Revisada por: Polaris 👩🏻🚀
Última Atualização: Fanfic FinalizadaBoa leitura <3
São mais difíceis de esconder do que pensei
Talvez eu só queira ser seu”
I Wanna Be Yours — Arctic Monkeys
Hightower expressava toda a sua impaciência nos ouvidos de sua amiga durante o banquete do festival da colheita. Estava curtindo a comida, isso era inegável, porém a antecipação para o baile de máscaras a consumia. Isso, e algo mais. Olhou pela milésima vez para o outro lado do salão. Até agora não conseguia acreditar que o príncipe Daeron Targaryen havia vindo, mas lá estava ele, sentado e conversando com Gwayne Hightower, o irmão dela.
A presença do segundo era esperada, afinal, esse era o festival para celebrar a chegada do ano 129 depois da Conquista de Aegon. Os Tyrell, como protetores do Sul, costumavam sediar o festim e o baile de máscaras, e muitas casas da Campina enviam seus representantes. Mas Daeron? Sim, ele passara muitos anos em Vilavelha, como copeiro do Lorde Hightower, porém não havia nem pensado na possibilidade. Não o via há seis anos, desde aquele dia, quando tinha onze anos e partira com Gwayne para Jardim de Cima. Quando chegaram aqui, era o 18º dia do nome de Tyrell. Foi então que se tornara dama de companhia dela.
O que mais doera em seu coração ao se mudar para a sede dos Tyrell foi se afastar de Daeron, que era seu amigo, e também de seu irmão. era a filha mais nova de Otto Hightower — atual Mão do Rei Viserys I — e Lady Alerie. Mas sua mãe morrera em seu parto e, por isso, sua irmã Alicent, a Rainha dos Sete Reinos, não a perdoara. Gwayne, no entanto, sempre estivera lá por ela.
— ! — Ela estalou os dedos na frente da melhor amiga. — Não ouviu nada do que eu disse, não foi?
Riu daquilo. Já estava há uns dois minutos sem falar, mas a garota Tyrell permanecera calada há muito tempo. sabia o motivo: a mãe e a tia dela planejavam formar uma aliança de casamento para ela ainda esta noite e, apesar de desejar casar-se, não queria um homem velho demais. não podia deixar de concordar. Seria nojento, e não merecia isso.
Depois de passarem seis anos juntas, haviam se tornado confidentes, apesar de ser sete anos mais velha. encontrara em um conforto familiar que não tinha com ninguém de sua família exceto seu irmão Gwayne. E era por isso que não desaprovava os olhares que e ele trocaram o tempo todo durante o festim. Enquanto comia e tomava devagarinho sua taça de vinho, aproveitou para olhar os dois também. Diferente de , que mantinha o olhar de Gwayne, ela não conseguia manter o olhar de Daeron. Sempre acabava sentindo o rosto esquentar e olhava para outro lugar qualquer. Talvez quando fosse mais velha conseguisse agir mais como .
— O que foi? — perguntou baixinho. — Você está um pouco estranha.
— Talvez seja porque você fica me ignorando enquanto sonha acordada, minha lady — brincou ela.
— Eu não estava ignorando você, querida , eu estava só… sonhando acordada — confirmou, roubando as palavras da amiga, e então riu. — Ora, vamos lá! Você estava toda pensativa aí e me encarando.
— As coisas não passam despercebidas por você, não é? — riu também. — Nem parece que me deixou falando sozinha antes.
— O que está te incomodando, ? — tocou a mão dela de um modo tão fraternal que seu coração se aqueceu.
— Não tem nada me incomodando — respondeu a verdade. — Eu só estava pensando que, talvez quando eu envelhecer um pouquinho mais, me torne um pouco mais parecida com você.
— Então era por isso que estava me olhando daquele jeito? Estava me admirando? — A garota mais velha sorriu. — Sinto-me lisonjeada, de verdade, mas não precisa empenhar-se com tanta avidez em ser como eu. Sabe bem como não sou tão perfeitinha quanto deveria. Além do mais, você é incrível do jeito que você é. Eu a considero como minha irmãzinha, e nem é porque já beijei seu irmão.
Aquilo arrancou uma gargalhada de , que chamou a atenção dos convivas próximos. abaixou a cabeça e focou em comer. Sabia que havia corado outra vez, agora pela vergonha de seu rompante. Esse era um bom jeito de tirar os olhos de cima dela. Ficou assim por um tempinho até ver que encarava Gwayne outra vez, sem nem disfarçar.
— Ah, minha querida . Se continuar olhando para o meu irmão desse jeito, todo mundo vai pensar que há algo acontecendo entre vocês dois.
— ! Fale mais baixo, por favor, sim? — Dessa vez foi ela quem ficou com as bochechas rosadas. — É só que… Bem, eu não vejo Sor Gwayne desde quando ele lhe trouxe para ser minha dama de companhia, e ele não é ruim de se olhar.
— Já deixou bem claro que é ele é bom de se olhar — provocou. — Aquela foi uma noite bem agitada para você, não foi? Pelo que parece, Gwayne também se lembra.
— Então você acredita que seu irmão se lembra do beijo. — arqueou as sobrancelhas, mas não viu, pois seus olhos estavam sobre seu irmão e seu sobrinho. — E você, hein? Acha que não percebi que você tem uma queda enorme pelo nosso príncipe?
congelou. Sabia que estava sujeita a esse tipo de provocação. sabia da sua quedinha pelo príncipe Daeron.
