Revisada por vênus. 🛰️
Concluída em: 30.10.2024
O relógio já marcava 3:45 da manhã quando o elevador parou, indicando que chegara no seu andar. Assim que a porta se abriu, deu de cara com um homem de jaqueta de couro e cabelos meio bagunçados, não era a primeira vez que encontrava esse mesmo cara. Eles se cumprimentaram apenas em sinal de educação e seguiu para seu quarto.
Deixou seu violão no canto do quarto e foi direto para o banheiro, um banho era o que ele precisava.
Saiu com uma toalha enrolada na cintura, bagunçando os cabelos molhados. Colocou uma boxer e ligou o rádio num volume baixo. Acendeu um cigarro e foi até a varanda, se debruçando na grade.
gostava de observar a cidade esse horário da noite, era tudo sempre tão quieto, mesmo vivendo em Nova York, a cidade que nunca dorme, naquelas redondezas onde morava, tudo parecia diferente.
O silêncio foi interrompido por uma voz feminina cantando alguma música que ele não conhecia. Era uma voz muito bonita, não usou seu ouvido de músico para avaliar se era boa ou não, apenas admirou.
Ao ouvir o som das janelas do apartamento ao seu lado se fechando e a voz diminuindo, presumiu ser a voz de sua vizinha à esquerda.
estava em Nova York fazia pouco mais de dois meses. Havia se mudado para poder se dedicar mais à sua carreira de músico. nasceu numa cidadezinha do interior da Inglaterra, onde ser músico nunca era levado a sério.
Um dos seus vídeos, que postava na internet, acabou parando nas mãos desse produtor americano que o convidou para entrar em sua gravadora. Depois de muitas reuniões, eles fecharam contrato e aqui estava ele.
Como fazia pouco tempo que estava no lugar, não conhecia muitos lugares ou pessoas de seu prédio, um dos desconhecidos era sua vizinha. A única coisa que sabia sobre ela é que também não dormia cedo, e quase sempre tinha companhia, mas nunca passavam toda a noite. E agora descobrira que ela tinha uma bela voz também.
Logo que terminou seu cigarro, voltou para o quarto e fechou a porta que dava para a varanda, fechando as cortinas em seguida.
Se jogou em sua cama, permitindo que o cansado tomasse conta de seu corpo, logo o fazendo pegar no sono.
Estava um dia ensolarado, mas o vento frio não deixava ficar uma temperatura insuportável, entrou na cafeteria e se sentou em uma mesa aos fundos, não tinha ido lá ainda. Geralmente estava ocupado com as gravações e quem ia era algum assistente do pessoal da gravadora.
Logo avistou uma mulher de cabelos escuros bagunçados vindo em sua direção. Ela era realmente muito linda.
— Boa tarde, no que posso lhe ajudar? — ela disse, sorrindo.
— Boa tarde, gostaria de um capuccino e um muffin de chocolate, por favor.
— Ok, mais alguma coisa?
— Não, obrigado. — Sorriu para ela, recebendo um sorriso de volta, ela era mesmo linda.
— Logo trago seu pedido. — Ela se virou e deu um passo em direção ao balcão, mas depois de um tempo, voltou até a mesa. — Aliás, gostei do seu cabelo. — Ela sorriu e saiu, antes que ele pudesse agradecer.
O cabelo de estava uma bela bagunça, em meio a uma das noites depois de chegar tarde do estúdio e estar muito chapado, ele e seu guitarrista pediram para a irmã dele pintar seus cabelos, o guitarrista escolheu azul, um clássico, mas quis ser mais ousado e pintou de vermelho. Ele já não dava a mínima para a opinião alheia. Ele havia gostado muito de como tinha ficado e isso importava.
Um tempo depois, a garota voltou com o pedido em uma bandeja.
— Não tive tempo de agradecer pelo elogio antes, então, obrigado. — Deu risada, sendo acompanhado por ela.
— Não por isso, se precisar de alguma coisa, só me chamar.
Ela seguiu para outra mesa e ele continuou a observando, ela era mesmo muito linda. As mangas da camisa do uniforme dobradas até a metade de seus braços, deixava algumas de suas tatuagens à mostra, o que a deixava mais incrível. Uma pena ele não ter conseguido ver seu nome no crachá.
Após tomar seu café, deixou o valor da conta e uma pequena gorjeta na mesa, colocou a touca do moletom e voltou para o estúdio, onde passaria mais inúmeras horas até que pudesse voltar para sua casa.
acabara de adentrar em seu apartamento, soltou os cabelos e abriu os botões de sua blusa, se jogando em sua cama em seguida.
Tinha dias que seu trabalho a matava lentamente, este tinha sido um deles. Muito movimento era sinal de que teriam mais gorjetas e lucro no geral, mas andar o dia todo fazia seus pés a matarem quando chegava em casa.
Gastou um pouco de seu tempo em suas redes sociais enquanto seu corpo descansava. Nada de novo, apenas pessoas fingindo uma felicidade que não era real.
Logo foi para o banheiro, onde tomaria um longo e relaxante banho. Não tinha planos para esta noite, queria apenas descansar e assistir um filme qualquer até que pegasse no sono.
Colocou seu pijama confortável e curto, secou os cabelo e voltou para a cama, ao olhar o visor do celular, viu uma mensagem de Steven, seu contato para emergências, também conhecido como sexo casual. Optou por não responder, não estava afim disso naquele dia.
Pediu comida chinesa e escolheu alguma comédia romântica aleatória para assistir.
não era o tipo de garota que sonhava em encontrar o príncipe encantado, se apaixonar, se casar, ter muitos filhos e ser feliz para sempre. Ela apenas queria ser feliz e poder ser ela mesma.
Desde pequena, era uma criança de personalidade forte, quando não estava pulando pela casa, cantando alguma música que gostava, estava sentada em seu quarto, desenhando. Passava horas e horas perdida em seu próprio mundo, criado entre papéis e lápis de cor.
Sonhava em trabalhar com arte, fosse música, pintura ou ilustração. Fazia um pouco de tudo, mas era mais um hobbie do que uma profissão. Infelizmente, o mundo real era bem diferente daqueles imaginários em que ela colocava no papel.
Sonhos não pagavam contas, muito menos se realizavam em apenas um bibdi bobdi boo. No mundo real, você tinha que ter grana, e para ter grana, precisava de um emprego, e este nem sempre condizia com seus sonhos.
Após metade do filme e de comer sua comida, saiu até a varanda e acendeu um cigarro. Gostava de observar a cidade enquanto a nicotina fazia seu efeito e limpava todo o estresse do dia. Era incrível como aquele bairro era tranquilo mesmo ainda não sendo tão tarde da noite. Era completamente diferente do centro, onde trabalhava. Buzinas, carros com som alto e burburinho produzido por muitas pessoas em um mesmo lugar eram apenas sons distantes quando ouvidos daquela sacada. Ela havia realmente feito uma boa escolha quando se mudou para este prédio e para Nova York.
Após terminar o cigarro, fechou as portas da sacada e se deitou, não demorou muito para o cansaço do dia tomar conta de seu corpo e adormecer.
Assim que chegou ao estúdio, cumprimentou todos os presentes e pediu para que gravassem outros instrumentos, para que ele pudesse tomar seu café. Seu agente ofereceu para ir buscar, mas ele obviamente não perderia a oportunidade de ir à cafeteria e encontrá-la novamente.
Assim que entrou, seu olhar encontrou o dela. Lá estava ela, com seu uniforme e os cabelos presos em um meio rabo, que a deixava com um ar mais juvenil.
Ele se sentou em uma mesa ao fundo novamente, podia não ser tão famoso nos Estados Unidos como era na Inglaterra, mas evitar qualquer situação que favoreça fofoqueiros era sempre bom.
olhava o cardápio distraído com seus pensamentos e todos aqueles tipos de cafés que não reparou, quando alguém parou em sua frente.
— Bom dia, gostaria de fazer seu pedido? Moço? — ela disse, numa voz suave, chamando a atenção de . Ao encarar a dona da voz, se deparou com a mesma atendente da outra vez, agora com um grande sorriso no rosto.
— Me desculpe. — deu risada e ajeitou a touca do moletom na cabeça. — Vou querer um suco de laranja e panquecas, por favor. — Ele sorriu e entregou o cardápio.
— Ok, logo volto com o seu pedido. — Ela se virou e foi até a cozinha.
Mais uma vez, ele havia esquecido de observar se ela tinha alguma placa com o nome em seu uniforme.
Pegou o celular e perdeu alguns minutos deslizando pelas redes sociais, até ver a mulher andando em sua direção com uma bandeja.
— Precisa de mais alguma coisa? — Ela disse, após servir os pratos.
— É… sei que isso é meio chato, mas.. poderia saber seu nome? — ele perguntou, meio sem graça, fazendo-a rir.
— Eu sou — ela disse, sorrindo.
— Prazer, , . — Ele estendeu a mão para cumprimentá-la. — Mas pode me chamar de , é menos careta. — Ele deu de ombros e ambos riram.
— Prazer, . Se precisar de algo, é só me chamar. — Ela sorriu e seguiu para a próxima mesa.
Ótimo, agora o motivo de querer ir sempre à cafeteria tinha nome. . Era um belo nome.
Após tomar seu café, voltou ao estúdio, onde provavelmente ficaria pelo resto do dia.
Mais uma vez, chegando tarde em casa depois de um longo dia no estúdio. Ao chegar em seu andar, novamente encontrara o mesmo homem de sempre saindo do apartamento vizinho. Às vezes, se perguntava se este cara era mesmo apenas um estranho ou era, na verdade, um de seus vizinhos. Como passava o dia todo fora, não conhecia praticamente ninguém de seu prédio, além do porteiro e o síndico.
Após um longo banho quente, foi direto para a cama. Respondeu às mensagens de sua mãe que provavelmente já estava dormindo há um bom tempo.
Estar nos Estados Unidos era ótimo, e era uma ótima chance para expandir sua carreira. Mas sentia saudade de casa, da sua família.
Após um tempo mexendo em seu celular, decidiu tentar dormir. O que não foi uma tarefa fácil. Mas depois de muito rolar pela cama, conseguiu pegar no sono.
Pela manhã, resolveu fazer uma chamada de vídeo com sua mãe, que acabou virando algo com a família toda. Ele só percebia o quão grande era sua saudade quando ele os via assim.
sempre foi uma pessoa mais família e tímida. Quando criança, ele foi alvo de bullying na escola por ser um pouco acima do peso, o que foi difícil, mas o fez encontrar um lugar seguro na música.
Passou o resto da manhã jogado em sua cama, jogando vídeo game. Decidiu pedir algo no almoço, não estava afim de cozinhar.
Ao pegar seu celular, viu uma mensagem de seu guitarrista. Estava o convidando para ir a um barzinho naquela noite. Fazia tempo que ele não saía e uma cerveja não cairia mal. Então aceitou o convite.
O relógio já marcava 9 horas da noite quando recebeu uma mensagem do amigo, avisando que tinha acabado de chegar.
Ele estava com uma camiseta branca, calça e jaqueta jeans preta e seus habituais sapatos creepers e o colar de cadeado, que já era sua marca registrada.
não se importava com o que pensariam de suas roupas ou de suas unhas com o esmalte preto já descascado. Ele usava o que tinha vontade e não se importava com isso.
Logo chegaram ao bar. Era um lugar calmo e com música ao vivo. Fazia mais o estilo de , era mais fã desses tipos de bares do que de baladas lotadas.
Eles sentaram em uma mesa próxima ao bar e pediram as cervejas. No palco, o homem que tocava se despedia e anunciava a próxima atração. Após terminar de beber um gole de sua cerveja, teve uma surpresa ao olhar para o palco.
Ali estava ela, , com os cabelos soltos, um vestido rodado florido e coturnos. Ele sorriu, a vendo se ajeitar com o violão em seu colo.
Assim que começou a cantar, ficou encantado, ela tinha uma voz incrivelmente linda e parecia gostar do que estava fazendo.
Após várias músicas, ela se despediu do público, encerrando seu "set". Um tempo depois, ele a viu caminhando até o bar.
Se virou para o amigo, dizendo que já voltava, porém, este já estava interessado em alguma mulher entre a multidão.
pegou sua garrafa vazia e foi até o bar, onde pediu outra e parou mais próximo de .
— Então quer dizer que aos fins de semana você vira uma super cantora? — ele disse, fazendo a garota levar um pequeno susto.
— Ei, você! — Ela sorriu. — , não é?
— Isso mesmo. Você foi incrível, tem uma voz linda — ele disse, bebendo um pouco de sua cerveja em seguida. O comentário a fez corar.
— Obrigada pelo elogio. — Ela sorriu. — É um dos meus hobbies favoritos.
— Sério? E tem outros?
— Digamos que eu sou uma pessoa amante de arte em todas as formas. — Ela riu, bebendo um gole de sua cerveja.
— Desculpa ter chegado parecendo um stalker maluco, eu tenho um pouco de dificuldade de socializar com mulheres que eu acho bonitas. — Ele fez uma careta que a fez rir. — Fiz de novo, não é? Desculpa. — Foi a vez de ficar corado, a garota apenas ria.
— Relaxa, você parece ser um cara bem legal, e obrigada pelo elogio. — Ela sorriu.
— Está sozinha?
— Não. — Ela apontou uma mesa com algumas pessoas. — Estou com alguns amigos. E você?
— Estava com um amigo meu, mas ele já achou coisa melhor. — apontou com a cabeça para seu amigo e uma loira, que conversavam animadamente na mesa onde ele estava antes.
— Poxa, isso é horrível. — Foi a vez dela fazer careta. — Pode ficar com a gente, se quiser.
— ‘Magina, não quero atrapalhar. Acho que vou pra casa. — Ele colocou as mãos nos bolsos da jaqueta.
— Ah, qual é, vem. — Ela passou seu braço, entrelaçando ao de , o puxando até a mesa. — Pessoal, este é o , ele foi trocado por uma mina,então chamei ele pra ficar com a gente. — ela disse, o apresentando para os amigos, que logo o convidaram para sentar.
Os amigos de eram bem legais, pôde passar mais tempo conversando com ela e sabendo um pouco mais sobre ela, mesmo que pouco. parecia ser reservada.
Depois de um tempo, já estava cansado e querendo ir pra casa, então se despediu de todos, recebendo vários pedidos para que ficasse, porém, recusou todos eles.
Do lado de fora do bar, ele acendeu um cigarro enquanto o Uber que havia pedido não chegava.
No caminho, pediu ao motorista que passasse em um drive thru para pegar uns lanches. Estava com fome e não havia nada pronto em sua casa.
