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Independente do Cosmos🪐

Finalizada

Chegamos à praia bem mais rápido do que imaginávamos, meus amigos não costumam ser ágeis. Observando o lugar nem tão cheio, admirei o contraste que o sol, juntamente com o mar, dava ao horizonte.
Bendita seja Huntington Beach!
Peguei minha prancha e não esperei pelos meus amigos.
, não vai nem mesmo me esperar? — Meu irmão perguntou, melancólico, me fazendo rir.
— Não acredito que você ainda tem medo de "pegar" uma onda!
— Ficou maluco?! — Ele franziu o cenho — Eu nunca tive medo disso.
— Já teve, sim. Só não lembra porque era bem menor. Se bem que…
, eu sou quase um surfista profissional, jamais teria medo de encarar uma onda. — Eu ria alto com sua indignação disfarçada. E que disfarce falho. — E nem ouse em falar da minha altura, todos sabem que você também não é tão alto.
— E ainda assim, sou maior que você. — Agora ele já não disfarçava mais, estava visivelmente irritado. — Relaxa, dude, muitas meninas também gostam dos baixinhos. — Bati duas vezes em seu braço.
— Seu filho da…
Saí rindo, antes que ele completasse a frase e corri até um ponto em que eu pudesse me lançar sobre a prancha e quando menos esperei, já estava "furando" uma onda.
Olhei em direção aos meus amigos, ainda estavam na areia, mas já se preparavam para entrar no mar. Foi quando vi saindo da água o que eu poderia chamar de sereia: uma garota de beleza natural, carregando sua prancha e exalando amor pela praia.
Fui atrás dela, tentando disfarçar um pouco.
— Por que está me seguindo? — Ela mexeu em seu cabelo, continuando sua caminhada ainda sem me olhar.
— É que eu nunca vi uma sereia como você antes. — Me arrependi do que disse no mesmo instante e ela soltou uma risadinha debochada. — Quero dizer…
— Tudo bem, foi fofo. — Eu sorri ao ouvi-la — Mas, já pode parar de me seguir.
Ela fincou sua prancha na areia e se sentou, olhando em direção ao mar.
— Valeu, ! — Disse meu irmão, enquanto corria em direção àquela imensidão de água.
— Ela é linda, dude! — Foi a vez de um dos meus amigos, assobiando e tudo.
A algazarra começou e eu nada pude fazer para calar aqueles idiotas, queria concorda e esbanjar um pouco do meu convencimento, mas, estranhamente, me senti envergonhado diante dela.
— Desculpe por isso.
— Já estou acostumada, . — Me surpreendi ao ouvi-la dizer o meu nome e logo me senti frustrado ao vê-la se levantar.
— Posso te pagar uma bebida? — Perguntei, esperançoso.
— Não. — Eu ergui as sobrancelhas. — Eu mesma pago a minha.
Ela caminhava até o quiosque e eu sorria abobalhado, a olhando.
— Você não vem?
— C-claro.
Corri até ela e nos sentamos, silenciosos.
— Ally, o de sempre, por favor. — A menina baixinha e sorridente acenou com a cabeça. — E você, o que escolhe?
— O mesmo que você.
— Para o meu amigo aqui — ela apontou para mim — O mesmo.
Aquela garota estava me deixando hipnotizado.
— Então, , o que te trouxe aqui hoje?
— Eu tô sempre por aqui. — Olhei ao nosso redor — Este definitivamente é o meu lugar favorito no mundo.
— Interessante… — Seu tom de voz me chamou atenção. — É o meu também.
— Você sempre surfou?
— Sim. Meu pai sempre me trouxe aqui para surfar. — Ela deu de ombros. — Ele é bicampeão mundial de surfe masculino, mas não me lembro quais foram os anos em que venceu os campeo...
— O QUÊ? — Gritei sem perceber, mas quando dei por mim minha empolgação já estava incontrolável. — VOCÊ ESTÁ ME DIZENDO QUE É FILHA DO...
— Hey! — Ela chamou a minha atenção — Sem histeria, por favor.
— Me desculpe, eu só... eu... eu só... — Depois de gaguejar mais de mil vezes e tentar achar uma resposta plausível, apenas respirei fundo e me calei.
— Não precisa se desculpar por isso.
— Será que um dia você pode me apresentar a ele? Adoraria ouvir suas histórias de campeonatos. — Ela arqueou as sobrancelhas, assentindo. — Participarei de um no mês que vem.
— Bem, acho que o meu pai irá gostar de te conhecer. — Respondeu, voltando seu olhar para o mar. — Por que não se junta aos seus amigos?
— B-bem, gostei da sua companhia e por isso fiquei, mas se te incomoda eu…
— Não, tudo bem, fique aqui. — Já me levantava quando ela me interrompeu, puxando-me de volta. — Eu não quis ser rude, me desculpe.
— Você não foi. — Respondi, enquanto me sentava novamente, ouvindo sua risada baixa. — E fico feliz em saber que quer minha presença aqui.
— Não foi isso que eu disse, . — Ela me encarou e começou a rir mais alto. — Mas, sim, sua presença me agrada.
Prestes a perguntar seu nome, fui interrompido pela baixinha que nos atendeu.
— Quem quer matar a sede?
Ally se aproximou com nossas bebidas e eu me deliciava com o líquido tão incomum para mim.