— Ele é um príncipe muito bonito. — Tentou soar o mais inocente possível. — Não pode me julgar por falta de sutileza, minha lady. Está olhando para Gwayne o banquete inteiro como se estivesse morrendo de vontade de arrastá-lo para um canto isolado e fazer dele o seu próprio festim pessoal.
ficou chocada e recorreu aos bons modos, o que fez rir muito. Elas continuaram conversando sobre o desejo da amiga por Gwayne. A garota Hightower descobriu que achava divertido ver levemente envergonhada pelo modo como olhava para o irmão dela, mas não conseguia parar de rir, até que a outra acabou rindo junto.
— Não tirou os olhos de lady desde que nos sentamos — disse ele. — Ainda tem uma queda por ela depois de todos esses anos?
O tio começou a resmungar de maneira divertida sobre ter feito a burrice de ter contado ao seu sobrinho sobre o beijo que compartilhara com Tyrell no passado. Era certo que Daeron não iria parar de relembrá-lo daquilo. Tinha dezesseis anos, afinal de contas, isso fazia parte da sua natureza. Ainda assim, ele se importava com o tio, então após debochar mais uma vez, dizendo que ele claramente ansiava por lady como um cavaleiro apaixonado das canções, sugeriu:
— Por que simplesmente não conta a ela como se sente? Qual é a pior coisa que poderia acontecer?
— Ah, eu não sei… — Revirou os olhos de forma dramática. — Talvez eu acabe me envergonhando na frente dela e de todos os outros nobres daqui? Ou, pior ainda, envergonhe a ela.
— É muito fácil de te irritar, sabia? — Daeron estufou o peito, cheio de orgulho, mas não pôde deixar de olhar outra vez para as damas do outro lado do salão. — Não te culpo por não tirar os olhos dela. Lady é uma das mulheres mais bonitas dos Sete Reinos, e você já a beijou. Quem não ficaria louco por ela?
— Nem sequer pense nisso. Você é muito jovem para ela — alegou Gwayne, um tanto na defensiva.
— Não estou interessado nela. — Daeron riu. A única cujo brilho se sobrepunha ao das outras era Hightower. — Mas mesmo se eu estivesse, a idade não seria um empecilho. Ou será que não se lembra que diferenças de idade entre casais são comuns em nosso mundo?
— Está falando sobre isso por causa da minha diferença de idade com ela? — Gwayne passou a mão pelos cabelos, nervoso. — Sete infernos, sou mais de uma década mais velho.
— Pare de ser tão dramático, tio. — Daeron sacudiu a cabeça. — Você não é tão velho quanto pensa, sabia? E idade não importa quando se trata de amor. Sem contar que é uma mulher-feita há bastante tempo.
— Amor? Quem falou em amor? — Ajeitou-se no banco, claramente na defensiva. Daeron não falou nada, apenas esperou. — Esqueça , ela não é para você. E não pense que não vi você olhando para a minha irmã . Ela é apenas um ano mais velha que você, sabia? Não seria um mau casamento.
— Por que não estou surpreso de você ter percebido isso? — Balançou a cabeça. — O que há de errado em eu trocar olhares com ? Ela é uma garota adorável… ou ao menos era quando éramos crianças… e é uma mulher-feita.
— Não há nada de errado. Apenas lembre-se de que ela é minha irmãzinha. Não ouse tratá-la mal.
— Não se preocupe, caro tio. — Daeron ergueu as mãos como quem se rende. — Eu não sonharia em tratar sua irmãzinha mal. Na verdade, se tiver a chance, a tratarei como uma rainha… — Ele parou. “Rainha” lembrava sua distante mãe, a irmã de … E ele, no fim das contas, era um príncipe. Então corrigiu-se: — Não, melhor: como uma princesa.
— Uma princesa para um príncipe da coroa, então. — Gwayne riu, se divertindo.
— Exatamente. — Daeron abriu um sorriso convencido. — É perfeito, não acha? Uma combinação feita nos sete céus.
— Aposto que está dizendo isso só para me provocar. — Gwayne revirou os olhos, rindo. — Está gostando um pouco demais disso, sobrinho.
— Culpado. — Daeron encolheu os ombros. Tinha dito aquilo no intuito de soar como uma provocação mesmo, porém, quando pensava a respeito, as coisas mudavam um pouco. — Ah, Gwayne, mas você tem que admitir, é uma boa combinação, não é? — continuou. — Sua irmãzinha e um príncipe… Parece um romance saído direto de uma canção.
— E você gosta mesmo de canções, não é? — Gwayne ergueu uma sobrancelha.
— Não está sendo justo, Gwayne. Isso é um eufemismo. — Uma pitada de travessura dançou em seus olhos. — Eu amo canções. E poemas. E histórias. E tudo mais relacionado a romance.
— Eu deveria saber que você se tornaria um romântico incurável. — O tio olhou para ele com um sorriso de provocação. — Você provavelmente tem um caderninho cheio de poemas e canções dedicados à minha irmãzinha.
— Ora, não há necessidade de exageros. — Daeron corou ligeiramente. — Só porque me lembro de alguns anos atrás, quando éramos bem jovens, não significa que estou perdidamente apaixonado. Sem mencionar que é minha tia… — hesitou, pensando sobre o assunto. — Embora isso não importe muito para um Targaryen, talvez importe para uma Hightower como ela.
— Deveria, mas sua mãe mesmo casou Aegon e Helaena, não foi? — Gwayne suspirou, sem dizer o que realmente pensava a respeito. — E quanto a você, bem… Ambos sabemos que nada importa mais para você do que um rosto bonito e um belo sorriso. — Cutucou o sobrinho, provocando. — E é a imagem de uma linda donzela, certo? Com aqueles olhinhos brilhantes e o rosto corado.
