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Independente do Cosmos🪐

Última Atualização: 18/10/2024

No, i'm not usually sentimental...

Naquela manhã, os raios de sol invadiram o quarto de de forma com que a mesma pudesse o sentir aquecendo seu colchão aos poucos, a ponto de fazê-la se virar para o lado algumas vezes antes de realmente decidir levantar de vez.
Resmungou, passando uma das mãos no rosto e resolveu abrir os olhos, podendo ver sua pequena cachorrinha dormir ainda de forma preguiçosa na caminha no canto do quarto.
ficaria ali por um bom tempo, apenas observando o jeito engraçado que Pandora tinha o corpo esparramado, uma parte para dentro e outra para fora de sua caminha.
— Isso que é vida boa, né? — sussurrou, impulsionando seus braços, podendo se sentar na cama.
Olhou o despertador a seu lado e observou que ainda teria tempo antes de se arrumar para ir para a universidade.
A garota não estudava tão longe da Hanyang, nem mesmo precisava pegar alguma condução para ir até o local, mas nunca foi de seu feitio se atrasar já que era algo de que não gostava e então, por isso, sempre tentava levantar mais cedo para se arrumar a tempo.
Claro que o motivo não era só aquele também. não queria mesmo encontrar o seu tão querido roommate.
Com a mesma preguiça de antes, esticou os braços para cima e soltou um resmungo pesado, mas que logo chamou a atenção de sua cachorrinha que apontou as orelhas para cima, se animando.
— Bom dia, meu amorzinho. Acho que já tá na hora de levantarmos, certo? — disse enquanto tinha suas mãos no focinho da cachorra, acariciando. Pôde ouvir um resmungo baixo vindo de Pandora e sorriu. — Você e essa sua animação pra brincar com aquele gato. Devia reconhecer que ele não é tão legal, igual ao dono — fez uma careta e o animalzinho deixou a cabeça tombar para o lado, como se realmente estivesse entendendo sua dona.
olhou de Pandora para a porta ainda fechada e novamente, franziu o rosto em uma careta engraçada que ao menos havia percebido, já que a única coisa que estava focada no momento era em pensar em como evitar ter que olhar para mais uma vez naquela manhã, como em todos os outros dias que acordavam quase no mesmo horário, iam para a universidade e davam de cara um com o outro quando chegavam ao quase anoitecer.
A garota conseguiu se lembrar bem o motivo de toda aquela picuinha.
A verdade era que antigamente, quando os dois eram apenas duas crianças insolentes e agitadas, e sim, se adoravam, chegou em um momento, talvez na fase da adolescência, em que não suportavam olhar para o outro. E que apenas o respirar de cada um era suficiente para que arrumassem alguma confusão, por um motivo bobo e qualquer.
Talvez, tudo aquilo se devia ao fato de não entender bem o que sentia por e já para o rapaz, bom, entendia muito bem, só não queria aceitar, e pensou que dessa forma, fosse mais fácil não nutrir algo a mais por ela.
Dois enganados, essa era a verdade.
Soltou um suspiro pesado e assentiu para si mesma, tomando coragem e caminhou em direção à porta. Quando a abriu, observou pela pequena fresta em como o cômodo estava silencioso e aquilo a intrigou.
Normalmente o barulho de Felix ronronando a recepcionava em algumas manhãs de forma barulhenta.
Olhou em direção à sala, ainda pela cantinho da porta e deixou os olhos semicerrados, até ouvir um pigarro próximo à si.
— Pretende ficar aí por quanto tempo? — ouviu a voz sonolenta de e arregalou os olhos.
Virou o rosto em direção à ele.
O rapaz tinha os cabelos desgrenhados, o rosto amassado e a calça de pijama vermelha junto a blusa cinza provavelmente dois números maiores que ele.
não notou quanto tempo estava o observando, mas percebeu quando o mesmo arqueou uma das sobrancelhas com o olhar.
— Se queria dar uma olhadinha logo de manhã, era só ter avisado. Eu faria questão de ficar sem camisa.
— Só pode estar sonhando que isso aí — apontou para o corpo do rapaz e o olhou com desdém. — Me atrai. Em outra vida, talvez, o que também acho improvável.
Ele arregalou os olhos gradativamente, os serrando em seguida, pensando no quanto a garota o tirava do sério. Claro que na maioria das vezes a única coisa que ele tentava fazer era a tirar do sério também, só pelo simples fato de saber o quanto aquilo a irritava, mas ultimamente parecia saber bem fazer o mesmo que ele.
— Não falaria com tanta certeza assim, . Você pode queimar a língua — piscou, se curvando um pouco para ficar a sua altura.
levou uma das mãos nos cabelos escuros da garota, os bagunçando completamente. Isso fez com que ela levasse sua mão em direção à dele dando um tapa, ou pelo menos tentando, já que o garoto havia saído logo em seguida em direção ao banheiro.
