🌟Autora Independente do Cosmos🌟
Última Atualização:19/07/2024Sua respiração rápida e entrecortada denunciava o medo de ser pega ali, os outros deuses não poderiam saber o que estava fazendo, abandonando um pequeno deus para que encontrasse a morte prematura.
Ele não poderia saber o que ela estava fazendo, mas toda aquela situação só estava ocorrendo por culpa dele, que, como sempre, parecia não conseguir manter o pau dentro das calças.
O rio Ladão abriu-se à sua frente, e a deusa ajoelhou-se na terra, a poucos passos de distância da beira do rio. Seus olhos pousaram uma última vez na criança, mas novamente nenhum sentimento bom foi despertado em seu peito, e com a amargura e o ódio estampados em sua face, a deusa abriu a mão que segurava o cesto e deixou-o cair na água.
A divindade se levantou rapidamente e deu as costas, sem se importar com a criança abandonada no lago que começava a ter seu choro misturado com o barulho das águas. Não olhou sequer uma vez para trás, não se importou com o destino da criança ou se ela sequer sobreviveria.
Aquele não era seu problema, aquela não sua filha.
Sua filha, sua menina, sua florzinha que estava perdida, e nada era ou seria, mais importante que ela.
E, com isto em mente, a deusa pôs-se a andar, disposta a lançar o inferno no mundo mortal e divino até que encontrasse sua menina. Disposta a esquecer para sempre da criança indesejada que abandonou para a própria morte.