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Independente do Cosmos🪐

Última Atualização: Fanfic Finalizada

Something must've gone wrong in my brain
Got your chemicals all in my veins
Feeling all the highs, feeling all the pain


O som abafado da música aumentava conforme ela se aproximava da entrada do pub, um famoso ponto de encontro no coração da cidade. As luzes douradas que brilhavam pela janela de vidro tingiam o lado de fora com um convite quase irresistível, mas ela hesitou por um momento antes de empurrar a porta pesada.
Ao entrar, foi recebida por um ambiente que exalava sofisticação. O pub estava lotado, mas de um jeito que parecia cuidadosamente calculado para não ser desconfortável. As pessoas se espalhavam em grupos elegantes, seus risos abafados pela música ambiente e pelo tilintar de copos. Ela lançou um olhar ao redor, percebendo rapidamente que as mulheres usavam vestidos que abraçavam seus corpos de forma perfeita, e os homens estavam impecavelmente arrumados, como se tivessem acabado de sair de uma revista de moda.
O contraste com sua calça jeans e jaqueta de couro era gritante.
Ela ajeitou uma mecha de cabelo, tentando se convencer de que ninguém estava prestando atenção, mas a sensação de deslocamento era quase tangível. Respirando fundo, ela forçou os pés a seguirem em frente, o som dos saltos ecoando no piso de madeira enquanto ela caminhava até o balcão do bartender.
Ele estava ali, atrás do balcão iluminado suavemente, movendo-se com uma graça quase ensaiada enquanto preparava uma bebida. Quando seus olhos foram recebidos, ele deu um sorriso amigável, que parecia oferecer um porto seguro em meio à sua insegurança. Ela se acomodou em um dos bancos altos, cruzando as pernas com cuidado para não parecer ansiosa.

— Boa noite. — Ela disse, tentando soar mais confiante do que realmente se sentia.
O bartender inclinou a cabeça, como se estivesse avaliando-a com uma mistura de curiosidade.
— O que vai ser?
Ela hesitou por um segundo, olhando para o cardápio de drinks sofisticados exposto na parede atrás dele.
— Eu... Acho que vou querer um martíni, por favor. — Respondeu, tentando ignorar a pequena dúvida que lhe dizia que talvez devesse pedir algo mais simples, mais adequado a quem não pertence totalmente ao ambiente.

Enquanto o bartender começava a preparar sua bebida, ela deixava os olhos vagarem pelo pub mais uma vez, tentando se ajustar ao ambiente. O desconforto inicial ainda estava lá, mas misturado com uma crescente curiosidade sobre as pessoas e as histórias que aquele lugar abrigava.
Mesmo que não estivesse totalmente à vontade, havia algo intrigante em estar fora de sua zona de conforto – uma sensação de que talvez, só talvez, esta noite pudesse lhe trazer algo inesperado.


Let go on the wheel
it's the bullet lane
Now I'm seeing red
not thinking straight
Blurring all the lines, you intoxicate me


Envolvendo os dedos ao redor da delicada taça de martíni, o líquido cristalino brilhava sob a luz suave do bar, a primeira sensação de interrupção a envolvia. O primeiro gole desceu suave, com um leve toque de amargor que combinava perfeitamente com a situação desconfortável que sentia desde que entrou no pub. Ela soltou um suspiro discreto, permitindo que os ombros relaxassem um pouco.
Mas havia uma tensão no ar que ela não conseguia ignorar.
Entre olhares furtivos ao redor do bar, ela notou que uma pessoa, sentada a alguns bancos de distância, parecia incapaz de desviar os olhos dela. Era uma presença discreta, mas insistente, que a fez se sentir simultaneamente desconfortável e intrigada.
A figura no balcão parecia estar em casa naquele ambiente – um homem, talvez na casa dos trinta ou quarenta e poucos, vestido de maneira impecável e uma expressão que mesclava curiosidade e algo mais que ela não conseguiu decifrar de imediato. Seus olhos a observavam com uma intensidade controlada, como se ele estivesse tentando decifrar quem ela era, ou o que ela fazia ali, sozinha, em um lugar que claramente não fazia parte de sua rotina.
Ela desviou o olhar rapidamente, voltando a atenção para sua bebida, o coração batendo um pouco mais rápido do que antes. Mas uma curiosidade começou a se misturar com seu desconforto. Será que ele estava julgando, percebendo o quanto ela se sentia deslocada, ou havia algo mais ali? Ela não podia deixar de pensar se o interesse dele era uma tentativa de entender por que alguém como ela estava ali – ou se havia algo mais, uma faísca silenciosa que ela ainda não tinha percebido.
Sem querer parecer óbvio, ela tomou outro gole, tentando decidir se deveria se manter na defensiva ou se arriscar a enfrentar novamente. De qualquer forma, havia algo nesse olhar que a desafiava a sair de sua bolha de insegurança.
E, em uma cidade onde tudo podia mudar num piscar de olhos, ela sabia que às vezes as melhores histórias começavam assim – com um olhar que você simplesmente não conseguia ignorar.
Ela estava prestes a tomar outro gole do martíni quando notou uma mudança no ambiente ao seu redor.
O homem, que até então observava à distância, havia decidido agir. Com uma confiança tranquila, ele se levantou e começou a caminhar em sua direção.
Cada passo parecia ecoar em seu peito, amplificando a tensão no ar.
O barulho suave da conversa e o tilintar dos copos ao redor se afastava de seus ouvidos, e tudo o que ela conseguia sentir era a presença dele se aproximando, como se o espaço entre eles estivesse em câmera lenta. Quando ele finalmente parou ao lado dela, havia uma aura de naturalidade em seus movimentos, como se ele estivesse no controle da situação desde o início.
Ele apoiou um braço no balcão, virando-se de lado para ela, e seu perfume sofisticado misturou-se com o aroma dos coquetéis.

— Espero não estar incomodando. — Ele disse, a voz baixa e envolvente, com um tom que parecia tão familiar quanto às notas de um jazz suave que tocava ao fundo. — Mas eu não pude deixar de notar que você parece um pouco deslocada…

Ela ergueu os olhos para encontrá-lo, o coração batendo acelerado, mas manteve uma expressão neutra, tentando esconder qualquer sinal de nervosismo. Havia algo em sua presença que era tanto intimidante quanto atraente, e a forma como ele a observava sugeria que estava genuinamente curioso, não julgador.

— Deslocada? — Ela repetiu, tentando dar um leve tom à sua resposta, embora a palavra tenha ressoado fundo. — Acho que esse lugar é um pouco… mais do que eu esperava.
Ele sorriu, um sorriso fácil e sincero, e ela notou que seus olhos, tão intensos antes, agora carregavam um brilho de empatia.
— Esse lugar pode ser intimidador para quem não está acostumado. — Ele admitiu, gesticulando levemente ao redor. — Mas o interessante é que muitas vezes, os lugares que nos fazem sentir assim são os que acabam nos surpreendendo mais.
Ela considerou suas palavras, sentindo a tensão em seus ombros diminuir ligeiramente. Havia algo reconfortante em sua presença, uma gentileza inesperada que a fez se sentir um pouco menos deslocada.
— Talvez você tenha razão. — Ela ofereceu um sorriso tímido. — Às vezes, é só uma questão de perspectiva.
— Exatamente. — Ele concordou, inclinando-se um pouco mais perto, sem invadir seu espaço pessoal. — Posso te oferecer outro drink? Talvez com uma conversa interessante, esse lugar comece a parecer um pouco mais acolhedor.
Ela hesitou por um momento, ponderando a oferta. Mas havia algo naquele olhar, naquela abordagem confiante e cuidadosa, que a fazia querer continuar a conversa.
— Por que não? — Ela respondeu, deixando a curiosidade vencer qualquer última gota de incerteza.

Ele sinalizou para o bartender novamente, silenciosamente e com os dois dedos para cima e depois apontando para o copo dela outra vez, num claro sinal de que gostaria de mais um daquele. E ela, um tanto observadora, notou que ele não bebia nada além do que água com gás e limão.
Devia estar dirigindo, ela imaginou.
O homem se inclinou um pouco mais perto, sem nunca ser intrusivo, mas o suficiente para criar uma conexão mais íntima entre os dois. Ele tinha uma presença cativante, e seu olhar, antes cheio de curiosidade, agora trazia uma nota de charme intencional.

— Eu ainda não tive o prazer de saber seu nome. — A voz dele estava carregada com um tom que sugeria tanto interesse, quanto diversão. — Mas estou bastante certo de que alguém com uma presença tão marcante deve ter um nome à altura.
Ela sorriu, surpresa pela forma suave com que ele estava conduzindo a conversa.
— É . — Ela respondeu, um pouco mais a vontade agora, especialmente com o jeito caloroso que ele a fazia sentir. — E o seu?
. — Ele disse, segurando o olhar dela com o dele por um segundo a mais que o necessário, criando um pequeno jogo de poder, uma dança silenciosa onde nenhum dos dois queria ser o primeiro a desviar os olhos. — … Um nome que combina perfeitamente com você.
Ela riu, sentindo o calor subir até as bochechas. Ele estava flertando, claramente, mas fazia isso de um jeito tão natural, tão habilidoso, que era impossível não se deixar envolver.
— Você parece bem confortável nesse tipo de lugar. — comentou, tentando manter o tom de brincadeira leve enquanto mexia distraidamente na borda do copo. — Vem aqui com frequência para encantar mulheres desprevenidas?
deu um sorriso torto, divertido com a provocação.
— Vou te contar um segredo. — Ele disse, baixando a voz como se estivesse prestes a confidenciar algo importante. — Eu não vim aqui para encantar ninguém, pelo menos, não até você entrar.

mordeu o lábio inferior, tentando suprimir um sorriso mais largo. estava jogando com as palavras, e ela não pôde deixar de apreciar a habilidade com que ele fazia isso, sem parecer forçado ou desesperado. Cada palavra, cada olhar, era uma pincelada em uma tela que ele estava pintando apenas para ela.

— Você tem uma resposta para tudo, não é? — Ela replicou, sua voz um pouco mais suave, deixando transparecer que, por mais que estivesse jogando duro, também estava gostando do flerte.
— Só quando estou verdadeiramente inspirado. — Ele disse, com um brilho de travessura nos olhos.

O bartender chegou com o drink de e mais uma rodada do copo com água com gás e limão, e , antes de levantar o próprio copo para um brinde, entregou o drink a .

— A momentos inesperados, . E às noites que começam com uma pequena sensação de desconforto, mas que acabam surpreendendo.
Ela ergueu o copo, tocando o dele suavemente, o som claro do vidro ressoando entre eles.
— A surpresas. — Ela respondeu, sentindo o jogo entre eles se intensificar, as barreiras iniciais já começando a se desfazer.

Eles beberam juntos, e por um momento, ficaram em silêncio, mas não havia desconforto, apenas uma tensão agradável que pendia no ar entre eles. a observava de perto, cada sorriso, cada gesto, como se estivesse tentando desvendar mais sobre a mulher que ele acabara de conhecer, mas que já o intrigava tanto.

— Então, … — Ele começou, com a voz deliberadamente leve. — O que te trouxe a este pub famoso em uma noite como essa? Algo me diz que não foi o ambiente… Ou estou enganado?
Ela riu suavemente, sentindo-se desafiada de uma forma divertida.
— Talvez eu estivesse à procura de algo diferente. — Seus olhos brilhavam com a mesma intensidade do jogo que ele havia iniciado. — E parece que encontrei.
sorriu, satisfeito.
— Parece que essa noite vai ser interessante. — Ele murmurou, e a forma como disse isso fez o coração de bater um pouco mais rápido.

O flerte estava claro, mas a verdadeira questão era até onde isso poderia levá-los.
E de alguma forma, eles estavam ansiosos para descobrir.
Conforme a conversa fluía, o clima entre e se tornava cada vez mais carregado de uma tensão sutil, porém inegável.. Ele parecia ter um talento natural para flertar, e ela, mesmo tentando manter uma postura de cautela, estava gostando de cada momento.
inclinou-se um pouco mais, diminuindo a distância entre eles, o perfume dele se tornando mais perceptível.

— Sabe … — Ele começou, a voz baixa e quase confidencial. — Eu sempre achei que os olhos dizem muito mais do que palavras. — E, enquanto falava, seu dedo roçou levemente contra a mão dela que estava apoiada no balcão, criando um contato elétrico que a pegou de surpresa.
Ela não conseguiu esconder o leve arrepio que percorreu sua pele, mas manteve o olhar firme no dele.
— E o que os meus olhos estão dizendo para você agora? — perguntou, desafiando-o, seu tom carregado de uma curiosidade que era metade brincadeira, metade genuína.
sorriu, e em um gesto confiante, deixou sua mão descansar brevemente sobre a dela, antes de traçar um caminho suave até seu pulso, onde fez círculos lentos e quase imperceptíveis com o polegar.
— Estão me dizendo que você é muito mais interessante do que qualquer conversa que eu poderia ter imaginado ter essa noite. — Respondeu, sua voz soando rouca e carregada de intenção. — E que talvez… Você esteja gostando desse jogo tanto quanto eu.

Ela sentiu o coração acelerar ao toque dele, uma mistura de excitação e alerta. Ele estava definitivamente cruzando uma linha, mas de uma jeito que era simultaneamente envolvente e cativante.
decidiu que não iria recuar, pelo menos não ainda.

— Você parece alguém que gosta de desafios. — Ela moveu a mão para permitir que seus dedos deslizassem de leve pelo braço dele, subindo lentamente, até pararem na dobra de seu cotovelo.
abaixou a cabeça um pouco, os lábios perto o suficiente do ouvido dela para que suas palavras soassem quase como um segredo sussurrado.
— E você parece alguém que é mais do que capaz de oferecer um desafio à altura. — Ele deixou que sua voz acariciasse cada sílaba enquanto sua mão, ainda sobre a dela, traçava uma linha provocativa até seus dedos, entrelaçando-os brevemente.

O contato foi breve, mas intenso.
sentiu um calor subir por seu corpo, enquanto ele a observava atentamente, como se estivesse esperando pela próxima jogada. Ela segurou o olhar dele, mas dessa vez, deixou que seus olhos descessem até os lábios de por uma fração de segundo, antes de voltarem para os olhos dele.

— Eu só aceito desafios que valem a pena. — sussurrou, carregando uma promessa implícita.
sorriu, um sorriso de pura satisfação.
— Então talvez eu tenha que me esforçar um pouco mais para provar que valho a pena. — Ele deslizou um pouco mais para perto, até que seus ombros quase se tocassem.