Bufou.
Queria mostrar que ele devia parar com toda aquela brincadeira se não quisesse mesmo sair com um olho roxo, o que ela realmente pensava que conseguiria fazer.
Se pudesse ouvir seus pensamentos, com toda certeza gargalharia.
Mas, a única coisa que conseguiu fazer, foi soltar um resmungo alto pela frustração de ainda ter que conviver com ele todos os seus dias, já que o rapaz fazia de tudo para tirá-la do sério.
Balançou sua cabeça, tentando espantar os pensamentos que serviam para irritá-la e ajeitou o pijama, caminhando em direção à cozinha pronta para preparar algo para comer àquela manhã.
Remexeu em algo dentro da geladeira, tirando uma caixinha de leite e assim que se virou, novamente, deu de cara com os grandes olhos escuros a encarando.
revirou os olhos.
— Você de novo não... — resmungou.
soltou uma risadinha fraca ao observar como ela se irritava facilmente com sua presença em todas as vezes. Se aproximou, passando por em direção ao balcão.
O rapaz agora tinha os cabelos molhados, indicando que havia acabado de sair do banho.
— Devia agradecer por me ver todas as manhãs desse jeito — mencionou ao pegar uma maçã dentro da fruteira e dar uma mordida, erguendo seus olhos em direção à garota. o olhava indiferente. — Não é pra qualquer um.
— Não mesmo. Parece que só eu tenho esse azar — ralhou, rolando os olhos mais uma vez.
Ele permaneceu com o olhar sobre ela, notando como parecia um pouco mais estressada naquela manhã, o que de fato não era tão diferente dos outros dias em que parecia estar mais enjoada.
— Você não tem vergonha, não? Fala como se fosse a melhor pessoa do mundo — deu de ombros, a alfinetando. — Sinto pena é de Pandora, ter que dormir com você todas as noites. Nossa… Como você aguenta, hein, garotinha? — abaixou seu olhar em direção à pequenina e brincou com ela com seus dedos.
olhou a cena por alguns segundos, sabendo que se fosse em outro caso e que se fosse outra pessoa, acharia adorável.
Balançou a cabeça, ignorando a situação.
— Quer mesmo falar de mim? — indagou, pronta para se levantar. — Parece que sabemos o porquê do Felix dormir todas as noites na sala. Deu uma piscadinha, se virando em direção ao seu quarto para se arrumar. Só que não podia perder a oportunidade de tirar do sério também. — E não esquece de limpar a cozinha!
Gritou.
Ei!
gritou em resposta, antes da garota bater a porta atrás de si.

🐾❣️


A semana havia passado calma demais.
Os dois ficaram tão ocupados em seus afazeres que ao menos se lembraram de tirar a atenção um do outro, até porque, nem mesmo tinham tempo de se verem ao sair e voltar para casa.
com seus trabalhos finais da faculdade e com os mesmos junto de seu trabalho. O rapaz sempre fazia um extra no restaurante próximo da faculdade para conseguir bancar parte de sua mensalidade e todas as outras coisas que queria comprar.
Por mais que agissem de forma irritante um com o outro, eram parecidos. Os dois costumavam ser bem determinados com o que queriam e não mediam esforços para ir além se isso os ajudasse a crescer.
Só que nenhum dos dois reconhecia.
Quando a sexta-feira começou a ficar escura, evidenciando o término das aulas e o fim de mais uma semana, soltou um suspiro cansado enquanto ajeitava os livros pesados em seu colo ao se preparar para ir embora.
O que realmente achava que aconteceria.
Um abraço animado a pegou de surpresa.
— Onde pensa que tá indo? — ouviu a voz de sua amiga ecoar pelo local. virou o rosto para observá-la. Kate cursava o mesmo curso que ela na faculdade e as duas sempre eram companheiras de turma, mas como a amiga também era ocupada como , quase não faziam algo juntas assim. — Nossa sexta acabou de começar!
— Só se for pra você. Não vejo a hora de me jogar na cama — riu fraco.
Kate balançou a cabeça, segurando o corpo da garota ao parar em sua frente.
a encarou.
— Nem pense nisso. Hoje vamos ao restaurante que seu amigo gatíssimo trabalha. Não sei como você ainda tem a audácia de reclamar todos os dias da companhia dele…
revirou os olhos com o comentário e suspirou enquanto as duas caminhavam pelo enorme e arborizado campus da universidade.
— Kate, qual é. Conheço o e ele é mesmo um pé no saco — afirmou. — Vocês ficam iludidas achando que ele é um príncipe encantando. Isso é um engano enorme.
Kate fez uma careta, olhando de canto.
Chata. Não estraga a imagem do queridinho da faculdade — disse, ajeitando sua bolsa no ombro. — Mas, o que acha de irmos lá? Realmente tô com fome.
