✮⋆˙Independente do Cosmos✮⋆˙
Última Atualização:19/07/2024Minha voz está trêmula e falha, o choro copioso atrapalha ainda mais minhas tentativas em implorar para que isso pare, para que me escutem e me perdoem por algo que sequer é minha culpa, mas é tudo em vão.
A dor não para, pelo contrário, se torna tão insuportável que eu questiono se essa será a causa da minha morte, se morrerei aqui pagando por pecados que nem são meus, julgada pelo orgulho ferido de uma deusa prepotente.
— P-por fa-favor. — consigo pronunciar com dificuldade entre o choro e meus gemidos, mas continuo sendo ignorada.
Horas ou minutos se passam, na delirante névoa da dor sequer consigo ter noção de quanto tempo minha punição dura, mas finalmente para. Tão rápido como surgiu, a dor não deixa nenhum rastro além do trauma em minha memória.
Abaixo minha cabeça em uma reverência obediente mesmo ainda estando deitada precariamente no chão, mas nenhum som indica que isto foi o suficiente. Permaneço assim por longos minutos, até criar a coragem de levantar o olhar e encarar a sala quase vazia, a não ser por uma figura masculina próxima a parede.
Tento reconhecer quem é, mas nunca tive uma boa visão a distância. Me levanto do chão e dou alguns passos em direção a pessoa, até que minha visão desembaça.
— Dimitrios? — questiono em um murmúrio rouco, atraindo sua atenção para mim.
— , por fav… — Sua frase é cortada ao meio conforme sua expressão se torna consumida pelo pavor.
O encaro sem entender, até que no segundo seguinte, vejo o homem que eu amei tornar-se pedra. Um grito agoniado sai de minha garganta, lágrimas salgadas rolam por meu rosto e embaçam minha visão enquanto corro em sua direção.
Abraço a estátua fria e sem vida, implorando para que ele volte para mim, para que nos perdoem e para que tudo isso não seja verdade, mas nada acontece.
Permaneço abraçada ao que um foi o homem em que amei, não me importo com nada mais.
— Isso é sua culpa, criança. — A voz falsamente doce de Afrodite ecoa pelo salão. — Esse é o seu destino, a sua maldição.