O espaço entre eles agora era quase inexistente, e a proximidade aumentava a tensão, o calor, e o desejo latente que começava a se manifestar.
Sem quebrar o contato visual, levou a mão até a base da taça de , seus dedos roçando os delas quando ele a ajudou a levantar o drink.

— Ao desafio. — Ele brindou, sua voz um sussurro envolvente, com os olhos presos ao dela.




Just like nicotine, heroin, morphine
Suddenly, I'm a fiend and you're all I need
All I need, yeah, all I need


aceitou o brinde, sentindo os dedos dele roçarem nos seus de maneira deliberadamente provocativa, enquanto bebiam juntos, ela o martini e ele a água com gás, cada movimento carregado de intenções não ditas. Ela sentiu que o jogo estava apenas começando, e o toque dele, tão sutil quanto eletrizante, a fez querer descobrir até onde isso poderia levá-los.
Ela sabia que estava testando seus limites, mas havia algo na maneira como ele fazia isso, um equilíbrio entre confiança e respeito, que a fez sentir que, por mais que fosse um jogo, era um que estava ansiosa para continuar jogando.
Mas, algo no fundo da mente de começou a se agitar.
O rosto de , suas expressões, e até mesmo a forma como ele falava, despertavam uma sensação de déjà vu. Ela franziu o cenho gradualmente, tentando decifrar de onde essa familiaridade vinha, e entre um gole e outro do martíni, finalmente não conseguiu mais conter a curiosidade.

— Eu não quero parecer estranha. — começou, escolhendo as palavras com cuidado. — Mas há algo em você que me parece familiar. Como se eu já tivesse te visto antes.
abriu um sorriso que parecia conter segredos, e seus olhos brilharam com algo que sugeria que ele estava se divertindo com a situação.
— Bom… — Disse ele, se inclinando levemente para a frente, fazendo a proximidade entre eles se tornar quase íntima. — É bem possível que você já tenha me visto por aí. Na verdade, tenho quase certeza disso.
arqueou uma sobrancelha, intrigada e um pouco desconcertada pela confiança dele.
— Sério? E onde exatamente eu já teria te visto? — Tentando manter o tom leve, mas não conseguindo disfarçar a curiosidade crescente, ela perguntou.
respirou fundo, como se estivesse ponderando a resposta, mas o brilho malicioso nos olhos dele indicava que ele já sabia exatamente o que dizer.
— Provavelmente você me conheça de algum filme ou série de TV. — Deixando as palavras pairarem entre eles com a mesma sutileza com que conduzia o flerte, ele disse. — Digamos que… ser reconhecido é algo que acontece com certa frequência.

piscou, surpresa, e de repente, tudo começou a fazer sentido.
A familiaridade, o jeito como ele parecia tão à vontade em ser presente, e até mesmo a confiança que exalava. Tudo se encaixava.

— Espera aí… — O tom de agora estava carregado de uma mistura de surpresa e incredulidade. — Você é um ator famoso?
concordou, o sorriso agora pleno em seu rosto, divertido com a ocorrência dela.
— Acho que podemos dizer que sim. — Ele respondeu, sem pressa, como se o fato não fosse grande coisa para ele, mas sabendo que para ela, era. — Meu nome é . Já fiz alguns filmes, talvez você tenha visto.

Sem se importar de estar sendo indiscreta ou não, puxou o telefone do bolso da calça e digitou o nome dele na barra de pesquisa, observando, pelo canto dos olhos, o sorriso divertido que moldava os lábios dele.
O nome caiu como uma ficha na internet e, quando notou as primeiras fotos no aparelho celular, precisou de muito para não alternar os olhos do smartphone para ele, como se para comparar se realmente era a mesma pessoa.
Não era necessário, no entanto.
As fotos do google não faziam jus a sua beleza vista pessoalmente.
Foi só ali que ela pareceu reconhecê-lo.
, o ator cujos papéis principais sempre envolviam personagens complexos e intensos, o tipo que atraía tanto pelas habilidades de atuação quanto pela presença marcante na tela.
E ali estava ele, em um pub, flertando com como se fosse mais uma noite casual em Nova York.

— Eu sei de onde te conheço agora… — Ela disse com um riso incrédulo e meio nervoso, processando a informação.

Seria muito indiscreto se ela revelasse de qual filme em questão estava falando? Porque a imagem de no filme Endings Beginnings, em uma cena muito específica, rodou em sua mente como um disco arranhado no replay.
As bochechas dela coraram um pouco e, por um breve momento, precisou olhar para a tela do celular outra vez, procurando qualquer outro trabalho que ele fez e que tinha assistido.

— Você está naqueles filmes de super-herói… — Ela comentou mais para si mesma do que para ele.

Não que acompanhasse muito, ou gostasse desse estilo de filmes, mas sua melhor amiga era louca por super-heróis e agora fazia sentido para ter tanta certeza de que seu rosto era tão familiar. Eventualmente, enquanto estava na casa de Sarah, via a amiga repetir os mesmos filmes, de novo e de novo.
riu, uma risada suave que a fez relaxar um pouco, ao mesmo tempo em que, outra vez mais, a maldita cena do único filme que viu com ele, piscou em sua mente.

— Eu gosto de manter as coisas simples fora do set. — Ele disse, ainda a observando com aquele olhar intenso que a desafiava e atraia. — Às vezes, é bom ser apenas “”, sem todo o glamour e holofotes.
balançou a cabeça, ainda tentando controlar o rubor nas bochechas.
— Eu definitivamente não esperava por isso. — Ela admitiu, o coração ainda acelerado com a surpresa e a proximidade dele. — Mas, de alguma forma, faz sentido. Você tem uma presença que é difícil de ignorar.

Ela tentou, tentou muito deixar aquele comentário apenas em sua mente.
Mas foi mais forte.
O rosto dele era muito bem desenhado, com o maxilar marcado, os lábios rosados, a covinha no meio do queixo, o sorriso elegante e galanteador, a barba grande e delimitada, o cabelo um pouco mais longo e penteado para trás com uma pequena mecha caindo pelos olhos.
E, oh, aqueles olhos… aqueles malditos olhos.

— Fico feliz que pense assim. — sorriu novamente, e dessa vez, com um toque de humildade que não esperava. Seu tom saiu sincero. — Mas, honestamente, estou mais interessado na pessoa que fez essa noite inesperadamente interessante. — Ele, então, vagou os olhos por todo o rosto dela e sutilmente molhou os lábios. — E não é todo dia que eu encontro alguém tão interessante.

sentiu a revelação de que era um ator famoso como um combustível que inflou a tensão entre eles. A atração, que antes flutuava em palavras e olhares, agora se transformava em algo mais perigoso. Ela se desafiou a jogar ainda mais forte, a testar os limites daquelas provocações que, até então, se limitava apenas em um jogo verbal.
, percebendo a mudança no olhar dela, decidiu avançar. Ele se inclinou, eliminando quase completamente o espaço entre os dois. O calor do corpo dele era tangível, e o perfume amadeirado que ele usava envolvia em uma nuvem tentadora.

— Então, — Disse ele, a voz baixa. — Agora que você sabe quem eu sou, isso muda alguma coisa para você? Ou ainda não estou páreo para ganhar um pouco mais da sua atenção? — E, enquanto falava, ele deixou a ponta dos dedos correr suavemente pelo braço dela, subindo lentamente até alcançar seu ombro.
Ela sentiu a pele formigar onde era tocada, o contato despertando uma onda de desejo que tentava manter sob controle. o olhou, mas dessa vez havia um toque de ousadia em seu sorriso, algo que dizia que ela estava mais no jogo do que gostaria de admitir.
— Na verdade, acho que isso só torna as coisas mais interessantes. Mas, você vai precisar fazer mais do que falar para conseguir toda a minha atenção. — Ela respondeu, sua voz quase um sussurro.
O desafio foi lançado, e não perdeu tempo em aceitá-lo. Ele se moveu ainda mais, até que seus lábios estivessem a apenas centímetros dela, o olhar dele cravado no dela, como se estivesse estudando cada acontecimento.
— E se eu disser que estou muito disposto a fazer o que é preciso para ter toda a sua atenção? — A resposta veio num tom baixo e aveludado, transmitindo promessas que ambos sabiam que seriam tanto cumpridas, quanto superadas.
Antes que pudesse responder, ele estendeu uma das mãos até a linha do maxilar dela, o toque firme, mas gentil, e com determinação traçou uma linha ao longo de sua mandíbula, até chegar no canto de seus lábios.
— Sabe… — continuou, agora com um sorriso provocante. — Eu posso ser um pouco persistente quando quero algo. Neste momento, , tudo o que eu quero é ver até onde podemos levar essa conversa.

observou com um olhar que misturava fascínio e algo mais profundo, quase primitivo. Ele parecia gostar do fato de que, mesmo depois de saber quem ele era, ela não se intimidava, mas ao contrário, continuava naquele jogo que tinha começado com ele, desafiando-o a ir cada vez mais longe.
Ele deslizou a mão para o lado dela, os dedos tocando suavemente sua cintura, como se testasse os limites do que ela permitiria.

— Você não faz ideia do quanto você é interessante. — Ele voltou a murmurar, sua voz baixa e cheia de desejo. — Me faz querer ver até onde está disposta a ir, .

Ela sentiu um arrepio percorrer seu corpo ao toque dele, mas manteve a postura firme. Não queria parecer vulnerável, mas também não queria afastá-lo. O toque era quente, e a maneira como ele a olhava, como se estivesse pronto para devorá-la a qualquer momento, a fazia sentir uma mistura de excitação e provocação.
Por um momento, eles esqueceram que, de fato, ainda continuavam naquele pub.
Nada mais existia além deles dois e daquele flerte que se encaminhava, perigosa e lentamente, para um caminho nenhum pouco inocente.

— Eu nunca fui fã da previsibilidade, . — O tom de era suave e rouco, enquanto levava a mão até o peito dele, sentindo a batida firme do coração por baixo do tecido. Ela traçou o contorno de seus músculos com os dedos, movendo-se lentamente até seu ombro, onde deixou um leve aperto, como se o provocasse a ir além. — A questão é, você consegue lidar com o que está pedindo?

atraente, um sorriso que era ao mesmo tempo sedutor e perigoso, se colou mais a ela, e a orientação de seu corpo deixou claro o que ele queria.
Ele deslizou a mão da cintura dela para baixo, parando na curva de seu quadril.

— Eu acho que você vai descobrir que estou mais do que preparado.

mordeu os lábios, tentando disfarçar a batida frenética que seu coração estava começando a adotar, mas sabendo que com certeza podia sentir a mudança em sua respiração. E, sentindo o impulso responsável por fazê-la apostar ainda mais fundo nessa bolha que os dois tinham criado em tão pouco tempo, ela o provocou de novo, os olhos brilhando com uma mistura de desafio e desejo.

— Talvez você devesse parar de falar e me mostrar então.
riu baixinho, um som que vibrou entre eles.
— Eu gosto de como você pensa. — Ele deixou que sua outra mão, a que ainda estava sob o maxilar dela, descer pela linha do pescoço, onde seus dedos roçaram suavemente a pele exposta. Ele fez uma pausa, observando-a, permitindo que a antecipação aumentasse, antes de inclinar para sussurrar em seu ouvido. — Mas você vai precisar fazer algo por mim também, . Preciso que você me mostre que também quer isso tanto quanto eu.

As palavras de serviram como combustível para que o corpo de esquentasse ainda mais, o desejo se transformar em algo insuportável por algo além de palavras. Por algo mais físico. Ela se inclinou, seus lábios agora perigosamente perto do pescoço dele, sentindo o cheiro do perfume masculino que ele usava, sussurrando as próximas palavras e permitindo que a boca tocasse a pele fina dele, apenas o suficiente para deixá-lo com um gosto de quero mais.

— Eu acho que podemos chegar a um acordo.

fechou os olhos por um momento, sentindo o toque dela como uma corrente enviando descargas elétricas por suas terminações nervosas. Ele a segurou pela cintura, puxando-a para mais perto, até que seus corpos quase se tocassem como almejava.

— Você é um pecado ambulante. — Ele murmurou com um sorriso que transbordava apreciação.

deixou que suas mãos corressem pelo braço dele, sentindo novamente os músculos sob o tecido fino. E ela descobriu, naquele exato momento, que talvez nunca fosse se cansar de sentir cada parte dele.
estava ciente do poder que tinha naquele momento, e estava disposta a usá-lo.

— E o que você vai fazer a respeito disso, ? — Seus olhos brilharam com pura sedução.
— Eu vou aproveitar cada segundo. — A resposta dele veio rápida, quase no instante em que a pergunta dela chegou ao fim, como uma reação primitiva de seu corpo e mente.

Ele inclinou a cabeça e deixou os lábios tocarem levemente a pele macia do pescoço dela, a respiração quente contra a sua pele. Ele fez isso com uma lentidão deliberada, quase torturante, como se estivesse saboreando cada momento. A mão dele, firme em sua cintura, a mantinha mais perto, querendo eliminar qualquer espaço entre eles.
respirou fundo, sentindo o calor se intensificar.
Em si. Nele.
Entre os dois.
Ela sabia que estava testando seus limites, mas de alguma forma, a ideia de ver até onde isso poderia ir a excitava. Ela levou a mão até o rosto dele, os dedos traçando a linha do maxilar antes de puxá-lo levemente para mais perto.