— Tem certeza que não é por conta do ? — a garota semicerrou os olhos ao falar, o que arrancou uma risada fraca de sua amiga.
Ela assentiu.
— Tenho sim. Vamos? Não vai recusar mesmo o lanche do Popeyes, né?
A amiga virou o rosto em direção à ela, esperando de forma animada uma resposta de , que se limitou a suspirar. Sabia que não resistiria à culinária do restaurante.
Sabia também, que veria de um lado para o outro, mas naquele instante a única coisa que a importava era a comida deliciosa que serviam.
Não podia mesmo recusar.
— Tudo bem, você venceu. Só, olha, não vou demorar muito, tudo bem? — parou, esperando uma afirmação de Kate, o que não demorou a acontecer.
As duas entrelaçaram os braços e assim caminharam sem pressa em direção ao centro de Seul.
Entre uma conversa e outra, ao menos perceberam quando passaram pelas lojas centrais e um pouco mais à frente, a fachada avermelhada em tons amarelados já poderiam ser vistos com nitidez. O lugar era quase como um dos points para os alunos da universidade, o que de fato sempre o deixava lotado.
Naquela noite, quando Kate e chegaram quase em frente ao local, puderam avistar algumas pessoas já em frente ao mesmo, sentadas nas mesinhas ao lado de fora com a iluminação das luzinhas que decoravam o lado externo.
— Mary e Cris vieram mais cedo pra guardar o lugar. Olha, ali dentro — apontou para a mesa do lado interno. Do lado de fora poderiam ser vistas através da janela transparente. — Acho até que elas já fizeram os pedidos. Pedi pra adiantar.
— Tudo bem, pelo menos o lanche não vai demorar tanto. Também estou com fome — fez uma pequena careta ao adentrar o local sendo seguida pela amiga.
olhou ao redor e a primeira coisa que fez foi checar se estava por ali, mas não o encontrou.
Talvez não tivesse ido trabalhar, mas logo esqueceu da ideia. Sabia como ele se esforçava para manter o trabalho.
Kate a puxou pelo braço, fazendo voltar sua atenção.
— Meninas! Desculpem a demora — disse, se sentando com ao seu lado, que sorriu para as duas. — Tive que convencer alguém a vir também.
A garota rolou os olhos, soltando uma risadinha.
— Não tem problema! Nós já sabemos como é dura na queda, mas tô feliz que você tenha vindo — se virou para a morena que balançou a cabeça, assentindo.
— Ah, vocês são ótimas! Desculpe não aparecer tanto, sei que tenho que ser mais maleável. Só tenho focado na faculdade e isso acaba me afastando um pouco de vocês — fez um biquinho. ouviu o murmúrio das amigas e logo sentiu os braços de Kate ao seu redor.
Foi impossível não soltar uma risadinha. Adorava o jeito espontâneo e compreensivo das meninas do seu grupo.
— Não vamos falar disso agora. Vamos focar em estarmos juntas essa noite! — Cris levantou seu copo, abrindo um sorriso. — Pedi um Louisiana pra você, Kate. E para , o de barbecue — disse, apontando para os lanches no cardápio.
A morena assentiu, sorrindo brevemente.
Elas ficaram ali por um bom tempo conversando sobre várias coisas e isso incluía não só os afazeres que tinham, mas até mesmo a vida amorosa de algumas delas.
sabia que uma hora o assunto que ela tanto evitava viria à tona.
Cruzou os dedos, com as mãos em cima da mesa enquanto ouvia Kate falar animada sobre um rapaz que havia conhecido.
— Ele até faz meu tipo, tem assunto e parece ser bem interessante, mas acho que ninguém supera o pedaço do céu que vive com a — apontou para a amiga, sabendo certamente que a tiraria do sério. se limitou a rolar os olhos. — Não faz essa cara. É verdade.
— Você disse que não falaríamos dele — resmungou. Suas amigas riram.
— Como não falar de ? O cara é um mal caminho — Mary mencionou, olhando ao redor procurando pelo rapaz. — Você já viu as tatuagens?
Se virou para Cris.
Quem é que não viu as tatuagens? É impossível não notar, já que ele faz questão de vestir alguma camisa que sempre as mostre — mordiscou os lábios e colocou uma das mãos embaixo do queixo, o apoiando.
olhava toda a cena com o cenho franzido, sem entender realmente o que se passava na cabeça das amigas. O que ela viam nele? nem era tudo aquilo.
Claro que não podia negar que todas as tatuagens davam um charme a mais, ainda mais quando ele saía do banho quase sem…
Fechou os olhos com força. Não. Ela não iria pensar naquilo.
— Vai, . Conta pra a gente. Ele tem alguma tatuagem em outro lugar? — as três falaram quase em uníssono, o que fez arregalar os olhos.
Quase engasgou com o que tomava.