Assim que chegou em seu prédio, agradeceu por finalmente estar perto de casa. Entrou no elevador e apertou o número do andar.
— Espera, por favor! — Ouviu uma voz falando e colocou a mão na porta, impedindo que ela fechasse para que a mulher pudesse passar.
— ? — ele perguntou, se virando para a mulher.
— ? O quê? Você mora aqui? — Ela perguntou, surpresa.
— Sim, eu não acredito que moramos no mesmo prédio. — Ele deu risada.
— Parece que o destino insiste em fazer a gente se encontrar de formas inusitadas.
— Parece que sim, desse jeito eu vou parecer cada vez mais um stalker. — Ele disse, a fazendo rir. Então o elevador parou no andar 5, indicando a chegada de seu andar. — Bom, é aqui que eu fico.
— ‘Tá de brincadeira? Como assim? — Ela riu, saindo do elevador.
— Espera, é você que mora no 57?
— Sim… Por quê?
— Não acredito. — Ele riu. — Nós somos vizinhos. — Ele apontou o apartamento 58.
— Não acredito! — Ela riu. — Como a gente nunca se viu?
— Bom, você sai cedo e eu sempre chego muito tarde. Faz sentido. — Ele deu de ombros.
—Nossa, isso é muito louco. — Ela deu risada.
— Tenho sobrando, quer entrar pra gente conversar? — Ele disse, apontando o saco com os lanches em sua mão.
— Claro! Preciso conhecer meu vizinho! — Ela riu.
— Ok, você me disse que é britânico, mas há quanto tempo está morando aqui? — Ela perguntou, esticando as pernas.
— Faz uns 3 meses, desde então, só saio para ir ao estúdio, passo o dia todo lá, por isso não conheço quase ninguém aqui. — Ele deu de ombros.
— Eu não fazia ideia de que você era cantor, e famoso! — Ela se empolgou na última palavra.
— Calma, não é pra tanto. — Ele deu risada. — Sou cantor, porém, não famoso. Eu consigo passar despercebido, como aconteceu com você. — Ele riu, terminando de comer o lanche.
— Ah, mas eu não sou parâmetro para nada! Não estou por dentro das novidades. — Ela riu e se levantou. — Vai, toca alguma música sua pra mim. — Entregou o violão a e voltou a se sentar.
— Precisa mesmo ser minha?
— Mas é claro que sim! Anda. — Apoiou o cotovelo em uma das pernas e o rosto em sua mão, o olhando.
começou a dedilhar acordes de uma melodia lenta.
I'm holding out
Estou aguentando
When I pass your house
Quando passo pela sua casa
I'm waiting on the weekend
Estou te esperando no fim de semana
I'm waiting on the weekend
Estou te esperando no fim de semana
Ele cantava com uma voz suave e olhos fechados, como quase sempre costumava fazer quando tocava essa música.
I contemplate the words
Contemplo as palavras
To make you feel safe and sound
Para fazer você se sentir sã e salva
Waiting on the weekend
Esperando no fim de semana
I'm waiting on the weekend
Estou te esperando no fim de semana
mantinha seus olhos fixos em e um sorriso nos lábios.
Will we ever meet again?
Voltaremos a nos encontrar?
Will you be stood waiting, right for your train?
Você ficará esperando, esperando seu trem?
Tomorrow, waiting on the weekend
Amanhã, esperando no fim de semana
Are you waiting on the weekend?
Você está me esperando no fim de semana?
Waiting on the weekend
Esperando no fim de semana
I spend four days messin' 'round in my head
Eu passo quatro dias mexendo na minha cabeça
Could she be my lover or is this pretend?
Ela poderia ser minha amante ou isso é fingimento?
Till then, I'm waiting on the weekend
Até então, eu estou esperando no fim de semana
I'm waiting on the weekend
Estou esperando no fim de semana
Waiting on the weekend
Esperando no fim de semana
Agora ele já não estava mais de olhos fechados, agora seus olhos encaravam os de , ele cantava essas palavras para ela.
She always looks so sad, and I don't know why
Ela sempre parece tão triste, e eu não sei por que
And all I wanna do is ask
E tudo que eu quero fazer é perguntar
But I just walk by, by
Mas eu apenas passo por
So maybe on the weekend
Então, talvez no fim de semana
Maybe we could speak then
Talvez pudéssemos conversar, então
I'm waiting on the weekend now
Estou te esperando no fim de semana, agora
Ele terminou a música, recebendo um lindo e largo sorriso de , que agora batia palmas. Ele riu, meio sem jeito, e colocou o violão de lado.
— E então?
— Você é incrível! E essa música era linda. — Ela sorriu, encostando a cabeça na parede, onde estava apoiado, ela estava de lado, virada de frente para ele.
— Obrigado. — Ele sorriu, a olhando, seus olhos percorrendo cada centímetro do rosto de , absorvendo cada detalhe antes não visto.
Ambos pareciam ter ficado sem assunto, apenas observavam um ao outro, e aquele não era um silêncio desconfortável, pelo contrário. De alguma forma, pareciam estar se conhecendo mais.
desceu seus olhos, passando pelos lábios atraentes de e continuando o caminho até seu colar de cadeado. Ela segurou o pingente, o observando melhor. Sorriu, pois nunca havia visto alguém usando um daqueles, parecia mesmo ser diferente.
Ele continuou a olhando e em uma movimento lento de delicado, se inclinou um pouco para mais perto de , que fez o mesmo.
Eles se encararam por um tempo, os olhos dela desceram até seus lábios e voltaram a encarar seus olhos verdes. Ele havia entendido o sinal.
passou a mão pela nuca de , acabando com a distância entre os dois e selando seus lábios aos dela.
Seu corpo todo pareceu formigar ao sentir o toque dela em sua nuca. O beijo era calmo, sua língua pediu passagem e ela cedeu, entrelaçando os dedos nos cabelos dele. O beijo continuou calmo, mas foi ficando mais intenso. Quando nenhum dos dois tinham mais fôlego, terminaram o beijo com alguns selinhos e um sorriso estampava o rosto de .
Ela riu baixo e encostou a cabeça em seu ombro.
— Isso foi bom… muito bom — ela disse, baixinho.
— Tenho que concordar. — Ele riu baixo e segurou a mão de , observando as tatuagens que haviam ali.
— Obrigada por essa noite. — Ela sorriu.
— Não tem que agradecer. Espero que tenhamos outras assim.
— Com certeza, ainda mais agora que eu sei que você mora aqui do lado. — Ela riu, se levantando. — Está tarde, preciso ir.
— Tudo bem, eu te acompanho até a porta. — Eles caminharam até a saída, de mãos dadas. — Antes de sair, me empresta seu celular?
Ela olhou com dúvida, mas desbloqueou o aparelho e o entregou mesmo assim, alguns segundos depois, ele o devolveu.
— Agora tem meu número, se precisar de algo, é só me mandar mensagem. — Ele sorriu.
— Eu mandarei. — Ela deu um selinho e saiu, fechando a porta.
continuou ali por uns minutos, processando o que havia acabado de acontecer. Ela era mesmo incrível.
Após arrumar as coisas e fechar as portas da varanda, se jogou na cama, já pronto para pegar no sono, quando seu celular vibrou.
"Boa noite, vizinho 😘 - ."
Ele sorriu, salvando o número da mulher.
"Boa noite, vizinha 😉"
Após responder a mensagem, se virou para o lado e deixou o sono dominar seu corpo; no rosto, um sorriso novo ainda se mantinha.
já havia tido muitas pessoas em sua vida, mas nunca sentiu uma conexão tão forte e instantânea quanto foi com .
E o mesmo acontecia com ela. havia se fechado para o mundo e as pessoas há um tempo, mas quando viu com seu cabelo vermelho bagunçado, sentado na cafeteria, sabia que ele não era como os outros.
Ambos sentiam que podiam ser eles mesmo quando estavam juntos, não precisavam se preocupar se seriam julgados, nem nada do tipo.
Era sexta, e mandara uma mensagem para no meio da tarde, dizendo que os amigos dela iriam a uma festa naquela noite e queria que ele fosse. não costumava ir a festas, mas com a , ele estava disposto a tentar.
Após sair mais cedo do estúdio, foi até seu apartamento, tomou um banho rápido e se arrumou.
Foi até o apartamento ao lado e bateu na porta, sendo recebido por uma sorridente. Ela estava linda, usava um vestido preto justo, uma jaqueta de couro e um coturno preto.
— Nossa, você está linda — ele disse, sorrindo.
— Deixa de ser exagerado. — Ela riu, sem graça, trancando a porta. — Vamos?
– Sim, senhora. — Eles caminharam lado a lado até o elevador, enquanto esperavam em um silêncio um pouco constrangedor, entrelaçou seus dedos nos de , ele olhou suas mãos entrelaçadas e depois subiu o olhar até o rosto da mulher, que sorria. Ele depositou um beijo em sua bochecha e sairam do prédio, à procura de um táxi.
Assim que desceram do carro, puderam ouvir a música distante, provavelmente vinda de dentro da casa. Caminharam, passando por algumas pessoas que não conheciam, até finalmente entrarem na casa. Não era um lugar muito grande, grupos de pessoas se amontoaram em todos os cantos, casais se pegando nos cantos já podiam ser avistados.
Os dois caminharam de mãos dadas até a cozinha, onde encontrou seu amigo, dono da festa, e pegou duas cervejas para os dois.
, que geralmente era mais extrovertido e brincalhão, agora se encontrava tímido e mais quieto. Ele se sentia um pouco desconfortável com multidões em lugares fechados, a não ser que fosse em shows, isso ele amava.
— Tá’ tudo bem, ? — perguntou, baixo, perto de seu ouvido.
— Tudo sim, só preciso de mais cerveja. — Ele riu e ela pegou outra, o entregando.
— Quer ir lá pra fora? Tem uma galera no quintal também.
— Claro, seria ótimo. — Ele sorriu, sendo puxado por ela.
No quintal, mais grupos de pessoas estavam espalhados, a música ainda dava para ser ouvida de lá.
se encostou na parede e acendeu um cigarro, parou ao seu lado.
— Então quer dizer que você não é muito fã de festas? — Ela puxou o assunto.
— Não muito, mas quando a companhia vale a pena, tudo vale o esforço. — Ele piscou para ela, que deu risada.
— Bom saber… — Ela pegou o cigarro da mão de e deu uma longa tragada, soltando a fumaça para o alto.
– Essa não… — pensou alto, mas aquilo não deveria ter sido audível.
— O que foi? Aconteceu alguma coisa? — Ela o olhou, preocupada.
— Aconteceu… você fica mais sexy ainda fumando o cigarro roubado da minha mão. — Ela deu uma gargalhada, dando outra tragada no cigarro.
— Você é mesmo um bobo . – Ela balançou a cabeça, devolvendo o cigarro.
— Posso até ser bobo, mas o que eu digo é verdade. — Ele deu de ombros, terminando o cigarro.
— Tudo bem senhor honesto, vem, vamos dançar. — Ela o puxou, antes de receber uma resposta.
— , eu não sei dançar. — Ele deu risada.
— É só me acompanhar e seguir o ritmo, acredito que você entenda, certo?
— Sim, mas não de dança, apenas de música.
— É só ouvir a batida e deixar seu corpo te guiar, vai, pelo menos tenta!
Eles estavam perto de onde haviam estabelecido uma "pista de dança". se movimenta no ritmo da música de olhos fechados. a olhava com um sorriso bobo nos olhos, se movendo muito pouco no ritmo da música.
Assim que ela abriu os olhos, ele começou a fazer passos de danças bregas e bobos, o que resultou nos dois gargalhando. Era isso o que ela mais gostava em estar com , ele sempre a fazia rir.
guiou as mãos de até sua cintura e passou seus braços pelos ombros dele, o puxando mais para perto.
Os dois dançavam juntos com as testas encostadas, enquanto todos à sua volta dançavam animados e alguns loucamente.
a puxou mais pra perto, logo selando seus lábios em um beijo, era lento, mas intenso. As mãos de acariciavam sua nuca, o fazendo arrepiar. Ela terminou o beijo com uma leve mordida no lábio de , que deu um sorriso malicioso.
— Quer sair daqui? — ela sussurrou em seu ouvido.
— Quero. — Ele a puxou para fora da casa e pediu um Uber.
Logo o carro chegou, sentou com as pernas cruzadas, deixando mais de sua coxa à mostra, deslizou sua mão, depositando um pouco abaixo do joelho de , ela colocou sua mão por cima da dele e encostou a cabeça em seu ombro.
Não demorou muito para que estivessem em seu prédio. Seguiram até o elevador, assim que a porta fechou, puxou pela gola da camisa, selando seus lábios.
O beijo era intenso e o impulso o fez a segurar firmemente pela cintura, colando seus corpos.
Assim que as portas abriram, o puxou ainda pela camisa até a porta do apartamento de , e ficou o olhando, esperando abrir a porta.
Demorou um tempo para achar as chaves nos bolsos das calças, logo, ele abriu a porta e os dois entraram.
— Quer tomar alguma coisa? Comer, sei lá? — perguntou, tirando a jaqueta.
— , eu sei que você é um homem muito fofo, simpático e respeitoso. Mas já tá na hora de me mostrar seu outro lado, não acha? — Ela perguntou, olhando-o enquanto tirava sua jaqueta.
— Que outro lado você quer conhecer? — ele perguntou, caminhando até ela.
— Cala essa boca e me beija. — Ela deu risada, puxando-o novamente pela camisa.
a agarrou pela cintura, prensando-a entre seu corpo e a parede. passou os braços pelo seu pescoço, pegando impulso e entrelaçando as pernas ao redor da cintura de .
Ele deslizou as mãos pelas coxas da mulher, fazendo seu vestido levantar mais e as apertou com força. Desceu os beijos, passando pelo maxilar de até finalmente chegar em seu pescoço, depositando ali um leve chupão, que com certeza deixaria uma marca.
Ele a segurou firme, a levando até a cama. desceu de seu colo, ficando em pé à sua frente. O empurrou para que se sentasse na cama. Ela deu um sorriso ladino e tirou lentamente seu vestido, revelando mais tatuagens e a lingerie preta toda de renda. apenas observava, mordendo o lábio inferior.
Ela se sentou em seu colo, tirando sua camisa, a jogando para onde havia jogado seu vestido, há segundos atrás. Fez uma trilha de beijos por todo o caminho do queixo até o peito de . O empurrou na cama e voltou a beijá-lo intensamente. deslizou suas mãos pelo corpo macio da mulher, encontrando finalmente o fecho de seu sutiã, o tirando rapidamente, e logo em seguida, dando um impulso para que invertessem as posições.
sorriu com essa ação e o observou. deu uma leve mordida no lábio inferior de , o puxando e soltando lentamente. Ela tentou iniciar um beijo, mas ele se afastou. Sorriu para a mulher e deu um beijo em seu colo. Logo sua boca estava sugando um de seus seios enquanto sua mão massageava o outro. deixou um gemido baixo escapar.
