Independente do Cosmos🪐
Finalizada em: 06/06/2025.Os dias pareciam mais corridos do que nunca.
Já havia passado algum tempo desde que tinha deixado Seattle para insistir no sonho e na carreira que tanto havia sonhado. Na música, no canto, no sucesso, mesmo sabendo que aquilo poderia não ser tão certo assim e que muita coisa poderia dar errado durante o trajeto.
Ele sabia bem, mas tinha algo que no fundo o incentivava, ainda que soubesse que ela nunca mais estaria junto de si.
Pôde se lembrar da despedida. Os olhos brilhantes e esperançosos de , sabendo certamente o quanto isso doía nela.
A despedida, o último abraço e o último beijo.
Mesmo com tudo aquilo, ainda sorria para ele, o incentivando e impulsionando a viver um sonho tão incerto assim.
E só podia ter ainda mais certeza que não conseguiria esquecê-la.
— Eu preciso ir… — murmurou, contra os cabelos da garota.
— Tem mesmo que ser assim? — ergueu o olhar. podia jurar que seu coração se despedaçaria em milhões de pedaços com a cena.
Nunca, em toda sua vida, desejou que sofresse daquela forma.
Só que, ela sabia mais do que ninguém que suas vidas agora seriam opostas. seguiria a carreira que tanto sonhou, em outro país, sendo guiado pela música e terminaria sua graduação, pronta para crescer no curso que sempre desejou.
Não tinha como dar certo. E eles concordavam com aquilo.
— Queria muito que a resposta fosse não — mencionou, acariciando o rosto da garota agarrada a si. Ela fungou, assentindo e entendendo mais uma vez. — Eu preciso ir. Sinto muito, .
– Tá tudo bem. Você tá feliz. E é isso que importa – afagou os cabelos do rapaz lentamente. Sorriu logo depois. – Seja reconhecido por esse mundo inteirinho. Você merece mais do que ninguém.
Ele pressionou os lábios, deixando um sorriso fraco escapar de sua boca com todo o apoio que lhe dava, mesmo depois de tudo aquilo. Acariciou o rosto da garota mais uma vez, tentando gravar cada pequeno detalhe de sua feição.
Queria se lembrar dela para sempre.
– Eu amo você.
– Eu também amo você. – respondeu.
O rapaz respirou fundo.
Depois de todo aquele tempo, queria que tivesse conseguido dar um jeito de fazer dar certo. Queria que, mesmo com a distância e todos os empecilhos que com ela viriam, fosse forte o suficiente para que ainda estivesse consigo, sendo sua namorada.
Queria voltar a Seattle por um segundo. Queria poder procurar por , dizer que sentia muito e que podia sim, apesar de tudo, fazê-la feliz como sempre havia desejado.
Suspirou. Infelizmente sabia que depois de todo aquele tempo, de todos os meses em que nem mesmo procuraram saber pelo outro, não teria outra chance. ao menos se recordaria dele, foi o que pensou.
Por um segundo, quase sentiu seus olhos começaram a arder, só por lembrar que ela era e sempre seria a dona de seu coração. Nas primeiras semanas, ainda o enviava mensagens, tentava fazer algumas ligações mesmo sabendo que a rotina do rapaz estava sendo mais corrida do que tinham imaginado.
Nem mesmo imaginava como seria sua vida desde o momento que havia chegado a Londres.
Não imaginava que conseguiria contrato com uma empresa grande e conhecida, que aos poucos começaria a crescer no meio da indústria musical e que formaria uma banda com, agora, seus três melhores amigos. E, muito menos, havia imaginado que estaria em turnê.
Como naquele momento.
Havia sido um turbilhão. havia mudado sua vida inimaginavelmente e se sentia grato por tudo aquilo, mas da mesma forma, sentia falta do que havia perdido.
De quem havia perdido.
andava pelo palco como de costume, nas vezes em que faziam a checagem do som antes do show começar, deixando que seus olhos observassem o palco já montado e o local aberto onde logo os fãs de sua banda tomariam lugar.
Podia sentir seu coração descompassar aos pouquinhos, só pela sensação e fato de que estaria em frente há milhares de pessoas, deixando claro todo seu amor pela música e paixão pelo que fazia.
Quase sorriu. Poderia comparar parte do que sentia ao amor que também sentia por .
Os dois poderiam facilmente se igualar. Além de serem extremamente fortes e profundos, também se tornavam leves e singulares.
Piscou algumas vezes, tentando focar em seu trabalho, levando o microfone para a outra mão, pronto para começar a sua afinação. E até continuaria, não fosse por um dos integrantes de sua banda se aproximando um tanto apressado.
o olhou. Seu olhar era uma mistura de apreensão e excitação. não soube ao certo identificar o que acontecia.
— O que foi? Não vai me dizer que apareceu algum problema com o equipamento de som outra vez e—
— Eu sei que podem existir várias nesse mundo inteiro, mas com as descrições que você vive comentando sobre… Acho difícil — iniciou, dando uma piscadela. sentiu o corpo gelar. — Cabelos medianos ondulados, olhos expressivos e pequenos, e um sorriso que pode tirar o fôlego de qualquer um. Com todo respeito, .
Segurou uma risadinha ao notar o rosto inexpressivo do amigo parado à sua frente. sentia o corpo formigar, quase como se tivesse saído de órbita. Não era possível. Como ela..?
— Você só pode tá brincando. E, se quer saber, não tenho muito tempo para brincadeira agora, mate.
— E você acha que eu tenho, cara? — disse, retórico. E indignado. continuou o olhando e revirou os olhos ao notar que não teria resposta tão cedo. — Se você não acredita no que tô dizendo, tudo bem. Mas, é melhor não olhar no backstage agora. Se você ficou desse jeito comigo dizendo, não quero nem ver quando olhar a mulher que você ama.
Deu dois tapinhas no ombro de e sorriu mais uma vez, saindo de sua visão, o que deixou ainda mais claro o que estava custando a acreditar.
Parada bem ao meio da passagem nos bastidores, onde algumas pessoas transitavam ocupadas com seus afazeres, estava ela.
tinha o cabelo mais curto, mas ainda assim, a mesma feição que ele se lembrava. O mesmo jeito, a mesma mania de ajeitar o cabelo jogado para o lado e o mesmo sorriso que lhe despediu no aeroporto há tempos atrás. Os olhos, mesmo de longe, pôde perceber que estavam lacrimejados e as bochechas avermelhadas indicavam que já começava a chorar só de vê-lo ali, a observando.
sorriu. Sorriu e caminhou o mais depressa de encontro a ela.
Era a sua garota. E ele não a deixaria escapar daquela vez. Nunca mais.