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Independente do Cosmos🪐

Finalizada!

um vizinho pé no saco


O barulho era extremamente irritante.
tinha os papéis espalhados pela mesa enquanto seu notebook repousava sobre seu colo, buscando loucamente terminar seu TCC o quanto antes para entregar a seu orientador e, se os deuses quisessem, ela apresentasse sua defesa.
Mas aquele maldito barulho sequer deixava se concentrar. Inferno!
Acordes repetitivos, batidas em um ritmo que chegava a irritar e uma voz masculina que, em outra situação, ela podia achar atraente. Mas, naquela hora, tudo o que queria mesmo fazer era pedir ao dono para que calasse a porcaria da boca.
— Não aguento mais!
Resmungou, quase gritando e pegou uma das almofadas próximas, apertando no seu rosto. Talvez fosse mais fácil apertar o objeto no seu rosto até desmaiar.
Assim não teria que aguentar aquilo.
Ela se lembrava bem que seu vizinho era músico de algum grupo de kpop conhecido. Menos para ela. não era muito ligada no estilo de música, apesar de já ter escutado em alguns lugares e até gostado de uma ou outra.
Mas não era como se aquela fosse a maior de suas preocupações.
Ela só precisava terminar de redigir seu trabalho de conclusão e depois que tirasse uma das maiores notas da apresentação, aí sim deixaria o vizinho maluco e escandaloso fazer o barulho que quisesse.
Jogou a almofada no sofá outra vez. Era impossível se concentrar em qualquer coisa com os acordes da guitarra sendo impregnados na sua cabeça.
— Músico famoso. Como se isso fosse desculpa pra infernizar os outros — resmungou, cruzando seus braços. Os olhos da garota ainda estavam focados na porta.
Encarou a parede que dividia os dois apartamentos e parecia até que podia ver seu vizinho pé no saco tocando como se o mundo fosse acabar no dia seguinte e o pior, — ainda achar que estava arrasando.
até pensou em dar um google para entender melhor do que se tratava sua música e grupo. Mas, sinceramente? Não perderia tempo com aquilo, já que um dos membros estava testando sua paciência de todas as formas.
E com todos os instrumentos.
A garota levantou rapidamente. Sua feição parecia mais uma careta. Seguiu até à mesa da sala, arrancando uma folha de anotações do seu planner e começou a escrever.
Ela deixaria um recadinho bem malcriado só pra ver se ele aprendia uma lição.
escrevia com raiva.

Prezado vizinho,
Isso não é um show particular, nem o estúdio do seu grupo.
Surpreendentemente, outras pessoas também vivem aqui e precisam de paz e silêncio pra trabalhar, estudar e não perder a cabeça. Se você não consegue respeitar isso, talvez devesse considerar alugar um lugar longe da civilização.

Atenciosamente (mas não tão atenciosamente assim),
a vizinha que perdeu a paciência.


colocou um ponto final que parecia quase furar o restante do caderninho, puxou a folha e nem se preocupou em dobrá-la ou algo do tipo. Quando revisou o que havia escrito, um sorriso satisfeito cresceu minimamente no canto dos lábios.
Determinada, caminhou para fora de seu apartamento e, em poucos centímetros, já estava parada em frente à porta branca ao lado.
Sua vontade mesmo era mandá-lo para o…
Respirou fundo.
— Vamos ver se ele consegue ignorar isso.
E se abaixou, empurrando o papel por debaixo da porta.