Passou a dar a devida atenção ao outro seio enquanto sua mão livre deslizava pela barriga de , passando por baixo de sua calcinha, até chegar em sua intimidade, onde começou a fazer movimentos circulares com os dedos bem devagar, a mulher arqueou as costas e cravou as unhas em seu braço, reagindo ao toque.
uniu seus lábios aos de sem parar com os movimentos da mão, a mulher soltava gemidos abafados por entre o beijo cada vez mais intenso. Quando ela arqueou mais o corpo, ele parou os movimentos, levantou e tirou sua calcinha, enquanto ela o observava.
— Tira — ela disse, ainda com a respiração ofegante, apontando para as calças do rapaz,que até agora estavam apenas com os botões abertos.
Ele tirou não apenas a calça, mas sua boxer junto, seu corpo pedia pelo dela. Voltou a ficar por cima de , que o puxou para um beijo ainda mais intenso, uma de duas pernas entrelaçou na cintura de , fazendo seus corpos ficarem mais pertos, o contato de pele com pele fez o corpo de ambos arrepiar.
guiou o membro de até sua intimidade, com um movimento lento, ele a penetrou com cuidado, a fazendo soltar um gemido baixo, mas longo.
Ele começou a se movimentar devagar, ela cravou suas unhas nas costas do homem, o puxando mais para perto, movimentando o quadril no mesmo ritmo que , fazendo-o soltar um suspiro pesado em seu pescoço.
empurrou para se deitar ao seu lado na cama, ficando por cima dele desta vez, o encaixou em si novamente e iniciou uma cavalgada em ritmo rápido, que fez soltar um gemido baixo e agarrar com força sua cintura.
Ele se sentou, abraçando pela cintura, ajudando-a com os movimentos. Sua língua circulava um dos mamilos da mulher enquanto sua mão livre massageava o outro seio. Ela agarrou seus cabelos com as duas mãos, jogou sua cabeça para trás, fechando os olhos e apenas sentindo cada sentimento do seu corpo, que era tocado por .
acelerou o ritmo de seus movimentos e ambos arfaram, agarrou a bunda de , guiando seus movimentos. As unhas da mulher deslizaram pelas costas brancas do rapaz, deixando ali suas marcas enquanto ele soltava um gemido baixinho, próximo ao seu ouvido.
deslizou uma das mãos até a intimidade de , à procura do ponto certo, começou a fazer movimentos circulares com os dedos e ela cravou mais forte as unhas em seus ombros, o que indicava que estava no lugar certo.
O corpo de já começava a tremer, mas ela não diminuia os movimentos, se segurou firme nos ombros de enquanto sentia os tremores do orgasmo percorrer por todo seu corpo, soltando um longo gemido em seguida.
Continuou com os movimentos até que chegasse ao seu ápice, o que não demorou muito, e então ela permitiu que seu corpo se soltasse em cima do dele, que por sua vez, se jogou na cama.
Ficaram por um tempo abraçados, até que suas respirações se normalizassem.
— Eu sabia que o bom menino só existia até um certo porto — ela disse, baixinho, o fazendo rir.
— Posso ser um bom menino, mas jamais faria um serviço mal feito, se é que me entende. — Ele riu e puxou a coberta em cima dos dois.
Não demorou muito para o sono chegar, adormeceram os dois abraçados um ao outro.
— Para de me olhar assim, eu tô todo zoado — ele disse, com a voz meio rouca, colocando a mão no rosto.
— Ih, não adianta fazer charme não, eu já tô admirando faz um tempo. — Ela deu risada e puxou sua mão, dando um beijo na bochecha de em seguida.
— Você é uma boba mesmo. — Ele deu risada e a puxou para seu peito. — Bom dia, .
– Bom dia, , ‘tá com fome? Vou fazer café pra gente.
— Não, fica aqui mais um pouco. — Ele passou a perna pela cintura da mulher, prendendo-a.
— Você é sempre dengoso assim, é? — Ela deu risada.
— Sou um pouco pior, pode ter certeza.
— Então não é só a cara, você é mesmo um bebezão — ela disse, cutucando sua cintura, o que o fez se encolher.
— Ei, me respeita, posso ser um bebezão às vezes, mas faço um bom trabalho, não faço? — Ele a encarou, segurando a risada.
— Besta mesmo. — Ela deu risada e levantou. — o que quer fazer hoje?
— Não sei também. — Ele se sentou na cama, bagunçando os cabelos, se esticou um pouco, pegou um cigarro do maço e o acendeu.
— Meu plano era ficar em casa fazendo nada, então o que quiser, eu tô aceitando. — Ela deu risada, voltando a se sentar na cama com um copo de suco.
— Podemos fazer isso, então, mas juntos. — Ele sorriu e soltou a fumaça para o outro lado.
– Acho uma boa ideia. Podemos almoçar fora, tem um lugar bem legal aqui perto.
– Ótimo, então, ‘tá decidido. — Ele sorriu e beijou o rosto da mulher, que sorriu.
Voltaram para o apartamento de após o almoço. Eles conversavam bastante, queriam cada vez se conhecer mais, pareciam querer recuperar o tempo perdido sem o outro em sua vida.
Era fácil para se comunicar com , ele era diferente dos outros caras. Ele era gentil e engraçado. E tinha provado que não queria apenas uma noite de sexo casual, ele gostava da verdadeira ela. A que era desajeitada e que acordava descabelada. Não apenas da mulher bonita, bem vestida e maquiada, que dançava sozinha em uma pista de dança.
se jogou na cama e ligou a TV, entregando o controle para em seguida.
— Escolhe algo pra gente assistir.
— Acho que vou lá em casa trocar essa roupa, pra ficar mais à vontade. — Ela fez careta.
estava vestindo um cropped branco com uma saia rodada xadrez e os típicos coturnos pretos, ela estava absurdamente linda com aquela roupa, a franja caindo pelo rosto perto dos olhos, dando um ar mais juvenil ainda.
— Acho que esqueci de comentar, mas você está incrivelmente linda com essa roupa. — se sentou na ponta da cama, puxando-a para perto e a abraçando pela cintura.
— Você que é um bobo. — Ela sorriu, passando as mãos pelos cabelos bagunçados de .
— Posso ser, mas sei reconhecer uma mulher linda e incrível quando vejo uma. — Ele deu um selinho demorado em , que o abraçou. — Pode colocar uma camiseta minha, se quiser, não me importo.
— Hmm, acho que gosto da ideia. — Ela deu um sorriso largo.
— Fique à vontade, elas ficam na primeira gaveta, pode pegar qualquer uma. — Ele abriu as portas da sacada e acendeu um cigarro.
tirou sua roupa e a deixou dobrada cuidadosamente em uma das poltronas da sala do apartamento, colocou uma camisa qualquer de e voltou para o quarto. Ele estava debruçado na grade, olhando a cidade com um cigarro nas mãos.
Ela caminhou e o abraçou pelas costas, depositando um beijo ali. Ele sorriu e terminou o cigarro, se virou e a abraçou.
— Tá tudo bem? — ele perguntou, baixo.
— Sim, gosto de ficar assim com você, sei que faz pouco tempo que nos conhecemos, mas sinto que posso ser eu mesma com você.
— Sinto a mesma coisa. — Ele sorriu e beijou o topo da cabeça de .
Voltaram para o quarto e se jogaram na cama. colocou um filme qualquer e fez pipoca.
Faziam comentários sobre o filme e davam risadas. Uma das personagens do filme usava uma saia muito parecida com a de mais cedo.
— Olha, , ela ‘tá com a saia igual a sua. Será que eu ficaria bonito de saia também? — ele falou, colocando pipocas na boca em seguida, e ela riu.
— Vai lá, coloca a minha — ela disse, se sentando.
— Não mesmo. — Ele riu. — Não vai servir em mim.
— Vai sim, tem elástico. Vai, coloca, por favooor — ela pediu, fazendo sua melhor cara de cachorro que caiu da mudança.
— ‘Tá bom, ‘tá bom. — Ele deu risada e se levantou. — Espero que isso não atrapalhe você a querer transar comigo de novo, porque eu ficaria muito triste. — deu uma gargalhada.
tirou a calça, ficando apenas de boxer preta, pegou a saia na sala, colocou com cuidado, com medo de estragar, e voltou desfilando.
— E aí, como estou? — ele perguntou, rodando a saia, a fazendo levantar e mostrar sua cueca, não parava de rir.
— Olha… por incrível que pareça… Não ficou tão ruim não, viu. Você tem uma bundinha linda e essa saia valoriza ela. — deu uma gargalhada, sendo acompanhado por .
— Nossa, isso aqui é bom demais, dá uma certa liberdade… Se eu fosse mulher, só ia usar saia — ele disse, ainda fazendo movimento para que a saia se mexesse.
— Acredite, na prática não é tão bom assim, incomoda. — Ela fez careta.
— Me pegaria na balada se me visse assim? — ele fez uma pose e se aproximou de .
— Com certeza, você continua lindo e gostoso — ela disse, apertando a bunda de , o fazendo rir.
— Bom saber disso. — Ele deu um beijo rápido nela e voltou a deitar do seu lado.
— A gente não pode ser normal, né? Eu tô aqui com sua blusa e você com a minha saia — ela disse, o olhando. Ficaram em silêncio por alguns segundo e logo depois explodiram em gargalhadas altas.
passou o dia todo com , cada segundo que passavam juntos era um passo a mais pra dentro da vida do outro. Fazia alguns anos desde a última vez em que tinha deixado alguém se aproximar tão cedo assim de si. Mas ele não se importava. valia a pena.
— Tudo isso é saudade de mim? — Ele riu, a abraçando.
– Só um pouquinho. — Ela riu e deu um selinho.
— Está muito ocupada? Se estiver, eu volto depois.
— Não estou, não, entra, eu estava indo tomar banho.
— Pode ir, então, , eu espero aqui. -
— Ele sorriu e olhou pela sala, vendo um violão perto da sacada. — Você toca?
— Um pouco, não sou das melhores. — Ela riu, sem graça.
— Ah, toca alguma coisa pra mim, então! Vai, por favor! — Ele a entregou o violão.
— Não, ! Eu tenho vergonha! — Ela empurrou a mão de .
—Eu toquei e cantei pra você aquele dia que me pediu, agora é sua vez!
— ‘Tá bem, ‘tá bem! O que quer ouvir? — Ela se sentou no sofá, ajeitando o violão em seu colo, e se sentou ao seu lado.
— Qualquer coisa, toca alguma que você goste. — Ele sorriu.
suspirou e começou a tocar Don't Look Back In Anger, do Oasis. O sorriso de se alargou ainda mais, ele amava aquela música.
Assim que começou a cantar, ficou completamente hipnotizado. A voz dela era uma das mais lindas que já havia ouvido. Ela cantava de olhos fechados, completamente entregue à música.
não resistiu e a acompanhou no refrão. Ela o olhou sorrindo. Assim que voltou a fechar os olhos, pegou o celular e começou a gravar ela cantando e ele a acompanhando ao fundo.
Logo que ela terminou a música, o olhou, ainda gravava .
— Ah, não, , para. — Ela riu e colocou a mão na frente da câmera. — Você não vai postar isso, né?
- Por que eu NÃO postaria isso? você é incrível! Sua voz é maravilhosa, não devia guardar isso só pra você.
— Eu não guardo só pra mim. Eu toco naquele pub que a gente se encontrou uma vez.
— Posso postar pelo menos nos meus stories? Eu quero compartilhar esse momento incrível e o seu talento. Deixa, por favor. — Ele fez um bico, como uma criança pedindo por doce. riu e revirou os olhos.
— Tudo bem, bebezão. Agora é sério, vou tomar um banho e já volto. — Ela deu um selinho em e foi direto para seu quarto.
deixou o celular de lado, encostou no sofá e começou a dedilhar melodias aleatórias no violão. Ainda estava pensando o quão incrível era.
Um tempo depois, seu telefone começou a tocar, era seu agente. Achou estranho, pois haviam encerrado tudo por hoje, decidiu atender.
— Quem é ela? — O homem falou rapidamente do outro lado do telefone.
— Ela quem? Do que você ‘tá falando?
— A mulher no seu storie, ela é incrível, ! Devia ter me falado dela! — Ele parecia animado demais, típico dele. apenas riu.
— Ela é a garota que eu disse pra vocês, minha vizinha. E eu sei que ela é incrível.
— Traz ela no estúdio amanhã, pode ajudar a gente com algumas faixas e podemos falar sobre a carreira dela, se ela quiser. Preciso ir agora, até amanhã. — Ele desligou, antes mesmo de conseguir respondê-lo.
estava rindo quando saiu de seu quarto vestindo uma blusa de moletom bem maior que ela.
— O que aconteceu que você ‘tá rindo sozinho?
— Meu agente viu o vídeo, ele já ta pensando na sua carreira. — Ele ria, mas o olhava confusa e um pouco espantada.
— O quê? Como assim? Que carreira?
— Ele te achou incrível, , quer que vá amanhã ao estúdio comigo, você quer? Se não quiser, tudo bem.
— Meu Deus é muita informação. — Ela colocou as mãos na cabeça e deu risada. a puxou para sentar em deu colo.
— Eu estou precisando de ajuda com alguns vocais em algumas músicas, ele acha que sua voz vai combinar. Inicialmente, pode fazer isso, mas ele provavelmente já vai falar sobre seu futuro como a grande estrela que pode ser. — a abraçou.
— Isso é loucura, . Eu sou garçonete, não cantora! — Ela riu e encostou a cabeça no peito do homem.
— Não ainda, acredite, já conheci muitas pessoas do meio e você tem mais talento que muitas delas. Você pode ser o que você quiser, , seu futuro pode ser brilhante.
— Obrigada por essas palavras. — Ela sorriu e deu um beijo em seu rosto. — Mas vamos com calma, primeiro podemos escolher um sabor de pizza para hoje, depois pensamos no futuro.
— Eu acho uma ideia incrível. — Ele riu e pegou o telefone pra fazer o pedido.
Ao entrarem no estúdio, foram recebidos pelo agente de , que estava muito animado. foi apresentada a ele e o homem ficou ainda mais maravilhado com a beleza da mulher.
— É um prazer te conhecer, , falou muito de você, só não nos disse que cantava como um anjo — ele disse.
— Olha, confesso que isso nem eu mesmo sabia. — riu, e sentiu suas bochechas corando.