— Não vou falar nada. Nem faço questão de saber — resmungou alto, apoiando o rosto nas mãos. Deixou um enorme bico transparecer em seus lábios.
Kate, Cris e Mary riram de sua atitude.
— Não precisa se irritar. Não é como se estivéssemos mentindo — Mary deu de ombros.
— Acho que o lanche tá demorando demais — desconversou, olhando para o lado. Evitou qualquer contato visual com suas amigas.
Sabia que se desse corda o suficiente, não parariam de lhe encher de perguntas e não estava no pique para conversar sobre aquilo.
A garota fechou os olhos brevemente, mas algo lhe chamou atenção.
Elas já não conversavam mais sobre o assunto de antes e pareciam ter mudado o mesmo drasticamente, mas foi só quando abriu seus olhos que pôde perceber o que estava acontecendo.
De primeira, observou um tecido branco e vermelho, com o nome do Popeyes estampado, depois notou que estava amarrado em volta de uma cintura e quando ergueu o olhar, observou a blusa branca que marcava o peitoral do rapaz. Só não esperava ver as tatuagens nos braços e o rosto de lhe encarando, com uma das sobrancelhas arqueadas e a bandeja com os lanches nas mãos.
quase teve uma síncope. Não podia acreditar.
— Precisa de alguma coisa, senhorita? — perguntou, segurando uma risada contida.
também sabia bem que ela não gostava de aparecer muito ali justamente porque ele trabalhava no lugar, mas quando viu o olhar de sobre si, o observando por um breve tempo, achou engraçada a expressão da mesma ao ser pega fazendo aquilo.
continuou encarando .
— Não precisa da formalidade, — Mary iniciou, apoiando o corpo na mesa. Os olhos da garota brilhavam. — Sabemos que você e a são conhecidos.
— Então quer dizer que ficam falando de mim por aí? — questionou. Não pôde deixar de sorrir.
Enquanto depositava os lanches na mesa, tinha o olhar breve em .
Ela só sentia vontade de se afundar naquele sofazinho em que estava sentada.
— Não conte com isso. Temos assuntos infinitamente mais interessantes — murmurou, não evitando uma careta.
— Não seja mal educada — Kate empurrou a amiga pelos ombros. — Obrigada por trazer nosso lanche, . Aceita alguma coisa?
Apontou para a mesa e pegou a batata das mãos de . Esticou em direção à ele que soltou uma risadinha baixa ao ver a expressão da companheira de apartamento.
não acreditava que Kate havia feito aquilo.
— Eu até recusaria, mas só por ser de , vou fazer questão de pegar — mencionou, pegando um palito da batata e enfiando na boca. sentia que iria explodir pela audácia do rapaz. — De qualquer forma, agradeço, mas tenho que trabalhar — passou uma das mãos pelo avental, sorrindo de forma amigável para as três e abaixou seu olhar em direção à , que ainda o olhava como se fosse esganá-lo a qualquer momento. — Não coma demais ou vou fazer questão de te carregar até em casa. Bom apetite, meninas.
Disse e antes de se virar, bagunçou os cabelos de . Ela abriu a boca, incrédula, formulando qualquer xingamento, mas naquele ponto o rapaz já estava longe o suficiente para que dissesse alguma coisa.
Continuou o encarando.
Piscou algumas vezes e conseguiu ouvir as risadinhas atrás de si. Quando virou o rosto em direção à Kate, balançou a cabeça, ainda sem acreditar.
— Vocês são adoráveis — Cris comentou.
— Sabe no que acaba toda essa implicância, não sabe?
— Claro. Com um olho roxo e três socões — disse, mal humorada.
— Ela se faz de boba. Até parece que não curte a companhia do — Mary disse, ainda implicando com a amiga.
Isso fez com que soltasse um muxoxo, mesmo com a boca cheia.
— Vocês tiraram o dia para mexer comigo, não foi? E, pelo amor de Deus, não mencionem mais o nome do aqui.
Disse, por fim. Olhou para cada uma delas e voltou a comer. Ela sabia que estavam fazendo de propósito e sabia ainda mais que comentariam sobre aquilo por um bom tempo, mas tentou não esquentar a cabeça com o assunto.
Naquela hora, ela só queria acabar de uma vez e logo, estar em casa.

🐾❣️


— Nos vemos na segunda!
Mary e Cris disseram juntas antes do táxi partir enquanto acenavam pela janela.
acenou de volta ao lado de Kate, que já havia pedido seu táxi também para ir para casa.
Já era tarde da noite quando terminaram de comer, conversar um pouco e tirar alguns segundos para admirar trabalhando, esse último sem , antes de irem embora. Por mais que não achasse, se sentiu mais leve depois daquele tempo com suas amigas e até mesmo sentiu que precisava fazer mais coisas como aquela.