🎸❣️


Não foi surpresa para a garota quando o apartamento ao lado ficou em completo silêncio tempos depois que seu recado foi entregue. E ela não podia se sentir melhor com sua solução.
Sua mente agora estava focada no artigo que lia e relia tentando montar algo para seu trabalho e tudo parecia em paz.
Bom, foi o que achou.
Mal teve tempo de aproveitar parte do seu silêncio quando três batidas leves foram ouvidas de sua porta. quase congelou, parando os dedos sobre o teclado. Não só pelo susto, mas por imaginar que deveria ser alguém que ela não estava mesmo afim de ver.
Só pode estar brincando! — sua mente gritou.
E mais três batidas foram ouvidas. Não eram altas, nem impacientes, mas insistentes o suficiente para que atraísse a atenção da garota.
Relutante, empurrou o notebook para o lado, no sofá e se levantou ajeitando o camisão que vestia no corpo. Uma blusa dois tamanhos maiores de uma banda que gostava.
Caminhou até a porta, sem muita pressa. E quando a abriu, se deparou com ninguém menos que o vizinho barulhento do lado.
o analisou minimamente.
Claro que não havia pesquisado sobre o integrante do grupo de kpop que morava do seu lado. Aquilo nem a intrigava.
Mas não imaginou que ele podia ser extremamente bonito.
Foi como um choque. Os cabelos escuros, lisos e bagunçados caíam sobre seus olhos, provavelmente tão negros como o céu naquela noite. Seu nariz não era delicado, mas aquilo dava um charme para lá de especial no rapaz. E seus olhos eram tão puxadinhos que, no fundo, achou uma graça.
E precisava confessar que ele parecia muito menos ameaçador do que imaginava; vestia uma regata preta destacando os ombros largos, os braços levemente musculosos e, também, uma bermuda cinza.
Caramba!
Só depois de olhar suficientemente, se deu conta de que o rapaz segurava uma bandeja redonda pequena, com alguns muffins.
Espera… Muffins?!
— Oi… — iniciou, sua voz era rouca e baixa. Apesar do tom ser amigável. — Eu vi o bilhete.
pressionou os lábios e cruzou seus braços, deixando seu corpo descansar na porta. Seus olhos encaravam os do vizinho.
— E resolveu trazer muffins? É assim que você resolve tudo?
Ela podia jurar ter visto um sorrisinho de canto nele. Como se estivesse se divertindo com a situação.
Arqueou uma das sobrancelhas.
— Não tudo, mas geralmente ajuda. E, bom, achei que um pedido de desculpas seria o mínimo.
olhou para a bandeja, depois para o rapaz, tentando decidir se aquilo a intrigava ou a irritava; e apesar disso, os muffins pareciam deliciosos.
— Ficar em silêncio também seria uma boa forma de pedir desculpas.
— Justo — assentiu. Depois, ergueu a bandeja que segurava. — Mas sei que também é difícil alguém não gostar de muffins de chocolate.
Ela revirou os olhos, sem acreditar na cena que estava presenciando. Era só ele pedir desculpas e voltar para seu apartamento, ficando em silêncio até o dia seguinte. Mas o vizinho tinha que trazer comida? O cheiro era irresistível. E tinha certeza que sua última refeição foi o almoço que fez em um restaurante na esquina do prédio.
Seus olhos caíram sobre os muffins perfeitamente assados, alguns com pedacinhos de chocolate visíveis.
— Você que fez?
— Fiz. Sei fazer outras coisas além de música também — respondeu, deixando outro sorrisinho convencido crescer em seus lábios.
Ela soltou um suspiro.
— Tudo bem, eu aceito. Mas só porque amo chocolate — respondeu, estendendo a mão para pegar a bandeja.
Ele entregou com cuidado, observando enquanto ela olhava os muffins mais de perto.
— Espero que goste. E, sério, me desculpa pelo barulho. Não percebi que estava sendo tão… Invasivo.
Invasivo é uma palavra educada pra isso — murmurou, se virando para colocar a bandeja em sua mesa, na sala.
Ele riu fraquinho, mas continuou na porta, como se esperasse mais alguma coisa dela.
— Se precisar de mais silêncio ou mais muffins, é só bater na minha porta. Sem bilhetes dessa vez, por favor.
se virou, o olhando rapidamente; surpresa e um tanto incrédula.
Sem bilhetes? Ela não podia prometer.
— Se o silêncio continuar, nem vou precisar lembrar que existe uma porta entre nós.
Ele sorriu outra vez, deixando os olhos fechadinhos como havia gostado. E ela sentiu seu coração aquecer levemente com a cena.
O rapaz tinha um brilho travesso nos olhos.
— Vou tentar não esquecer disso.
Com um último olhar desconfiado, fechou a porta. Caminhou até o sofá, colocou a bandeja sobre a mesa de centro e pegou um dos muffins. Deu uma mordida e quase amoleceu ali no sofá mesmo.
Céus, aquilo estava maravilhoso.
— Droga. Ele é bom nisso — murmurou, irritada com o que havia acabado de pensar.
E, antes de terminar mais uma mordida no bolinho, pôde jurar ter escutado uma risadinha no apartamento ao lado.