— Obrigada pelos elogios, mas sabe, não sou profissional como o , apenas canto como um hobbie. — Ela deu de ombros.
— Isso pode estar prestes a mudar, querida, você é incrível e o mundo precisa conhecer esse talento. Hoje vamos fazer as gravações de alguns backvocals para o álbum do . Você gostaria de participar? — olhou para , que afirmou com a cabeça, e voltou a olhar para o agente.
— Claro, vai ser incrível. — Um sorriso largo tomava conta de seu rosto.
Enquanto terminava de gravar alguns vocais que faltavam, estava sentada próxima à mesa de som, ouvindo as músicas das quais precisaria cantar. Ficou impressionada com o quanto as músicas eram incríveis e as letras mais ainda. Sabia do talento de , mas nunca havia ouvido nenhum material dele, além da música que ele havia tocado para ela dias atrás.
Depois de terminar as gravações, saiu da cabine e foi até .
— E aí, está pronta? — Ele se agachou de frente pra ela.
— , isso aqui — ela apontava para os fones em sua mão — essas músicas são incríveis! Eu estou completamente apaixonada por tudo que ouvi. — Ela sorriu, olhando-o.
– Obrigado por isso. — Ele sorriu e deu um selinho nela.
— Não precisa agradecer, só estou dizendo a verdade. — Ela sorriu.
— Vamos agora? Você vai gostar. — Ele levantou e estendeu a mão para .
Juntos, eles foram para a cabine de gravação, dava as dicas de como deveriam ser as vozes e não demorou muito para pegar o jeito.
Era sua primeira vez em um estúdio, mas depois de um tempo, ela perdeu o medo e nervosismo, e ela se sentia como se estivesse em casa.
A voz de era linda e fluía naturalmente. Quem os via de fora da cabine, não havia como mentir, a química entre os dois era incrível e inundava todo o estúdio.
Não demorou muito até que eles terminassem as gravações e pudessem tirar uma pausa para o almoço. Foram até um restaurante a uma quadra de distância.
— E então, o que achou? — perguntou, logo após eles terem feito os pedidos.
— Eu não sei nem como descrever o que eu estou sentindo. É tão maluco, mas eu me senti tão bem fazendo isso. — Dava para ver a felicidade no rosto de .
— Você nasceu pra isso, , não pode negar. Todos que falaram comigo acham o mesmo. E disse que nossos vocais ficaram incríveis. — Ele sorriu, orgulhoso.
— Obrigada por me deixar fazer parte disso, , sério, acho que eu jamais teria feito nada parecido, se não fosse por você.
— Um dia alguém iria te descobrir, talvez só demorasse um pouco mais. — Ele deu de ombros. — Aliás, meu agente ficou tão encantado com você que quer saber se tem alguma música autoral ou algo que queira gravar. É a sua chance.
— O quê? É sério isso? — Ela parecia em choque. — Eu tentei escrever já, mas nada bom o bastante e eu…
— Se é bom ou não, a gente descobre junto. Você tem? — a interrompeu antes de terminar.
— Tenho. Não tem a melodia finalizada, nem arranjos, não sou muito boa nisso.
— Ótimo, eu te ajudo com isso, vou avisar a ele que vamos gravar hoje.
— Não, , isso é loucura! Eu não vou gravar nada hoje, eu nem sei se sou boa. Você está maluco! — estava à beira de uma crise de pânico.
— Ei, fica calma. — Ele segurou sua mão. — Vou te ajudar a finalizar sua música, quando terminar, você decide. Se quiser, você grava, se não, tudo bem. Mas eu não te acho boa. Eu te acho incrível, , essa é a chance de você abraçar esse talento que eu sei que você tem e que ama fazer isso.
— Tudo bem, vamos devagar. — Ela sorriu e beijou a mão de .
Após terminarem de almoçar, eles passaram no apartamento de para que ela pudesse pegar seu caderno de composições.
Ao voltarem para o estúdio, enquanto os profissionais terminavam algumas mixagens do álbum, e estavam numa sala para descanso. Ela mostrou a ele a música e era simplesmente maravilhosa.
A letra estava completa e a base da melodia também. Enquanto ia cantando para ensinar a , ele ia fazendo anotações de alguns arranjos que poderiam ser feitos.
Juntos depois de algumas horas, eles finalizaram a música e estava perfeita. estava muito mais feliz agora do que nervosa.
Depois de muita conversa e ver sua música finalizada, ela criou a coragem necessária para aceitar o convite de para gravar uma faixa e usar como parte de um futuro portfólio.
Após apresentarem a música ao agente de , — que amou completamente a música — eles começaram as gravações.
Ao entrar na cabine, já não parecia mais a mesma garota nervosa na sala de espera. Agora ela cantava completamente segura do que falava, orgulhosa de estar vivendo aquele momento.
Após a tarde toda gravando, a música estava praticamente pronta e não poderia estar mais orgulhosa.
Antes de irem embora, uma mulher loira, muito bem arrumada, entrou no prédio. Logo o agente de a apresentou para todos.
— Esta é uma antiga amiga de trabalho, ela está aqui porque eu a mandei um vídeo das gravações e ela ficou apaixonada pelo seu trabalho,. Ela quer ser sua agente. — Ele sorriu.
— O quê? Ai, meu Deus, é até difícil acreditar que tudo isso está acontecendo em apenas um dia! — riu, nervosa novamente.
— Está acontecendo e eu não acredito que você tenha demorado tanto para se mostrar, garota. Você tem uma voz maravilhosa, ! — a loira disse, animada.
— , vamos deixar elas conversarem e, enquanto isso, terminamos algumas coisas do seu álbum.
— ‘Tá bem. — Ele abraçou e sussurrou em seu ouvido. — Boa sorte, não perde essa. — Ele piscou pra ela e voltou ao estúdio.
Depois de algum tempo conversando, as duas saíram da sala, e enquanto a mulher mais velha ia embora, caminhou até .
— E então, como foi? — ele perguntou, ansioso e curioso para saber o que tinha acontecido.
— Parece que está na hora de pedir as contas da cafeteria e mudar de carreira. — Ela mordeu o lábio, tentando segurar o riso, o que foi impossível. Ela estava mais feliz do que nunca.
— Eu não acredito! Parabéns, ! — a abraçou apertado, levantando-a do chão e girando. — Não sabe como estou feliz por você!
— Eu não sei nem como agradecer a vocês por tudo isso, , de verdade. Nem nos meus sonhos, eu imaginava que isso poderia acontecer.
— A única forma de gratidão que eu aceitarei é você virando uma grande cantora famosa e cheia de fãs! — Eles riram.
— Não seja exagerado, .
— Não sou, você vai ver só!
Assim que o álbum de foi finalizado, a divulgação começou. O primeiro single havia sido lançado e fez um grande sucesso.
estava em estúdio, começando o processo de gravar seu primeiro single, e depois um EP.
Ambos estavam muito felizes e atarefados. Mas sempre arrumava um jeito de ir em alguns eventos de divulgação com . Ele gostava de ter ela ao seu lado e saber que ela o apoiava.
Os fãs iam à loucura sempre que apareciam juntos. Após as notícias do relacionamento e do vídeo, ganhou também alguns fãs, que viriam a multiplicar em muitas vezes nos meses seguintes.
e sua equipe optou por começar a divulgação presencial em New York mesmo, e em todo os Estados Unidos. Em seguida, iria voltar para Londres, para a divulgação europeia do álbum.
E essa era a parte que tirava o sono de por várias e várias noites. Voltar para casa.
Depois de tanto tempo morando em New York, ele ainda sentia falta de casa, mas havia se acostumado com a cidade barulhenta e que nunca dorme — havia uma certa conectividade entre ele e a cidade devido a isto — e depois que apareceu em sua vida, tudo ficou mais leve, aquela era sua segunda casa.
A verdade é que a ideia de passar meses longe de o assustava. Ele havia se acostumado com sua presença, com as conversas bobas e as risadas até o dia amanhecer na varanda.
Como ele iria dizer a ela que precisava voltar? Ele não podia simplesmente dizer para ela largar tudo que estava conquistando para tentar começar de novo em outro país por puro capricho dele. Não podia interferir na sua carreira.
Foi com todos esses pensamentos devorando sua mente que viu o sol nascer mais um dia, sentado em sua varanda, ao lado de um quase vazio maço de cigarros enquanto dormia tranquila e lindamente em sua cama, a alguns passos de distância.
Ela era linda até quando dormia. não sabia do poder que tinha sobre , ele raramente deixava escapar todas as coisas profundas que sentia pela mulher. E talvez esse fosse seu maior problema.
sempre fora uma pessoa muito fechada, reservada e tímida. As decepções, desilusões e amizades perdidas do passado infelizmente havia o feito construir um muro envolta de si. Por mais que tivesse ultrapassado muitas dessas barreiras, praticamente todas, ainda era difícil externalizar tudo o que ele sentia em seu peito.
Cada vez que pensava nela, que a ouvia falar sobre algo que fazia seus olhos brilharem ou a via simplesmente dormindo, serena em sua cama. Todas essas pequenas coisas fazia seu estômago revirar e se encher de borboletas, seu coração ficava descompassado, e em sua boca, faltavam palavras.
Para , falar sobre sentimentos nunca foi fácil, foi por isso que começou a escrever. Nas músicas, era tudo mais simples, tudo fazia mais sentido.
Mas de que adianta falar, escrever ou até mesmo cantar algo para que apenas a faça deixar tudo pra trás ou a machucar ainda mais quando ele precisar ir? estava em um beco sem saída, em um labirinto onde não havia fim.
Mesmo com a cabeça cheia de pensamentos, o sono começou a tomar conta de seu corpo e então decidiu se deitar ao lado de . Tê-la ao seu lado era confortante, aliviava toda e qualquer tensão.
Não demorou muito até que ele pegasse no sono, já com o som começando a invadir as frestas da cortina.
Assim que se despediu da equipe do programa, correu até , abraçando-a com força.
— Olá, pequena, achei que não viria hoje — ele disse, dando-lhe um selinho.
— Terminamos as gravações mais cedo e aproveitei pra dar uma passadinha. Já terminou por hoje ou ainda tem mais alguma coisa?
— Terminei por hoje também. Quer jantar fora? — ele perguntou, ajeitando o cabelo da mulher atrás da orelha. Ele tinha essa mania. Dizia que era para poder ver melhor seu rosto.
— Eu acho uma ótima ideia! — Ela tinha um sorriso largo no rosto. — Passar em casa e tomar um banho primeiro?
— Sim, senhora. Vem. — Ele passou o braço em volta dos ombros da garota, acompanhando-a até a saída do estúdio. cumprimentava quem passava por ele, agradecendo pelo dia de trabalho.
O caminho até o prédio de ambos não demorou muito tempo, o trânsito estava, por incrível que pareça, tranquilo e sem engarrafamentos.
Assim que chegaram ao prédio, cada um foi ao seu respectivo apartamento. preferia assim quando precisavam sair. Segundo ela, dessa forma, não poderia distraí-la e fazer mudar de ideia quanto a sair, como ele geralmente fazia.
Os dias estavam sendo corridos para ambos, mas percebera que havia algo errado com . Ele andava mais calado, mais pensativo nas últimas semanas. Percebia que ele não andava dormindo muito, tentava não tocar no assunto, pois tinha medo de estar incomodando ou acabar em uma discussão.
ouvia muito nas entrevistas sobre a volta dele a Londres, mas ambos nunca haviam falado sobre.
Ao contrário do que achava, isso também a assustava. Estava passando por um processo completamente novo em sua vida, a ajudava muito com tudo, desde um café da manhã para um dia que acordava atrasada, até a uma letra que não conseguia finalizar. Não conseguia mais imaginar um dia a dia no qual ele não estivesse envolvido.
Porém, sabia também que não podia largar tudo e ir correndo a Londres, nem impedir de voltar para casa e para onde estava sua família. Era uma balança que vivia em instabilidades. Eram motivos para se estar feliz de ambos os lados, mas a tristeza estava lá entre eles, para os lembrar da realidade.
Assim que terminou de se arrumar, enviou uma mensagem a , avisando que estava pronta. Não demorou muito e ouviu as batidas na porta.
Ao abrir, se separou com um bem arrumado, os cabelos penteados todo para trás, diferente da bagunça costumeira. sorriu ao vê-lo e lhe deu um selinho.
— Vamos? — ele perguntou. Ela apenas sorriu, acenando em afirmação, e caminharam para fora do prédio de mãos dadas.
Não demorou muito para que o motorista chegasse para levá-los ao restaurante misteriosamente escolhido por . Ele amava fazer surpresas para . No começo foi difícil, estava sempre acostumada a saber e ter controle de tudo à sua volta. Até o furacão chegar e destruir todas suas estruturas.
O carro estacionou em um restaurante bonito, com uma iluminação não muito forte, com um clima mais romântico no ar. Ele conversou com o recepcionista, que indicou uma mesa ao fundo, um pouco mais escondida.
olhava ao redor, observando os detalhes do lugar. Morava lá há tanto tempo e não conhecia muitas coisas. Estava sempre cansada demais, por causa do serviço, para explorar lugares assim.
— Gostou do restaurante? — perguntou, tentando conter sua ansiedade.
— Claro que gostei, é lindo. — sorriu olhando em volta e depois voltando seu olhar a . — Tem um motivo específico para um lugar tão bonito assim?
— Não, passei aqui em frente algumas vezes e sempre achei muito bonito, e claro que não poderia vir com alguém que não fosse você. — Ele sorriu, meio sem graça.
— Fico honrada com isso. — Ela sorriu e deu um beijo no rosto de . — Você é mesmo incrível, . — Ela abriu um sorriso largo, recebendo outro de volta.
— Você é muito mais, pode ter certeza. — Ele lhe deu um selinho e logo o garçom estava entregando os cardápios.
Pediram seus pratos e logo o garçom trouxe uma garrafa de vinho. serviu as taças e conversaram sobre qualquer coisa que não fosse trabalho ou sua volta para Londres.
Esse segundo seria evitado o máximo que ele conseguisse.
Não demorou muito até que o jantar fosse servido. Logo estavam pedindo a sobremesa. Uma torta de chocolate para dividirem, era a favorita de .
não se lembrava da última vez que tiveram um jantar tão agradável quanto ao daquela noite. Ela gostava da sua vida sem compromissos e relacionamentos casuais. Mas aquilo era diferente, era especial.
Preferiram voltar andando até o prédio, para poderem aproveitar o clima noturno de New York.
As ruas eram todas muito iluminadas, restaurantes e lojas dos mais variados, espalhados por todos os lados.
já andara por muitas ruas daquela cidade inúmeras vezes, mas com ao seu lado, era sempre uma nova experiência.