— Tem certeza que vai ficar bem indo para casa andando? — Kate perguntou abraçando o corpo pelo vento gelado que passava por ali. também o sentia, mas havia esquecido seu casaco. Tentava não demonstrar o corpo arrepiado. — Posso pedir ao meu táxi para passar por lá, amiga.
— Não precisa, de verdade. Sabe que não moro longe daqui — respondeu.
— Não é como se eu não me preocupasse mesmo assim. Ah, , fiquei tão feliz que você aceitou vir hoje — disse, deixando um sorrisinho escapar. — As meninas perguntaram o tempo todo. Você só vive imersa nos livros a maior parte do tempo.
— Eu sei. Tenho notado que tem sido demais, mas com certeza vamos sair mais vezes. Gostei bastante — deu uma piscadela. Kate riu fraco, assentindo. — Olha, acho que é o seu carro.
apontou para o veículo branco que se aproximava de forma devagar.
Kate assentiu, olhando para a amiga antes de entrar.
— É, sim. Me avise quando chegar, ouviu? Tome cuidado! — comentou, soltando um beijinho no ar antes de entrar no veículo e vê-la sumindo ao final da rua.
A garota respirou fundo.
Sentiu o vento frio acariciar seu corpo mais uma vez e o abraçou, tentando se aquecer. Aquela noite havia chegado com tudo e o frio veio junto, fazendo-a se praguejar por não ter trago algo para se esquentar.
Olhou para cima. Conseguiu observar o céu com poucas estrelas e nuvens cinzentas, denunciando que provavelmente logo choveria e aquilo a fez olhar para a direção de sua casa, pensando que logo deveria seguir o caminho.
Quanto antes chegasse, melhor e assim também não encontraria por chegar mais cedo que o horário de trabalho do mesmo.
Começou a caminhar brevemente, passando por algumas pessoas e um pigarro alto lhe chamou atenção.
— Que coincidência te encontrar por aqui. — disse, segurando uma risadinha ao ver a feição de . — Por que não chamou um táxi?
virou para o lado rapidamente pelo susto e estreitou os olhos em confusão ao notar a figura de embrulhado com um casaco pesado e o boné na cabeça.
Ele a olhava curioso, quase como se realmente quisesse saber o porquê de ela ter ido andando sozinha.
— Sério, ? Você não cansa? — reclamou o fato do rapaz tê-la assustado. — E por que quer saber? Vai mudar alguma coisa?
Retrucou.
— Esqueci que você costuma ser chata vinte e quatro horas por dia — rolou os olhos. colocou uma das mãos no bolso do casaco. — Já tá tarde e frio. Pensei que logo queria chegar em casa.
— E eu chegaria, se você não estivesse enchendo meu saco agora — fez uma careta, o que arrancou uma risada de . — Se não estivesse morrendo de frio também. Andaria mais rápido assim.
Mencionou, virando o rosto para o outro lado.
— Quer que eu te abrace, ?
Perguntou.
engasgou com a própria saliva ao ouvir as palavras do rapaz.
— Não sabia que tinha esse efeito sobre você, .
— Para de me chamar assim, cara — respondeu mais alto. O simples fato dele mencionar seu apelido, a irritava. — E não, eu tô muito bem. Obrigada.
O rapaz assentiu, pressionando seus lábios.
— Sabe, não faço ideia de como deve estar frio. Na verdade, me sinto bem aquecido — iniciou, tentando chamar atenção da garota que agora o praguejava incansavelmente. — Muito aquecido.
Se aproximou do rosto dela, a provocando e o empurrou sem pesar muito ao notar o quão próximo estava.
— Não vou te abraçar, ! – o estapeou, dando mais um empurrão para deixá-lo longe de si.
O olhou uma última vez, com seus olhos apertados e apressou sua caminhada, tentando ficar o mais distante possível.
Resolveu ignorar o fato de que ele a acompanhava até chegar ao apartamento e até faria isso, não fosse por sentir o tecido pesado caindo sobre suas costas. parou imediatamente com aquele ato e virou o rosto, sentindo o corpo de trombar ao dela, fazendo-a quase cair.
O mesmo a segurou pelos braços.
— Dá pra prestar atenção por onde anda? — disse exasperado, ainda a segurando. — Meu Deus, como você é desatenta.
— E você joga o casaco em cima de mim sem avisar? — arregalou os olhos, começando a se exaltar.
Eles estavam mesmo tendo uma pequena discussão no meio da calçada.
— Só fica quieta e veste isso logo, tô te fazendo um favor.
— Não te pedi nada — apontou para ele, tirando o casaco de suas costas.
Jogou de volta para .
Ele rolou os olhos, bufando e sem pensar muito, se aproximou com o casaco em mãos, quase obrigando a vesti-lo. A garota tentou protestar, mas apenas se calou, sentindo vestir o tecido nela.