🎸❣️


Já se passavam das dez quando mordiscou mais um pedaço de um dos muffins que haviam sobrado.
Seus olhos ainda estavam fixos na tela do computador, enquanto lia um dos parágrafos que havia escrito e o silêncio que tanto havia pedido, ainda continuava.
Não poderia estar melhor.
Enquanto voltava a digitar novamente, sua mente estava dividida entre focar nos artigos sobre os desafios do jornalismo e na aparência de seu bendito vizinho. Ela se esforçava piedosamente para esquecer os olhos negros e o corpo torneado que havia visto mais cedo, tentando ignorar o que realmente não podia evitar.
A visão do rapaz parecia se infiltrar em cada pedacinho do seu cérebro.
Se lembrou de mais cedo; simpático e educado, apesar de ainda assim ser inconveniente.
Enquanto isso, o cursor do mouse ainda piscava na tela do notebook, em uma frase mal terminada.
E seus olhos se arregalaram quando releu o que havia escrito.

A imparcialidade no jornalismo é importante, mas é extremamente difícil quando seu vizinho insuportável e charmoso está tocando guitarra do outro lado da parede…


Merda! — ralhou, apagando tudo com rapidez. — Merda, merda, merda…
Seu rosto parecia queimar com tamanha vergonha. Ela passou uma das mãos pelo rosto, sem saber o que pensar. Sua mente parecia se embaralhar com todas as coisas que estavam tirando sua atenção.
A música, o cheiro dos muffins, os olhos puxadinhos que haviam mexido com ela. Respirou fundo, tentando se recompor.
— Foco, . Para de pensar besteiras. Você tem um TCC pra terminar.
Olhou para a tela outra vez, deixando os olhos fixos no cursor que ainda piscava e agora, na página em branco.
Nada parecia fazer sentido.
Ela fechou os olhos, tentando fazer o assunto sobre seu trabalho fixar outra vez em sua mente. Nem que fosse pela força do ódio.
Mas, quando começou a digitar novamente, o barulho de um acorde quase gritou pelas paredes do apartamento ao lado.
Mais uma vez.
— Não… — murmurou, entre os dentes.
O som apesar de suave não deixava de irritá-la.
Parecia que ele tinha mudado de instrumento, mas o efeito continuava sendo o mesmo: a música continuava tirando toda a sua atenção.
respirou fundo, sentindo o último fio de paciência dentro de si, sumir.
Aquilo não ia funcionar nem se quisesse. Não tinha como focar no TCC daquele jeito.
Com um movimento brusco, se levantou da cadeira e caminhou até a porta, decidida a reclamar uma última vez.
E dessa ela realmente iria mandá-lo catar coquinhos.
Quando colocou a mão na maçaneta e a abriu, quase soltou um grito pelo susto.
Ele estava ali parado, segurando um violão com uma das mãos.
— Ahn, oi. Será que você tem um minutinho?
arqueou a sobrancelha, incrédula. Ele só podia estar brincando.
— Isso é sério? Eu tô tentando terminar um trabalho super importante pra faculdade. Não sei mais quantas vezes vou precisar pedir pra você parar!
Ela tentou manter o tom firme, mas suas palavras pareciam mais cansadas do que gostaria.
Ele deu uma risadinha, quase sem querer e balançou a cabeça.
— Não vou mais ensaiar, prometo — disse, um tanto hesitante. Olhou para o instrumento nas mãos e ergueu o olhar para . — Mas queria sua opinião com uma coisa.
— Tá falando sério?
— Tão sério quanto falo que não vou mais ensaiar — assentiu.
estava quase pronta para recusar. Mas ao ver o olhar sincero do rapaz e perceber o quanto ele parecia realmente se importar com sua opinião, suspirou.
Esperava que fosse algo rápido.
— Tá bom. Mas só por um minuto enquanto tento escrever uma coisa aqui — apontou para o notebook no sofá. Esperou que ele entrasse, fechando a porta e voltou em direção ao móvel. — E você tem que prometer que não vai ser nada que me tire mais do sério ainda.
Ele sorriu, balançando a cabeça dando a entender sua promessa.
A observou se sentar confortavelmente no sofá, deixando os olhos caírem sobre o computador e ele se aproximou minimamente, deixando o corpo relaxar em uma poltrona macia ao lado do sofá.
não sabia o que esperar, por mais que se esforçasse para não tirar os olhos da tela do notebook. Mas, por mais que tentasse, sua atenção acabava se desviando.