— Eu estou começando a achar que essa noite pode ser muito mais interessante do que eu imaginei. — Ela disse, a voz tão sussurrada que só conseguiu ouvir porque estava praticamente colado a ela.
— Você tem noção do quanto é perigosa? — Ele murmurou, os lábios perigosamente próximo ao seu ouvido, enquanto sua mão fazia um caminho lento e deliberado até o meio de suas costas, onde deixou a palma apoiada por um momento, sentindo a tensão de seu corpo sob a nova investida de seu toque.
Ela se inclinou na direção dele, seu próprio corpo respondendo ao dele de forma automática, os lábios quase roçando a pele do pescoço dele quando sussurrou.
— Perigosa? E por que exatamente você acha isso?
enviou contra o ouvido de , um sorriso que ela podia sentir tanto quanto ver o hálito quente enviando um arrepio pela espinha dela.
— Porque você está me deixando sem fôlego. — Os dedos dele agora vagavam para cima e para baixo pela linha da coluna dela, tão delicado que lhe causava arrepios. — E, honestamente, isso não acontece com tanta frequência.
Novamente ela levou uma das mãos até o peito dele, os dedos traçando o contorno dos botões enquanto ela o encarava com um olhar que exalava provocação, desejo e… convite.
— E você costuma usar essa linha com todas as mulheres deslocadas que encontra em pubs? Ou eu realmente sou especial?
Foi à vez de rir baixinho de novo, o som vibrando em seu peito sob o toque dela.
— Ah, . — Começou, a mão que traçava um vai e vem gostoso na base da coluna dela parando na lombar, firmando ali seus dedos e a apertando contra si. — Se eu fosse tão previsível, você já teria percebido isso.
Ela arqueou uma sobrancelha, um sorriso se formou em seus lábios ao sentir a mão dele a puxando contra si em uma pressão gostosa e firme.
— Talvez eu deva testar essa teoria. — , propositalmente usou um tom mais suave, aveludado… porém os resquícios de provocações estavam presentes em cada sílaba. Ela se inclinou mais para perto, seus lábios agora a um milímetro dos dele, mas ainda sem tocá-los.
respirou fundo, seus olhos escurecendo com o desejo que agora era tão tangível que ele ousou dizer que, quem estivesse naquele maldito pub ao lado dos dois no balcão, sentia a tensão sexual exalando no ar.
— Você deveria. — Ele lambeu os lábios, a voz rouca e carregada de uma intensidade que fazia o ar ao redor deles parecer mais pesado, mais carregado.




It's you, babe
And I'm a sucker for the way that you move, babe
And I could try to run, but it would be useless


E, antes que ela pudesse responder outra coisa, quem sabe provocá-lo mais com palavras sutis e promessas veladas de uma noite incrível juntos, ele fechou a distância dos seus rostos outra vez mas, como um bom provocador, parou um centímetro dela, assim como fizera segundos atrás.
entreabriu os lábios e os lambeu.
O hálito quente e a ponta da língua tocando a boca de em uma ação completamente calculada, um toque que enviava ondas de calor pelo corpo dele e dela.
não conseguiu evitar o leve suspiro que escapou de seus lábios, a proximidade dele, o toque sutil e o jogo de poder que estava travando, tudo a deixava cada vez mais envolvida. A mão que estava nos botões da camisa dele traçaram um caminho de volta até seu pescoço, brincando com a base do cabelo dele enquanto continuava ali parado quase encostando a boca na dela.
Quase acabando com a maldita tensão e desejo que os consumiam por dentro.

… — murmurou contra seus lábios, sua mão voltando a deslizar pelas costas dela em uma carícia lenta, deliberada, excitante. Mas o tom de aviso estava explícito quando chamou por seu nome. — Se você continuar assim, será difícil manter esse jogo só no flerte.

Ela sentiu o coração acelerar de novo.
A proximidade, a sensação dos corpos praticamente unidos, o calor que emanava dele invadindo cada centímetro de si, o perfume entorpecendo seus sentidos, as palavras confundindo sua mente e aquela porra de olhos de novo.
Tão desejosos.
Os olhos de eram cristalinos como água em suas intenções.
E, de forma provocadora, os olhos fixos nos deles — a sua perdição, como ela bem acabou de descobrir ali, foi a vez de molhar os lábios antes de falar.

— Quem disse que eu quero manter isso só no flerte?

não precisou de mais nenhum incentivo.
A mão dele correu até que seus dedos estivessem engrenhados nos fios da nuca de quando ele a puxou para um beijo que começou suave, mas rapidamente se intensificou, uma maciez entre os lábios, respirações ofegantes e uma necessidade palpável. a segurava contra si como se aquele beijo fosse água para seus lábios sedentos, uma droga para seu organismo necessitado dela e uma pertinência a sua mente… ele a mantinha ali como se não estivesse disposto a interromper aquela carícia sensual e quente tão cedo.
correspondia com a mesma intensidade, suas mãos explorando os ombros dele, descendo pelo peito, apertando cada músculo sob o tecido enquanto o beijo se aprofundava, se tornando algo mais do que um simples flerte – uma promessa não dita de tudo o que poderia vir depois.
quebrou o beijo com um último roçar de lábios, o sabor dela ainda queimando em sua boca, e por um momento, apenas olhou para , os olhos fixos nos dela, como se tentasse capturar cada nuance daquele instante.
A respiração dele ainda estava ofegante quando se inclinou novamente, mas desta vez, em vez de buscar os lábios dela, ele depositou uma mordida de leve no lóbulo de sua orelha. Seu olhar agora cheio de uma intenção clara, encontrou o de , e um sorriso lento se formou em seus lábios.

. — Ele murmurou novamente o nome dela, embora já tivesse sua atenção completa para si. Talvez simplesmente gostasse de como o nome dela soava e sua voz. — Acho que é hora de sairmos daqui. — Ele inclinou a cabeça ligeiramente, o hálito quente outra vez mais contra sua pele. — O que você acha de irmos para um lugar mais reservado, onde a gente possa continuar essa… conversa sem interrupções?

O coração de , naquele ponto da noite, estava com seu ritmo atual o mais descompassado possível, então, quando ela o sentiu se acelerar de novo não foi uma surpresa. A ideia de ficarem a sós, longe de distrações, fez o calor em seu corpo aumentar. E, embora lutasse para manter o olhar firme no dele, não conseguiu esconder o brilho de antecipação que cintilou em suas íris.

— O que você tem em mente, ? — Suas mãos ainda brincavam na nuca dele, sentindo os fios mais longos ao carinho que fazia.
O sorriso seguinte de , veio carregado de promessas.
— Tenho um lugar em mente, um pouco mais privado, onde a gente pode… explorar isso com calma. — se inclinou de novo, roçando os lábios no ouvido dela, deixando a respiração quente acariciar a pele sensível. — Eu garanto que você vai gostar.
levantou uma sobrancelha, interessada.
— E o que exatamente faz esse lugar ser tão especial?
se afastou apenas o suficiente para olha-lá diretamente nos olhos, a mão escorregando firmemente para a sua cintura.
— Você vai ter que confiar em mim para descobrir. — A resposta veio carregada de intenção, e não conseguiu conter seus olhos presos a boca dela e mordendo os próprios lábios.

Ele queria beijá-la de novo.
A noite inteira.
A proposta, dita em um tom tão baixo e íntimo, fez um arrepio percorrer a espinha de . Ela sabia que estava brincando com fogo, mas a tentação era grande demais para ser ignorada. Fora que, havia algo na maneira como ele falava, na confiança que ele tinha e no desejo explícito por ela que ele exalava desde o primeiro momento, que a fez querer aceitar o convite.
Com um sorriso que se espelhava ao dele, com a mesma promessa, inclinou a cabeça para o lado, como se por um momento estivesse considerando a proposta.

— Tudo bem, . — Ela disse finalmente, a voz suave, mas firme. — Me leve até esse lugar.

sorriu, um sorriso que era ao mesmo tempo perigoso e sedutor.
Ele se afastou apenas o suficiente para pegar a carteira do bolso da calça e deixar uma nota de cem dólares em cima do balcão — o suficiente para pagar o drink dela e o que consumiu. Ele guardou a carteira, se pôs de pé e pegou a mão dela, entrelaçando os dedos nos de antes de guiá-la para fora do local. O ar noturno parecia carregado de eletricidade, como se o mundo inteiro estivesse ciente do que estava prestes a acontecer.
Enquanto caminhavam juntos, manteve os olhos fixos à frente, mas apertou suavemente a mão dela, como se para garantir a que aquela noite estava longe de terminar. Ele a guiou por uma rua um pouco movimentada, até chegarem a um carro estacionado discretamente em uma rua lateral.
Com um gesto rápido e elegante, ele não só destravou o veículo, como também abriu a porta para ela.

— Entre. — apertou um pouco mais os dedos entre os de quando a viu entrar em seu carro. O perfume dela, algo floral com um toque de baunilha, atingiu de maneira muito inflexível o olfato dele.

, ao passar o cinto pelo tronco, sentiu a adrenalina correr com mais força por suas veias. E, quando viu dar a volta para entrar no carro, seu estômago gelou em expectativa. Ia mesmo fazer isso?
Com um último olhar para ela, sorriu antes de ligar o motor e partir. O carro se moveu suavemente pelas ruas noturnas, e, embora estivessem em silêncio agora, a tensão entre os dois só crescia a cada quilômetro que passava. observava o perfil dele enquanto dirigia, os olhos fixos na estrada, mas com uma expressão que deixava claro que sua mente estava em outro lugar — talvez no próximo momento que compartilhariam.
Entre um semáforo e outro, quando estavam esperando o sinal vermelho mudar para o verde, escorregou a mão do volante e a apoiou na coxa dela, alternando entre apertar o local ou simplesmente esfregar a mão ali.
Talvez, pensou, nem mesmo ele estivesse sendo tão paciente e capaz de segurar aquela sensação crescente e avassaladora que estavam sentindo.

coçou a garganta, e como se estivesse falando sobre o tempo, ela o encarou.
— Falta muito para chegarmos? — A voz de tremeu em desejo e impaciência, e sua mão ficou por cima da dele, sentindo a necessidade do seu toque.

precisou respirar fundo. Sua mão apertou a coxa dela e com um breve olhar, ele conseguiu ver perfeitamente a seriedade em seus olhos. Ele soltou um suspiro que não conseguiu evitar, então olhou rapidamente para a estrada a frente. Eles estavam em um pedaço um tanto mais deserto no momento, mas não muito perto de onde ele estava planejando passar a noite com ela.
Porém, assim como seus olhos não conseguiam esconder a vontade que sentia dela, não também não fazia um bom trabalho.

— Posso parar aqui, se você estiver de acordo.

o olhou em expectativa a sugestão sutil dele e, embalada pela forma como continuava acariciando sua coxa, descendo até o joelho e voltando até estar próximo o suficiente do local que, nessa altura do campeonato, já clamava por ele, ela tirou o cinto de segurança ainda com o carro em movimento.
Se quisesse, ele a levaria a esse tal lugar mais privado depois.
Agora mesmo, tudo o que precisava era dele.

— Pare o carro.




You're to blame
Just one hit of you
I knew I'll never be the same


estava fascinado. Ele não mentiu quando tinha dito a que poucas eram as pessoas que conseguiam tirar-lhe o fôlego. Mas isso? Apenas um palavrão pairava na mente dele quando ele foi reduzindo a velocidade do carro e o levando até o acostamento, desligando o motor em seguida.
esperou até que o carro estivesse completamente desligado e parado para praticamente jogar o corpo no colo de , uma perna de cada lado, o puxando novamente para o beijo que precisaram interromper no pub.
Era selvagem, desesperado.
Uma das mão de imediatamente foi a até a nuca de , agarrando o cabelo dela e a puxando mais para si, respondendo o beijo com tão ou mais urgência que ela.
Os lábios se encontraram com uma fome desesperada, movendo-se com uma intensidade feroz que não deixava espaço para hesitação. Era um choque de necessidades reprimidas, como se o beijo anterior a este fosse apenas um prelúdio para esse momento. não estava esperando que saltasse do banco do passageiro para o seu colo com tamanha determinação, porém, interiormente ele estava grato por isso. Pois, da melhor forma que ela conseguia demonstrar, não era só ele que estava caminhando a beira do precipício entre a calmaria e a urgência que tinham um pelo outro.
E, como se uma batalha estivesse começando bem ali, enquanto a puxava mais para si, suas línguas dançaram. Os lábios se moviam em uma sincronia caótica, sem se preocuparem com suavidade ou delicadeza dessa vez.
soltou um resmungo de dor entre os lábios dele ao ter suas costas batendo no volante por algumas — repetidas — vezes pelo movimentar desesperados dos corpos.

— Coloque o banco mais para trás. — Ela pediu entre o beijo, os lábios falando enquanto puxava os de .

Ele concordou com o pedido, murmurando um “sim” desconexo, e ainda embalado no beijo que, graças a divindade, não tinha fim, conseguiu achar o botão que ajustava o banco com a mão, rapidamente empurrando o banco o mais distante possível do volante, além de, é claro, mudar o encosto para estar mais baixo.
Com mais espaço agora, o segurou firme, cravando as unhas levemente em seus ombros, como se quisesse garantir que ele não escapasse. Cada movimento de seus lábios era um clamor por mais — mais contato, mais proximidade, mais dele. A língua de invadiu a boca dela com uma força possessiva, explorando cada recanto, absorvendo tudo o que ela tinha para oferecer.
O beijo seguia com um turbilhão de sensações — calor, desejo, uma necessidade avassaladora de não se soltarem, de se perderem um no outro. Os dentes ocasionalmente roçavam os lábios, adicionando uma faísca de dor ao prazer já eletrizante.
fez o primeiro movimento contra o quadril de , se roçando a ele por cima das roupas que os separaram. Ela foi descendo o beijo, saindo da boca dele, passando pela bochecha, mordendo o maxilar e parando no seu pescoço, distribuindo lambidas e chupadas por toda a pele fina que encontrava.
A forma lenta como ela rebolava no colo de só serviu para alimentar ainda mais o fogo que incendiava dentro dele. As mãos dele, que estavam a apertando na cintura, desceram até a bunda dela, as apertando com força, a ajudando a se empurrar contra si da forma como precisava, como gostava.

— Porra. — Ele soltou um gemido baixo. jogou a cabeça para trás, sua respiração ficando cada vez mais ofegante e falha.

abriu um sorriso safado contra a pele do pescoço dele e o mordeu com um pouco mais de força, aumentando, gradativamente e como ele ditava, o movimento e a pressão entre seus quadris.
queria ouvir de novo.
O som da voz de era gostoso de se ouvir.
A voz dele era profunda e ressonante, como um trovão distante que chicoteava no peito de quem ouvia. Era uma voz que preenchia o ambiente, rica e envolvente, capaz de captar a atenção de todos ao redor com sua intensidade inconfundível.
Mas, nada tinha preparado para ouvir o gemido dele.
E foi assim que ela descobriu que aquele seria seu novo som favorito.
Precisava escutar cada vez mais, de novo e de novo.
, completamente extasiado e sentindo os primeiros indícios de sua ereção, não conseguia refrear os murmúrios baixinhos que saiam de sua boca a cada vez que mordia seu pescoço. O aperto contra seu quadril, os movimentos que ela fazia, tudo estava quase o levando a loucura. Ele estava quase gemendo alto, porém conseguiu evitar, não sem, no entanto, falar em um tom quente e rouco um palavrão.
lambeu a curva do pescoço dele, os dentes roçando a pele macia e cheirosa. E, oh, o perfume de parecia estar ainda mais concentrado ali. Ela inspirou com força e não conseguiu conter o riso ladino, percebendo em como a boca dele se tornava suja quando estava ficando tão excitado quanto ela.
sentia a ereção palpitando por debaixo da calça agora, e a torturante lentidão com que continuava se roçando contra ele estava o fazendo perder a cabeça. Precisava dela, precisava se enterrar nela. Ele soltou uma das mãos da bunda dela, subindo pela barriga até o seio, o agarrando e soltando um suspiro pesado.
aproveitou do toque e se inclinou para trás, levando a outra mão dele até seu outro seio e os apertando por cima das suas mãos, mostrando a como queria ser tocada.
Foi quase impossível para ele não gemer alto ao vê-la se inclinar daquela forma. A respiração dele estava carregada e entrecortada, seu pau chegava a doer de tão necessitado por um toque mais direto e por alívio. apertou os seios de com mais precisão e força, massageando-os e sentindo como ela respondia ao seu toque.
observou com atenção o suspiro manhoso e gemido preso por entre os lábios naquela reação suave de . Ele massageou os seios de novo, com mais vontade. Os olhos escuros de desejo vidrados nela.