— Só veste o casaco, ok? Se quiser, pode me socar quando chegar em casa, mas não quero ninguém doente. Vai acabar sobrando pra mim e você sabe disso — respondeu em um tom mais baixo. ainda estava próximo dela e fez um enorme bico, se afastando brevemente. — Vai ficar aí? Vamos logo.
Questionou.
observou a garota parada e, sem pensar duas vezes, a puxou de leve pelo casaco, fazendo-a acompanhá-lo.
E não demorou muito para que os dois caminhassem o mais rápido possível até o apartamento que moravam, antes mesmo da noite ficar ainda mais fria com e na rua.

🐾❣️


Quando chegou na entrada do apartamento com ainda reclamando atrás de si, franziu o cenho ao notar a entrada escura. Não conseguia enxergar muita coisa e automaticamente olhou para trás, procurando pela garota que chegava devagar por trás dele.
— O que aconteceu?
— E eu vou saber? Acabei de chegar com você — rebateu, ainda se perguntando o mesmo que ela. — Você tá enxergando algo?
bufou atrás dele.
— Tá brincando, ? Não sei porquê pergunta, se já sabe que não — resmungou. caminhou um pouco mais e trombou outra vez com o rapaz à sua frente. — Você é muito lento.
— Você não fica quieta? Tá mesmo falando de mim? — balançou a cabeça. — Vamos. Sei que vai ser um enorme sacrifício para você, mas pode segurar na minha camisa até subirmos as escadas.
soltou um pigarro não tão alto, mas havia sido suficiente para que ouvisse e franzisse o cenho.
— Consigo subir as escadas sozinha. Pode ficar tranquilo.
— Como quiser, então.
Dito isso, o rapaz se apressou para achar o corrimão e começou a subir. Talvez até continuaria, mas o barulho de algo caindo chamou sua atenção, o fazendo fechar os olhos brevemente.
Como ela conseguia ser daquele jeito?
.
— Que foi, ? — respondeu irritada.
— Não vou falar de novo. Segura em mim ou vou ter que te pegar no colo — disse a última parte sabendo que ela reclamaria. Em instantes, pôde sentir as pequenas mãos da garota pesando em sua camisa. — Isso tudo é medo de se apaixonar?
arregalou os olhos com sua pergunta, mas bufou em seguida o empurrando pelas costas.
— Você só pode estar sonhando, idiota.
— Se continuar me chamando assim, quem vai se apaixonar sou eu — respondeu.
levou as mãos na cintura do rapaz e deu um beliscão ali mesmo, o vendo soltar um resmungo alto.
Qual foi, ! Isso doeu! — levou a outra mão em direção ao local e o massageou rapidamente.
Ela sorriu vitoriosa.
— É pra você aprender a parar de falar besteira.
Os dois continuaram naquela pequena discussão até chegar ao apartamento e sentiu o alívio tomar conta de seu corpo ao bater a porta atrás de si, encostando-se nela. o tirava do sério de todas as formas, mas precisava confessar que mesmo a garota o irritando, gostava de sua presença.
Ou do que a presença dela fazia com ele.
— Não acredito que já chegamos. Você parece uma tartaruga.
— Você fala isso mesmo eu te ajudando. Se estivesse sozinha, ainda estaria no primeiro degrau — rebateu, tateando alguns móveis. — Vou tomar um banho. Cuidado para não errar a porta, .
Para de me chamar assim!
Gritou de volta.
A única coisa que conseguiu ouvir em resposta foi a porta batendo no corredor, a fazendo bufar mais uma vez. sentia tanta vontade de estapeá-lo, mas ao mesmo tempo sentia que não conseguiria fazer aquilo.
Quase como se a vontade sumisse em instantes.
Balançou a cabeça, dispersando seus pensamentos e sentiu as patinhas em sua perna, seguido por um latinho de saudação.
— Oi, meu amor! Eu sei, me atrasei um pouco. Cadê o Felix? — disse, se abaixando em direção à Pandora, como se pudesse vê-la. Acariciou o animal, tentando enxergar ao redor. — Vocês não aprontaram não, né?
Ouviu o miado, podendo sentir o rabo do gatinho passando por suas mãos.
— Ei, garotão! Vou colocar a ração de vocês. Só um minutinho.
sorriu consigo mesma, passando as mãos pelos pêlos do gato e da cadela. Se levantou, indo em direção à área de serviço. De lá, retirou o pote transparente com a ração de cada um e depositou no potinho deles, voltando para sala.
Mesmo na escuridão, conseguia ver o vulto dos dois animaizinhos a esperando perto do tapete.
— Pronto! Agora, sim, vão ficar um pouquinho mais felizes.
Disse ao depositar o potinho da cada um no chão e se afastou para ir em direção ao seu quarto, porém algo a impediu.
Sentiu seu corpo bater em algo macio, quente e molhado. Franziu o cenho, tentando se lembrar do que poderia ser e ergueu as mãos, apalpando.