Ele sempre ficava animado com qualquer e toda coisa, sempre fazendo piada ou passinhos de dança esquisitos. Qualquer coisa que fizesse dar uma risada, da qual ele amava o som.
Os dois eram tão diferentes, mas ao mesmo tempo, tão parecidos. Um completava o outro como jamais achou que existiria alguém assim para ela.
Depois de um tempo e muitas risadas, finalmente chegaram até seus apartamentos. Estava parados abraçados entre as portas de seus respectivos apartamentos.
— Já está cansada de mim por hoje? — perguntou, colocando os cabelos de atrás de sua orelha.
— Você sabe que não canso de você, bobo. — Ela sorriu.
— Quer entrar? Ficar aqui comigo hoje?
— Claro que eu quero. — Elal lhe deu um selinho, segurou sua mão e a puxou para seu apartamento.
— Obrigada pelo jantar. Foi tudo tão incrível. — sorriu e se sentou na cama.
— Você merece isso e muito mais, , sabe disso. — Ele ajoelhou na sua frente para ficar no mesmo nível que ela.
— Vem aqui. — passou os braços em volta do pescoço de , puxando-o para perto, e selando seus lábios em um beijo calmo.
não pôde evitar o sorriso que lhe escapou entre o beijo. Ele a abraçou pela cintura enquando as mãos de passeava pelo seu cabelo antes arrumado, o fazendo voltar a bagunça costumeira.
O beijo foi se intensificando lentamente, era como se o tempo parasse enquanto seus lábios estivessem juntos, até mesmo o ar parecia desnecessário.
separou o beijo para recuperar o fôlego e aproveitou para tirar o paletó que vestia. Enquanto isso, descia beijos por todo o pescoço de , leves e lentos, o que a fez se arrepiar cada vez mais.
Assim que se livrou do paletó, deslizou duas mãos pelo corpo de até encontrar o fecho de seu vestido. O abriu sem pressa, a ideia era poderem aproveitar aquele momento e memorizar cada simples gesto.
o empurrou para que deitasse na cama. Se levantou e deixou o vestido deslizar suavemente pelo seu corpo, a deixando apenas com uma calcinha preta de renda. sorriu ao vê-la daquele jeito. Ele se levantou, caminhando até onde ela estava.
— Você é incrivelmente linda, nem parece real — ele disse, baixo, com a mão na nuca de , seus rostos extremamente próximos.
— Deixa de ser bobo, . — Ela riu sem jeito enquanto deslizava as mãos pelos braços de .
— Por você? Jamais. — Antes que respondesse, ele selou seus lábios novamente.
O beijo agora era mais intenso, mas ainda lento. deslizou suas mãos por baixo da camisa de , arranhando de leve seu abdômen, o que o fez se arrepiar inteiro. Não demorou muito para ele se livrar da camisa e também da calça.
o empurrou até a cama, ficando por cima. Ela descia uma trilha de beijos pelo seu pescoço e peito. Ele deslizava as mãos por suas coxas, apertando de vez em quando.
Em um movimento rápido, inverteu as posições, ficando no controle. Logo estavam livres de todas as peças de roupas. Seus corpos quente, sentindo a pele um do outro, o momento em que eles se tornavam um só.
fazia movimentos lentos, mas fortes, enquanto arranhava suas costas, deixando algumas marcas pelo local.
O calor ia tomando cada vez mais conta do local, passara seus braços pelo pescoço de , colando ainda mais seus corpos enquanto movimentava o quadril, intensificando os movimentos, gemidos tímidos escapavam da boca de ambos. Naquele momento, o mundo era apenas os dois e aquele quarto. Tudo que ouviam era a respiração acelerada um do outro, tudo que sentiam era o corpo quente um do outro, colados, elétricos. Logo ambos chegaram em seus ápices, parando os movimentos lentamente, mas ainda com os corpos colados.
E foi assim que pegaram no sono, abraçados e com as respirações já calma. Aquela noite ficaria eternizada na mente de ambos, isso eles não tinham dúvidas.
acordou no meio da noite e percebeu que não estava ao seu lado na cama. Olhou ao redor e, debruçado na grade da sacada, encontrou apenas de boxer e os cabelos bagunçados, com seu cigarro costumeiro.
se enrolou na coberta e caminhou até ele, o abraçando por trás.
— O que aconteceu? Perdeu o sono? — Ela perguntou, com a voz ainda sonolenta.
— Sim, tem acontecido muito. Desculpa ter te acordado, pequena. — Ele apagou o cigarro e a abraçou.
— Não me acordou. O que está te incomodando? Está acontecendo algo?
— Sim, mas não quero falar sobre. — Ele ajeitou os cabelos dela e a deu um beijo na testa.
— É sobre a sua volta, não é? — Ela finalmente reuniu as forças necessárias para tocar nesse assunto. apenas afirmou com a cabeça. — Uma hora teremos que falar sobre isso.
— Eu sei… mas parece que se eu não falar, se a gente não falar, pode parecer que não vai acontecer, sabe? E tudo vai poder continuar bem. — Ele disse baixo, sem conseguir encarar os olhos de .
— Mas nós sabíamos que isso ia acontecer, tudo bem que não estávamos preparados, mas sabíamos. — Ela fazia carinho no rosto de .
— Eu não quero te perder, — ele falou, com a voz meio embargada.
— Ei, quem disse que vai me perder? Eu vou continuar aqui. E eu tenho certeza que logo a gente vai dar um jeito de se encontrar de novo.
— Não quero te prender nisso, quero que você possa aproveitar sua vida e sua carreira, sem se preocupar com alguém do outro lado do oceano.
— E você acha mesmo que vai ser fácil te esquecer, ? — Ele deu de ombros. — É claro que não! , você mudou a minha vida! Em pouco tempo, você me deu coisas que eu jamais achei que viveria ou sentiria. Isso não vai se perder apenas por causa da distância. E eu tenho certeza que vamos dar um jeito disso funcionar. Logo estaremos viajando, quando eu não estiver, você vai estar. E sempre poderemos nos encontrar no meio do caminho.
— Sabe, às vezes eu não sei o que eu fiz pra merecer alguém como você. — Ele sorriu fraco.
— Deixa de ser bobo, você também é incrível! Só não vê isso, mas tudo bem, eu vejo. — Ela sorriu e lhe deu um selinho.
— Obrigada, , de verdade. Por tudo que fez por mim, por tudo que passamos juntos.
— Ainda teremos muitas coisas para viver juntos, . Agora vem, vamos dormir.
o puxou até a cama e depois de algum tempo conversando, pegaram no sono novamente. confortavelmente aninhada no meio de e ele com os braços em volta dela.
Sempre que dava, eles saíam juntos pela cidade, conheciam lugares diferentes, visitavam lugares que já gostavam. Aproveitaram os dias que tinham, como se o futuro fosse incerto. E realmente era.
Agora eles estavam no aeroporto, já havia despachado as malas e a primeira chamada para o embarque havia soado pelos alto-falantes do local.
— Bom… acho que é isso. Preciso ir — ele disse, com um sorriso forçado no rosto, seus olhos expressavam a tristeza que estava em seu coração.
— Não esquece de me manter informada durante o voo, e me avisa quando chegar.
— ‘Tá bem, mãe. — Ele rolou os olhos, recebendo um tapa de no braço. Os dois riram. — Eu vou sentir tanto a sua falta — ele disse, abraçando-a pela cintura.
— Eu também vou, mas isso não é um adeus, é um até logo, você sabe disso.
— Eu sei. Mas mesmo assim, sentirei sua falta.
— Eu também vou. — Ela o abraçou apertado, como se aquele simples gesto fosse capaz de mudar tudo.
selou seus lábios aos de por uma última vez. O beijo era lento, ambos pareciam tentar memorizar cada simples gesto e movimento daquele momento.
A chamada de embarque soou mais uma vez pelos alto-falantes os trazendo para a realidade.
— Você precisa ir — falou, baixinho, com o rosto ainda bem próximo ao de .
— Eu sei. Vê se não esquece de mim, tá?
— Isso vai ser impossível. — Ela sorriu e lhe deu um selinho. ajeitou a mochila no ombro e se afastou um pouco.
— Até mais, . — Ele sorriu e acenou.
— Até mais, . — Ela sorriu e ficou o vendo embarcar. Até que o avião decolasse, ela permaneceu lá, assistindo-o partir.
Ao chegar em seu andar do prédio, se pegou parada em frente ao apartamento 58, aquele lugar nunca mais seria o mesmo sem .
O lançamento do álbum havia sido um sucesso, e os ensaios para a tour esgotada já haviam começado.
Porém, algo lhe fazia falta. Algo que ele, infelizmente, tinha deixado para trás em Nova York.
No primeiro mês, as mensagens eram frequentes, chamadas de vídeo e planos para futuras viagens juntos. Mas, depois de um tempo, começou a divulgação de seu primeiro EP, e o tempo ficou curto. As ligações com menos minutos, as chamadas de vídeo menos frequentes, e as mensagens foram diminuindo até, aos poucos, se resumirem a nada.
Ele precisava seguir em frente e permitir que também seguisse, como ela provavelmente já tinha feito. Ela era uma mulher forte e independente, não esperaria por ele para sempre.
tentava não pensar nisso, mas era quase impossível. Cada vez que abria seu Instagram, havia uma nova foto adicionada ao story dela, sorrindo ou ensaiando para uma coletiva de imprensa. Ele estava, sim, triste por tudo ter acabado daquele jeito, mas não podia negar que estava completamente orgulhoso dela.
Desde o dia em que a ouviu cantando em seu apartamento, soube que o mundo seria pequeno para tanto talento e personalidade.
terminou o cigarro e voltou para o estúdio, onde estavam ensaiando. Precisava se recompor antes que sua tour começasse.
Os cabelos antes vermelhos agora já estavam de volta ao preto, mas apenas isso havia mudado. continuava o mesmo esquisito que se doava de corpo e alma à sua música e aos seus fãs, que cresciam a cada dia. Ele estava finalmente vivendo o sonho de infância.
Assim que chegou em seu apartamento, foi direto para o banho. Em seguida, pediu uma pizza, jogou-se no sofá e ligou a televisão apenas para que o som das palavras soltas ocupasse o espaço e acabasse com o silêncio que o incomodava.
Rolava pelo feed de suas redes sociais quando algo na TV lhe chamou a atenção.
— "A cantora anunciou em uma coletiva de imprensa esta tarde que os fãs ingleses podem reservar uma data em seus calendários para finalmente poder ouvi-la ao vivo!"
"Hoje à tarde, ela anunciou datas para shows pequenos no mês que vem. Não demorou muito para os principais shows esgotarem. Mas não é para menos: com uma linda voz e um carisma que conquista qualquer um, vem crescendo e se tornando um nome forte na indústria da música."
E, mais uma vez, o destino estava fazendo sua jogada. não poderia deixar essa oportunidade passar. Ele precisava tentar, mesmo que fosse à toa.
Viu um story no perfil de com o anúncio da mini tour pela Inglaterra e aproveitou para mandar uma mensagem.
"Então quer dizer que finalmente decidiu visitar a terra da rainha? Se precisar de um guia turístico, mesmo que não dos melhores, pode me ligar! 😉"
Assim que enviou a mensagem, seu coração parecia que sairia do peito. Por sorte, a campainha soou, despertando-o de um iminente ataque de ansiedade.
Pegou sua pizza e voltou para a sala. Colocou um filme e aproveitou o seu banquete.
Um tempo depois, seu celular vibrou, indicando uma nova mensagem. Era ela.
"Com certeza precisarei. Minha agente é ótima, mas não acho que seria a melhor companhia para uma tour pela cidade. 😂
P.S.: Estou com saudade."
não conseguiu controlar o sorriso ao ler a mensagem. Respondeu, e logo ela respondeu de volta. E assim voltaram a trocar mensagens. Talvez isso fosse um bom sinal.
Em uma das idas ao estúdio para acompanhar na finalização do álbum, ela conheceu sua agente, e desde então, algo que ela já não esperava mais aconteceu: seu sonho de cantar suas experiências e sentimentos em um palco havia se tornado realidade.
O primeiro single foi um grande sucesso, e não demorou muito para que conquistasse alguns fãs. Agora estava divulgando seu primeiro EP. Se alguém dissesse que isso aconteceria há alguns meses, ela jamais acreditaria.
Mas, infelizmente, nada era perfeito. Há seis meses, havia voltado para Londres, e desde então tudo desmoronou entre os dois. Sentia sua falta todos os dias, mas sabia que não poderia esperar que desse certo, não com ele do outro lado do oceano e cercado de mulheres lindas ao seu redor.
decidiu não ficar pensando nisso e focar apenas em sua carreira, que, ao contrário de sua "vida amorosa", estava indo melhor do que nunca.
Chegou em casa e se jogou na cama, estava cansada. Passar tanto tempo em frente a repórteres e sorrindo para fotos era bastante cansativo, mas necessário.
Ouviu o celular sinalizando uma nova mensagem. Era . Uma eletricidade percorreu seu corpo, arrepiando-a. Sentia falta dele.
Ela não costumava ser o tipo de pessoa que se apegava a alguém. Tinha alguns ficantes fixos às vezes, mas geralmente nem se lembrava com quem havia passado a noite após uma boa festa. E ela realmente não se importava com isso.
havia sido o primeiro homem em muito tempo por quem ela realmente sentira algo. Mas tentava não pensar nisso, embora tivesse ficado feliz com a mensagem que recebera.
estava terminando de fazer o jantar quando a campainha tocou. Achou estranho, pois não estava esperando ninguém.
Ao abrir a porta, deparou-se com Robert encostado no batente.
— Olá, sentiu minha falta? — ele sorriu.
— Robert? Nossa, quanto tempo! Entra. — ela sorriu e abriu a porta para que ele passasse.
Não via Robert desde que começara a sair com . Robert costumava ser seu ficante fixo naquela época: algumas noites de sexo casual para aliviar a tensão e a carência, e nada mais do que isso.
— Andei te vendo em alguns jornais e revistas. Finalmente o mundo pôde conhecer seu talento. — ele sorriu e tirou a jaqueta.
— É muito maluco pensar em como tudo mudou tão rápido. Mas e você? O que anda fazendo?
Ficaram conversando por um tempo e jantaram juntos. Robert era um cara legal, mesmo não tendo muito em comum com .
Ele era advogado, mas não daqueles que eram um porre. Apenas havia seguido a carreira da família. Isso, no entanto, não o impedia de quebrar algumas regras em suas noites de folga.
— Tá a fim de ir beber alguma coisa naquele pub que costumávamos ir? — ele perguntou.