— Não… Não se segure, quero ouvir você gemer.

O som que saiu da boca de ao pedido de foi manhoso, desesperado e erótico. Ela jogou a cabeça para trás e passou as mãos pela nuca, o quadril continuando naquele rebolado gostoso e delirante entre as pernas.
O corpo inteiro dele reagia aos gemidos dela, e ele não conseguia mais parar o que fazia. Um dos dedos de se arrastou em volta de algum lugar por baixo da camisa de e então, subindo até onde precisava, ele sem tirar os olhos dela, começou a brincar com o mamilo rígido e duro de .

— Merda. — Ela gemeu e seu corpo se jogou em direção às mãos dele, ou ao seu rosto, ela não saberia dizer agora. O fato era que, a forma como continuava brincando com seus mamilos e o beliscando em uma mão enquanto a outra apenas o massageava… Ela não conseguia descrever.

O movimento no colo dele, antes tão lento e gostoso, passou a ser mais desesperado e rápido diante dos novos toques.
sorriu meio arfante quando ouviu o som desesperado do gemido dela, e quase soltou um murmúrio de igual teor, fraco demais para lutar contra o rebolado gostoso contra seu membro. Ele, assim como ela, buscava qualquer tipo de atrito que aliviasse toda aquela necessidade. Sua mão que estava apenas massageando o outro seio agora se moveu para a cintura, a ajudando a se mover com mais força.

— Caralho. — Ele arfou apertando mais o mamilo dela entre os dedos. — Você gosta disso, não é?
chiou alto, o atrito agora pressionando o lugar exato e a levando ao desespero.
— Por favor, me diga que tem camisinha em algum lugar desse carro ou eu juro que vou te deixar me foder sem proteção. — Ela engasgou em sua própria voz.
— Quem diria que você tem uma boca suja. — gemeu baixinho.

A sensação de tê-la praticamente implorando por ele daquela forma o deixou desconexo com a realidade por um momento. E então, ele lembrou da bandeja onde ficavam os documentos do carro, a abrindo com um puxão brusco, enfiando as mãos ali dentro à procura — cegamente — de uma camisinha.
Ele abriu um sorriso malicioso quando sentiu a embalagem na ponta dos dedos e, quando estava prestes a mostrá-la, mordeu o lábio com força e rosnou, a mão imediatamente voltando para a cintura de , para mantê-la parada.
Ela estava, muito literalmente, cavalgando em cima de por cima de todas as roupas e seu clitóris estava tão sensível pelo contato brusco dos tecidos que seus gemidos já não estavam mais contidos.

— Só quando estou com muito tesão. — Respondeu a ele, se perdendo exclusivamente na tarefa de voltar a distribuir beijos e mordidas pelo pescoço e boca de .
— Estou começando a ver isso. — Ele finalmente conseguiu responder diante de todas aquelas investidas e estímulos, tirando a mão da cintura dela e levando a camisinha até o meio dos dois com um sorrisinho torto no rosto.

Automática e abruptamente parou os movimentos no quadril de , suas mãos indo desesperada até o botão e zíper da calça dele, os abrindo com rapidez e necessidade. Ela ainda tentou puxar a calça e a cueca para baixo, sem conseguir aguentar mais.

— Levante o quadril para que eu tire isso, porra. — Resmungou, bem menos paciente agora.

levantou o quadril com um suspiro, a assistindo em sua ansiedade desesperada. Aquele jeito quase selvagem de era excitante para ele, e quando ela finalmente conseguiu se livrar de suas roupas de baixo, seu pau saltou para fora, duro e latejante.
Ele molhou os lábios antes de mordê-lo.
sorriu para o pau dele tocando quase seu umbigo agora. era quente, grande, grosso… Sua boca, por um momento, se encheu de água, mas precisou se controlar. Ainda estavam no carro, no meio de uma rua um tanto deserta pela hora da noite, mas tinham que ser rápidos. Pelo menos naquele primeiro momento.

— Coloque a camisinha. — Seu pedido saiu quase como uma ordem ao mesmo tempo em que ela abria a própria calça, jogava a jaqueta que ainda usava em algum lugar do automóvel e tentava se livrar das suas partes de baixo da forma que conseguia, já que o espaço era bastante limitado.

pegou a camisinha e começou a rasgar a embalagem com os dentes, um suspiro pesado escapou de seus lábios quando, por um momento, ele a viu sair do seu colo para se livrar da calça e do sapato nos pés. voltou para o seu colo só com a blusa fina que usava e, lentamente, ela foi a tirando também, ficando completamente nua na frente dele e sem se importar se estavam numa via pública.

— Caralho, , você é linda.

suspirou diante do comentário dele e se apoiou nos ombros de . Ela iniciou mais um beijo rápido e urgente, ao mesmo tempo em que ia sentando devagar no colo de , dessa vez, no entanto, sem nenhum tecido os separando e permitindo que fosse completamente invadida pelo pau dele.
por inteiro havia sido tomado pela sensação de tê-la em volta de sua ereção, e o calor dela… Oh, merda.

— Porra, . Você é tão apertada. — Ele gemeu baixinho, de forma rouca e ofegante enquanto agarrava com força a cintura dela, seus olhos estavam apertados. E, do jeito que estava, não sabia se gemia para ela ou para si mesmo.

Por um momento, quando todo seu interior tinha sido invadido por , tão fundo e gostoso, tudo o que conseguiu fazer, além de cravar suas unhas nos ombros dele, foi suspirar e ficar parada.
Até que os primeiros movimentos foram feitos, devagar e tímidos, para analisar a reação de .
Ele sentiu todas as terminações nervosas reagirem àquela sensação, seu pulso acelerou e ele agarrou ainda mais a cintura dela quando todo seu pau foi engolido por e ela começou a, lentamente, se movimentar. Os quadris de mexeram também, procurando maior contato, aprofundando cada vez mais a sensação. Ele soltou outro gemido e, quando os movimentos tímidos iniciais passaram, deixando apenas a constância do prazer, ele passou a arquear os quadris em direção ao dela, acompanhando os movimentos, ajudando, desejando mais e mais.

— Isso… Assim… — a puxou mais para perto e passou a distribuir beijos e lambidas por todo o colo exposto, seguindo até o seio e mordiscando os mamilos.

voltou a apoiar as mãos nos ombros de para lhe conduzir no subir e descer frenético que fazia no colo dele. Seus movimentos eram rápidos, fortes, intensos, ela mal o colocava fundo e já o tirava de uma vez.
Ele começou a conduzir os próprios quadris em direção a ela, se mexendo cada vez mais com urgência, se empurrando com mais força, mais fundo. Os gemidos escapavam mais e mais altos de sua boca, seu rosto começava a perder aquele autocontrole perfeito que sempre mantinha. Suas mãos apertavam a carne dela com uma força que quase a machucava, mas ele só a puxava cada vez com mais brutalidade.
arqueou as costas e mordeu a carne já sensível dos lábios, ela murmurou um resmungo baixo e completamente absorto para ele, algo como “Porra, tenha calma”. Os vidros do carro estavam fechados todo aquele tempo já que, por se tratar de uma rua deserta apenas pelo horário, eles não podiam arriscar chamar mais atenção.
Não que o balançado frenético do veículo já não deixasse claro o que se passava alí dentro.
As janelas do carro estavam embaçadas por dentro, pelo calor que emanava dos dois, dos seus ofegos, gemidos e beijos. tentava se controlar, apesar da urgência crescente que sentia dentro de si. Os quadris dele se moviam com determinação, quase como se precisasse se enterrar cada vez mais dentro dela para continuar vivo. Ele apoiou uma das mãos no vidro embaçado do carro, deixando a marca de seus dedos impressas no vapor que criaram ali. De repente, ele precisava se segurar em algo para ter mais suporte, pois sentia que estava se perdendo nela e, se não se controlasse, gozaria em segundos.
precisou conter um grito mais alto. Estavam indo muito fundo, muito rápido, muito certo em seu lugar mais sensível. Suas paredes internas já começavam a contrair ao redor da ereção de e, de repente, tudo se ampliou quando, num movimento rápido, ele levou a mão que estava a segurando na cintura, até a bunda dela, a agarrando com força e dando tapas nada gentis.
O prazer em pulsava pelo corpo inteiro.
E ela pediu por mais. Pediu para que ele fizesse de novo e de novo.
rosnou ao escutar os pedidos quase desesperados dela, aumentando o ritmo e a força da sua mão para estapear aquela área que, em dado momento, ele sabia já estar vermelho. Ele queria ouvir mais dos gemidos de , queria tê-la para sempre assim. Deus, ele queria se enterrar dentro dela para sempre.
Que porra de tesão era aquele?
Ele apoiou a cabeça contra o tampo do vidro, ofegando e gemendo. Seus olhos estavam semicerrados e ao redor do seu pau, se contraiu de novo.
ouviu perfeitamente quando, mesmo gemendo e com a respiração falha, o avisou que estava prestes a gozar.
Não que fosse necessário um aviso, todos os sinais já estavam visíveis.
arqueava as costas e arfava, seu cérebro já não conseguia mais assimilar nada. Estava derretendo diante dele. Seu corpo inteiro estava prestes a se dissolver completamente de prazer. E foi aí que ela intensificou os movimentos.
Mais rápido. Mais forte. Mais constante.
Ela só queria mais dele, e seu interior se contraia ao mesmo tempo.
O olhar de estava preso em puro prazer, e para ele, assistir o quão entregue estava, estava muito basicamente desintegrando qualquer tipo de controle que ele ainda tentava se agarrar. A pulsação dele estava alta, seus batimentos cardíacos cada vez mais rápidos, a pressão em torno do membro dele o levando a loucura. O prazer já começava a atingir seu limite.
Com um grunhido alto, chegou ao orgasmo. Suas terminações nervosas tremendo pela onda de prazer que a consumia e a deixava desnorteada por um momento. Tudo em volta de foi estimulado ao máximo com a cena tão erótica e deliciosa que contemplava.
Seus gemidos se tornaram desesperados, quase súplicas. O suor brotava no canto da testa e de tempos em tempos ele passava as costas da mão alí.
mesmo cansada, mesmo sensível, mesmo gemendo um pouco mais alto que o aconselhável agora, continuou cavalgando nele, determinada em fazê-lo se perder no próprio prazer assim como ela.
E os avisos súplicos vieram, como preces.
passou a murmurar coisas desconexas.
“Isso… Assim… Vou gozar”
não sabia qual a melhor das palavras para se ouvir ao pé do ouvido, tão baixinho como um segredo pecaminoso e sujo.
Mas tudo naquela voz rouca e entrecortada se tornava altamente delicioso.
A visão de foi ficando borrada enquanto o limite o atingia, e num ato completamente instintivo, ele levou as duas mãos até a cintura de e a empurrou fundo enquanto gozava. Sua mente estava nublada, e, de olhos fechados, concentrado apenas em sentir aquela explosão de prazer em seu corpo, ele jurou que via estrelas por trás das pálpebras.
encostou a cabeça no ombro dele, ofegante e um tanto suada. Uma pequena onda de riso a atingiu e ela levantou o quadril uma última vez, para tirar o membro de de si.

— Puta merda.

meio resmungou, meio gemeu, com a perda repentina do contato. Os braços dele deslizaram até o centro das costas dela a puxando contra si com força, num abraço. Ele também soltou uma risadinha baixa e pesada, apoiando a cabeça contra o banco.

— Porra, você é surpreendentemente rápida e intensa.
— Eu acho que não sinto minhas penas. — murmurou entre o ombro dele, abafando sua risada contra a camiseta que ele usava. Seu corpo estava formigando, seus olhos continuavam fechados.
Ainda se sentindo um pouco tonto e sem energia, soltou um suspiro pesado.
— Isso é porque você quase me matou aqui. — Ele passou a mão pelo cabelo de , num leve afago.
— Eu não ia perder a oportunidade de sentar gostoso em você… Seria considerado um pecado.

Ele riu outra vez, sem conseguir responder nada naquele momento, muito menos depois daquela clara provocação. continuava com a cabeça apoiada no ombro dele, apreciando a forma como as mãos de acariciavam a pele e os cabelos soltos.

— De verdade, não consigo pensar com clareza nesse momento, não depois desse quase infarto que você me causou. — A respiração dele finalmente começava a normalizar.

gargalhou sem se importar se estava praticamente rindo ao pé do ouvido de . Devagar, ela se ajeitou até estar sentada novamente no banco do passageiro e precisou de toda força do mundo para, mesmo com o espaço limitado, colocar de volta toda a sua roupa — que estava embolada e jogada de qualquer jeito pelo chão do veículo.