Mas o que… — arregalou os olhos assim que ouviu a gargalhada alta de invadir o cômodo com a cena. — Eu vou te matar, !
— Por que? A culpa não foi minha! — respondeu, ainda no mesmo lugar que ela. — Ah, , se queria fazer isso era só me falar. Que coisa feia ficar me assediando.
pôde ter certeza que seu rosto mudou a tonalidade naquele momento. Não pensou muito antes de levantar a mão, estapeando o rapaz de todas as formas que conseguisse.
levantou seus braços, tentando se defender ao mesmo tempo em que reclamava.
— Você é ridículo! Um péssimo colega de apartamento! Ridículo! — dizia enquanto suas mãos ainda alcançavam o corpo do rapaz. Ele, por sua vez, não sabia se se defendia, se ria ou se tentava sair de perto dela.
A situação em si estava bem engraçada, mesmo no escuro.
— Culpe nossos pais por serem amigos e por achar que também seríamos, . Ai! Para de me bater! — resmungou mais alto, sentindo a garota parando aos poucos. Ouviu a mesma bufando alto, dando as costas e indo em direção ao seu quarto completamente irritada.
olhou para a porta, ouvindo o estrondo de sua batida e riu fraco mais uma vez. Por mais que a garota fosse daquele jeito, achava adorável.
Ouviu um miado que o tirou de seus devaneios.
— Tudo bem, Felix, eu já entendi. Ela é realmente doidinha…

🐾❣️


saiu do banheiro com seu corpo abraçado devido ao frio que sentia e soltou um muxoxo ao perceber que a luz ainda não havia voltado. Claro que já sabia, mas tinha a leve esperança de ter esquecido o interruptor do banheiro desligado e quando abrisse a porta, a luz já teria voltado, mas não. Tudo ainda permanecia escuro e até mesmo o silêncio era ensurdecedor.
Olhou ao seu redor, notando que apenas a luz do luar, mesmo que fraca pelas nuvens escuras, iluminava a sala de estar do apartamento e isso a fez suspirar, pensando que estaria em seu quarto.
Ouviu Pandora vindo em sua direção pelo barulho das patinhas no piso e sorriu, seguindo com ela até seu quarto, mas algo lhe chamou a atenção.
— Não estamos com o aquecedor e não encontrei as velas. Se for pro quarto, vai congelar — mencionou baixo de algum lugar da sala de estar.
estreitou os olhos tentando enxergá-lo e os fechou brevemente, sabendo que estava certo. Os quartos provavelmente estavam gelados pelo frio que fazia e naquele instante, não soube o que fazer. Não sabia onde o rapaz estava e a última coisa que queria era ele tirando a maior parte da noite, a irritando.
— Não vou te tirar do sério agora, se é isso que tá pensando — respondeu como se soubesse dos pensamentos dela. — Tô no canto do sofá, você pode sentar no outro. Trouxe algumas mantas, acho que dá pra descansar aqui até tudo voltar ao normal.
Disse por fim, fazendo o silêncio se instalar no cômodo novamente.
ficou pensando se cederia àquela opção, mas a verdade era que ela estava mesmo morrendo de frio e não sabia se aguentaria ficar descoberta por muito tempo.
Balançou a cabeça, assentindo e se aproximou, se aconchegando na beirada do sofá, do outro lado em que estava.
Rapidamente, puxou uma parte da manta que o cobria e se enfiou debaixo da mesma, soltando um suspiro de alívio ao sentir o corpo esquentar gradativamente.
Por alguns segundos, os dois ficaram em silêncio.
Não um silêncio desagradável, mas um em que os dois sabiam que se ficassem quietinhos por mais algum tempo, pegariam no sono.
— Se quiser, ainda posso te abraçar — murmurou, segurando uma risadinha.
realmente não conseguia ficar sem irritá-la.
… Tô cansada o suficiente pra te responder agora — respondeu abafado por conta da manta quase tapando seu rosto.
Ele riu, assentindo e fingiu que não faria mais nada para tirá-la do sério.
De onde estava, conseguiu observar o rosto da garota encarando o nada, provavelmente imersa em seus pensamentos. Ficou a observando por alguns instantes, até notar que ela parecia realmente cansada e que seus olhos estavam pequenos, evidenciando que ela pegaria no sono com certa rapidez.
Remexeu os lábios, pensando em algo.
— Realmente me acha tão irritante assim? — soltou, quebrando um pouco o silêncio.
ficou calada, antes de respondê-lo.
— Achei que isso tinha ficado bem claro.
— Tô falando sério, . Como chegamos nesse ponto? Não éramos assim — remexeu o corpo no sofá para vê-la melhor.
suspirou mais uma vez, pressionando os lábios.
— Por que fica me chamando assim? Sabe que não gosto — resmungou, cruzando os braços. — E nós crescemos, . Ao contrário da nossa paciência, que só diminuiu.