E o ambiente parecia mais tranquilo do que antes, por incrível que pareça.
Notou que ele ajustou as cordas do violão, começando um acorde leve. O começo da música surgiu devagar, como se estivesse ainda procurando a harmonia certa. E, sem que percebesse, seus olhos tinham toda a atenção do rapaz próximo a si.
Ela tentou, de verdade, tentar escrever mais uma linha, mas o som parecia envolver o ambiente de tal forma que sua mente se desligou totalmente do TCC.
Era uma melodia simples e podia arriscar dizer que até romântica. Algo que ela não esperava vindo de alguém que, para ela, era o vizinho irritante.
— Não imaginava que você tocava tão bem — comentou, baixinho. Achou que ele não escutaria.
Se odiou quando os olhos negros do rapaz seguiram em direção à ela, em total atenção.
— Acho que você nunca me deu a chance de mostrar isso. Só julgou pelo barulho — respondeu, deixando um sorrisinho escapar. Sua voz era suave e calma.
Continuou olhando para por mais alguns segundos até que ela desviasse o olhar.
— Não tinha como não reclamar. E você sabe que eu tô certa — deu de ombros, fazendo uma careta.
Ele soltou uma risadinha. Não parecia irritado, era mais como se tivesse se divertindo com as atitudes da garota.
— Tem razão. Realmente sou um pouco barulhento quando tô no meu processo criativo. Mas é meu jeito de fazer as coisas — deu de ombros. Parou de tocar no mesmo segundo. — Desculpa, de novo.
o observou brevemente, assimilando suas palavras. Era como se agora começasse a pensar, mesmo no fundo, em uma perspectiva diferente de antes.
Tinha alguma coisa a atraindo aos pouquinhos.
— Eu… Eu entendo — começou, um pouco hesitante. Mas, estava mais confortável em se abrir do que imaginava. — Todo mundo tem um jeito meio bagunçado de trabalhar. Eu acho. O meu é arrumar mil coisas ao mesmo tempo e tentar focar. Sempre deixo meu trabalho pro último minuto.
Riu fraquinho, desviando o olhar outra vez.
Ele tinha aquela coisa, de olhar no fundo dos seus olhos enquanto conversa. E isso a deixava inteiramente sem graça.
— E acho que tá tudo bem, desde que isso funcione — deu de ombros, colocando o violão encostado na poltrona. Então, voltou a olhá-la. — Qual o seu nome? Não posso te chamar só de vizinha irritada.
soltou uma risada espontânea, sem querer. Era leve, mas suficiente para quebrar o clima tenso e deixar tudo mais fácil.
— respondeu, se ajeitando no sofá. — E só pra deixar claro, não sou irritada o tempo todo. Só quando você insiste em tocar às sete da noite — fez uma careta. Ele riu, como ela. — E você?
. Mas pode me chamar de . Ou . É como meus amigos me chamam.
? ? Isso é algum codinome?
Os dois riram da piadinha.
— Só é mais fácil assim. é meu sobrenome e é mais fácil de lembrar. Mas aceito qualquer um dos dois. Até mesmo guitarrista inconveniente se quiser — acrescentou, brincalhão.
Ela balançou a cabeça, contendo mais uma risada. estava mais relaxada que antes, aquilo era notável.
— Tudo bem então, guitarrista inconveniente.
Ele a olhou mais uma vez.
— Vou deixar você em paz agora, prometo. Só não esquece que meu violão vai estar à disposição, se precisar de um intervalo do seu trabalho ou o que quer que seja.
Ela o olhou enquanto ele se levantava, indo em direção à porta. Por alguns segundos, quase pediu para que ele ficasse um pouquinho mais, só para realmente aliviar a tensão da pressão que sentia com o TCC.
Parecia ser fácil para ele.
— Vou lembrar disso — encostou na porta, o vendo no corredor. — E, , só mais uma coisa.
— O que?
Ele parou, o sorriso ainda presente nos lábios.
não conseguia parar de pensar em como ele ficava ainda mais bonito sorrindo assim.
— Não me faça ouvir seu violão de novo às sete da noite ou faço questão de bater na sua porta outra vez.
Disse, com um sorriso travesso. Mesmo tentando se manter séria, era impossível continuar ao ver a expressão do rapaz.
Ele soltou uma risadinha.
— Ah, , então com certeza vou ensaiar esse horário mais vezes.
E entrou no seu apartamento outra vez.