— Eu acho que preciso de alguns minutos antes de voltar a dirigir. — comentou, mais para si mesmo do que para ela, perdido na imagem da mulher ao seu lado.
Preguiçosamente ele colocou toda sua roupa no lugar, se arrumando até que estivesse, no mínimo, menos caótico.
— Vá no seu tempo. — o tranquilizou, abanando a mão no ar com uma expressão divertida.
soltou outra risada e apoiou a cabeça contra o banco, fechando os olhos por alguns momentos.
— Deus... Eu não me lembro da última vez que eu cheguei até o limite assim…
— Eu só sentei em você, tenho certeza de que as diversas mulheres com quem já saiu fez o mesmo. — piscou para ele.
deu um sorrisinho meio sarcástico e abriu os olhos a observando com um olhar meio travesso.
— Ah, elas já sentaram com certeza, mas nenhuma delas me levou até o limite assim. Principalmente de uma maneira tão rápida…

revirou os olhos com a carne do lábio entre os dentes, claramente sentindo o ego sendo massageado por ele. Era bom ouvir aquilo, principalmente vindo de uma pessoa como . Quantas outras mulheres estiveram no colo dele?
Pelo bem da auto estima de , ela não queria saber. Mas se concentraria em apenas gravar aquelas palavras dele e guardá-la para sempre na mente. Quando sua vida estivesse uma merda, ela avidamente pensaria:
“E daí? Eu transei com e pronto, tudo se resolveria.
O clima estava agradável entre eles, mas, antes de ligar o motor do carro outra vez, ele percebeu que ela tirava o celular do bolso e estava prestes a chamar um Uber. Ele franziu as sobrancelhas, claramente confuso.

— O que está fazendo?
o olhou de relance, pelo canto dos olhos, começando a digitar seu endereço e ativando a localização atual para ser encontrada pelo motorista do aplicativo.
— Indo para casa?
Ele bufou divertido, a mão direita indo até o celular dela e o tirando de suas mãos. bloqueou o aparelho e o levou ao meio das pernas antes de girar a chave na ignição e voltar a dirigir.
— Você vai passar essa noite comigo, . — As pupilas dele estavam dilatadas, a mão direita voltando até a coxa da mulher para, por ora, só manter aquele mínimo contato.

A frase era simples e curta, mas carregava consigo uma outra promessa: não queria só aquele momento perdido no carro. Ele queria mais tempo com , queria saborear cada pedaço dela com calma. Queria poder beijar sua pele, passar a língua por cada parte do seu corpo…
E ele pretendia fazer aquilo.




Sneaking in L.A
when the lights are low
Off of one touch I could overdose
You said, "stop playing it safe girl,
I wanna see you lose control"


Após alguns minutos, e percebendo agora — após o desejo urgente e primitivo ser saciado — que não estavam tão longe assim como imaginava, estacionou em frente a um edifício elegante e discreto, longe do burburinho da cidade. Ele saiu do carro e abriu a porta para novamente, estendendo a mão para ajudá-la a sair.
olhou para o prédio, intrigada e maravilhada com a elegância do lugar.
Entraram no luxuoso e elegante hotel, , outra vez mais, assim como no pub, mais familiarizado não só com o ambiente mas também com os funcionários, seguiu até a recepção e tão rápido quanto foi, voltou com um cartão em mãos.
E, como se a minutos atrás não estivesse se enterrando em daquela forma tão erótica, ele pousou respeitosamente a mão nas costas dela, próximo de sua lombar, e a guiou do hall de entrada até o elevador, e do elevador até o quarto.
Ele não foi desrespeitoso em momento algum, nem mesmo no elevador vazio que entraram.
O máximo que ele fez foi lançar-lhe olhares que a devoravam de tão intensos.
Entraram no quarto do hotel e se estava impressionada com a elegância da entrada do prédio, nada se comparava àquilo que via quando chegou até o centro do quarto.

— Uau. Você está tentando me impressionar? — murmurou, meio encantada, meio deslumbrada.
se aproximou dela e passou as mãos ao redor da sua cintura.
— Não sei… Eu consegui?
— Cabe meu apartamento inteiro aqui, , e isso é um quarto. — Ela caçoou, levando a mão até a nuca dele. — Definitivamente estou impressionada.
Ele lambeu os lábios e abriu um pequeno sorriso antes de depositar alguns beijinhos no pescoço de .
— Não sou de esconder nada quando eu quero alguma coisa. — Ele riu baixinho próximo ao ouvido dela, mordiscando a pele do pescoço. — E, nesse momento, eu quero mais de você, . Eu te quero em toda parte desse quarto. — Ele a guiou em direção a grande cama no centro do quarto luxuoso, suas mãos apertando a cintura com força.

arfou com a confissão de . Tinham acabado de transar no carro dele, parados em uma rua escura qualquer, mas ele sabia jogar com as palavras. E assim, tão rápido quanto um piscar de olhos, ela já o desejava de novo. Ela o queria de novo, por todo seu corpo.
Enquanto a empurrava contra a cama, o corpo de colidia com o dela, sua boca a encontrando em um beijo desesperado. Suas mãos estavam por todo lugar, puxando suas roupas, os lábios deixando um rastro de pequenos beijos que saía da boca, ia pelo seu pescoço, colo e ombros.
Ele estava desesperado por ela, e isso era bastante óbvio.

— Você é incrível. — Ele murmurou meio abafado, apertando a cintura dela com força.

sugou o ar com força, sentindo o colchão macio e lençóis caros em suas costas. Um sorriso brotou em seu rosto diante das palavras que ouviu e ela o segurou pela nuca, pressionando mais contra sua pele.
a beijou novamente, suas bocas colidindo com determinação. Ele mordiscou a parte inferior do lábio dela e o puxou, fazendo-a ofegar.
Ele sorriu, um som rouco escapando de sua garganta.

— O que é tão engraçado? — Seus lábios deslizavam contra a pele do colo de até encontrar a curva do seio, onde mordiscou com força.

se movia de modo bastante preciso, como se já tivesse percorrido todo o corpo dela antes, se deleitando — agora com mais espaço e mais tempo — de cada curva e cada ângulo de , fazendo-a voltar a gemer daquele jeito que ele estava completamente louco e viciado, ao mesmo tempo em que suas mãos continuavam a explorar seu corpo.
sentiu um frio gostoso na barriga pela forma como quase venerava seu corpo com tantos beijos e, não que se importasse, mas já se viu sem suas roupas novamente, assim como ele.
Não se deu ao trabalho de responder a pergunta que ele lhe fez, sabendo exatamente agora distinguir o tom de provocação dele. Ocupou-se apenas em sentir as mãos de passeando sobre suas pernas e parte interior da coxa, com o peso e o calor dele em cima de si e em como sua excitação por ele voltava com força.

— Quero você — Foi o que ela murmurou, sem aguentar o desejo lascivo que amarrava seu ventre e a deixava tonta por ele.

não precisou mais do que isso para entender que dessa vez — após tantos flertes a noite toda, e após transarem no seu carro com tanto tesão e vontade — eles não estavam dispostos a jogar mais.
Tudo o que realmente precisava ouvir para se enterrar nela de novo, era ouvir aquela voz rouca, quase suplicante, implorando tanto quanto ele implorava por ela.
Ele se moveu rapidamente, sentando-se contra a cama e puxando sua cintura de novo para o colo, colocando-a de frente para ele, entre as pernas abertas, de maneira que ela pudesse sentir toda a extensão da excitação dele contra a própria pele.
Os dois estavam completamente despidos e, por um momento, só queria poder olhá-lo, só… Tirar um tempo para gravar cada pedacinho de pele exposta e o que ele guardava por debaixo de tantas roupas bonitas.
Mas a pressa e a urgência estavam comandando ambos os atos e então, com necessidade, se levantou com ela no colo, as mãos a sustentando pela base das coxas, e, sem perder tempo, a jogou quase que com brutalidade na cama. Ele segurou as laterais da perna dela e a girou, de modo que ficasse de bruços nos lençóis caros e macios da cama.
Ela apoiou bem os joelhos, separando as pernas uma das outras e empinou a bunda, seu rosto se enterrando no colchão. A respiração estava ofegante de novo, estava ansiosa, excitada, pingando por ele novamente.
E foi então que o primeiro tapa bem concentrado veio seguido de uma carícia pesada.
arqueou as costas e gemeu baixinho entre os lençóis.
já estava duro de novo, e se não estivesse antes, a imagem dela toda aberta, de quatro e empinada assim, com certeza faria isso por ele.
O fato era que…Porra!
Ele não sabia nem expressar em palavras. Talvez por isso o primeiro e o segundo tapa seguiram em cada nádega dela, antes de, uma de suas mãos percorrerem até aquela parte tão molhada que chamava por ele. Seus dedos passearam pelos grandes lábios, sentindo toda a excitação de o encharcar tão gostoso, e com movimentos circulares, devagar, exatamente da maneira como ele sabia não ter erro, ele começou a acariciar seu clitóris.
mordeu o lábio inferior e grunhiu em aprovação para a coisa toda, a forma como sua boceta estava molhada em seus dedos, ou como a carne da bunda de se moldava perfeitamente aos dedos dele, moldando-o em sua palma com a marca de sua mão ficando cada vez mais evidente contra a pele dela.

— Gostosa. — A voz dele, rouca e falha não saiu muito mais que um murmúrio perdido em tesão. — Tão gostosa. — dizia enquanto acelerava os movimentos no clitóris de e dava mais um tapa com força contra aquela carne tão receptiva e empinada para si.

rogou. Aos céus, a terra, a .
Ela não sabia direito o que saia de sua boca agora, mas tinha certeza de que eram palavras desconexas e ditas entre gemidos. Que era muito basicamente o que conseguia fazer agora, porque, puta merda… Os dedos deles se movimentavam de forma tão precisa e numa velocidade tão tortuosamente lenta que ela jurou que poderia enlouquecer ali mesmo.
se empinou mais, se é que era possível, e durante os movimentos de , entre os tapas fortes, seguidos de carícias ásperas da mão grande e pesada, aos dedos pressionando seu clitóris, ela gozou gemendo o nome dele.
E com isso, perdeu o controle. Vê-la assim, tão absorta e entregue enquanto chamava seu nome, era quase considerado um pecado, especialmente quando ele sabia que era única e exclusivamente a causa disso. O motivo dos gemidos dela, da maneira como sua boceta estava toda ensopada e pronta para recebê-lo de novo. O único pensamento de , nesse momento, enquanto seu pau doía de tanto latejar e escorrer pré-gozo, era que precisava se enterrar nela. Com os olhos ainda sem estar preparado o suficiente para se afastar de e da imagem dela toda aberta e chamando por ele, procurou por sua calça. Ele se afastou de por um único segundo, o suficiente para tirar de dentro da carteira uma camisinha, rasgando a embalagem enquanto voltava e se protegendo às pressas antes de, finalmente, pressionar sua virilha contra a dela.
Eles gemeram, os dois. Baixinho, manhoso, tão… eróticos um pelo outro.
agarrou as mãos na curva da cintura de , apertando a carne com força, tentando se desfazer da tensão prazerosa que se alastrava no corpo e se concentrava bem em sua ereção.
se empinou mais, se abriu mais para ele e, merda, ainda estava gozando quando ele começou o vai e vem gostoso. E diferente da forma como a masturbava segundos atrás, seus movimentos continuavam precisos, a atingindo em pontos certos e sensíveis, entretanto… não eram lentos.
Ele mal deu a ela tempo o suficiente para se acostumar outra vez com seu pau. ia e vinha rápido e com força. Ela revirava os olhos e mordia o lençol, gemendo o nome dele de forma inteiramente pornográfica e desejosa.
Ele nunca havia experimentado nada semelhante antes, nunca esteve com alguém que despertou seu desejo dessa maneira, que acendia uma chama dentro de si ao ponto dele apenas precisar dela, da maneira mais primitiva e necessitada possível até esquecer de onde estava, do que estava vivendo ou do que deveria fazer. Mas estava completamente viciado nela, e não conseguia se contentar apenas em tê-la uma vez. Queria ainda mais, queria sentir seu gosto de novo, queria a sensação da pele dela macia e quente enquanto encaixava com perfeição com a sua.
Era a coisa mais linda e sexy que já tinha visto na vida. Ela de quatro, toda aberta e entregue. Sua cintura em suas mãos, a bunda toda moldada e marcada como uma lembrança de onde suas mãos estavam. E a maneira como ela chamava seu nome enquanto se arqueava para trás para recebê-lo, como se ele também não estivesse completamente entregue e enlouquecido, como se ela não soubesse como era bom para ele, também, se ver dentro dela.
continuava a chamar por ele, a gemer o nome dele como um mantra; uma prece de prazer. E a forma como ela pronunciava o nome de , rouca e esganiçada, enquanto ele a fodia de maneira desesperada, era como uma droga.
Ele tinha certeza de que podia ficar viciado em ouvir aquilo, ou em qualquer outro som que saísse dela.
continuou, com as mãos firmes na cintura de , sentindo a bunda dela empinar mais e mais com as estocadas fundas e fortes. Ele não conseguia mais pensar direito, isso era claro, sua mente estava ficando embaralhada e nublada. Seus sentidos completamente dominados por aquela sensação. A maneira como ela se apertava contra seu pau estava o deixando maluco. Tudo o que ele pensava era como precisava se enterrar fundo nela, e como precisava muito disso, muito mais vezes que aquela.
Entre os gemidos de , se inclinou e mordeu a pele de seu ombro. A voz dele, quando finalmente conseguiu colocar suas palavras juntas, saíram entrecortadas.

— Sua boceta tá tão molhadinha pra mim.

gemeu novamente, suas mãos agarrando com força, quase desesperadamente, a cama, empinando-se mais para , que não podia sequer se lembrar de como era viver sem aquele aperto delicioso em volta do seu pau, sem o gosto dela ao se enterrar tão fundo. E não importava quantas vezes eles fizessem isso naquela noite, chegou à conclusão de que nunca seria o suficiente.
O mais absurdo era que era sempre o mais articulado, o que sempre tinha domínio das palavras, o que nunca perdia a cabeça diante de qualquer situação. Mas ali, com ela, na carne e no prazer, parecia que ele tinha encontrado algo que nem sabia estar procurando, em primeiro lugar.
Ele se encontrava em um estado de delírio, completamente entregue a ela, assim como parecia tão entregue a ele. E estava amando, amando o fato de saber que era ele que a colocava assim, naquele… estado de pura necessidade enquanto ela simplesmente não podia deixar de chamá-lo.
Com o movimento dos quadris, as estocadas duras e intensas ao se inclinar contra seu corpo, murmurou baixinho, sua voz mais rouca e tensa se perdendo nas lamúrias de prazer de .

— A forma como você chama por mim… — Ele grunhiu, sua mão segurando firmemente a cintura dela, seu rosto deixando trilhas de beijos e mordidas pela pele das suas costas.