— Não é só isso — Daeron disse em voz baixa.
— Ah, é? — perguntou, intrigado. — E o que poderia ser mais importante do que uma linda donzela, especialmente uma tão bela e charmosa quanto sua adorada jovem tia?
Daeron olhou para . Ela era, de fato, jovem, isso era inegável. Ainda assim, mais velha do que ele, embora fosse apenas um ano.
— O que estou dizendo é que não foi apenas a beleza dela que chamou a minha atenção — explicou-se. — Quando éramos jovens, passamos algum tempo juntos, e ela é… Ela é uma boa pessoa para se conversar. Tanto quando eu me lembro, no caso.
O garoto sentiu-se um pouco envergonhado de admitir algo assim. Jamais havia falado sobre isso para ninguém. Esfregou a têmpora. Sua cabeça agora doía enquanto sua mente dava mil e um nós com pensamentos de que talvez nem se lembrasse desses tempos.
— Entendo. — Gwayne deu um tapinha nas costas do sobrinho e expôs um sorriso gentil. — Você sempre teve um coração romântico, não é?
— Ah, qual é! Eu não sou tão romântico assim. — Daeron revirou os olhos, fingindo irritação, mas um pequeno sorrisinho o traiu. — Eu só… aprecio uma boa conversa, só isso. E sua irmã é boa nisso.
— Se você diz… — Gwayne deu um último gole em seu vinho e olhou ao redor. — Deuses, esse festim nunca terá um fim?
— Por que não fomos direto para fora? — investigou .
— Costume de anfitriã, eu diria. — franziu o cenho, ajeitando a linda máscara em seu rosto. — Tenho que ficar aqui para ser vista por um breve momento. Logo estaremos livres.
olhou ao redor e, mesmo com as máscaras sobre os olhos, foi capaz de reconhecer seu querido irmão e seu sobrinho entrando no recinto. Ela olhou para a amiga.
— Está planejando falar com o meu irmão? — perguntou à . — Ou vai ficar a noite inteira apenas trocando olhares com ele?
— Eu… — A amiga tomou um longo gole de vinho. — Não sei. Às vezes me sinto como se eu tivesse dezoito anos de novo, e não 24.
— Ora, eu tenho só dezessete e digo que vocês dois deveriam conversar. — bateu o pé e olhou de canto para os dois homens que se aproximavam.
— Ah, é? — disse . — Então eu digo que você deveria chamar o Daeron para dançar!
— Não tente mudar de assunto — reclamou ela.
bebia seu vinho quando Gwayne tocou seu ombro, a assustando. segurou o riso, afinal, diferente da amiga, vira todo o desenrolar da cena. fez uma bela cena, acusando Gwayne de quase derramar seu vinho, e o homem foi todo educado ao pedir “mil perdões” para ela.
não aguentou esperar mais.
— Irmão! — cumprimentou-o, empolgada, e jogou os braços ao redor de Gwayne.
A garoto não se importava se os modos pediam por algo menos afetivo. A convenção social não era importante para ela em um momento como aquele. Não o via há seis anos, desde a noite que ele a entregara aos cuidados dos Tyrell para se tornar a dama de companhia de lady . sentia muita falta do único membro de sua família que a amava de verdade. O ódio de Alicent e o desprezo de Otto, seu pai, não a afetavam quando seu irmão estava por perto. Gwayne amara sua irmãzinha desde o instante em que a parteira a colocou no colo dele. conhecia a história. Sua mãe fora abraçada pelo Estranho no mesmo momento em que ela viera à vida. Seu pai só conseguia se preocupar com a perda de Lady Alerie. Foi Gwayne quem esteve com ela nos primeiros momentos, no primeiro choro, no primeiro sorriso. Era dele o primeiro rosto que vira neste mundo cruel. Havia sido o próprio Gwayne quem escolhera o nome dela.
E era ele quem agora sorria, retribuindo o abraço da irmã com força. Também sentia saudades.
— É bom te ver de novo, minha querida irmã. — Despenteou os cabelos dela, lhe arrancando uma risadinha. — Cresceu tanto desde a última vez que te vi.
— Eu ia dizer “você também”, mas não, você só envelheceu mesmo. — Afastou-se dele, divertindo-se por poder fazer essas brincadeiras idiotas com ele de novo.
— Atrevida como sempre, não é? — Ele riu. — E aqui estava eu, esperando que você tivesse se tornado uma dama de verdade depois de todos esses anos.
— Bem, talvez eu deva assumir a culpa no lugar de nossa amada , já que ela é minha dama de companhia — de pronunciou. — Deveria tê-la ensinado melhor.
— Ah, então você é a responsável pelo mau comportamento da minha irmãzinha — provocou, quase sorrindo. — Analisando atentamente, é verdade: ela ficou mesmo mais ousada depois que a trouxe para se tornar a sua dama de companhia.
fez uma cena novamente, do jeitinho que ela gostava de fazer. sempre se surpreendia com o quanto a mulher era perfeita nisso. Admirava-a por suas capacidades. segurou o riso enquanto a amiga a corrigia por sua falta de modos por não cumprimentar o príncipe, mas então se deu conta de que ela mesma não tinha o feito.
— Ao menos podemos culpar o vinho em minha taça. — Voltou-se para Daeron com um sorriso cordial no rosto e fez uma pequena reverência. — Meu príncipe.
— Não há necessidade de tais formalidades, minha lady. — O garoto sorriu graciosamente. — Apenas Daeron é o suficiente.