— Não sei, Rob. Estou um pouco cansada. — ela fez uma careta, e realmente estava.
— Vai… por favor! Pelos velhos tempos. — ele fez bico como uma criança implorando por um brinquedo novo. deu risada e balançou a cabeça.
— Tá bem, tá bem. Mas não posso voltar muito tarde!
A desvantagem de morar sozinho era acordar e o café ainda não estar pronto, mas não era uma tarefa tão difícil de ser feita.
Ligou a cafeteira e pegou seu celular para checar as notificações e algumas mensagens.
Em um dos feeds, pôde ver uma foto provavelmente tirada por algum paparazzo de com um homem em um bar. Os dois riam juntos. Era tudo bom demais para ser verdade mesmo.
Tentou não encanar com isso, mas a curiosidade falou mais alto. Em outra foto, na qual o rosto do homem aparecia, pôde ver que era aquele homem que estava sempre saindo do apartamento dela quando se conheceram: o tal Robert, seu último caso antes de .
lhe contara uma vez que ela e Robert eram amigos que decidiram evoluir para uma amizade colorida, um relacionamento casual sem rótulos.
Aparentemente, ela tinha realmente seguido em frente, e ele ali, criando esperanças. Mas ela não tinha culpa. Quem havia decidido deixá-la para voltar para o outro lado do oceano fora ele, e agora teria que arcar com as consequências.
Encheu uma xícara de café e acendeu seu cigarro. Ligou a TV e deixou em um filme aleatório. Tentava tirar de sua cabeça todos aqueles sentimentos que estavam em seu peito.
Hoje seria o primeiro show da nova turnê. Ele não poderia ficar com essas coisas na cabeça, precisava pensar em seus fãs e no quanto eles estavam animados com isso. Seus fãs sempre o faziam se sentir melhor; sabia que eles sempre estariam lá por ele.
Iria almoçar fora com seu amigo e também guitarrista, já que teriam ensaio na parte da tarde antes do primeiro show. decidiu arrumar um pouco a bagunça da casa antes de começar seus afazeres.
O show foi um sucesso. Todos os planos para a turnê e as montagens de palco haviam dado certo, e isso era incrível. Os fãs cantavam junto com ele todas as músicas novas. Nada no mundo o fazia mais feliz do que isso.
era uma pessoa extremamente ansiosa e elétrica. O palco era o lugar onde ele podia ser ele mesmo e liberar toda essa energia que tinha dentro de si.
No camarim, todos comemoravam e parabenizavam pela estreia. Até mesmo seus pais estavam lá em meio ao caos que eram os bastidores de um show.
Ele amava cada pequena parte disso tudo. A parte de ter a imprensa sempre em cima de você e paparazzi por todo canto era um incômodo que ficava pequeno perto de todo esse amor.
O pessoal decidiu que iriam para um pub comemorar e estender a festa. Era sábado à noite, o dia perfeito para isso. Antes de sair com o resto do pessoal para a after party, parou um tempo para dar atenção aos fãs que ainda o esperavam do lado de fora.
Muitos perguntavam se havia alguma chance de ele e se apresentarem juntos durante a vinda dele. A única coisa que ele respondia era: "Estou vendo isso, quem sabe", mas, na verdade, ele gostaria de dizer: "Talvez não, porque eu sou um babaca que perdi uma mulher perfeita, mas talvez ela seja melhor que eu".
Depois que falou com todos, entrou no carro com os amigos e foram para um pub. Lá, encontraram o restante do pessoal da equipe e mais alguns convidados.
Beber até o mundo começar a rodar lentamente era o objetivo da noite. Entre cervejas e shots de tequila, uma amiga de seu guitarrista veio conversar com . Ela era muito bonita e legal também.
Muitas cervejas e risadas depois, a garota o implorou para dançar com ela. Ele sabia onde isso iria chegar, mas não se importava. Afinal, já havia seguido em frente, não é mesmo? Por que não seguir também?
Ele passou os braços pela cintura da loira à sua frente e a puxou para perto. Assim que ela entrelaçou os braços em seu pescoço, o puxou para um beijo intenso. não hesitou, apenas se deixou levar.
"Then we slide into the arms of someone else In disguise, we get a little better at controlling ourselves around midnight But then we slide into the arms of some, someone else"
O avião de havia acabado de pousar. Ao sair do aeroporto, deparou-se com alguns fãs à sua espera. Era uma loucura. Ela estava do outro lado do oceano, e havia pessoas que amavam seu trabalho a ponto de esperá-la em um aeroporto.
Há meses, ela nem sonhava em tocar em algum lugar que não fosse o barzinho onde seu amigo trabalhava.
Seu dia seria lotado; havia muitas entrevistas marcadas e, à noite, o primeiro show.
Era muito cansativo, ela não podia negar. Mas o carinho que recebia em troca era uma ótima recompensa.
Entre uma entrevista e outra, ela finalmente conseguiu um tempo para almoçar e resolveu fazer isso no quarto do hotel.
Decidiu tentar falar com . As coisas não haviam terminado da melhor forma, mas também não tinha sido das piores. Ela sentia sua falta.
Mandou uma mensagem convidando-o para o show e deixou seu nome na lista do backstage.
Deitou-se um pouco para ver TV até que chegasse o horário da próxima entrevista. Nada de uma resposta de . Talvez ele tivesse realmente seguido em frente. Então, decidiu que se concentraria apenas na sua estadia e nas tarefas dos próximos dias.
A casa de shows estava lotada. Não era um lugar muito grande, mas todos os ingressos haviam sido vendidos. estava feliz e, ao mesmo tempo, nervosa.
Todo o nervosismo desaparecia assim que colocava o pé no palco. A energia emanada pela multidão era completamente contagiante. Ter todas aquelas pessoas cantando letras que um dia haviam sido apenas desabafos silenciosos sobre sua vida era algo surreal.
Ela não fazia ideia do quanto era conhecida até subir em um palco e ver todos cantando suas músicas. Mas nada nessa coisa de fama importava. A verdadeira emoção era saber que mais pessoas se sentiam daquela forma, que mais pessoas partilhavam das mesmas dores e tristezas. Ela sabia como era estar do outro lado, como estar entre eles, quando estava com . Sentir isso era, por si só, incrivelmente poderoso.
Ao final do show, foi direto para o camarim. Estava exausta e sem fôlego. Cumprimentou todos da banda, agradecendo pelo show. Um a um, eles foram saindo, voltando para a van que os levaria até o hotel. ficou para retocar a maquiagem e arrumar o cabelo antes de atender os fãs que a esperavam na porta dos fundos.
Estava distraída quando ouviu uma batida na porta. Achou estranho, pois todos costumavam se anunciar e entrar.
— Pode entrar. — disse, sem se virar em direção à porta.
— Licença. Está muito ocupada?
Aquela voz... Não era quem ela esperava ver. Era ele.
— ? O que faz aqui? — ela sorriu, correndo em sua direção e envolvendo-o em um abraço apertado.
— Recebi seu convite e decidi fazer uma surpresa. — ele riu baixo e a apertou em seus braços. Como sentira saudade daqueles braços.
— Achei que não queria mais falar comigo. Você não respondeu minha mensagem. — ela o soltou e colocou o cabelo atrás da orelha. — Mas, enfim, como você está?
— Com saudades de você. — ele sorriu e a encarou. — Está muito ocupada ou ainda tem um tempinho para um velho amigo que vacilou muito e quer se redimir?
Ele fez uma careta que a fez rir baixo.
— Sempre vou ter um tempo pra você, .
Assim que o carro estacionou, pagou o motorista, desceu e abriu a porta para , que sorriu em agradecimento.
O restaurante era grande e parecia ser um lugar mais requintado. A iluminação era à luz de velas, tudo muito bonito. Assim que entraram, o garçom os guiou até uma mesa ao fundo, em um canto mais reservado.
— Você já tinha tudo isso planejado? — perguntou assim que se sentaram.
— Bom… o "não" eu já tinha, né? Não custava nada deixar tudo preparado e tentar. — ele deu risada. — Fora que aqui é um dos melhores restaurantes de Londres. Não podia deixar você passar por aqui sem visitá-lo.
— Hmm, gostei disso. Está se convidando para ser meu guia turístico? — ela o encarou com as sobrancelhas arqueadas, o fazendo corar.
— Bom, eu nasci e cresci aqui, estou com tempo livre… Quem melhor do que eu para fazer este papel? — ele abriu os braços, fazendo-a rir. — A não ser que seu namorado esteja aqui e prefira ir com ele.
— Namorado? Que história é essa, ? — ela riu, confusa.
— Eu vi umas notícias há algum tempo, você com aquele cara que eu sempre via saindo do seu apartamento antes de nos conhecermos… Não lembro o nome dele.
— O Robert? Não, ele não é meu namorado. Ele era meu casinho antes, mas não temos mais nada. A gente só saiu algumas vezes porque temos amigos em comum. — ela deu de ombros.
— Ah, entendi. Bom saber. — ele piscou para ela, que sorriu balançando a cabeça.
Pediram o jantar e continuaram conversando. Era como se o tempo não tivesse passado para os dois, como se nenhuma despedida tivesse acontecido, nenhuma lágrima derramada. Apenas os dois, sendo eles mesmos. Como sempre havia sido.
— Vai, agora me conta. Como é ser uma das mulheres mais famosas da atualidade? — perguntou, pegando um pedaço da torta de chocolate que dividiam.
— Deixa de ser exagerado, . — ela riu. — Não chego a tudo isso, mas tem sido incrível, cada segundo. Queria que tivesse visto o show, todo mundo sabia cantar minhas músicas! — ela falava rápido e animada, como sempre fazia quando estava contente. a observava com um sorriso no rosto que nem ele mesmo percebia estar lá.
— Eu estava lá. Fiquei perto do bar. Não quis atrapalhar os fãs que esperaram horas para poder ver um dos melhores shows da vida deles. — ele riu. — Sério, , eu sempre soube que você seria gigante, você é uma pessoa incrível. Mas naquele palco… eu nunca vi nada igual. Vocês faziam parte um do outro. — tinha um sorriso largo estampado nos lábios. Era tão bom ouvir aquilo.
— Você fala isso porque nunca teve a oportunidade de ir a um show seu. Você não é muito diferente. Um pouco mais maluco, talvez. — os dois riram. — O que acha de cantar comigo amanhã no show? Podemos cantar alguma música sua ou até mesmo uma do Oasis. Sei que você gosta.
— Hmm… — pareceu pensar por um minuto. — É claro que eu aceito. — ele sorriu. — Podemos cantar aquela música que cantamos no vídeo. Os fãs vão gostar, eu acho.
— É uma ótima ideia. — ela sorriu.
— Mas… eu tenho uma condição. — ela o olhou com uma expressão de dúvida. — Tem muita coisa para fazer amanhã durante o dia?
— Amanhã acho que não. Por quê?
— Então amanhã te levarei a alguns pontos turísticos importantes de Londres. Não aceito “não” como resposta. — ele sorriu, colocando um pedaço de torta na boca.
— Temos um trato, então. — ela estendeu a mão para que ele a apertasse, o que ele fez logo em seguida.
— Quer ir? Está em qual hotel?
— Estou no Four Seasons. Mas não se preocupe, eu pego um táxi.
— Não fica mais de duas quadras daqui. Quer ir caminhando?
— Pode ser. Vamos ver como é o clima noturno de Londres. — ela sorriu e se levantou.
Os dois foram caminhando lado a lado pelas ruas já vazias por ser tarde da noite. O vento frio típico das noites londrinas já se fazia presente. estava com os braços cruzados, provavelmente com frio. tirou sua jaqueta jeans e a colocou nos ombros da mulher, que sorriu ao vesti-la.
— Obrigada.
— Não por isso. — ele sorriu, colocando as mãos nos bolsos. — Senti sua falta. — disse por fim, tirando aquele nó na garganta.
— Eu também senti sua falta. Minha nova vizinha é uma mulher de 40 anos que está sempre trabalhando e gosta de música clássica. — ela fez careta, o que fez dar uma de suas gargalhadas escandalosas.
— Outro vizinho como eu você não vai ter. Não que eu seja o melhor vizinho do mundo, mas eu fazia o meu melhor.
— Você me chamava para ver filme, comer, ficar chapada… Outro assim não acho mais não. — ela deu risada, lembrando dos meses que passaram juntos.
— Foram meses ótimos. Agora eu moro sozinho em um apartamento grande, em um condomínio onde o pessoal não tem muito contato. Pelo menos não reclamam de barulho ou outras coisas.
— Não está mais com seus pais?
— Não, eu me acostumei a ter minha liberdade depois que voltei de Nova York. Não demorou muito, comprei esse apartamento e me mudei. Minha mãe reclama até hoje, mas eu não ligo. — ele deu risada, e ela o acompanhou.
— É bom saber disso. Os dois com a vida encaminhada. Parecemos mesmo dois adultos, não é mesmo? — ela disse, sem olhar para , enquanto muitas coisas passavam por sua cabeça.
— É… Só queria poder ter você na minha vida. Mas, infelizmente, sabemos que não posso. — ele disse baixo. — Chegamos. — ele apontou o prédio atrás deles.
— Não vamos falar sobre as coisas tristes, tudo bem? Quero aproveitar esses dias com meu melhor vizinho, do qual senti saudade todos esses meses. Pode ser? — ela disse, encarando-o.
— Tudo bem. — ele sorriu. — Te pego aqui amanhã às 9, combinado?
— Combinado. — ela sorriu e o abraçou.
Era tão bom tê-la novamente nos braços. não queria soltá-la, não ainda. Se pudesse, pediria para que ficasse para sempre ou para que os dois pudessem viver em um ponto neutro e serem felizes juntos.
— Até amanhã, . — ela deu um beijo em sua bochecha e caminhou para o prédio.
— Até amanhã, .
— Já estou indo, senhor pontual. — ela ouviu sua risada do outro lado da linha.
— Desculpa, eu espero se não estiver pronta, não tem problema.
— Já estou sim, já já te encontro no saguão.
Assim que desligou, terminou de passar o batom rosado em seus lábios. O delineador preto em seus olhos completava o look tão conhecido e característico de . Ela usava uma calça jeans clara rasgada e um cropped branco; nos pés, seu inseparável coturno preto. Assim que saiu do elevador, pôde ver um homem encostado em uma das paredes. A calça xadrez vermelha e preta não deixava dúvidas de que era .
— Olá, estranho. — ela disse sorrindo.
— Hey, pop star. — eles riram, e a abraçou.
— Qual o primeiro ponto do nosso tour?