Era demais.
sentia suas paredes internas se contraírem de novo e sabia que não demoraria muito agora para se entregar ao terceiro orgasmo da noite. estava desesperado para fodê-la, e era exatamente o que ele fazia, sem nenhuma delicadeza ou sutileza. A força de seus movimentos não diminuiu nenhum pouco, nem mesmo quando , no alto do prazer, temendo não ser capaz de conseguir lidar com a intensidade do orgasmo que atingia seu corpo, pedia para que ele parasse, mas ela gozou de novo. Tão ou mais forte quanto das outras vezes.
sabia o que estava sentindo, sabia que ela não tinha muita escolha além de se entregar, porque ele também se sentia assim.
Não era comum para ele perder o controle completamente, assim, se entregar a alguém sem reservas. Mas era ela, era aquela mulher, aquela voz, o jeito que ela se apertava internamente contra ele, o que ela murmurava e os gemidos que ela soltava que o faziam perder completamente a cabeça
não tinha ideia de que alguém poderia ter tamanho efeito sobre si desse jeito. Tudo em parecia tirar a razão de seu corpo inteiro, e ele não conseguia se encontrar enquanto estava com ela.
O quarto estava um caos, os lençóis emaranhados da cama bem feita, estavam sendo bagunçados por aquele momento íntimo e avassalador pelos corpos de e .
Todo o corpo de ficava cada vez mais tenso a cada gemido, a cada arqueio do corpo dela, escutando ela o pedir para parar e não parar ao mesmo tempo, enquanto gozava por ele como se nunca tivesse feito qualquer coisa melhor na vida.
Mas não parou, não podia fazer isso, ainda não.
Ele se inclinou para frente, passando o corpo sobre o dela, enquanto ainda continuava em movimentos curtos e intensos contra ela, despejando mais mordidas, beijos e raspando os dentes pela base da coluna.
Até que, o barulho molhado vindo dela cada vez que seus quadris se colidiam deixaram seus sentidos tão aguçados que, por mais que quisesse estender aquele delicioso momento, ele não conseguiu aguentar.
voltou a segurar a cintura de , levantando o tronco no exato momento em que se atolava o mais fundo nela para gozar.
Por um segundo, enquanto ele ia e vinha, enquanto se encontrava nas alturas da sensação que ele nunca experimentou — não daquele jeito, não tão intensamente assim —, ele ficou ciente de que estava entregando muito mais do que qualquer outra coisa naquele momento, a maneira como sua respiração ofegante se misturou aos ecos da voz de , ao roçar de seus lábios contra a pele quente e suave de suas costas, murmurando palavras que nem mesmo se lembraria depois. se entregou, completamente, e talvez tenha sido aquele o primeiro pensamento coeso que cruzou sua mente.
Ele finalmente soltou a cintura de , deslizando as mãos pelas laterais de seu corpo ao mesmo tempo em que se retirava de dentro dela, deixando-a livre para se deitar.
continuou de bruços, sem forças para fazer qualquer outra coisa exceto embolar o corpo mais para o lado, para que também se deitasse ali. Toda sua pele formigava e ela estava hipersensível. Sua mente estava em branco e seu cérebro parecia nublado. Tudo em desfoque, apenas a imagem dele tão nitidamente perfeita em seus pensamentos. Ela demorou muito para recuperar a normalidade da sua respiração, e quando o fez, virou de barriga para cima, encarando o teto branco daquele quarto luxuoso de hotel.
A mente indecente de , por mais que tentasse refrear os pensamentos agora, só a levavam de novo para a maldita cena do único filme que tinha assistido que tinha protagonizado, e puta que pariu, aquela ceninha não fazia jus a como ele era ao vivo, ao que ele fazia para valer entre quatro paredes.

— Ok… Agora eu estou impressionada. — Ela começou, rindo baixinho entre as palavras.




Just like nicotine, heroin, morphine
Suddenly, I'm a fiend and you're all I need
All I need, yeah, all I need


riu, uma risada meio manhosa que ainda tentava lidar com o barulho forte de sua respiração e o baque do seu coração ainda descontrolado na sua caixa torácica depois daquilo tudo. Antes de se deitar ao lado de , ele tratou de descartar a camisinha que usaram. Agora, de bruços, apoiando a cabeça na mão enquanto observava rindo baixinho e de bom humor, a lançou um olhar divertido e desafiador.

— Mas somente agora? — perguntou, fingindo estar ofendido e levantando a sobrancelha.
deu de ombros, virando o rosto para ele e inspirando o máximo de ar que conseguia.
— Eu sou uma mulher bastante exigente. — Os lábios dela ainda moldavam aquele sorriso arteiro e satisfeito.

A expressão de permaneceu neutra, mas ele não conseguiu encará-la sem conter a risadinha baixa. Seu olhar permaneceu fixado na curva dos lábios de , ele se encontrava quase hipnotizado pelo formato perfeito que a boca dela tinha, ainda um pouco vermelhos e ligeiramente inchados das provocações.

— É mesmo? Que pena. — Ele se mexeu na cama, deitando sobre seu flanco e apoiando o cotovelo próximo a ela. — E eu pensando que tinha feito um bom trabalho.

manteve o contato direto com , o desafiando silenciosamente a cortar a ligação entre as irises. Ela virou de lado, apoiando o cotovelo no colchão e a cabeça na mão, a ponta dos seus dedos traçaram um caminho pelos bíceps de que, ao menor do toque entre seus corpos, a puxou para perto de si novamente, para que ela se apoiasse contra seu peito, ainda nus e quentes, se encaixando perfeitamente um contra o outro. suspirou de novo quando sentiu roçar o nariz perto da linha da clavícula.

— Ok, garotão, eu preciso de um banho. — se afastou dele, não sem antes se perder ao olhar para aqueles lábios tão rosados. — Onde fica o banheiro nesse quarto tão grande?

soltou uma risada baixinha em meio aos suspiros, enquanto observava levantar da cama. Ele simplesmente não conseguia afastar o olhar dela enquanto a via andar pelo quarto, totalmente nua e sem qualquer pudor. passou a mão pelo rosto, como se tentasse acalmar a mente que ainda girava por conta do barulho que o sangue fazia enquanto bombeava por suas veias.

— Ali. — Ele respondeu, virando na direção de uma das portas que estavam encostadas na lateral da cama.

observou ir em direção até onde ele tinha apontado ser o banheiro e agora, sozinho no quarto e podendo colocar seus pensamentos no lugar, ele soltou um suspiro pesado ao mesmo tempo em que coçava o rosto e passava as mãos pelos cabelos, os levando para trás.
O que tinha sido aquilo?
E por que, mesmo depois de seus corpos estarem separados e ele ter gozado duas vezes, de alguma forma, ele a queria mais? Sua mente ainda atordoada, não só com o que tinha acabado de acontecer, mas também em como tudo dele respondia tão bem a ela. Mas, mais do que o sexo, foi toda aquela conexão estranha que ele havia sentido com ela que, no momento do prazer, ele pensou ser apenas o tesão falando mais alto, entretanto, o tesão já havia passado. E agora, sozinho naquele quarto de hotel que ele havia reservado só para isso, ele estava pensando na próxima vez em que a teria de novo. Era insano.
Ele sequer conseguia pensar em qualquer coisa sem sua mente se esvaziar e se encher apenas com a imagem de a si.
Ele sacudiu a cabeça e fechou os olhos.
Estava perdido.

— Se Deus existe, espero que Ele me ajude a superar essa noite. — Ele sussurrou baixinho para si mesmo.

entrou no banheiro, as pernas bambas e o coração latejando. Seu reflexo no espelho era o do mais puro caos: seus cabelos estavam bagunçados, a respiração meio entrecortada, as bochechas coradas e os lábios meio inchados.
Mas, estranhamente, ela nunca se sentiu tão… gostosa.
Poderia dar-se ao fato de como a olhava desde o momento em que trocaram olhares no pub, como ele a chamava por ela, ou, simplesmente porque, nunca, em toda a sua vida, foi tão bem comida.
Ela revirou os olhos para si mesma e entrou no chuveiro, deixando que a água quente terminasse de relaxar seus músculos e caísse sob seus cabelos, os transformando em uma massa completamente suave e molhada. Internamente estava surtando um pouco, mas não de um jeito ruim, obviamente, mas não podia deixar de pensar que ele era um ator famoso e que, no meio de tanta gente também famosa do meio em que ele vivia, ele tinha ficado interessado nela.
O banho de não demorou muito, e ela não sabia se porque estava ansiosa para saber como a noite seguiria a partir dali ou se porque, por um momento, queria só ficar ao lado de .
E ela nem estava pensando em sexo agora. Por algum motivo que não sabia explicar agora, só queria a presença dele.
Ela saiu do banheiro com o troco e os fios úmidos enrolados em toalhas que, mentalmente, agradeceu por ter disponível para uso. Mas, e agora?
A ideia de voltar a usar a calça jeans apertada e a jaqueta de couro não a agradava em nada e, ao lembrar-se de que não estava na casa de , ela não podia simplesmente pegar nada dele.
Uma ideia passou por sua mente e, tão destemida quanto qualquer outra ação sua, voltou para o quarto, caminhou até as roupas jogadas de e pegou a camisa que ele estava usando naquela noite. O perfume forte dele impregnou sua pele e invadiu suas narinas quando ela vestiu aquela peça de roupa.
mexia distraidamente no celular, apoiado na cama e respondendo algumas mensagens que tinha recebido ao longo do dia, quando finalmente ouviu o som da porta do banheiro se abrindo. Seu olhar curioso observou a forma como a toalha a cobria e ele estava quase se perdendo na visão de tê-la assim, mas o segundo suspiro da noite foi dado por ele quando a viu pegar sua camisa.

— Fica melhor em você do que em mim, se quer saber. — murmurou com um tom divertido, embora seu maxilar tenha tensionado um pouco.
levantou uma das sobrancelhas para ele e piscou em seguida, divertida.
— Sabe que eu também pensei o mesmo? Acho que vou levar para casa como recordação, e talvez durma com ela todas as noites a partir de agora. — Enquanto falava, ela voltou até o banheiro para deixar as toalhas usadas lá, a voz saindo um tanto quanto abafada por estar, mesmo que brevemente, em outro cômodo.

penteou os fios dos seus cabelos com os dedos mesmo, se olhou no espelho por mais um momento, certificando-se de que tudo estava “ok” antes de voltar até o quarto, minimamente apresentável de novo.
aproveitou o momento para bloquear o celular e o deixá-lo, de qualquer jeito, em cima da mesinha ao lado. Ele apoiou as costas contra os travesseiros sobre a cama, colocando as mãos atrás da cabeça, ainda completamente nu. Estava prestes a rebater o que ela disse, porém, além da ideia de imaginar dormindo todas as noites com algo seu lhe agradar até demais, quando ela voltou, passando novamente para o quanto, a atenção dele foi tomada por ela em sua frente, por ela e pelas coxas ainda visíveis mesmo que sua camisa quase parecesse um vestido nela.
sacudiu a cabeça sutilmente, obrigando-se a voltar ao controle do seu corpo e para tentar clarear a mente. Estava sendo mais difícil do que o esperado. Ver caminhando de volta para cama, onde em cada passo que ela dava em direção a ele, o tecido da camisa roçava na pele expostas das coxas dela.
nunca sentiu tanta inveja de um tecido, como naquele momento.
Ele cerrou o maxilar com mais força, seu sangue, nesse momento, estava sendo outra vez mais bombeado para o lado contrário e ele já conseguia sentir sua ereção dando os primeiros sinais.
De novo.
Pela terceira vez e pela mesma mulher.
Numa única noite.
Como se para provocar, subiu na cama quase engatinhando em direção a , deitando ao seu lado e abrindo um sorriso arteiro.

— Ela começou, o tom saindo em uma inocência fingida. — Por que você está ficando duro de novo?

Ele mordeu o lábio e a língua ao mesmo tempo, esboçando um riso pelo nariz enquanto seu olhar travesso brilhava com malícia. A voz de misturada àquele sorriso que ela tinha no rosto, quase o fez perder o rumo dos pensamentos outra vez. fechou os olhos por um segundo, tomando um suspiro, como se tentasse acalmar o fogo que se acendia sob a pele outra vez.
Ele levou a mão até a cintura de , puxando com certa força para colocá-la completamente sobre seu corpo. As pernas dela ficaram posicionadas na cintura dele enquanto a camisa, tão mal colocada, agora revelava muito mais da pele quente e exposta da parte de trás das suas coxas.

— Você sabe por quê. — A voz dele saiu quase rouca e grave, molhando os lábios que ficaram secos de repente. Uma de suas mãos deslizou por cada lado da coxa que estava exposta, enquanto a outra ficou presa próximo a cintura.

Ele a envolveu em seus braços, as respirações ainda entrecortadas enquanto seus corpos se encaixavam com a familiaridade de quem já havia explorado cada curva, cada suspiro. O quarto estava imerso em um calor aconchegante, e, à medida que a noite avançava, eles se entregaram novamente, mais uma vez e outra, sem pressa, como se o tempo estivesse suspenso, cada vez mais próximos, mais conectados, mais insaciáveis, até que o cansaço finalmente os envolveu, satisfeitos e exaustos.
O quarto finalmente parecia escuro, totalmente quieto, com exceção do som das suas respirações ofegantes.
passou a mão com preguiça pelo rosto, enquanto a outra acariciava de leve o quadril de , ainda enrolada em si, totalmente encaixada no seu peito que se erguia e abaixava constantemente ainda, tentando recuperar o ar.
Ele fechou os olhos com uma respiração mais funda, sentindo a tranquilidade de seu corpo se misturar com uma inquietude no peito.
Ele precisou de um momento para si.
Não porque estava enjoado dela, mas porque, surpreendentemente, a queria cada vez mais.
Antes de sair da cama para se isolar um pouco no banheiro, depositou um singelo e até carinhoso beijo na testa de .
Isso, definitivamente, não estava em seus planos.
Ele entrou debaixo da água morna com um pouco de pressa, deixando que a água escorresse pelo corpo, lavando não só o cansaço do que havia feito, mas também aqueles pensamentos tumultuados que estavam o perseguindo desde o momento em que transaram no carro.
Nunca se sentiu tão conectado com outra pessoa em sua vida. Não dessa forma, pelo menos.
E, para ser bem sincero, quando propôs a um lugar mais reservado para conversarem, ele não estava pretendendo passar a noite inteira.
Bom, se fosse a noite inteira transando, isso estava em seus planos.
O negócio era, eles poderiam voltar a transar a qualquer momento, mas agora ele só queria segurar seu corpo contra o dela e cair no sono a segurando entre seus braços.
De onde vinha aquilo?
Ele inclinou a cabeça para trás, deixando que a água massageasse sua nuca tensa, e fechou os olhos.
De repente, a linha ténue entre a sua razão e o seu desejo se misturavam de novo e, após sair do banho, enquanto se enxugava rapidamente ele se sentiu mais firme no que queria fazer, mais determinado e menos julgador consigo mesmo.