— Ah, ele é tão educado. — Ela sorriu, olhando de canto para , que arqueou as sobrancelhas.
Então dirigiu-se a Gwayne e o cumprimentou formalmente. Apenas isso bastou para que os dois começassem a flertar descaradamente. Príncipe Daeron e Hightower trocaram alguns olhares enquanto observavam os mais velhos envoltos por inteiro na conversa. Era como se os mais novos tivessem sido colocados de lado, em seu próprio mundinho, enquanto os outros dois conversavam e flertavam. Meu irmão seria um bom casamento para , pensou , se a mãe dela gostar dele, e se ele tiver a coragem de fazer o pedido. Seu irmão e sua melhor amiga… gostaria de ver as duas pessoas que mais ama no mundo se casando. Seria perfeito. A ideia fez um pequeno sorriso cruzar seu rosto, e então ela trocou outro olhar com o belo príncipe.
Seis anos desde que os dois não se viam e nem havia usado de seus bons modos para cumprimentar o príncipe como deveria. Na última vez que se viram, Daeron e tinham dez e onze anos, respectivamente. Agora ele já era um homem-feito e ela… Ela é tão linda quanto a , mas de um jeito diferente, o garoto pensou consigo mesmo. E eu sinto falta dela, maldita seja. Levou seu olhar até a garota que agora era uma mulher-feita. Daeron não conseguia deixar de notar a maneira como o vestido a abraçava, moldando-a perfeitamente. Deuses, era impossível ignorar.
— Deuses, eu não aguento mais! — irrompeu , impaciente. Daeron não precisou de dois segundos para perceber o porquê da reclamação.
— Já se esqueceram da nossa existência — Daeron comentou, rindo.
— Vamos, meu príncipe, estamos sobrando aqui. — o cutucou. — Deveríamos deixar esses dois sozinhos.
— Tudo bem, tudo bem. — Olhou de canto para Gwayne e , que pareciam se divertir ainda mais com a situação. — Vejo você mais tarde, tio.
E então seguiu a garota, sua paixão do passado, deixando o provável futuro casal em paz para flertar como quisessem sem plateia.
— Pelos sete infernos, eu realmente não estava mais aguentando todo esse flerte deles. — Sacudiu a cabeça, levando Daeron para a pista de dança. — Eles parecem que foram feitos um para o outro. — Um pequeno sorriso cruzou seu rosto.
— Eu notei uma certa química ali. — Daeron envolveu-a em seus braços e eles começaram a dançar. — Se não fosse toda a coisa da diferença de idade, eles seriam uma combinação ideal.
— Está brincando, não é? — disse ela. — Idade é só um número.
— Eu sei, tanto que falei que para o Gwayne que isso não importa quando se trata de amor — defendeu-se. — Mas ele estava preocupado com isso. Lady não?
— Não acho que se importaria com a diferença de idade deles. É só um pouco mais de uma década. — Deu de ombros, permitindo que o príncipe guiasse seus passos pela pista de dança. Ela continuou, em voz baixa: — Deve ter ouvido falar que a mãe e a tia da arranjarão um casamento para ela ainda no festival, né? Ela tem muito medo de acabar se casando com um velho decrépito. Meu irmão não é nem um pouco decrépito, o que significa que ela gostaria. Ah, e também tem o que aconteceu entre eles há seis anos… — Ela parou, arregalando os olhos.
Sete infernos! nem sabia se o príncipe tinha conhecimento sobre o beijo entre Gwayne e . Maldita seja a minha boca grande!, xingou a si mesma mentalmente. Uma sugestão de sorriso brilhou nos lábios do garoto.
— O que aconteceu, é? — falou devagar, sua voz cheia de insinuações. — Não se preocupe, minha lady. Você não é a única que sabe sobre o beijo.
— Graças aos deuses! Pensei que tinha revelado o segredo da minha melhor amiga para o meu sobrinho. — Ela riu um pouco. — De qualquer forma… É por isso que acho que eles formam um belo casal. Eu amo o meu irmão, e amo a como se fosse uma irmã. Eles são boas pessoas.
— São mesmo. — Acenou com a cabeça, concordando. — Nós, por outro lado, somos péssimos casamenteiros. Eles terão que se resolver sozinhos. — Ele se inclinou um pouco mais para perto dela. — Tenho uma ideia bem melhor do que nos preocuparmos com eles.
— Ah, você tem? — Ela arqueou a sobrancelha. — E o que seria, meu príncipe?
— Você e eu — sussurrou no seu ouvido, um tanto hesitante. — Vamos encontrar um lugar mais tranquilo no jardim, onde ainda podemos ver a fogueira, mas não tão perto da multidão.
— Para quê? — Inclinou a cabeça para olhar para ele com uma pitada de surpresa e desafio.
— Você sabe para quê. — Ele sorri, seus olhos brilhando com travessura. — Quero passar um tempo sozinho com você, em particular, ou ao menos tanto quanto possível. Sem muitos olhares curiosos, sem interrupções. — Acariciou a mão dela que estava na sua por causa da dança. — Só você e eu, do jeito que costumava ser.
— Quando éramos crianças — sussurrou, relembrando de como costumavam conversar e se divertir juntos em Vilavelha. Nós costumávamos ser amigos. Ela observou o rosto de Daeron. Mesmo com uma máscara, ele ainda era muito bonito… e fofo. — Não existe privacidade real em nossos bailes em Jardim de Cima, mas podemos ir ver a fogueira. Haverá muitas pessoas do lado de fora, mas ainda é mais… confortável estar lá do que aqui.
