Tamanho da fonte: |

Independente do Cosmos🪐

Última Atualização: 18/10/2024

deixou as pantufas acolchoadas no tapete próximo à sua cama, antes de abraçar o corpo pelo pouco frio que fazia naquele finalzinho de noite e seguir para sua tão esperada cama macia, e desejada durante todo aquele dia exaustivo.
Conseguia contar em cada dedo às vezes em que desejou estar em casa, querendo apenas descansar devidamente, mesmo sabendo que sua mente estava a alguns quarteirões dali.
Não que aquilo realmente a incomodasse, comparado à toda pressão da universidade e as provas finais se aproximando, o que se passava por sua mente era o de menos naquele momento.
Na verdade, a única coisa que queria se concentrar, nem que fosse por um segundos, eram os olhos graciosos e adoráveis de passeando por cada pedacinho de sua mente. Só de imaginar tal coisa, conseguia sentir nitidamente o quentinho inundar seu coração, sabendo certamente que ele seria o único a lhe proporcionar os sentimentos que ela achou não conseguir sentir algum dia.
Não era como se achasse que nunca iria gostar de alguém, mas nunca pensou que seria tão intenso e tão bom, a ponto de lhe deixar extasiada. Podia dizer com todas as palavras que perderia boa parte de seu tempo, sem mesmo reclamar, passando seus olhos pelo rosto desenhado do rapaz.
O único problema em toda essa equação, era que não fazia ideia de que ela nutria todas aquelas emoções acentuadas, sendo carregadas dentro do peito.
E, bom, não queria passar muito tempo pensando se deveria contar sobre os milhões de pensamentos que rodeavam sua cabeça.
Respirou fundo, tentando não deixar que parte de seus sentimentos espantasse o sono que ainda tinha e que assim, pudesse descansar devidamente, como desejou pelo longo dia que teve. Quando a garota encostou a cabeça no travesseiro, pronta para puxar seu edredom, algo lhe despertou um pouco mais.
Talvez fosse o pouco vento balançando os galhos da árvore que tapava parte da visão que tinha de sua janela ou talvez fosse até mesmo algum dos vizinhos barulhentos que tinha por ali, mas teve plena certeza de que não era nenhuma das duas opções quando pôde ouvir um assobio um pouco mais alto e claro, quase como se fosse intencional.
Apertou os olhos, tentando pensar consigo mesma o que realmente seria aquilo e quando tentou esquecer, pronta para voltar para sua tentativa de dormir, pôde ouvir mais uma vez.
Foi impossível não erguer a cabeça, pronta para seguir em direção à janela.
Aish… O que deve ser uma hora dessas? — resmungou, colocando uma das mãos no rosto enquanto com o corpo um pouco cambaleante, parte sendo culpa da preguiça que carregava, seguia até a janela esbranquiçada de seu quarto.
Os olhos da garota miraram o céu de primeira, quase se perdendo na constelação brilhante que estampava entre as nuvens da noite, mas não demorou até que descesse o olhar em direção à rua pouco movimentada e logo, para o pequeno estacionamento que seu prédio fornecia.
De primeira, achou que fosse uma miragem, tanto que seus dedos esticaram em direção à seus olhos, os esfregando levemente, tentando voltar à realidade.
O que não aconteceu. Ou pelo menos, mostrou que aquilo não era mesmo uma alucinação.
Conseguia ver com a maior nitidez possível os cabelos escuros de sendo bagunçados graciosamente pelo pouco vento que passava por ali, até mesmo o casaco escuro que o deixava mais charmoso do que já era e aquilo, de certa forma, aqueceu seu coração um pouco mais. Não era como se ela não estivesse acostumada com as aparições repentinas do rapaz na porta de sua casa, mas naquele anoitecer em especial, sentia que não era como um fim de noite qualquer.
Algo nos olhos do rapaz indicavam alguma coisa a mais.
balançou as mãos, fazendo gesto como se pudesse entendê-lo e sem pensar duas vezes, a garota levantou a parte interna da janela, colocando um pouco do corpo para fora.
— Tá fazendo o que aqui? — perguntou, pressionando os lábios ao conter um sorriso bobo tomando conta dos mesmos.
Ele balançou a cabeça, dando de ombros em seguida.
— Não vai nem me dizer um oi? — questionou, óbvio. Ao notar que ainda parecia confusa demais para responder, o rapaz olhou para os lados, voltando a observá-la. — Você não vem?
— Pra onde você quer ir uma hora dessas? Temos aula amanhã, esqueceu?
bufou levemente, fazendo uma careta em seguida.