— Vamos lá, é só uma noite, você consegue. — Disse para si mesmo, procurando conforto nas próprias palavras e em seu coração que estava tão confuso agora.

Ele saiu do banheiro e não vestia nada. Assim como , a ideia de dormir vestido em uma calça que não tinha sido feita para esse propósito o desanimava, e como ela estava outra vez mais com sua camisa, vestiu apenas a boxer antes de deitar ao lado dela.
tinha os olhos fechados, completamente relaxada. Estava de bruços, abraçando um dos muitos travesseiros que tinha dispostos naquela cama tão grande e macia, uma das pernas estiradas e a outra flexionada, seu rosto estava quase que completamente enterrado no travesseiro e ela parecia ter se entregado ao sono.
olhou para a cama, para ela, e se seus pensamentos e sentimentos conflitantes não tivessem o feito desistir de ir embora depois de transarem, aquela cena com certeza o faria.
Ele murmurou um “Puta merda” baixinho, se aproximando da cama tão devagar que ele quase não parecia estar andando, mas precisava de mais tempo antes de voltar a se aproximar dela, do seu cheiro, da pele macia, do corpo quente e que parecia se encaixar tão bem contra o seu.
se deitou ao lado dela e não conseguiu evitar passar a língua pelo lábio inferior, sentindo o desejo de passar o restante da noite inteira só a acariciando, e era tão tentador, que, por um segundo, sua mão chegou a levantar na direção dela. No entanto, ele parou em meio o caminho e se forçou a recolher o braço ao redor dela, fechando os olhos por um momento a puxando pela cintura e envolvendo-a em um abraço forte.

— Eu realmente achei que você seria do tipo que ia embora logo depois da transa acabar. — murmurou sonolenta, o movimento dele sendo o possível culpado por trazê-la de volta à realidade.
deixou um suspiro escapar rente ao ombro de , depositando um beijo demorado logo após.
— Eu até ia… — A resposta brincalhona e sussurrada perdeu força quando ele, num ato impensado, resolveu ser sincero até demais. — Mas eu acho que não consegui aguentar a ideia de passar a noite em qualquer outro lugar sabendo que você está aqui.

Ela acenou de leve, aproveitando a vantagem dele não conseguir ver seu rosto para abrir um sorriso diante do que ouvia. Ela estava balançada pelo sono, seu corpo exausto e sua mente nublada. esfregou manhosamente o rosto contra o travesseiro em sua cabeça e abraçou forte o outro travesseiro entre os braços, se aconchegando melhor em e no corpo dele a abraçando daquela forma.

— O que foi? — A voz arrastada de perguntou meio confusa ao resmungo de perto de seu ouvido.

Ele a puxou mais para perto, como se fosse possível estarem mais juntos que aquilo. prendeu a respiração, sentindo não só a maciez do corpo dela, mas também a pele quente por baixo do tecido da camisa e a forma como o cheiro dela parecia mais intoxicante agora que ambos estavam deitados na cama, em um quarto praticamente escuro.
Ele fechou os olhos, tentando encontrar alguma razão dentro de si, na mente confusa, mas tudo que conseguia pensar era em como se sentia tão à vontade com ela.
Tentou manter a voz quieta enquanto respondia, porém, com a mente em curto circuito outra vez, só conseguiu murmurar algumas palavras ininteligíveis contra a pele macia de sua nuca.

— Nada… Apenas tentando lidar com o fato de que eu não tenho a mínima ideia de como eu vou seguir minha vida depois de hoje.

respirou profundamente, o perfume dele tão inebriante na blusa que usava e o corpo quente de a envolvendo em uma conchinha que parecia tão… certa. A fez desejar, por um momento, que aquela noite não chegasse ao fim e que, quando acordasse no dia seguinte, ainda estivesse envolta dos braços dele.

— Quando eu acordar você ainda estará aqui? — Ela não conteve a curiosidade. E, bem no fundo, ela torcia para que dissesse que sim, que não iria a lugar algum.

A pergunta mexeu com ele de uma maneira que não esperava.
O desejo de dizer que sim quase escorreu por seus lábios com a mesma facilidade que o suspiro que escapou quando ele esfregou com mais força o rosto contra seu cabelo, inalando o cheiro do seu perfume. Ele mordeu o lábio inferior antes de responder, tentando conter o turbilhão de sentimentos confusos que parecia estar tentando tomar conta, mas, dessa vez, ele não conseguiu impedir de ser ainda mais sincero.

— Eu tenho que pegar um voo cedo amanhã… mas vou ficar aqui o tempo que der até eu precisar ir para o aeroporto. — A voz dele tinha um tom quieto, quase melancólico, como se estivesse compartilhando um desejo pessoal mais interno do que queria imaginar.

concordou, acenando levemente a cabeça. Um sentimento de frustração aflorava em seu peito de forma descontrolada.
Ela sabia que era um ator famoso e que aquilo era um caso de uma só noite. E, embora as regras daquele jogo não tivessem sido previamente explicadas, tinha uma vaga ideia de como funcionaria a partir dali.
Por isso que, sabendo que aquela era a última vez que veria , não queria mais dormir, embora seu corpo gritasse para que sim.
Ela queria aproveitar o máximo de tempo que ainda tinha com ele.

— Essa é provavelmente a única vez que vamos nos ver, não é? — Novamente, mesmo sabendo da resposta explícita, ela perguntou. Quem sabe se, ao falar em voz alta, a resposta fosse diferente?
Ela desejou muito que sim.

fechou os olhos, distribuindo pequenos beijos no ombro de e apertando o abraço que tinha em sua cintura, antes que um respirar profundo escapasse. Mesmo que seu corpo quisesse fazer coisas completamente diferentes, com ela prensada em seu abraço.
“Apenas mais uma noite” era o que ele continuava repetindo em sua mente, tendo a vontade, como uma dor constante, de não soltá-la.

— É provável que sim… — admitiu, tentando encontrar alguma forma de manter a voz sob controle.
acenou sutilmente outra vez.
— Não vou pedir seu número ou te dar o meu, mas saiba que eu queria muito repetir isso uma noite ou outra.

O comentário mexeu com ele, e se não estivesse com a mente totalmente ocupada com o turbilhão de sentimentos confusos dentro de si, ele provavelmente teria deixado uma de suas piadas engraçadas escaparem antes de responder. Porém, naquele momento, ele só conseguiu murmurar contra o pescoço dela, enquanto as mãos acariciavam, de uma forma quase ansiosa, a cintura de abaixo da camisa que vestia.

— Eu também… — admitiu, com a voz rouca e baixa, começando a ficar mais pesada pelo sono que se alastrava em sua mente.
Os olhos de também já se fechavam cada vez mais e em em cada uma delas, ficava mais difícil abrir as pálpebras.
— E você nem sabe o meu sobrenome… — Ela brincou sonolenta.
Aquela observação pareceu despertar ainda mais de seu cansaço parcial, e mesmo enquanto seu braço puxava-a para mais perto, ele soltou uma risada baixa e arrastada contra o seu pescoço.
— Isso é verdade… — A voz dele estava baixinha e preguiçosa, com a consciência tentando ficar acordada e aproveitar do pouco tempo que tinham, mas que o cansaço parecia estar ganhando a discussão. — Me diga seu sobrenome.
Antes de se perder completamente no mundo do sono, conseguiu escutar a voz arrastada de e, lutando contra a batalha da inconsciência, ela respondeu:
. Não se esqueça de mim.
A voz de , rouca e preguiçosa, quase como se estivesse lutando contra o sono enquanto falava, trouxe um estranho conforto para , mesmo que em sua mente estivesse confuso.
As mãos grandes e quentes dele apertaram-a mais forte contra seu corpo, sentindo como se quisesse que isso fosse possível, a puxou mais para perto enquanto murmurava baixinho contra o pescoço dela.

… Eu não vou esquecer de você… — Ele murmurou, quase sem perceber.

se aconchegou no travesseiro, sentindo os sentimentos conflitantes de frustração e de satisfação dentro dele. Aquela conversa deveria ter acalmado seu coração, mas, no entanto, não era bem isso que estava sentindo.


Lentamente, ela começou a emergir do sono, ainda envolta em uma névoa de sonhos confusos. O calor confortável dos lençóis a envolvia, mas algo estava faltando. Com os olhos ainda fechados, ela estendeu a mão preguiçosamente pelo colchão, esperando encontrar a familiar presença ao seu lado. Mas, em vez disso, seus dedos tocaram apenas o vazio e o frio do tecido. A sensação de ausência trouxe um aperto súbito em seu peito, e ela abriu os olhos devagar, piscando para ajustar à luz suave que entrava pela janela.
Confusa, ela tateou mais uma vez, procurando alguma indicação de que não estava sozinha. Tudo o que seus dedos encontraram foi um pequeno pedaço de papel ao lado do travesseiro. Com o coração batendo um pouco mais rápido, ela pegou o bilhete, sentindo o peso de uma realidade que começava a se instalar.
se sentou na cama devagar, a camisa grande caindo preguiçosamente sobre os ombros enquanto ela esfregava os olhos com a mão livre.
O bilhete era curto, mas não foi escrito de qualquer jeito e a letra estava impecável, como se ele tivesse tomado realmente o tempo necessário para fazer aquilo, mas, enquanto lia aquelas palavras, uma certeza amarga se instalou em seu coração: eles nunca mais se veriam de novo.
Eu realmente quis ficar para te ver acordar, mas estou atrasado para o aeroporto e não queria te acordar. Foi ótimo te conhecer e mais incrível ainda passar a noite com você, … Não vou te esquecer.
Ps: fique com a camisa, ela realmente ficou melhor em você do que em mim.
xx,




You're in my blood
you're in my veins
you're in my head
I'm saying it's you, babe
And I'm a sucker for the way that you move, babe
And I could try to run, but it would be useless
You're to blame
Just one hit of you,
I knew I'll never be the same


A fila de autógrafos estava imensa, se estendendo pelo vasto ambiente até chegar ao corredor que dava para a saída a rua. Embora já tivesse passado mais da metade do percurso, , no momento, só conseguia se arrepender de ter concordado em ir aquela maldita convenção com Sarah.
Ela não curtia filmes de super-heróis ou nenhum conteúdo dentro daquele nicho, porém, para além da consideração que tinha por Sarah, por um único momento, quis ir na iludida expectativa de vê-lo de novo.
Mesmo que de longe, mesmo que ele sequer fosse se lembrar dela.
Quase doze meses passaram desde o único encontro de e .
Como prometido e também previsto, eles não trocaram seus números de telefone, não adiantava manter contato com alguém que constantemente viajava muito, passava meses fora e tinha uma realidade de vida demasiadamente diferente.
Mas a questão de “não manter contato” era um tanto injusta, pois, qual a probabilidade de encontrar com , sei lá, no meio de um passeio no Central Park, ou, o perfil dela aparecer como sugestão no Instagram? Enquanto isso, de repente, todos os tabloides estavam no rosto de e no novo filme que ele estava protagonizando.
O rosto dele estava por toda parte: na internet, nos jornais, nas revistas…
Para onde olhava e tudo o que via era .
E , que antes da única noite com ele, mal o via na televisão — exceto por todas às vezes em que foi obrigada por Sarah, até passou a assistir alguns filmes da Marvel em que ele participava, só para poder vê-lo um pouco mais.
Ou qualquer outro projeto em que o nome do ator estivesse envolvido.
Tinha sido um caso de uma única noite, mas ele estava se provando muito mais difícil de ser superado do que ela jamais pudesse ter imaginado.
A vida de seguiu exatamente igual e ela tentava esquecer aquela noite, embora, vez ou outra, ela sempre fosse ao mesmo pub em que conheceu , na esperança de encontrá-lo outra vez.
Isso nunca aconteceu.

agradeceu mentalmente quando a fila começou a andar consideravelmente mais rápido, algo como um dos atores ter passado mal e outro ter que substituí-lo de última hora para a sessão de autógrafos.
Sarah, sempre obstinada a conseguir o que queria, usou de todas as artimanhas para garantir que estivesse com ela ali, entretanto, para sua total surpresa, ela tinha se mostrado bastante interessada e um tanto ansiosa para ir dessa vez. E, novamente presa aquela maré de surpresas e comportamentos estranhos que vinha tendo nos últimos meses, quando ela perguntou a Sarah quais os atores que estariam presentes, ela viu os olhos de perderem o brilho da expectativa tão rápido quanto ele veio.

— Finalmente essa fila voltou a andar. — reclamou baixinho para Sarah.
Usando um boné para esconder o rosto dos raios solares do lado de fora da convenção, antes da fila andar o suficiente para que ele não fosse necessário mais, mas que o manteve apenas por comodismo, ela apertou a curvatura da aba e deu alguns passos.
— Cara, eu amo seu estilo meio que oversize patricinha… — Sarah começou, andando mais um pouco e tirando da bolsa alguns itens que gostaria de ter o autógrafo dos atores presentes. — Mas qual é a dessa camisa? Eu não lembro de te ver comprando ela e nos últimos tempos você já a usou tanto que ela parece sua segunda pele.

tirou o telefone do bolso e deu de ombros, aproveitando que o boné escondia o rosto ao se inclinar para baixo para esconder a expressão de Sarah.
Quase doze meses atrás, quando acordou sozinha naquele quarto enorme de hotel sem ao seu lado da cama e apenas com um simples e singelo bilhete de despedida — que ela vergonhosamente o guardou e o tinha até hoje —, voltou para casa e não contou a ninguém sobre o que tinha acontecido. Claro que Sarah notou o sumiço da amiga naquela noite, e, ao questioná-la, disse apenas que tinha saído com um cara, mas nunca tinha dito com quem.
Então, quando Sarah, outra vez mais citou aquela camisa de botões que subitamente passou a usar de tempos em tempos — principalmente para dormir — ela precisou esconder o rubor do rosto.
Para além do bilhete que deixou para ela naquela noite, aquela camisa era a única outra prova de que tudo aconteceu, de que, pela primeira vez na vida, ela tinha sentindo uma conexão louca com um cara num pub e este, por ventura, era um ator famoso mundialmente.

— Gosto da camisa. — limitou-se a murmurar dando de ombros, ainda sem olhar para a amiga.