🎸❣️


As semanas passaram tão rápido que ao menos percebeu.
Depois de muitos quase explodindo digitando e noites mal dormidas para acabar seu TCC, finalmente conseguiu terminá-lo e, de quebra, o apresentou tirando uma das maiores notas.
Agora ela sentia que podia respirar.
E foi aí que quando fechou a porta atrás de si, observando sua sala, ela comemorou.
Literalmente.
Deu pulinhos de felicidade, jogou os braços para cima e deixou um gritinho animado escapar. Sentia uma felicidade que ao menos conseguia explicar.
Se aproximou do sofá, se jogando nele e sorriu para o teto como se o universo finalmente tivesse conspirado a seu favor. Depois de tanto esforço, se sentia merecedora de uma noite relaxante e sabia exatamente o que queria fazer para comemorar; pedir pizza, assistir a um filme e talvez até chamar para lhe fazer companhia.
Aquilo a fez respirar fundo.
Desde o incidente com o vizinho barulhento, os dois haviam se aproximado de forma inexplicável. não esperava aquilo.
Quando precisava relaxar, sempre vinha com alguma música diferente para mostrar à ela. E quando precisava de alguma opinião, estava ali para escutar.
Os dois se ajudavam.
E ela não podia mentir sobre o fato de sentir seu coração balançar em todas as vezes que ele aparecia por ali. Cada vez achando ele ainda mais bonito, atraente e aqueles olhinhos puxados…
Pegou o celular, decidindo o que iria fazer.

“Ei, , consegui! TCC apresentado e... Adivinha só? Tirei a maior nota!
Tô querendo comemorar com pizza e filme no meu apê. E se você dormir vendo o filme, eu chuto você pra fora daqui!"

Deixou uma risadinha ecoar lendo o que havia escrito. Era bem a cara dele dormir vendo alguma coisa mesmo.
Ela se sentia exausta, aquilo era inegável. Sua cabeça parecia pesada, apesar de se sentir aliviada por ter concluído mais um objetivo e era impossível não ter um sorriso estampado no rosto com aquilo.
Sentiu o celular vibrar.

“Opa, parabéns, jornalista! Você merece essa nota.
Sobre a pizza... Pode contar comigo e quanto ao filme... Não vou dormir, mas não prometo que não vou te distrair.
20 minutos, eu tô aí"