— Deixe de ser tão certinha, . Até o tempo hoje está colaborando. Vem, não vamos demorar.
, não inventa. Vem cá, não tem o que fazer não? — disse, brincando. O rapaz não hesitou em fazer outra careta.
— Se continuar pensando muito, eu vou… — pausou, pensando no que faria. Com isso, olhou para o lado, no sentido da árvore que tinha quase dando acesso à janela da garota. Ele sorriu. — Vou subir nesses galhos. Não sei como, mas vou. Então é melhor você descer logo.
Aquilo arrancou uma gargalhada gostosa da garota, o que fez com que ela fechasse seus olhos brevemente. , observando a cena, não deixou de sorrir exatamente como ela, se sentindo extremamente confortável em sua presença.
— Me dê um segundo. Já vou.
nunca foi o tipo de pessoa que conseguia se arrumar em fração de segundos, nem mesmo conseguia ser tão precisa a ponto de saber minuciosamente a roupa que iria vestir. Sempre havia sido indecisa para coisas assim, mas algo dentro de seu coração, o que o fazia aquecer cada vez mais, a fez ter certeza de tudo aquilo em questão de segundos, tanto que pouco tempo depois, a garota abraçava o próprio corpo trajando um fina blusa, empurrando a porta do hall de entrada do prédio que morava.
Ficou parada no mesmo lugar por um tempinho, apenas observando os trejeitos de que a esperava ansiosamente, passando suas mãos uma das outras pelo sereno que caía mesmo com a noite estrelada. A garota podia ficar ali por todo o tempo do mundo, notando todos os pequenos detalhes que ele tinha e que ela achava adorável. O jeito como o rapaz tinha os olhos apertadinhos brilhantes e como o rosto dele reluzia ao abrir o mais lindo sorriso, em sua opinião, não conseguia ser algo que poderia descrever com todas as palavras.
parecia ser bom demais para ser verdade.
A garota nunca achou que um dia poderia se sentir daquela forma, justamente pelo garoto que sempre fez questão de estar ao seu lado, sendo intitulado como melhor amigo. Não queria apenas como amigo, mas algo dentro de si a fazia sempre dar um passo atrás em todas as vezes que o impulso de coragem tomava conta de cada pedacinho de seu corpo, quase dizendo para ele todas as palavras que queria dizer, repletas de sentimentos sinceros.
não fazia ideia de como ele se sentia em relação à ela e parte disso, a fazia realmente não querer se declarar. Não queria estragar sua amizade, nem mesmo queria afastá-lo caso tudo fosse por água abaixo.
Por que, por mais que soubesse que seu coração pertencia somente a ele, o sentimento de pensar em perdê-lo se tornava mais evidente do que todos os outros.
— Desceu pra ficar parada aí?
A voz do rapaz a puxou para a realidade, fazendo a garota piscar algumas vezes antes de balançar a cabeça, disfarçando o rosto corado pela vergonha de ter sido pega o observando, com um sorriso em seus lábios.
— Não, eu só… Ei, qual o problema? Não posso ficar aqui um pouco?
— Isso só faz você perder tempo, bobinha — abriu mais um sorriso ao se aproximar da amiga, andando vagarosamente até sua direção. Ele tinha aquela expressão reluzente no corpo que deixava um pouco mais abobada que o normal, mesmo não querendo admitir por completo o efeito que ele tinha sobre ela. — Vamos passear um pouco. Não é você que gosta de ver o céu estrelado aqui em Seul?
— Ah, eu… — pensou por alguns segundos, se lembrando que não havia se arrumado o suficiente, mas aquele pensamento se camuflou com outro, o qual a fez se questionar se se lembrava realmente de tudo o que ela gostava de fazer. — Nem coloquei uma roupa apresentável, você podia ter dito que nós…
— Já viu como tô vestido? — perguntou, apontando para si mesmo. deixou seus olhos seguirem em direção à vestimenta do rapaz e sorriu ao vê-lo com uma calça de moletom e uma blusa larga, quase como ela também estava. Não poderia estar mais confortável. — Isso não é desculpa. Não vai recusar, né?
Com toda certeza não vou — quis responder, mas a única coisa que conseguiu fazer foi estampar um sorriso singelo no canto dos lábios, se aproximando um pouco mais dele.
— Tudo bem, vamos lá. Você me convenceu.
— E quando é que não faço isso?
Dito isso, a olhou uma última vez, não antes de jogar seu braço livre por cima dos ombros da amiga, a vendo balançar a cabeça e soltar uma risadinha fraca com sua atitude, fazendo assim com que começassem a caminhar pela rua não tão movimentada da casa de .