— Vamos sair, então. Não quero ninguém nos espionando enquanto tentamos ter uma conversa particular. — Ele desceu a mão até as costas dela para guiá-la através da multidão, em direção à saída. — E acredite em mim — disse baixinho. — Eu sei bem como guardar um segredo.
— Ah, você sabe, é? — provocou, olhando ao redor quando saíram para fora. A bela e grande fogueira iluminava o local com a ajuda de alguns castiçais mais ao longe. — Talvez devêssemos criar um segredo para nós mesmos, então? — sugeriu, procurando um lugar em que pudessem se sentar. — Deuses, como pode termos sido amigos quando crianças e não termos um segredo compartilhado?
— Você me conhece, sou um homem de segredos. — Ele sentou-se em um tronco de árvores improvisado como banco e fez sinal para que ela se juntasse a ele. — Mas você está certa. Está mais do que na hora de compartilharmos um. Ou dois. Ou mais. — Ele sorriu, seus olhos fixos nos dela. — Então, minha lady, que segredo quer compartilhar comigo? Um segredo tão secreto que ninguém além de nós dois saberá.
olhou ao redor, tentando pensar no que poderia dizer.
— Então vamos brincar de sete segredos? — perguntou, divertida, e ele franziu o cenho. — Estou fazendo uma alusão àquela coisa dos “sete desejos” da música da Fé dos Sete, sabe? anda obcecada com esses sete desejos ultimamente. Talvez devêssemos criar nossa própria brincadeirinha: sete segredos para compartilhar. — Sorriu para o sobrinho. — O que acha, meu príncipe?
— Sete segredos? Eu gosto do som disso. — Seu sorriso se alargou e ele envolveu a mão dela na sua, seus dedos traçando as linhas delicadas da pele da garota. — Vamos fazer um acordo, então. Sussurramos nossos segredos um para o outro, e mais ninguém. Será apenas o nosso pequeno segredo. Só nosso.
— Esse é o ponto — concordou ela. — E já que perguntou primeiro, deixe-me pensar em algum segredo… — Permitiu que os olhos vagassem pelo entorno deles outra vez e parassem na fogueira. — Hmm… Eu gosto do fogo de uma forma mais forte do que apenas gostar.
— Então você tem um lugar especial no seu coração para o fogo. Eu nunca soube que você era tão… apaixonada pelas chamas. — Cortou a pouca distância que existia entre as laterais de seus corpos e inclinou-se para sussurrar no ouvido dela: — Mas eu amo o fogo também. Há algo tão… satisfatório em vê-lo consumir. O jeito como ele dança e crepita…
— Exatamente isso! — clamou, animada. — E já que tem a sua dragão… Tessarion, a Rainha Azul, certo? Você deve se sentir muito mais conectado ao fogo. — Levou o indicador até o queixo, refletindo sobre o assunto. — E as palavras da sua Casa, sobrinho, são “Fogo e Sangue”. A minha é “Nós Iluminamos o Caminho”, não diretamente conectada ao fogo, mas há uma conexão, já que é o fogo em nossa torre que ilumina o caminho como um farol na escuridão.
— Tem razão. E eu estou conectado ao fogo tanto na minha dragão quanto nas palavras da minha Casa. E Tessarion… — hesitou, sua voz assumindo um tom sentimental, quase melancólico. — Ela não é apenas um dragão, ela é… mais do que isso. Tessarion é uma parte de mim. Eu posso sentir as chamas que queimam dentro dela. E quando a levo para o céu, é como se estivéssemos dançando na beira do mundo…
— Parece uma imagem boa e pacífica. — Seu sorriso aumentou quando ela imaginou a cena. — Ao menos na minha imaginação é assim.
— Você tem uma mente linda e romântica — murmurou, acariciando a mão dela. — Eu gostaria que você me visse assim. Gostaria da vista, presumo.
— Eu adoraria ter a oportunidade — disse ela. — Agora me entregue o primeiro dos seus sete segredos, sobrinho.
— O primeiro segredo é… — sussurrou, seu dedo traçando a linha do maxilar dela. — Eu tenho sonhado… sonhado com você.
— Certo, essa foi boa. — olhou para ele, a luz da fogueira lançando sombras em seu rosto, dando-lhe um ar misterioso. — Agora me diga um que realmente seja verdade.
— Ah, então duvida da verdade do meu segredo? — Seus olhos se estreitam em falsa reprovação. — Bem, você pode me culpar por sonhar com tamanha beleza? É uma tentação difícil de resistir, lady . — Deslizou a mão em volta da cintura dela e puxou para perto. — Mas já que meus sonhos podem ser muito fantásticos para você, que tal eu compartilhar um segredo mais próximo da realidade?
— Aceitarei seu primeiro, está bem? Isso quer dizer que vai me contar o segundo segredo o mais rápido possível, é? — Ela sorriu, sem ousar tirar a mão dele de cima dela. gostava assim. — Então acho que você vai primeiro com o próximo segredo e eu vou depois.
— Como quiser, minha lady, mas não posso compartilhar meu segundo segredo a menos que prometa que realmente não contará a ninguém. — Um sorriso travesso brincou no canto dos lábios, e ele aproximou-se, de modo que seus lábios roçaram na pele da orelha dela quando ele falou: — Está pronta para ouvir meu segundo segredo, querida tia?
ajustou a máscara no rosto outra vez; tudo para tentar manter a calma. Como podia estar tão… a fim dele? Daeron era seu sobrinho! Embora a família Targaryen não desse a mínima para essa coisa de parentesco, não sabia o que pensar. Só sabia o que seu corpo sentia.