soltou outra risadinha, imaginando que ele provavelmente estaria sorrindo como ela ao ler a mensagem. Sentiu vontade de dizer outra coisa, só para continuar a conversa. Mas, ao invés disso, resolveu pedir as pizzas e tomar um banho demorado para relaxar ainda mais.
Enquanto fazia seus afazeres, seus pensamentos iam inevitavelmente até .
Era impossível não se lembrar do sorriso caloroso e dos olhos fechadinhos que ela tanto gostava. De como ele a encantou só pelo jeito de ser. De como ele tinha essa personalidade engraçada, bagunceira e simples.
Ela realmente gostava.
Quando terminou suas coisas, colocou outro blusão confortável e seguiu até a cozinha, quase saltitando de alegria enquanto procurava sua garrafa preferida de vinho em sua minuciosa adega.
E aí, a campainha tocou.
abriu a porta com um sorriso largo, sentindo o coração bater um pouco mais rápido, mesmo que não soubesse exatamente por quê.
A visão de com as duas caixas de pizza na mão parecia um presente dos deuses.
— Olha só pra você. Não vai fazer nenhuma matéria sobre mim a partir de hoje não, né?
gargalhou, pegando as pizzas para ajudá-lo e deu um empurrãozinho de leve em seu ombro.
— Nem tinha pensado nisso, mas é uma ótima ideia, sabia? Suas fãs vão ficar malucas.
deu um sorriso largo, aproveitando o empurrãozinho de e entrou no apartamento.
— Você não presta, — sorriu. — Agora deixa eu abrir o vinho antes que você tenha mais alguma ideia genial que possa acabar com minha carreira.
Ela gargalhou outra vez. Havia adquirido um novo hobby desde que conheceu , que era sempre tirá-lo do sério, sempre que pudesse.
Observou colocar um pouco do vinho nas duas taças e entregou uma à ela.
— E aí, jornalista, o que temos pra hoje?
pegou a taça com um sorriso. Ela levantou para um brinde e logo brindou.
— Pensei em filme, música e algumas perguntas. Não vou deixar você se safar tão fácil dessa vez.
Os dois se acomodaram no enorme sofá da sala de e ele a olhou com os olhos semicerrados, fingindo suspeitar de algo.
— Sabia que isso uma hora ia acontecer — balançou a cabeça. Sorriu logo depois. — Mas vou logo avisando que as respostas podem não ser tão interessantes pra você.
Tudo em você é interessante, quis responder, mas se limitou a pressionar os lábios.
Ela cruzou as pernas, se inclinando um pouco para frente. Os dois estavam bem próximos.
— Vou adorar ver você tentando se esquivar das minhas perguntas — deixou uma risadinha fraca escapar e bebericou um pouco do vinho. — Vou começar com algo mais fácil; Qual é a sua maior vergonha? Uma coisa que, se as pessoas soubessem, você com certeza se esconderia debaixo da cama pelo resto da vida.
gargalhou, balançando a cabeça.
Hmm, já usei uma camiseta escrito eu sou o melhor durante uma entrevista ao vivo — fez uma careta, como se estivesse relembrando a vergonha. — Sabe o pior? Não era nem uma camisa que eu escolhi. Foi uma brincadeira dos meus amigos.
soltou uma gargalhada espontânea, imaginando ele usando a camiseta. Era impossível não rir.
— Essa foi boa. Aposto que não é a única coisa que você esconde.
Sorriu, tentando manter o tom brincalhão.
— E você acha que sou cheio de segredos?
Ela deu de ombros, assentindo logo depois.
— Não duvido de nada, — resmungou, o empurrando com um dos pés. — Devem ter outras coisas piores.