— Primeiro, vamos passar em uma cafeteria. Fiquei com preguiça de fazer café, e sei que você também não tomou ainda.
— Realmente não. — ela deu risada. — Vamos, então.
Os dois foram caminhando até a cafeteria da próxima esquina. acendeu um cigarro; já era o segundo. Estava ansioso para passar o dia com .
— Você não perde mesmo essa mania de fumar antes do café, não é? — ela deu risada.
— Não. — ele riu, soltando a fumaça para cima. — Depois de tanto tempo, acaba sendo automático. Não consigo começar o dia sem essa merda. — eles riram, e apagou o cigarro com o pé. Logo em seguida, entraram na cafeteria.
Sentaram-se em uma mesa ao fundo da cafeteria, o mais longe de janelas possível. já passava despercebido por lá, mesmo sendo famoso, pois era um frequentador habitual. Mas com seria mais difícil.
Fizeram seus pedidos, e, por um tempo, foi difícil encontrar algo para falar. estava totalmente nervoso, parecia um adolescente no primeiro encontro. Esperava que esse fosse melhor que seu primeiro encontro real, que tinha sido péssimo.
— , o que acha da gente fazer um cover juntos hoje? Acho que os fãs iam gostar, e eu não posso perder a oportunidade de cantar com você aqui. — ela riu e apoiou os cotovelos na mesa.
— Seria incrível. — um sorriso largo surgiu em seu rosto. — Já sabe qual?
— Tinha pensado naquela primeira música que cantamos juntos. O que acha?
As lembranças de tocando Don’t Look Back in Anger, do Oasis, em seu apartamento em Nova York, enquanto cantava, surgiram em sua mente, fazendo-o sorrir.
— Seria uma ótima ideia. — ele sorriu. — Você cantando aquela música fica incrível. Deveria gravar. Seria um favor à humanidade. — ele disse, fazendo-a rir.
— Nossa, você é muito exagerado, ! — ela riu. — Mas, se eu for gravar, tem que ser com você.
— Convite aceito. — ele estendeu a mão para ela como se para selar um acordo. Ela apertou sua mão, e os dois riram.
Conviver com era fácil. Não precisava de voltas nem joguinhos; tudo que ele precisava era ser ele mesmo. Ela sempre tornava tudo mais simples. era espontânea e extrovertida, completamente o oposto de . Talvez fosse isso que dava tão certo entre os dois.
Ficaram conversando sobre a experiência de na Inglaterra enquanto tomavam o café. Assim que terminaram, parou um táxi para o próximo ponto do tour: o Palácio de Buckingham.
Durante o caminho, apontava lugares e contava histórias da própria vida ou da cidade. amava a forma carinhosa como ele falava de Londres; era visível que gostava de sua vida lá.
Assim que desceram do carro em frente ao Palácio de Buckingham, olhou ao redor, impressionada com o quão lindo era o lugar. O misto de modernidade com antiguidade era gigantesco e impossível de descrever em palavras. O sorriso em seu rosto falava muito mais.
pegou sua Instax guardada no enorme bolso da calça e tirou uma foto de sem que ela percebesse.
— Ei! Virou paparazzi agora, é? — ela se virou, rindo.
— Além de seu guia turístico, irei documentar toda a viagem para você guardar de recordação.
— Então vem aqui. — ela o puxou para seu lado. — Tira uma nossa.
apontou a câmera para eles, os dois fizeram caretas, e logo a foto saiu, fazendo ambos rirem.
— Vem, vamos mais para lá, que logo vai acontecer a troca da guarda.
— Aqueles caras com o chapéu preto grande? Isso existe mesmo? — perguntou, parecendo uma criança enquanto acompanhava .
— Veja você mesma. — ele sorriu e apontou os guardas em frente ao palácio.
— Meu Deus, isso é loucura. — ela deu risada.
— Nós ainda vivemos com a monarquia no comando, . Tudo aqui é uma loucura e meio antiquado. — ele riu e deu de ombros.
— Isso é o que torna tudo ainda mais incrível!
assistia a tudo com uma cara de criança entrando na Disney pela primeira vez. Logo, a troca de guarda foi encerrada, e a maioria das pessoas se foi.
— Onde vamos agora?
— Não vou falar. Mas tenho certeza de que você vai amar. — ele sorriu e parou outro táxi.
Não demorou muito, e o carro parou em frente a uma estação de trem. achou estranho.
— Nós vamos sair da cidade? — ela perguntou, com as sobrancelhas arqueadas.
— Não. Sabe onde estamos?
— Em uma estação de trem? Nós temos trem nos Estados Unidos, . — ela deu risada.
— Vocês têm trem, sim, mas não têm a estação King’s Cross, com uma certa plataforma especial. — ele mordeu o lábio, segurando o riso, ao perceber a expressão de surpresa no rosto de .
— Eu não acredito! Tem mesmo a plataforma?
— Tem, sim. Eu sabia que você ia amar. — ele deu risada. — Construíram a plataforma 9 ¾ e, desde então, ela se tornou um dos pontos mais visitados da cidade. Você, como uma boa fã de Harry Potter, não poderia deixar de tirar a foto clichê aqui.
— Ah, meu Deus, vamos logo! — puxou pela mão e caminhou rápido. Ele a acompanhou, rindo.
Assim que encontrou a plataforma, parou à sua frente e colocou as mãos na boca. Foi a vez de registrar sua reação com a câmera mais uma vez. Havia um pequeno grupo de pessoas lá no momento, o que indicava que teriam que esperar. preferiu trazê-la cedo porque sabia que o tráfego de turistas durante o dia era grande.
Logo as pessoas saíram, e eles foram até a metade do carrinho que fazia alusão à cena em que os estudantes de Hogwarts iam ao encontro do Hogwarts Express.
fez a pose, e tirou uma foto com a câmera. Depois, ela lhe entregou o celular para tirar várias outras fotos.
realmente a conhecia. Havia escolhido os lugares que sabia que seriam importantes para ela visitar.
Assim que saíram da estação, seguiram para o Madame Tussauds Museum. Neste ponto, perderam o restante da manhã. queria visitar todas as salas do local e tirar foto com cada estátua que passava, o que rendeu várias fotos bobas dos dois e até mesmo apenas de .
Fazia tempo que ambos não se divertiam assim, pareciam duas crianças soltas no parque de diversões, sem os pais para privá-los da diversão.
Para o almoço, a levou a um restaurante mais requintado e famoso no centro da cidade. Obviamente, eles não estavam vestidos para tal ocasião, mas isso não foi um problema para nenhum dos dois, e havia feito as reservas na noite anterior.
Após o almoço, foi o momento de visitar os clichês da cidade, como o Big Ben e a Tower Bridge. Eles passaram um longo tempo caminhando pelo centro londrino e aproveitando o clima nublado. Era uma boa época para se estar de visita.
Já se aproximava do fim da tarde quando chegaram à London Eye. havia guardado o passeio para o final do dia, justamente para que pudessem ver a cidade inteira sob a luz do pôr do sol.
Assim que atingiram o ponto mais alto, se aproximou do vidro da cabine. parou logo atrás, tirando uma foto em que podia-se ver e, ao fundo, alguns prédios de Londres com o céu colorido à sua frente. Ela se virou sorrindo, e ele se aproximou.
— Obrigada por esse dia. Você é um ótimo guia turístico. — disse ela, rindo.
— Eu disse que seria. Fico feliz que tenha se divertido. — ele sorriu de volta.
— Me diverti como há tempos não fazia. É tudo tão mais fácil quando estou com você. Parece que não preciso me preocupar com meu comportamento ou com o que vou falar. Posso apenas ser, e está tudo bem, sabe?
— Isso é porque eu me sinto da mesma forma. Podemos ser nós mesmos quando estamos juntos; ninguém vai julgar. E isso é incrível, não tinha sentido isso com ninguém.
— Eu também não. — ela suspirou e voltou a olhar para a cidade. — Senti sua falta, . Parei de escrever porque meu coração ficava cada vez mais apertado por não saber quando te veria de novo. — falou baixo, com a voz meio embargada, tentando não transparecer todo o sentimento.
— Eu me senti assim também, mas, quando você parou de escrever, achei que tinha encontrado alguém melhor. E logo saiu aquela foto sua e do Robert juntos. Aquilo, para mim, foi como um sinal de que eu devia seguir em frente e parar de te prender. — disse ele, olhando para as mãos. Não havia confessado isso a ninguém.
— Sabe o que é pior? — ela se virou para ele. — Eu tentei seguir em frente, mas não consegui. Toda hora minha mente voltava para algum momento em que estávamos juntos rindo de alguma bobagem ou para o dia em que você vestiu minha saia. — eles riram.
— E isso é ruim? — ele perguntou, temendo a resposta, mas precisando saber.
— Sim, porque eu sabia que não podia pedir para você voltar, mas também não conseguia sair de lá e vir morar aqui com você. O pior de tudo era não te ter por perto. Tudo o que acontecia era você quem eu queria contar, não alguém que estivesse ao meu lado.
— Desculpa ter te feito passar por isso.
— Ei. — ela segurou o queixo de , fazendo-o olhar para ela. — Não vamos estragar nosso dia perfeito falando dessas coisas, tá bem? Vamos aproveitar esse pôr do sol e, depois, vamos para o hotel. Preciso me arrumar para o show, e o senhor também. Vem cá. — ela sorriu, abrindo os braços.
sorriu e a abraçou pela cintura, encostando a cabeça na curva do pescoço dela, mesmo sendo mais alto. Era tão bom tê-la ao seu lado de volta, mesmo que fosse por pouco tempo.
Algum tempo depois, já estavam na porta do hotel de .
— Te vejo mais tarde? — ela perguntou.
— Estarei lá, e com meu violão para a nossa apresentação. — os dois riram.
— Até depois. — ela depositou um beijo no rosto de , que fez o mesmo.
— Até depois, . — ele sorriu e esperou ela entrar antes de voltar para seu apartamento.
Ele sorriu e caminhou na direção de , que o recebeu com um sorriso largo e um abraço.
— Achei que não vinha mais. — ela disse, soltando-o do abraço.
— Fiquei com medo de chegar cedo demais. — ele riu. — Quer ensaiar antes ou vamos na sorte?
— Confio no nosso potencial. — ela deu de ombros e riu. — Vai assistir daqui do backstage?
— Vou sim, quero ver a magia acontecer bem de perto hoje. — ele riu.
— Bobo mesmo. Bom, vou indo. Até depois. — ela deu um beijo na bochecha de , bem próximo à boca, e caminhou até o palco com a banda.
deixou o violão em um dos sofás do camarim e os seguiu. Ficou próximo ao pessoal da produção, logo atrás da cortina.
O show começou, e a multidão estourou em gritos. Era engraçado estar daquele lado do palco. Geralmente, estava ou na plateia ou na frente dele, liderando a multidão.
Ver dominando todo o palco e a plateia de perto era ainda mais incrível do que ver à distância, como havia feito no outro dia.
Depois de algumas músicas, chamou para o palco, e a plateia gritou ainda mais alto — se é que isso era possível — assim que ele entrou e os dois se abraçaram.
Dois banquinhos foram colocados no palco, um para cada um. ajustou o microfone e cumprimentou a plateia. contou sobre a música que iriam cantar e sobre a primeira vez que a cantaram juntos, arrancando gritos e suspiros da plateia.
Logo, começou a tocar os acordes de Don’t Look Back in Anger, e começou a cantar. A música ficava ainda mais incrível na voz dela. sorria enquanto a olhava e logo começou a cantar junto.
Os olhares dos dois se cruzavam a cada minuto, às vezes até mesmo os fazendo esquecer de toda a plateia que estava ali os ouvindo.
Assim que a música acabou, se despediu, voltou para o backstage e ficou lá até o fim do show.
Todos saíram eufóricos do palco. estava sentado no sofá esperando conversar com a banda e o agente. Logo, ela caminhou até ele.
— Fomos incríveis esta noite! — ela pulou em seu colo, abraçando-o apertado. riu e a abraçou.
— Você, principalmente! Obrigado pelo convite.
— Obrigada por ter aceitado. — ela beijou seu rosto e o soltou. — Vou me arrumar e logo estou livre. Quer ir jantar? A comida do hotel é ótima.
— Se não for te incomodar, eu aceito. — ele sorriu, e ela caminhou até o banheiro para retocar a maquiagem.
Não demorou muito, e ela voltou com outra roupa, já arrumada. pegou seu violão, e eles caminharam até alguns fãs que ainda esperavam na porta.
Após atenderem quase todos, entraram em um táxi e foram para o hotel. Não demorou muito para chegarem; não ficava longe da casa de shows.
Subiram até o andar em que estava, em silêncio. O silêncio não era completamente estranho entre eles; apenas não sabiam exatamente o que fazer.
— Fique à vontade. Vou pedir um jantar pra gente, tá bem? — disse ao fechar a porta e tirar a jaqueta.
— Tá bem. — tirou a jaqueta e se sentou numa poltrona.
— Prontinho. O que achou do show hoje? — disse, jogando-se na cama.
— Você é incrível, . Que bom que finalmente pode abraçar esse lado que escondia do mundo.
— Isso eu devo a você. — ela sorriu para ele, que negou com a cabeça.
— Não mesmo. Isso é tudo mérito seu. Eu só te apresentei a uma pessoa; chegar onde chegou é crédito todo e unicamente seu.
— Você sempre sabe a coisa certa a dizer, não é?
— Ah, nem sempre. — ele riu, meio sem graça. — Falo várias besteiras também.
Enquanto eles riam, a campainha tocou. O jantar havia chegado. Sentaram-se numa mesa pequena no canto do quarto e jantaram enquanto conversavam sobre suas turnês e o dia em Londres.
Assim que terminaram, sentaram-se na cama, e colocou um filme para assistirem.
— Não queria fazer essa pergunta, mas ela é necessária... — começou em um tom mais baixo e desanimado do que o usual. — Quando volta para Nova York? — ele a olhou, ouvindo em seguida seu suspiro.
— Amanhã, à tarde... Não queria ir, mas preciso. — ela deu de ombros.
— Fique mais um tempo. Pode conhecer mais cidades.
— Podemos não falar sobre isso agora? Não quero que fiquemos tristes.
— Tudo bem. — suspirou e encostou a cabeça na parede. ficou olhando para ele.
— Você está com o cabelo escuro, tirou o vermelho. Eu gostei, ficou muito bom. — ela sorriu.
— Esse é meu cabelo real. — ele riu. — Fiquei com preguiça de manter o cabelo diferente. Também não confiaria na minha mãe como cabeleireira. Então desisti. — ele riu.
— Eu sabia! Você é muito preguiçoso, . — ela riu.