— Eu… — Limpou a garganta. — Pensei que a parte de não contar para ninguém já estava implícita.
— Claro que estava. — Ele ri, sua mão descendo da cintura dela até a lateral do quadril. — Está pronta? Meu segundo segredo é… Talvez seja melhor eu mostrar, em vez de contar, não acha?
— E como poderia me mostrar um segredo? — investigou.
— Acho que você sabe. — Aproximou o rosto do dela, ficando a apenas alguns centímetros de distância. — Eu tenho uma maneira muito… única de mostrar a você o poder do meu segredo.
Daeron capturou os lábios dela em uma beijo feroz, faminto, apaixonado. foi pega de surpresa, mas queria muito beijá-lo de volta. Estava sedenta por isso, por mais, por ele. No entanto, não podia. As pessoas ainda podiam vê-los ali. Então interrompeu o beijo e empurrou-o um pouquinho para longe.
— Está louco, Daeron? Estamos em público. Eles estão nos vendo. Mesmo mascarados como estamos agora, ainda conseguem reconhecer a maioria de nós. — Ela respirou fundo. — Além do mais, sou uma dama. Uma mulher não pode ser vista fazendo coisas assim.
— Então está me negando o doce prazer de compartilhar meu segredo com você só porque existe a chance de alguém nos ver? — Ele fez um beicinho. — Ninguém nos viu, eu te garanto. Mas você tinha que ter se visto agora, toda nervosinha e corada… tão adorável.
— Pare com isso. — Sorriu, levemente envergonhada. — Parece que você acabou de criar o seu segundo segredo, não é? Esse beijo é o seu segundo segredo, e agora é o meu também.
— Parece ótimo. Você é uma garota inteligente, . — Inclinou o rosto para perto de novo. — E eu gosto de garotas inteligentes. Agora me diga, minha lady: você gostaria de ver um terceiro segredo, só para você?
— Eu apreciaria — respondeu em um sussurro —, mas só se você não fizesse coisas como esse beijo, porque tem muita gente por perto.
— Tem a minha palavra. Me comportarei da melhor forma possível, por assim dizer. Meu terceiro segredo é… — Pressionou os lábios contra os dela mais uma vez, apenas um breve e gentil toque antes de se afastar e murmurar o no ouvido dela. — Estou morrendo de vontade de te beijar há anos, , anos.
— Deuses, você fez isso de novo. Roubou um beijo meu. — Sacudiu a cabeça, mas estava sorrindo. — Não pode fazer isso de novo, Daeron, não aqui. E agora você disse uma coisa dessas! Eu… — Ela fechou os olhos, respirando fundo, e se virou para olhar nos olhos violetas dele. — É verdade… o seu terceiro segredo? Ou está dizendo isso só para bagunçar a minha cabeça, meu príncipe?
— É verdade — respondeu com firmeza, o semblante sério que não permitia brincadeiras. — Cada palavra, eu juro. Tenho sentimentos por você há anos. — Estendeu a mão para afastar uma mecha de cabelo do rosto dela. — Por que mais eu roubaria esses dois beijos de você?
— Bem, poderia ter feito isso porque tem seus desejos masculinos por mim, como teria por qualquer garota. — Deu de ombros. — Afinal, você é um garoto jovem.
— Não é assim, sério. Você é especial, . Não há outra garota em minha vida. Nunca houve. Não desse jeito, não em meu coração. — Ele segurou seu queixo de maneira gentil, fitando seus olhos. — Só existe você. Agora e em todos os anos passados da minha vida. — Ele sorriu. — Quer saber o meu quarto segredo, que também é só para você?
— Eu… Sim, é só que… É tanta coisa para processar — suspirou, tirando a mão dele de seu rosto para segurá-la por um breve período de silêncio. — Não gostaria de ouvir o meu terceiro segredo antes?
— É claro, estou ansioso para ouvir. Mal consigo imaginar você com um segredo que jamais mencionou a alguém, guardando tudo para si por todos esses anos. — Ele abriu um sorriso um tantinho provocador. — Embora eu possa supor que sou o único a ser mantido no escuro sobre isso todo esse tempo.
— Garanto que não é. Eu mal mencionei o assunto com , para ser honesta. — Respirou devagar, criando coragem. — Jamais admitiria uma coisa dessas se você não tivesse o feito primeiro. Eu… Daeron, eu pensei em você durante esses seis anos. Embora fôssemos apenas crianças naquela época, sempre amei passar meu tempo com você e… Ah, veja só, acabei de revelar o meu terceiro e quarto segredo juntos. — Deixou uma risada nervosa escapar de sua boca.
— Você é bem eficiente. — Ele riu, seus dedos acariciando levemente a lateral do quadril dela. — Agora tenho algumas perguntas para você, se não se importar… sobre os dois segredos que revelou de uma só vez.
— Tudo bem, mas não se esqueça que depois terá que me contar seus outros segredos. — Um sorrisinho dançou em seus lábios. — Que perguntas tem para mim, meu príncipe?
— Não me esquecerei — garantiu, olhando bem para ela. — Estou esperando por isso há anos. — Daeron pressionou um beijo suave entre o ombro e o pescoço dela, seus lábios demorando-se ali por mais tempo do que o necessário. Então se afastou. — Quero saber sobre as vezes em que pensou em mim, lady .
— Então me pergunte, meu príncipe — anuiu. — Tem a minha permissão.