Ele sorriu de lado, claramente se divertindo com toda a provocação da garota.
Se inclinou levemente para frente, ficando muito mais próximo que antes.
— Tem razão. Eu poderia te contar muitas coisas, mas vou deixar você me fazer mais uma pergunta. Quem sabe assim eu te revele algum segredo importante — os olhos do rapaz brilharam. E sentiu um friozinho na barriga se tornar evidente.
Ela deu uma risadinha, disfarçando o que sentia. estava perto demais para que pudesse ter qualquer sanidade e pensar em alguma pergunta decente.
Perto demais.
— Tá bom, . Você quer mais uma pergunta? Então lá vai. Se pudesse ser qualquer outra pessoa em um dia, quem você seria? — deixou o olhar fixo no dele, esperando a resposta ansiosa.
Precisava confessar que estava adorando aquele joguinho de perguntas.
respirou fundo, passando uma das mãos pelos cabelos escuros, os bagunçando ainda mais.
quase suspirou.
— Acho que seria você, — disse, quase sem pensar. Quando percebeu, seus olhos se encontraram e ele não conseguiu esconder o sorrisinho tímido que surgiu no seu rosto. — Seria divertido ver o mundo pelo seu ponto de vista.
sentiu as bochechas queimarem, fazendo o calor em seu corpo subir. Era interessante ver o quão vulnerável estava se mostrando e aquilo a deixava da mesma forma.
— Sério? Você queria ser eu?
Ele assentiu, ajeitando o corpo. Isso fez com que ficassem a milímetros de distância.
— Claro. Por que não? Vejo você sempre confiante e decidida. Quase me expulsou do prédio no dia que nos conhecemos. Você é cheia de personalidade e eu gosto disso.
Deixou um sorrisinho escapar. Ela balançou a cabeça.
— É assim que me vê? — perguntou, sua voz estava mais baixa.
Ele concordou.
— Você não tem medo de ser quem é. E isso é incrível.
sentiu os olhos do garoto queimarem sobre ela. Quando ergueu os olhos mais uma vez, se sentiu ainda mais atraída por .
Como podia ser tão bonito?
— E você, ? Tem medo de ser quem é?
Ele hesitou por alguns segundos.
Os olhos negros ainda permaneciam fixados nos dela.
Ele sorriu e soube que aquele ato a tiraria do chão.
— Algumas vezes, sim. Mas não quando eu tô aqui, com você.
piscou algumas vezes, surpresa com sua resposta. O calor que sentia se tornou ainda mais presente e intenso, sem saber ao menos o que pensar com aquela atitude.
Os dois estavam mais próximos do que deveriam e o olhar de sobre ela não ajudava em qualquer resquício de sanidade.
E o que aconteceu em seguida fez com que perdesse o resto que tinha dela.
se inclinou de vez, levando uma das mãos em sua nuca e aproximou o rosto, fazendo com que a garota sentisse sua respiração quente sobre a pele dela.
Ele olhava seus lábios, seu nariz e seus olhos. Como se pedisse permissão apenas com o olhar.
não pensou duas vezes. Sabia bem o que queria e não tinha motivos para ficar em dúvida quanto àquilo.
Encostou seus lábios nos dele, iniciando um beijo leve. Calmo. Sem pressa.
Só até a língua de se tornar muito mais presente do que imaginou.
As mãos do rapaz espalmaram as costas de , a puxando para perto. E ele podia sentir o calor do corpo da garota junto do seu.
Sem pensar muito, as pernas de enlaçaram a cintura de , fazendo com que ela se sentasse em seu colo. Podia sentir o volume na bermuda do rapaz com clareza e aquilo a fez sorrir.
Como ele também sorria no beijo.