O rapaz soltou uma risadinha fraca com seu comentário e concordou. o olhou de canto, sentindo sua expressão aliviar ao vê-lo espontâneo daquele jeito.
Talvez sempre tenha sido e só ela não percebia.
— Sinto que perdemos muitas coisas por conta dessa implicância. Por exemplo, poderíamos ter feito várias coisas juntos. Até mesmo assistir alguns filmes melosos que você gosta de ver, volta e meia — disse, apontando discretamente para a televisão no painel da sala. — Ou até mesmo passear com o Felix e a Pandora. Esses dois são apaixonados pelo visto.
riu com o último comentário, conseguindo observar a cachorrinha e o gato brincando de forma animada pelo chão da sala.
Eles realmente se gostavam.
Balançou sua cabeça, ainda observando a cena.
— São apaixonados, sim. Desde que se conheceram — fez uma careta engraçada, o que fez o rapaz dar uma leve risadinha. — Mas isso não muda muita coisa, . Acho que implicar um com o outro é o que nos define.
— Não concordo. Você que não dá abertura pra muita coisa.
— Claro que dou, mas você sempre procura me tirar do sério. Então não tenho muito pra onde correr — rolou os olhos, o observando.
observou a garota, ainda com os olhos sobre si e ficou algum tempo analisando o que ela havia falado. Pensou consigo mesmo sobre toda aquela situação. Ele não gostava de toda a implicância, mesmo que na maioria das vezes se divertisse com aquilo, mas sentia que poderia ser muito mais com ela.
Piscou algumas vezes, mordiscando os lábios e retirou a manta de cima de si, avançando em direção à .
Apoiou um dos braços no encosto do sofá enquanto com o outro, apoiou o lado do móvel que sobrava ao lado do corpo dela.
o olhava, estática.
, o que—
— Realmente tá pensando em implicar comigo agora, ? — perguntou, com o rosto praticamente colado ao dela.
— O que você tá fazendo? — perguntou, se sentindo fraca por tê-lo tão perto.
ainda a olhava.
— Me diz, . Você realmente me odeia ou tudo isso é apenas uma forma de se manter longe de mim? — perguntou novamente, ansioso por uma resposta da parte dela. — Por que pra mim, sempre foi. Você nunca cedeu, nunca deixou com que eu me aproximasse. A única forma que achei foi a de irritar, já que pelo menos assim poderia tirar sua atenção e estar perto de algum jeito.
ainda estava paralisada ouvindo tudo aquilo e principalmente, por ainda tê-lo perto de si. O corpo de estava quase colado ao seu, não fosse pela pouca distância que os separavam.
Ela não sabia o que estava acontecendo, apenas que seu coração batia a mil por hora.
, eu… Realmente achei que você ao menos sentia algo, quer dizer… Você sempre me enxotou, sempre teve uma resposta na ponta da língua pra me responder e todas as vezes, arrumava algum motivo pra tirar sarro de mim — engoliu em seco, com os olhos sobre ele. — Realmente não tô te entendend—
— Me deixa te fazer entender, então.
Sem pensar muito, o rapaz se aproximou, colando seus lábios nos dela.
arregalou os olhos pela proximidade, mas o beijo aquecido e morno de em seus lábios macios a fez pensar em apenas uma coisa; ela queria continuar.
Com as mãos livres, as levou até o pescoço do rapaz, o segurando e assim, intensificando. , por sua vez, deixou o corpo ceder sobre o dela, quase como se a abraçasse no sofá.
Aquilo era mais do que surreal.
Surreal porque era bom e mais surreal ainda por não terem feito antes, deixando toda a implicância ter tomado conta da relação que os dois poderiam ter tido.
não estava pensando muito bem, apenas em como o beijo de tinha o tirado de órbita. Ela só conseguia sentir o mesmo.
Os dois continuaram ali por um bom tempo, sentindo toda a tensão reprimida se intensificar na pele de cada um e quase no mesmo instante, suspiraram juntos, sentindo o peito subir e descer pela surpresa de serem correspondidos.
, eu… Não me desculpo por ter feito isso. Na verdade, realmente queria, mas me desculpo por ter agido de forma tão rápida e sem deixar você ao menos—
— Ah, , fica quieto.
O cortou, sorrindo.
Foi o suficiente para que ela a puxasse para mais um beijo, fazendo o cômodo se encher de risadinhas durante a noite.
Claro que não queriam pensar em como seria no dia seguinte.
Só conseguiam focar que, naquele momento, nada parecia mais certo do que os dois juntos naquele sofá.
E, claro, com Felix e Pandora olhando a cena com tamanha curiosidade.



FIM.


Nota da autora: Maybe We Could Be a Thing veio para esquentar esse especial incrível do Ficsverse! Espero que vocês gostem e não deixem de comentar o que acharam ;)

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