— Certo. — Sorriu para ela, seu coração levemente acelerado. — Posso perguntar por que você pensou em mim por todo esse tempo? Foi apenas uma fantasia passageira ou…? — hesitou, limpando a garganta. — Ou você secretamente pensou em nós dois em certas situações juntos?
— Eu… — Ela fechou os olhos, pressionando as coxas uma contra a outra por baixo do vestido. O ar parecia rarefeito quando voltou a falar: — Acho que esse pode ser o meu quinto segredo, então. Todos esses anos, eu me perguntei como você se pareceria como um homem-feito, se havia ficado mais charmoso, legal… o que estava fazendo… se você pensava em mim. — abriu os olhos devagar. — E aqui vai o meu sexto segredo: nesse tempo, acima de tudo, eu me perguntei muitas vezes o que poderia ter acontecido entre você e eu e a nossa proximidade, sabe? Caso tivéssemos passado os últimos seis anos convivendo.
— Eu me sinto do mesmo jeito. — Apertou seu toque sobre a lateral do quadril dela como que para enfatizar suas palavras. — Também estive nos imaginando juntos por todo esse tempo. — Sorriu com malícia. — Às vezes imaginei como muito mais do que uma amizade… e esse foi o meu quarto segredo. — Umedeceu os lábios. — Conte-me mais um segredo, lady . Aquele que eu mais desejo saber.
— Talvez devêssemos dar uma volta por aí. — Levantou-se de rompante. Não aguentava mais ficar ali, com medo de ser vista por todas aquelas pessoas. Ela se afastou, entrando na floresta. Não olhou para trás, afinal, sabia que Daeron a seguiria aonde quer que fosse.
— Como sempre — disse ele —, você teve uma ótima ideia.
O comentário arrancou mais um sorriso fofo dos lábios dela. Ela olhou ao redor, e então parou de caminhar. Ali estava ótimo. O local ainda era um pouco iluminado, mas trazia certa intimidade, afinal de contas, as árvores escondiam suas conversas e os sons do baile eram apenas um murmúrio suave ao fundo. Daeron Targaryen deixou seus olhos vagarem pela pequena figura de Hightower com seu vestido dourado. Mesmo sob a luz fraca, era linda de morrer. Tão perfeita. A tiara que usava nos cabelos era alta como uma coroa, de modo que, com o baixo brilho da lua em seu rosto, se assemelhava a uma rainha. Não uma rainha como a mãe dele, uma rainha de alguma canção heróica de tempos distantes.
— Qual é esse segredo que você deseja tanto saber, meu príncipe? — perguntou ela, ciente de que estava sendo admirada por tempo demais. — O que realmente deseja saber?
— Diga-me, — começou, segurando a mão dela. — Como foi quando você estava me imaginando?
— Quer que esse seja meu último segredo, Daeron? Que meu sétimo e último segredo compartilhado seja a resposta para essa pergunta? — Fechou os dedos em volta da saia do vestido, não sabendo o que fazer com a mão que ele não segura. — Quer saber como foi… como eu me senti ao te imaginar?
— Sim — respondeu com um suspiro quase desesperado. — Quero saber tudo sobre os seus pensamentos, . Desejo saber como seu coração disparou ao pensar em mim. Eu quero saber todas as coisas que imaginou fazer comigo. — Deu um passo para perto e levou a mão livre ao rosto dela. — Eu quero você, .
— Antes de te contar o que senti pensando em você, deixe-me perguntar uma coisa — pediu. — Disse que me queria. Me querer é seu quinto segredo?
— Sim, é o meu quinto segredo. Querer você. — Cortou a distância entre eles, pressionando seu corpo contra o dela. Era o mais intimamente que já estiveram um do outro em todas as suas vidas. — Agora, me conte o seu segredo, minha lady.
— Meu último segredo para compartilhar com você, então. — Fixou seus olhos no lindo violeta dos dele e apreciou o momento por por alguns segundos, então selou seus lábios suave e brevemente. — Como foi quando imaginei você? Foi… doce. Você era um garoto gentil como sempre fora. E também foi… quente.
Daeron observou o peito dela subindo e descendo de maneira rápida devido a respiração pesada, descompassada. Abraçou a cintura da garota, afirmando-a mais ainda contra si.
— Doce — repetiu em um murmúrio baixo e sedutor antes de colar seus lábios nos dela outra vez. — Realmente doce.
Seus dedos traçaram um caminho para baixo, explorando gentilmente suas curvas até a lateral de seus quadris. Ele aprofundou o beijo com toda a sede que tinha por ela. Ele mal entendia o quanto a queria, mas agora percebia que era muito mais do que acreditava. Empurrou-a lentamente para trás até que as costas de encostaram-se em uma árvore. Então, Daeron prensou seu corpo contra o dela com ainda mais avidez enquanto lutava contra a vontade de puxar o vestido dourado para cima e tocá-la como merecia ser tocada.
Interrompeu o beijo para recuperar o fôlego, ao menos um pouquinho. Então se inclinou e levou seus lábios até o pescoço dela, deixando para trás uma trilha apaixonada de beijos. Suas mãos tocavam suas curvas, sua cintura, seus quadris com mais intensidade a cada novo beijo que dava em sua pele.
— Você não tem ideia de quanto tempo eu queria te tocar assim — murmurou contra o pescoço dela, dando uma leve mordidinha no local.
— E você é muito melhor do que eu imaginava, meu príncipe — sussurrou, puxando o rosto dele para beijar-lhe a boca. — Muito, muito melhor.
Ele depositou pequenos beijos desde seus lábios, passando por sua mandíbula, até chegar no pescoço outra vez.