Ele murmurou, rouco. O perfume de o enlouqueceria em segundos.
O beijo já não era mais calmo e suas mãos passeavam por todo lugar. só pensava em uma única coisa e era tirar toda a roupa que ela vestia.
gemeu fraquinho, só de pensar em tudo o que poderiam fazer ali, no enorme sofá da sua sala. Seus dedos notavam cada centímetro desnudo de , os ombros torneados, os braços volumosos, o peitoral definido…
Como é que demorou tanto para tê-lo assim?
Com um movimento sutil, levou a mão até os cabelos negros de , os dedos afundando em cada mecha dele.
O garoto arfou.
… — ela murmurou. Parecia estar sofrendo.
Ela se afastou brevemente, seus olhos encarando o dele como se deixasse claro o que ela queria.
— Me diz o que você quer, .
A respiração de ambos estava entrecortada pelo que sentiam e, enquanto ouvia os suspiros baixos da garota, continuava a distribuir beijos por sua mandíbula, ombros e busto.
Tudo o que mais amava.
— Quero… Quero você.
Ele se afastou, a olhando minimamente. Beijou seus lábios e suas mãos começaram a acariciar o busto de , descendo para sua barriga, logo chegando na parte que pulsava com força na garota.
queria mais do que tudo sentir por inteiro.
— É isso o que quer?
— É o que mais quero, .
Os olhos negros do rapaz a observaram com um desejo que ao menos sabia explicar.
Ele se aproximou, mordiscando os lábios da garota e a puxou para mais perto. Ela o ajudou a tirar a bermuda, assim como ele a ajudou a tirar o blusão que ela vestia. Ambos com pressa. Ambos cheios de tesão.
conseguia sentir o membro de roçando sobre sua intimidade, agora, coberta pela calcinha já molhada. A garota levou suas mãos até o pênis dele, o acariciando levemente e pôde ouvir um murmúrio saindo dos lábios do rapaz.
— Não faz isso,
Ela o beijou mais uma vez, sentindo as mãos firmes do garoto apertando seu corpo, puxando e acariciando.
Céus, ela estava no paraíso.
Sentiu o corpo ser impulsionado por , a deitando no sofá junto dele. E, sem pensar muito, levou seu membro em direção à intimidade de , esfregando e pressionando ali.
Ela gemeu um pouquinho mais alto.
— Agora, . Por favor.
Ele sorriu fraquinho, só de ouvir o pedido sofrido dos lábios de . Seus olhos escuros vasculharam o rosto dela, observando os lábios avermelhados e úmidos, e os olhos brilhantes.
só conseguia observar quão sexy ele ficava com os cabelos pretos, pouco suados, caídos pela testa.
roçou seu membro um pouco mais contra à entrada de e, puxando o quadril da garota para mais perto, a adentrou como se tivesse toda a urgência do mundo.
Ouviu um gritinho fino, mas prazeroso, vindo de . De relance, ficou receoso de tê-la machucado, mas quando a viu mordendo os lábios, transbordando o prazer que sentia, a apertou ainda mais.
Iniciou com estocadas lentas, reboladas. Sentiu os dedos da garota apertando suas costas, bagunçando seus cabelos, o puxando para ela. A sensação era de outro mundo.
Nunca imaginou que podia ser tão… Gostosa.
— Mais. Mais! Ele a segurou, apoiando os braços no sofá, enquanto aumentava a velocidade das estocadas. Metia com tanta vontade que se continuasse naquele ritmo, sabia exatamente onde as coisas iam parar.
… — murmurou, mais uma vez.
Ela levantou as costas levemente, alcançando os lábios rosados do rapaz. O beijou com tanta vontade que nada ali parecia suficiente para saciar sua fome.
Sentia fervendo dentro dela, a apertando como nunca imaginou.
Caramba, ele era maravilhoso!
abriu as pernas um pouco mais, o ajudando a estar mais fundo nela.
Ela queria sentir ele todinho.
Gemeu outra vez, sentindo seu corpo arder minimamente. Ela sabia bem o que aquilo significava; explodiria a qualquer instante. Gemeu, gemeu e gemeu.
Da última vez, soltando outro gritinho. Sentia sua vagina encharcada demais. O sofá não deveria estar muito longe disso também.
continuava metendo. Pressionou os lábios com a visão que tinha, inteiramente suada, os seios arrebitados e sua intimidade tão molhada que excitava o rapaz ainda mais.
Abaixou minimamente, deixando seu peito suado colado ao corpo da garota.
— Você é… Meu Deus murmurou, arfando em meio às investidas de . Ele murmurou, buscando os lábios dela outra vez.
apertava o corpo do rapaz, com as mãos, os braços e as pernas. Queria ficar toda apertada para ele.
sentia aquilo. E como sentia. Seu pau faltava explodir dentro da garota.
E ele queria muito aquilo.
Agarrou uma parte do sofá, sentindo o corpo suar mais do que antes. Ele sabia que chegaria ao ápice logo. Segurou uma das coxas de , passando seus dedos pela parte interna, alisando toda a extensão da pele dela.
Ele não aguentaria mais.
E foi aí que soltou um gemido alto, mordiscando os próprios lábios. Fechou os olhos por alguns segundos e sentiu as mãos de o puxando para perto. Seu coração batia frenético.
Aquilo foi melhor do que imaginou.
— Isso foi…
Intenso completou, deixando o corpo apoiado sobre o dela brevemente.
Seus olhos procuraram o de , com certeza urgência. Se sentiu mais extasiado ainda quando viu o brilho que tinham.
Ela parecia mais hipnotizada do que ele.
Deixou um último beijo molhado nos lábios da garota e se deitou ao lado dela, sentindo seu peito subir e descer pela agitação.
Que loucura!
— Acho que eu tinha que ter trazido aqueles muffins bem antes.
o olhou, gargalhando logo depois e colocou uma das mãos no rosto pela vergonha.
Não imaginava o que tinha acabado de acontecer.
Não com seu vizinho extremamente irritante.



FIM.


Nota da autora: Foi um prazer enorme participar desse amigo-fic incrível e mais maravilhoso ainda foi escrever essa fic para a Gigi! Espero que tenha gostado <3


Se você encontrou algum erro de revisão ou codificação, entre em contato por aqui.



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