🏄🏻‍🌊🏄🏻‍🌊


Depois de muito tempo conversando sobre nossa vida e os episódios estranhos que ocorrem nelas, percebemos que já havia anoitecido.
— Nossa, o tempo passou bem rápido! — Ela comentou e eu concordei. — Preciso ir agora.
— Mas já?
, ficamos o dia inteiro aqui. — Ela soltou uma risadinha gostosa. — Até surfamos juntos e foi bem legal, eu confesso.
— Bem, mas então…
— Eu realmente preciso ir.
— Tudo bem. — Disse num tom mais baixo.
— Ah, não fique assim — ela bagunçou ainda mais o meu cabelo, soltando uma risadinha. — Você é um cara incrível, ! — Olhou dentro dos meus olhos.
— É mesmo? — Eu a olhei na mesma proporção.
Ela segurou em meu pescoço e me beijou com toda intensidade que possui.
— Uau! — Eu disse ao fim do beijo, enquanto abria os olhos, lentamente.
— Não gostou?
— Não, eu… — Ela ergueu as sobrancelhas. — Gostei muito.
— Você é um fofo.
— Fofo? — Pigarreei, meio incomodado.
— Sim. Mas, sabe ser sexy também.
— Bem… não posso discordar. — Eu sorri convencido, lhe arrancando uma gargalhada.
— A gente se vê por aí? — Perguntou enquanto sorria lindamente.
— Por mim, sempre.
Mordia meu lábio inferior enquanto observava ela indo pagar por nossas bebidas e se virou para mim. Quando percebi, já estava de volta, se sentando à minha frente e novamente me beijando de forma intensa e ao mesmo tempo urgente.
— Agora eu preciso mesmo ir.
— Espera — pedi enquanto segurava seu rosto.
Ela pousou sua mão sobre a minha e sorriu. Que sorriso lindo! Juro que poderia observá-la dessa forma por horas e mais horas.
— Nos vemos em uma próxima vez. — Ela disse quase como uma promessa.
— Mas eu nem mesmo sei o seu nome e...
Ela se levantou, ajeitando o seu shortinho jeans e sua parte de cima do biquíni, pegou sua prancha e saiu balançando o cabelo.
Fiquei a observando, ao longe, sorrindo sozinho e ouvindo a zoação dos meus amigos. Mas eu realmente estava focado em admirar aquela garota. Apenas aquela garota.


🏄🏻‍🌊🏄🏻‍🌊


! ! — Ouvi alguém me chamar e me deparei com meu irmão — Por que estava sorrindo enquanto dormia?
— Enquanto dormia? O quê?
Olhei à minha volta e me deparei com o meu quarto; eu estava deitado e meu irmão me encarava meio assustado.
— Não acredito que tudo não passou de um sonho!
— Tudo o quê?
— Deixa para lá. — Eu disse, irritado.
— Okay, só não se esqueça da sua aula hoje à noite.
— Obrigado por me acordar, dude. — Eu disse e ele assentiu, logo saindo do quarto.
Na verdade, eu não queria acordar daquele sonho. E que sonho!
Queria me apegar a ideia de que aquela garota existe. Afinal ela pode existir, ainda que eu não a conheça. Queria procurar por ela, mas como o faria se eu nem mesmo sei o seu nome?


"I really wish that she had stayed..." ♫♪

[Fim.]

Nota da autora: Hey, guys! Tô bem feliz em participar da minha primeira Expedição (de muitas, espero) aqui no site. 💚
Essa fanfic é bem curtinha, mas espero que vocês gostem. Até a próxima! 😽
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