, e o único objeto ali dentro era a televisão que mostrava a foto dos dois.
Uma marcação em forma de pegadas sinalizava onde eles deveriam parar, e os dois seguiram para lá. A cabine tornou-se um breu por cinco segundos, até que luzes esverdeadas começaram a subir e descer pelos dois, como se os escaneasse. A ansiedade aumentava mais cada vez que as luzes refaziam o movimento, a mão de Simone começava a suar na de mas o aperto dela continuava forte.
Isso poderia ter durado segundos ou minutos, eles não saberiam dizer. Mas, quando um som saiu da televisão, puxou Simone de encontro ao seu corpo e a abraçou fortemente, com os olhos vidrados na mensagem que ocupava a tela.




Continua...


Nota da autora: Olha quem chegou por aqui outra vez! Eu amo os capítulos que tem encontros e cabines, adoro a dinâmica que têm neles. E o CAP de hoje trouxe o primeiro encontro e nosso primeiro PP pra cabine. E ai, vocês acham que e Simone são um par ideal? Estão preparadas para, hipoteticamenente falando, se despedirem do no próximo cap? E

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