Ela fingiu usar o telefone e, como um tic do desconforto em ser pega novamente, ela ajeitou a camisa preta, uns três números maiores, em sua calça bege, se certificando em colocar uma parte por dentro, como se o fato de estar bagunçada em seu corpo fosse por acaso e não milimetricamente calculado.
Em contraste as quase duas horas que passaram para sair do lugar quase vinte minutos atrás, já era possível ver até o stand onde três atores interagiam rapidamente com os fãs, não que se importasse muito.
Quando Sarah a intimou a acompanhá-la naquele dia, ela logo quis ir, porém, para seu azar, o nome de não estava anunciado como um dos atores presentes, mas tinha que ir, tinha prometido a Sarah que iria.

Saiu no portal oficial de notícias que o Chris Evans se sentiu mal, por isso a fila parou de andar de repente…
Enquanto tirava os fones da bolsa, prestes a colocá-los em seus ouvidos, ouviu uma garota que estava na sua frente comentar.
— E você sabe quem veio substituí-lo? — Sarah deu um passo à frente, perguntando diretamente à garota.

revirou os olhos e colocou os fones nos ouvidos, ligando a música alta antes mesmo de ouvir a resposta da garota que não deveria ter nem dezoito anos. Bom, se não veria , que Sarah — completamente obcecada pelo Chris Evans — superasse que também não veria quem queria.
Os ingressos para a sessão de autógrafos custavam o triplo do preço, mas ela tinha certeza de quem quer que fosse o ator substituto, Sarah ficaria feliz igual.
Andaram cada vez mais, chegando pouco a pouco, perto do stand em que os atores estavam. Sarah ia se empolgando cada vez mais ao passo que se aproximavam e , para a saúde mental da sua amizade com a melhor amiga, precisou aumentar a música no máximo e quase esfregar o celular na cara de tanto que encarava a tela.
Pagou caro para estar ali, pegaria seu autógrafo com frases genéricas e previsíveis dos atores presentes e que esqueceriam de seus rostos no segundo em que elas dessem as costas, e iria embora para casa, onde voltaria à normalidade forçada de que não conhecia e que estava se tornando quase obc…

— Que foi, porra? — A linha de raciocínio de foi interrompida quando, pela terceira vez consecutiva, em um espaço muito curto de tempo, Sarah lhe cutucou com o cotovelo bem nas costelas. Ela levantou a cabeça, permitindo que a aba do boné descobrisse seu rosto. desviou as íris do celular e lançou um olhar feio a amiga, tirando um dos fones do ouvido.

Sarah parecia que teria uma síncope a qualquer momento. Ela estava corada e pálida ao mesmo tempo, e nem sabia que isso era possível. Os olhos dela estavam meio arregalados e as pupilas dilatadas enquanto desviava os olhos de para a frente, como se tentasse dizer a ela para olhar naquela direção também.
Curiosa e confusa, tirou o outro fone, mas antes de conseguir levar os olhos para o mesmo lugar que Sarah gesticulava que olhasse, uma voz bastante conhecida e que ela tinha se acostumado a ouvir tantas vezes pelo som da televisão, notebook ou celular, soou aveludada e divertida.

— Estava dizendo a sua amiga que achei a sua camisa legal.

Sentado, com os cotovelos apoiados na grande mesa que dividia com mais outros dois colegas de trabalho, olhava para como se ela fosse uma miragem vinda direto de seus sonhos mais íntimos.
Ele abriu um sorriso divertido, porém tentando não chamar muita atenção e, da forma como estava na fila, ele não teria a reconhecido, não com aquele boné cobrindo o rosto meio inclinado para o celular. O que chamou a atenção dele, no entanto, era algo que, mesmo quase doze meses depois, ainda surtia o mesmo efeito como naquela noite:
Ela estava vestindo sua camisa.
Não só isso…
Ela ainda tinha aquela camisa e estava a usando.
, com uma caneta na mão e um sorriso educado, porém brincalhão nos lábios, apontava com a ponta da caneta para a camisa de que, por um momento, parecia ter entrado em choque.

— Não ligue para a falta de educação da minha amiga, ela está agradecida. — Sarah tomou a dianteira da situação ao perceber que continuava encarando como se ele fosse de outro mundo. — Essa é uma das camisas favoritas dela, vive usando… Usa tanto que eu desconfio que terá um dia em que a camisa vai sair por aí andando sozinha. — Tentando apaziguar o desconforto que só existia em sua mente, Sarah tagarelou. Porque era isso que fazia quando se sentia nervosa: tagarelava.
Sem se importar de estar sendo discreta, deu um pisão no pé da melhor amiga, procurando um meio de calar-lhe a boca.
— Ai! Por que pisou no meu pé, sua doida? — Sarah reclamou alto, apoiando a mão na mesa.
franziu o nariz em um sorriso.
— Sarah, cale a boca e pegue a porra do seu autógrafo. — Foi à única coisa que disse, entredentes e rápido, quase sem mexer os lábios.

Os olhos dela ainda estavam presos na imagem dele tão perto de si depois de tanto tempo. E a pergunta de um milhão de dólares começou a girar em sua mente:
Será que lembrava dela?
Provavelmente não, ela logo emendou a resposta antes mesmo que tivesse tempo de raciocinar ou criar qualquer teoria mirabolante.
Não podia negar, contudo, que a maneira como ele a olhou, mesmo que por um microssegundo, foi o suficiente para acender seu corpo que há tanto tempo parecia congelado. As imagens daquela única noite voltaram como um filme em sua mente e ela precisou conter o suspiro manhoso e carente.
Os olhos dele, os lábios dele, o cabelo agora bem mais curto — sem aquele comprimento que ela tanto gostava — e a barba mais rala dessa vez.
se perdeu analisando o rosto dele de novo. não acreditava em mitologia, entretanto, o analisando tão milimetricamente agora, ela passou a crer que deuses existiam sim e que se não fosse um, muito provavelmente ele havia sido desenhado por um.
Ela não sabia quanto tempo ficou parada o encarando, mas devia ter sido muito tempo, porque sentiu de novo quando Sarah a cutucou nas costelas.

— Caralho, Sarah, dá pra parar? — resmungou quase desesperada, a mão indo até o local dolorido.
Sarah bufou e revirou os olhos.
— Preste atenção no que eu estou dizendo que talvez eu pare de chamar sua atenção.
piscou, obrigando-se a desviar os olhos da imagem de .
— Fale. — Ela ordenou mal-humorada para a melhor amiga.
— Pegue seu autógrafo e vamos. — Sarah mostrou para a foto de impressa em um papel brilhante e com a assinatura dele embaixo, com, como previsto, uma frase genérica.
acenou para a melhor amiga, ela sacudiu a cabeça procurando clarear a mente e o coração. Ambos pareciam estar em um ambiente bem confuso agora.
— Oh, sim… O autógrafo.

Sarah deu um pequeno passo até o ator que estava ao lado de e iniciou uma rápida e básica interação e , por sua vez, mordeu o interior da bochecha antes de encarar .
Ele não parecia lembrar de si, e, se ela tivesse que apostar, no máximo ele estaria com a sensação de uma pequena pulga atrás da orelha de déjà vu. Tinha sido quase um ano, quase trezentos e sessenta e cinco dias, e , por ser quem era, deveria conhecer pessoas o tempo inteiro e todos os dias.
Era impossível lembrar dela quando tudo o que tiveram foi uma noite.

— O que quer que eu escreva? — se viu na necessidade de iniciar a conversa quando notou que não o faria, e, ele não queria se gabar, mas agora estava sendo um ótimo ator em interpretar para todos naquela convenção que não a conhecia.
coçou a garganta e deslizou os olhos até um pequeno pôster de caracterizando como Bucky Barnes que ele tinha entre a mesa, bem ao meio dos cotovelos encostados.
— Pode… — A voz de saiu fraca e ela tossiu de leve para trazer de volta a força em seu tom. — Pode escrever qualquer coisa.

assentiu para ela, voltando até os pôsteres, os olhos brilhando de excitação e as pupilas dilatando. Com a mão um pouco trêmula, algo que seu subconsciente passou a sentir e ele nem mesmo soube o porquê, ele apoiou a caneta entre os dedos e, pela segunda vez, se pegou escrevendo algo para .
Durante todo aquele tempo tentou de todas as formas possíveis, esquecer aquela única noite com , mas, depois dela… Nada simplesmente foi o mesmo. Ele se martirizou todos os dias por simplesmente não ter pegado o número dela ou simplesmente ter deixado seu número naquele maldito bilhete que deixou antes de sair.
, que não era mais adepto a redes sociais, se pegou até mesmo procurando por ela no instagram, mas, devido ao sobrenome ser um tanto comum, infelizmente ele não a achou. Ele passou a acreditar que tinha sido apenas um fruto da sua imaginação, que aquela noite maravilhosa e que balançou os eixos da sua vida, não tinha passado de um sonho.
era um sonho seu que ele nem sabia ter.
Ele prendeu um sorrisinho entre os lábios, as engrenagens da sua mente rodando a todo vapor para escrever a coisa certa, porque, pelo semblante confuso dela, ele tinha certeza de que achava que iria passar despercebida.
Como se isso fosse possível em qualquer universo ou realidade.

— Aqui está… — arrastou o pôster autografado até e antes dela pegar, ele fez questão de deixar que um dos seus dedos tocasse levemente aos dela.
assentiu desconcertada, pegando o papel de qualquer jeito e o dobrando nas mãos. O leve roçar dos dedos dele sendo o responsável por ressuscitar as borboletas em seu estômago.
— Obrigada. — Ela murmurou antes de sair e ignorar os outros dois atores do stand e seguir para onde Sarah a esperava com um semblante de quem esperava por explicações.
— O que foi isso? — Sarah questionou assim que a amiga se aproximou o suficiente.
tirou o boné da cabeça, de repente sentindo o corpo esquentar e o suor já começar a brotar em sua testa.
— Do que você tá falando, Sarah? — Ela decidiu tomar o caminho mais seguro, aquele em que continuava fingindo não conhecer tão bem.
Sarah semicerrou os olhos para a amiga e a enxergou tão pequenininha que, se não estivessem no meio de uma convenção, com tantas testemunhas presentes, ela com certeza, estapearia .
— Corta essa, . — Sarah revirou os olhos. — Por que você olhou para o como se ele fosse um fantasma? E, muito mais importante, por que ele te olhou daquele jeito?

Sarah seguia falando rápido, expressando suas dúvidas e desconfianças, e , que continuava com o pôster dobrado nas mãos, pareceu despertar de um transe longo e dormente com a última pergunta.

— Me olhando? — Ela repetiu. — Sarah… Como ele estava me olhando? — O tom de saiu baixo, como se com medo de que se falasse alto demais, tudo não passasse de uma ilusão.
Sarah pendeu a cabeça, desviando os olhos de para , desconfiada.
— Como ele está te olhando… No presente. — Sarah a corrigiu. — E ele está te olhando como se estivesse esperando uma resposta.

O coração de bateu rápido no peito, sua pulsação acelerou e seu sangue estava sendo bombeado tão rápido nas veias que, de repente, sentiu até um pouco de coceira perto do pescoço. , vagarosamente, como se não acreditasse no que acontecia, girou o rosto até onde continuava no stand, e mesmo que ele estivesse atendendo mais um fã agora, era notório que de tempos em tempos ele a cravava os olhos nela, esperando por algo.
E agora, quando os olhos finalmente se encontraram, viu arquear uma das sobrancelhas com o sorriso travesso querendo sair do canto da boca, e seus olhos… Eles olhavam do rosto de para o pôster dobrado em suas mãos.
Ela mordeu os lábios, ansiosa. Era um sinal, não era? Ele estava se comunicando com os olhos, silenciosamente pedindo para que desdobrasse aquele papel e visse o que tinha escrito… Não só isso, ele parecia ansioso para que ela fizesse isso enquanto estava ali, para que ele visse sua reação.
Inconscientemente, como se desejando que ele entendesse também, acenou com a cabeça sem quebrar o contato visual e suas mãos trêmulas abriram o papel amassado em suas mãos.
O recado, tão simples e direto quanto o que ele tinha deixado para ela quase um ano atrás, não deixava espaços ou dúvidas de suas intenções, pois, diferente da outra vez, agora não estava disposto a deixar que simplesmente sumisse de sua vida.
Ele não sabia o que era aquilo, tampouco sabia se daria certo.
A única coisa que sabia, no entanto, era que depois dela ele nunca mais foi o mesmo e que, por todas as noites ela aparecia em seus sonhos. vinha sendo a dona dos seus pensamentos quando ele acordava e seu rosto era o último que ele via antes de dormir.
É meio injusto você ter ficado com minha camisa de recordação e tudo o que eu tenha de você são as lembranças daquela noite. Não esqueci de você, .
Ps: esse é o meu número e, se você não tiver ninguém em sua vida agora, me ligue, eu gostaria muito de ocupar esse lugar.


FIM.


Nota da autora: E então, como quem não quer nada e sem planejamento… A primeira finalizada da minha vida inteira veio. O que era para ser só mais uma shortfic foi crescendo, crescendo, crescendo… Até que eu percebi que não daria mais para manter como short, embora a ideia principal fosse essa, e, apesar de também a maior parte dela se passar em um único ambiente.
Essa nota vai ser um pouquinho diferente por se tratar da única que estará para sempre atrelada a essa fic. Aqui eu queria dizer à Polaris do passado, aquela que começou a escrever com 12 anos, que hoje, 14 anos depois, ela finalmente conseguiu concluir algo da sua mente tão turbulenta e errática.
Foram 14 anos entre idas e vindas na escrita e somente hoje eu consegui por um fim em alguma história que se desenvolveu na minha mente. A long pode ser "pequena", mas ainda assim é uma vitória para mim, que sempre deprecio tanto a minha escrita.
Hoje eu comemoro isso como a maior das conquistas e, por incrível que pareça, agora me sinto até mais capaz de terminar tantas outras que estão paradas no meu drive.
Bom, amigas, eu continuo construindo meu Sebastianverso a qualquer custo, porque se eu não posso estar com esse gostoso na vida real, eu vou me iludir sim nas fanfics.

Espero que todas tenham gostado dessa fic e quem sabe Lia e Sebs não apareçam mais por aí? Um beijão a todas e feliz dia do sexo!

Acompanhe aqui as outras fics do Especial do Dia do Sexo desta Autora:
Fury & Seduction — Shortfic — Sebastian Stan como Tommy Lee
We Can Learn To Love Again — Shortfic de Echoes — Sebastian Stan como Bucky Barnes

Often — OneShot de Desire — Sebastian Stan como ele mesmo


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