💗🎐


Não demorou muito para que um assunto qualquer surgisse entre os dois, como sempre acontecia nos momentos em que estavam juntos e as risadas altas começavam a ecoar por onde quer que passassem, sem se importarem se alguém estivesse olhando ou de estarem chamando a atenção.
Aquilo não importava desde que estivessem juntos, sem qualquer outro problema.
O céu continuava do mesmo jeito, em um azulado escuro enquanto pequenos pontos cintilantes brilhavam por ele, deixando um clima amena e inteiramente confortável para os dois.
continuava a sentir seu corpo esquentar tanto pela proximidade quanto por saber que a fazia ter aquele tipo de reação. Antes, a garota nunca havia se atentado ao fato de que estar tão próxima assim poderia desencadear algum tipo de sentimento como o que estava sentindo naquele momento e olhá-lo de soslaio, podendo observar os traços marcados de seu rosto, só a fazia ter ainda mais certeza da sensação que invadia seu coração.
mexia com ela de uma forma que nunca imaginou algum dia estar por alguém.
O rapaz, no entanto, se continha a não olhá-la no mesmo momento em que podia sentir o olhar da garota queimando sobre si. Parecia ser um grande trabalho não virar o rosto em sua direção, já que sabia que fazendo isso, ficaria a centímetros da garota que sempre observou, mesmo estando de longe.
Ela só não sabia disso.
Pouco tempo depois, os dois conseguiram vislumbrar parte do centro da cidade e as árvores que decoravam boa extensão do parque Namsan. Poderia ser considerada uma visão e tanto, e pôde constatar aquilo quando viu o sorriso enorme que ressurgiu no rosto de sua amiga, sendo acompanhado do olhar inundado pelo brilho no olhar ao observar um lugar tão lindo como aquele.
Para ele, nada poderia se comparar à como a garota o fazia se sentir.
— Acho que valeu a pena sair de casa, sim — iniciou, segurando suas próprias mãos.
— E você ainda estava se questionando sobre isso? — o rapaz a olhou rapidamente, abrindo a boca como se estivesse espantado com sua fala. Ela riu, balançando a cabeça negativamente. — Aish, , você me deixa triste.
— Pare de ser dramático, . Ei! — disse, apontando para o outro lado. Ele deixou seu olhar um pouco mais de tempo sob o rosto da amiga e sorriu, não hesitando em virar o corpo para ver sobre o que ela falava tão animada. Quando olhou para trás, conseguiu avistar a loja de sorvetes, com uma fila curta já à espera. Por alguns segundos achou adorável a forma com que, mesmo não sendo intencional, parecia uma criança tão animada que a única coisa que ele queria fazer era segurar nas mãos da amiga e levá-la até o local, tentando lhe oferecer tudo o que pudesse.
Queria fazer aquilo por muito tempo e pensou que, talvez, aquela noite pudesse ser única para que tomasse coragem e a atitude que tanto queria.
— O que? Você quer?
— Vai dizer que um sorvetinho não vai cair super bem agora? — virou o rosto, piscando rapidamente.
Ele sorriu.
— Não me olha desse jeito. Assim não vou conseguir negar mesmo — balançou a cabeça. bateu as mãos umas nas outras, olhando o amigo uma última vez antes de o puxar pela manga da camiseta e caminharem em direção à lojinha.
Pouco tempo se passou desde que os dois permaneceram ali e já seguravam a casquinha do sorvete enquanto continuavam a conversar, andando despreocupados pelas ruas iluminadas da cidade. Não era como se quisessem voltar para casa, nem mesmo queriam pensar que dali há um tempo teriam que se separar e que o calor que agora sentiam, daria lugar a falta que se tornaria presente um do outro.
deixou o corpo um pouco mais relaxado e um sorriso fraco tomou conta de seu rosto mais uma vez. Parecia surreal a forma com que se sentia tão aconchegado com a presença de a seu lado e tudo aquilo só constatava o fato de que não haveria um dia melhor para que pudesse estar com ela.
— Parece que eles são os únicos que conseguem montar o sorvete do jeito que gosto — a menina comentou, ainda saboreando do que tinha em mãos. Ele virou o rosto em sua direção, admirando como ela parecia contente naquele ponto. Quase como se não quisesse mesmo estar em outro lugar. — Mas acho que hoje tem algo diferente…