— Que absurdo isso! — ele colocou a mão no peito, como se estivesse chocado.
— Ah, nem vem, que você sabe que é mesmo um grande folgado!
— Eu sou, é? Então você vai ver! — em um movimento rápido, começou a fazer cócegas em , que mal conseguia respirar de tanto rir.
— ... PARA! — ela gritou, em meio aos risos, já sem fôlego.
— Vai falar que sou folgado de novo?
— Não... — ela respirava fundo, e ele levantou as mãos por um tempo, rendendo-se. — Folgado. — ela disse rápido, e logo as cócegas recomeçaram.
Naquele momento, pareciam duas crianças bobas rindo até chorar. Eles eram assim: em um momento estavam falando sobre algo importante; no momento seguinte, já estavam rindo e fazendo alguma bobagem que fazia parte da natureza deles.
Assim que percebeu que ambos estavam ficando sem fôlego, ele parou com as cócegas e se jogou ao lado de na cama. O único som audível eram as risadas que escapavam hora ou outra e as respirações ofegantes.
— Você é um grande bobão, e o pior é que eu amo isso. — ela riu.
— Essa é a vantagem de estar com você. Posso ser eu mesmo, e você ainda gosta dessa versão.
— Acho que eu gostaria de qualquer versão de você, se ainda fosse você.
— O problema é que essa é a minha versão que mais gosto, e estive sem ela por muito tempo porque você não estava aqui.
decidiu ser sincero e falar o que sentia antes que fosse tarde demais. Os dois se olharam por um tempo.
— Eu senti tanto a sua falta. — disse baixinho, ajeitando o cabelo de que caía sobre seus olhos.
— Eu também.
Eles continuaram se encarando. Os olhos de passearam pelo rosto de até pousarem nos lábios dele, onde ficaram por um tempo.
Esse foi o sinal que ele precisava para acabar com a distância entre seus lábios. passou o braço pela cintura de , puxando-a para perto. O beijo era lento, mas intenso, com uma urgência escondida em algum lugar.
Ambos evitaram aquilo o máximo que puderam, mas era impossível; seus lábios eram como ímãs que imploravam para se manter ligados.
Assim que o ar se tornou necessário, separou o beijo, descendo com os lábios pelo pescoço de , que se arrepiou completamente com o toque molhado dos lábios de em contato com sua pele.
Ele apertou sua cintura e suspirou baixinho. Ela deslizou a mão pelo corpo de , puxando devagar sua camisa.
— Tem certeza? — ele perguntou, segurando sua mão.
— Eu não me importo, eu quero você.
Isso foi o bastante para que selasse seus lábios novamente. sentou em seu colo, permitindo que as mãos de explorassem suas coxas até chegarem à barra de sua blusa, que logo foi jogada para um canto do quarto. deu o mesmo destino à camiseta de .
O beijo agora era mais intenso, urgente. Seus corpos imploravam por mais; eles precisavam um do outro.
inverteu as posições, deitando na cama após desabotoar seu sutiã. Ele fez uma trilha de beijos desde o queixo da mulher até próximo aos seus seios. Ele a encarou: os olhos fechados, mordendo o lábio inferior. Ela queria mais.
começou a massagear um dos seios da mulher enquanto sugava o outro devagar, movimentando a língua. não conseguiu conter um gemido baixo que escapou de sua boca.
continuou trilhando beijos até onde a calça de o impedia de prosseguir. Logo, as peças de roupa que faltavam tomaram o mesmo rumo do restante delas: o carpete cinza no chão.
puxou para um beijo intenso, que demonstrava toda a necessidade que ela tinha de tê-lo. Ela o empurrou na cama, sentando em seu colo em seguida. Começou a rebolar lentamente, podendo sentir a ereção de ainda por baixo da boxer preta. Ele soltou um gemido baixo, fechando os olhos.
Não demorou muito para que se livrasse daquela última peça e, finalmente, se encaixassem. Ela rebolava devagar, fazendo movimentos leves. Passou os braços pelo pescoço de para conseguir mais apoio nos movimentos. Ele a abraçou pela cintura, depositando beijos e chupões em seu pescoço.
O ritmo dos movimentos de foi acelerando, assim como a respiração de ambos.
A forma como eles se encaixavam parecia perfeita. Como se um fosse feito para o outro, como se um compreendesse a necessidade do outro.
Em um movimento rápido, mas cuidadoso, ficou por cima e acelerou os movimentos, dando estocadas mais fortes, o que fez soltar um gemido que estava segurando havia algum tempo.
Não demorou muito para que ambos atingissem o ápice e caísse sem fôlego ao lado de , que não estava tão diferente.
Ficaram em silêncio por um tempo, apenas normalizando as respirações. puxou o lençol para cobrir os dois. Em seguida, se aconchegou no peito de , que a abraçou, e logo pegaram no sono.
Ele perdera o sono e resolveu ir até a sacada para acender um cigarro. A ideia de que logo iria embora e de que a relação deles se reduziria a nada novamente não saía de sua mente. pensou em várias formas de fazer dar certo, mas nunca chegava a uma conclusão. A ansiedade e o medo foram tomando conta de todo o seu corpo.
Pensou por um momento e encontrou um guardanapo e uma caneta na mesinha de cabeceira. Decidiu deixar um bilhete. Não conseguiria fazer isso pessoalmente; estava sendo um tremendo covarde babaca, e sabia disso.
Vestiu suas roupas e saiu do quarto, tomando cuidado para não acordar .
acordou com a luz do sol invadindo o quarto. Finalmente, um dia ensolarado em Londres. Sentou-se na cama e ajeitou os cabelos bagunçados.
– ? Cadê você? – ela olhou pelo quarto à procura do rapaz. Mas tudo o que encontrou foi um bilhete no travesseiro ao seu lado.
"Desculpa por estar sendo um grande covarde, mas eu não aguentaria outra despedida. Espero que um dia a gente se reencontre e você me perdoe."
ficou completamente sem reação. Queria chorar, gritar e perguntar a o que acontecera. A noite anterior havia sido incrível. Por que ele faria aquilo?
Ela se permitiu derramar apenas algumas lágrimas durante o banho. Tinha compromissos pela manhã e não podia se atrasar por algo desse tipo.
Ela não estava exatamente brava com , mas sim decepcionada. Não esperava que aquela viagem acabasse assim para os dois.
se arrumou para as entrevistas e resolveu mandar uma mensagem para . Estava, sim, muito triste, mas não deixaria aquilo acabar sem explicações. Ele não iria fugir de suas responsabilidades, não dessa vez.
O celular de soou, anunciando uma nova mensagem. Era . Ele não sabia o que responder ou o que dizer. Dentro de si havia um completo emaranhado de pensamentos e sentimentos que nem ele mesmo conseguia entender.
Ele já tinha se relacionado com outras pessoas antes, já tinha namorado outras pessoas antes, mas nada havia sido como o que sentia por .
Tudo com ela era tão fácil de acontecer, tudo tão intenso e rápido. E, ao mesmo tempo, tudo era complicado demais por algum motivo.
passou o dia todo em meio a cigarros e pensamentos confusos. Ele precisava encontrar uma forma de consertar tudo isso. A única certeza que ele tinha era que queria em sua vida. E precisava fazer algo logo, pois sentia que ela estava escapando de suas mãos mais uma vez.
O relógio marcava sete da noite. estava jogada em sua cama; havia chegado há pouco tempo de todos os seus compromissos do dia. As malas já estavam arrumadas no canto do quarto.
não respondera sua mensagem, nem ligara. Ela entendeu o recado. Por mais difícil que fosse, não correria atrás dele desta vez.
Resolveu tomar um banho para relaxar. Estava exausta e com a cabeça cheia demais. Um banho de banheira resolveria isso.
Depois de um bom tempo relaxando na banheira, vestiu uma roupa confortável e fez o pedido de seu jantar. Estava morta de fome.
Sentou-se na cama e procurou algum filme para assistir na TV. Não estava com sono, então precisava de algo para ocupar sua mente.
Logo ouviu batidas na porta. Levantou rapidamente; devia ser seu jantar.
Surpreendeu-se ao encontrar , com o rosto pálido e olheiras fundas, os cabelos bagunçados e um violão pendurado no ombro.
— Você já deixou bem claro que não quer mais nada. Vai embora. — ela tentou fechar a porta, mas, antes que isso acontecesse, colocou o pé na frente para que ela não se fechasse.
— Por favor, me deixe explicar. Eu preciso te falar algumas coisas. Prometo que depois eu te deixo em paz. — ela hesitou por um momento, mas abriu a porta para que ele pudesse entrar.
Assim que entrou no quarto, ela parou de frente para ele e cruzou os braços.
— Disse que queria explicar. Pode começar. Mas pula a parte de ser um babaca e covarde, porque essa eu já sei, ficou bem clara.
— Sim, eu fui mesmo. Mas estava confuso e com medo de te perder de novo. Não tiro sua razão de estar brava comigo; eu provavelmente não olharia na minha cara se fosse o contrário. Mas você sabe que sou péssimo com palavras e em me expressar. Passei o dia todo hoje pensando em como fazer isso. A única forma que encontrei foi pela música. Se me permitir, queria cantar uma que escrevi para te dizer por que fugi. — ele suspirou. O medo de não ter a chance era grande.
— Tudo bem, mas é a sua última chance. — ela sentou-se na cama.
tirou o violão de sua case e o pendurou no ombro pela alça. Respirou fundo e começou a dedilhar alguns acordes.
All I learned growing up was that love chewed me up
Tudo que aprendi crescendo foi que o amor me mastigava
Spit me out on the pavement next to the cuts
E me cuspia na calçada ao lado dos cortes
And the blood that my mum and dad would
E do sangue que minha mãe e meu pai iriam
Always take out on each other
Sempre descontar um no outro
Only thing that I knew that a love could lead me to
A única coisa que eu sabia onde o amor poderia me levar
Was protecting my sisters from all the cuts
Era protegendo minhas irmãs de todos os cortes
And the blood that my mum and dad would
E do sangue que minha mãe e meu pai iriam
Always take out on each other
Sempre descontar um no outro
Sweetheart, you are
Querida, você está
Changing my mind
Mudando minha mente
Sweetheart, you are
Querida, você está
Changing my mind
Mudando minha mente
Nobody taught me how to love myself
Ninguém me ensinou como me amar
So how can I love somebody else?
Então, como posso amar outra pessoa?
There ain't no excuses
Não tem desculpas
I swear that I'm doing my best
Eu juro que estou fazendo o meu melhor
Nobody taught me how to love myself
Ninguém me ensinou como me amar
So how can I love somebody else?
Então, como posso amar outra pessoa?
I'm so new to this
Eu sou tão novo nisso
I swear that I'm doing my best
Eu juro que estou fazendo o meu melhor
I won't let you down
Eu não vou te decepcionar
I won't let you down
Eu não vou te decepcionar
cantava de olhos fechados, com medo de abri-los e encontrar a mesma expressão de decepção que tinha segundos antes. apenas o observava, tentando absorver todas aquelas informações novas para ela.
Standing there, you look at me
Parada aí, você olha para mim
Understanding everything
Entendendo tudo
Yeah, it's so fascinating
Sim, é tão fascinante
You patch up the blood and the cuts
Você remendou o sangue e os cortes
But our blood got mixed up
Mas nosso sangue se misturou
So I guess we belong to each other
Então eu acho que pertencemos um ao outro
Sweetheart, you are
Querida, você está
Changing my mind
Mudando minha mente
Sweetheart, you are
Querida, você está
Changing my mind
Mudando minha mente
Nobody taught me how to love myself
Ninguém me ensinou como me amar
So how can I love somebody else?
Então, como posso amar outra pessoa?
There ain't no excuses
Não tem desculpas
I swear that I'm doing my best
Eu juro que estou fazendo o meu melhor
I won't let you down
Eu não vou te decepcionar
I won't let you down
Eu não vou te decepcionar
I won't let you down
Eu não vou te decepcionar
I won't let you down
Eu não vou te decepcionar
Assim que terminou de tocar, guardou o violão na case, colocou as mãos nos bolsos e olhou para pela primeira vez desde que começara a tocar. Ela limpava o rosto, provavelmente enxugando algumas lágrimas que caíram involuntariamente.
— Desculpa, não queria te fazer chorar nem te deixar triste. — ele disse em voz baixa, indo até ela e se agachando para ficar na mesma altura.
— A música é linda, , muito mesmo. Mas eu não sei o que fazer, não consigo encontrar uma forma de fazer isso dar certo. — respondeu com a voz ainda embargada.
— Não pensa nisso. Só me diz uma coisa: você quer ficar comigo? — segurou as mãos de e a olhou nos olhos.
— É claro que eu quero, , mas... — antes que pudesse continuar, a interrompeu.
— Sem "mas" dessa vez. A gente quer ficar junto, então vamos fazer dar certo. Eu vou embora para Nova York, e, às vezes, voltamos para cá para ver minha família.
— Você teria coragem de fazer isso por mim, ? Quer dizer, por nós? — ela o encarou com um misto de felicidade e medo.
— Se tem uma coisa que percebi nesses dias que você passou aqui comigo, é que não quero ficar sem você. Para mim, já não dá mais para ficar longe de você. Eu te amo, e é isso que importa. Minha carreira continua a mesma, independente do lugar. Eu só quero ter você do meu lado. — afastou o cabelo do rosto de , que sorria enquanto deixava algumas lágrimas caírem.
— Eu também te amo e não quero mais ficar sem você. — respondeu , puxando-o para um abraço apertado.
Nesse momento, já não conseguiu conter sua felicidade e as lágrimas que começaram a cair.
— É tão bom poder finalmente dizer e ouvir isso. Sinto isso desde que te deixei em Nova York, só não sabia o que era. Nunca senti nada assim antes, nunca tão forte como sinto por você.
— É tão bom poder ouvir isso. — disse , sorrindo e passando as mãos pelos cabelos bagunçados de . — Eu sinto o mesmo. Só tinha medo de dizer em voz alta. Quando falamos, passa a ser mais real, e isso me assustava, mas não mais.
— Então é isso? Juntos até o destino separar?
— Olha... se o oceano e o tempo não conseguiram fazer isso, acho que o destino vai ter que se esforçar demais para nos separar. Mas posso ser sincera? Eu espero que ele nunca consiga.
Os dois riram e selaram os lábios em um beijo calmo, um gesto que expressava todos os sentimentos de forma mais simples.
FIM
Nota da autora: É isso pessoal, com essa cena fofa encerro a história deste casal que me conquistou a cada capítulo. Eu espero que vocês tenham gostado de ler essa fic, tanto quanto eu gostei de ter escrito! Obrigada por acompanhar essa história 💕
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