queria sorrir ainda mais e bagunçar os cabelos da garota que achava adorável à sua frente. Achou ainda mais graça no fato de ela não ter percebido que o mesmo havia solicitado a calda extra e não tinha captado aquilo em questão, algo que ele não costumava fazer, mas sabia como a deixaria feliz, mesmo que não notasse.
Resolveu apenas concordar, como se achasse o mesmo que ela e continuou a seguir em direção ao parque Namsan.
O lugar estava completamente iluminado pelas luzes baixas espalhadas pela entrada, da mesma forma que as folhas que caíam das árvores continuavam espalhadas pelo chão, evidenciando o outono que já havia chegado.
Uma paisagem memorável, sabia que não esqueceria.
— Bom, parece que te tirar de casa foi uma boa ideia então — o rapaz comentou, assim que terminaram de se deliciar com o sorvete. balançou a cabeça rapidamente, passando uma das mãos pelos cabelos.
— Você não ia desistir mesmo, né?
— Ainda bem que você sabe — negou veemente, arrancando uma risadinha da garota a seu lado. — Vi que a noite ia estar bem estrelada hoje e achei que talvez seria interessante de trazer pra ver.
— Sério?
se virou, focando seus olhos no rapaz um pouco mais antes de continuar a andar. Ele assentiu, contendo um sorriso no canto dos lábios. A pequena troca de olhares fez com que o coração de ambos se aquecesse um pouco mais, ressurgindo todos os sentimentos que tentavam camuflar com risadas e a implicância que fingiam ter um com o outro.
, naquele momento, enxergava a garota que sempre havia nutrido sentimentos, mas que nunca havia confessado tal coisa e , que tinha seus olhos focados em direção aos do rapaz, podia sentir o corpo extasiar por ter o garoto que tanto gostava tão próximo de si.
— Você sabe que…
— Eu acho que…
Os dois disseram ao mesmo tempo, pressionando os lábios ao notarem que haviam atropelado um ao outro ao tentarem confessar o que estavam pensando.
sorriu graciosamente, deixando seus olhos bem fechadinhos e quase confessou de vez o quão cativante ele conseguia ser e em como aquilo a fazia querer puxá-lo para si.
— Você acha que..? — foi o primeiro a dizer, incentivando a amiga a continuar.
Ela sentiu o rosto enrubescer com o olhar dele tão focado em si e desviou o mesmo, mordiscando os lábios com sua tentativa falha de tentar começar. Será que deveria? Será que ele entenderia?
Seu coração palpitava.
— Acho que… Bom, sabe, é um pouco engraçado. Não sei bem como tudo isso começou, nem mesmo quando comecei a sentir que…
Ele conseguia observar atentamente a forma com que ela gesticulava e tentava não colocar seus olhos em direção aos dele. E, por mais que quisesse saber e entender sobre tudo o que estava sentindo, a única coisa que conseguia focar era em como ela estava tão encantadora falando daquele jeito e em como a vontade de beijá-la tão intensamente invadia seu coração.
continuava a dizer sem ao menos pensar no que estava expressando e tentava evitar ao máximo encarar , mesmo sabendo que isso aconteceria depois.
Mas, a única coisa que a fez parar de vez, foi a voz do rapaz invadindo seus ouvidos, com a última coisa que pensaria em ouvir àquela noite.
— Gosto de você, . Sempre gostei — disse, por fim, tão diretamente como a aproximação que estava tendo naquele momento. — E agora, se você quiser e eu espero muito que queira… Eu vou te beijar.
não teve outra resposta, a não ser pelo sorriso involuntário estampando seus lábios, no mesmo momento que levou suas mãos até a cintura da garota, a puxando para si. E delicadamente tocou seus lábios nos dela, podendo sentir a maciez que tanto quis um dia, assim como também queria.
Por mais que toda a emoção fosse estranha e eufórica demais no momento, o que importava no final da noite estrelada era que nenhum dos dois queria pensar em outra coisa que não fosse estar juntos por mais algum tempo.
Ou, quem sabe até mesmo, nos dias seguintes também.




FIM.


Nota da autora: Love So Fine veio para esquentar esse especial incrível do Ficsverse! Espero que vocês gostem e não deixem de comentar o que acharam ;)
Barra de Progresso de Leitura
0%