— E você, . — As mãos dele acariciaram o quadril dela, dando uma suave apertadinha que a fez arfar. — Você é ainda mais bonita do que eu pensava.
— É tão bom sentir você. — Ela levou as mãos até as costas dele e apertou, puxando-o para si em um abraço forte e sedutor. — E você tem mais dois segredos para compartilhar comigo e, assim, terminar a nossa brincadeirinha.
— Talvez seja melhor deixar meus segredos sem dizer, minha lady — sussurrou no ouvido dela, a voz profunda de desejo. Suas mãos subiram em uma lenta viagem até a altura dos seios dela, explorando gentilmente a renda do corpete antes de parar nos botões do vestido. — Embora eu não possa deixar de me sentir inclinado a compartilhar um outro segredo.
envolveu o rosto dele em suas mãos e o fez olhar para ela.
— Eu quero os seus segredos, meu doce príncipe — murmurou. — Quero tudo.
— E eu quero compartilhá-los com você, lady .
Daeron acariciou a bochecha dela com o polegar e beijou-a com intensidade e desejo. Ansiava por ela, por mais dela. Desceu seus lábios para a clavícula da garota, beijando cada pequeno centímetro. Moveu as mãos para a saia do vestido, traçando-a e puxando aos poucos até que alcançasse a barra. Seus dedos afagaram o tecido antes de levantar bem devagarinho para revelar as pernas nuas por baixos. Seus olhos, no entanto, não deixavam os de . Queria saber se ela estava gostando, se aprovava o que ele havia feito. Não pôde evitar o sorriso que lhe cruzou os lábios ao não notar nenhum resquício de desaprovação no doce olhar da garota.
— Então comece a compartilhar, querido — provocou-o, um pouco nervosa pela exposição de parte do seu corpo… nervosa com a expectativa de Daeron tocá-la como ninguém jamais fizera antes.
— Meu segredo… — sussurrou, levando sua boca ao pescoço dela para beijá-la ali, do jeito que já havia percebido que ela gostava enquanto as mãos traçavam um caminho por suas coxas nuas apenas para provocá-la um pouquinho mais, deixá-la morrendo pela antecipação e expectativa de um toque mais íntimo. — Meu segredo é que eu sempre quis você, .
— Esse não conta, você já confessou isso antes — disse ela. — Agora me conta um segredo que eu não sei.
— Como desejar, minha querida. — Deslizou uma de suas mãos para o lado interno da coxa dela, acariciando o local em movimentos circulares, cada vez mais para cima. — Eu vou te dizer que, a noite em que compartilhei meu primeiro beijo com você, foi a noite em que pensei que poderia morrer feliz ali mesmo. Isso, sim, é um segredo.
— Mas éramos apenas crianças. Eu tinha onze anos e você, dez. Foi um dia antes de eu vir para Jardim de Cima. — fez uma pausa, fechando os olhos quando a mão dele roçou despretensiosamente onde ela mais queria senti-lo. Respirou fundo para se recompor e continuou: — Quer dizer que eu me tornei seu amor de infância, então?
— De fato, mas você nunca deixou de ser o meu amor de infância, mesmo ao estar longe por seis longos anos. — Daeron a puxou para mais perto e capturou seus lábios em um beijo suave e apaixonado antes de sussurrar contra sua boca: — Você ainda é o meu amor de infância agora. Sempre será.
— Deuses, mal posso acreditar. Eu pensei que fosse apenas uma paixonite, uma quedinha. — Ela umedeceu os lábios. — E agora estou aqui, me derretendo em seus olhos… em suas mãos.
— Em minha boca… — Daeron mordeu o lábio inferior dela. — Você não tem ideia do quão desesperadamente eu te queria ao meu lado, o quanto eu ansiava por te tocar assim.
— Agora está me tocando, Daeron. — Ela inclinou a cabeça para o lado para que ele pudesse beijar seu pescoço outra vez.
— E você está gostando disso, não é, querida? — murmurou contra a sua pele e ela respondeu com um “sim” misturado com um arfado. — Estou gostando tanto dos sons que você faz, que quero te tocar ainda mais. Gostaria disso, minha lady?
— Deuses, sim! — Mordeu o próprio lábio, como se tentasse se conter, mas então pediu em tom de desafio: — Faça isso, Daeron. Mostre-me o quão gentil você pode ser.
— Tenha cuidado com o que pede, meu amor. — Riu, roubando-lhe mais um beijo acalorado, antes de afastar o rosto para olhar nos lindos olhos dela. — Como poderia lhe negar algo assim quando me olha desse jeito, minha doce ? Você é tão linda e, pelo menos agora, tão minha.
— Ah, é? — Ela afastou um pouquinho as pernas. — Então prove para mim, querido.
— Com prazer, meu amor. Você não tem ideia do quanto é maravilhoso te ter nos meus braços e ouvir você falando comigo nesse tom. Eu sempre quis isso — confessou, seus lábios roçando na pele dela, subindo até sua orelha. — Mas sabe o que eu quero mais que tudo?
— Me conte — praticamente implorou.
— Quero te ouvir suspirar e gemer… por mim. Quero fazer você tremer e perder o fôlego. — Suas mãos ainda trabalhavam em um toque devotado na coxa dela, estimulando-a, provocando-a… Quase lá, mas nunca chegando de fato. — Vai se render a mim, minha doce ?
— Já estou rendida a você, meu doce príncipe — suspirou. — Suas mãos logo descobrirão o quanto.
— Você é tão doce, querida. — Lambeu-lhe o pescoço e deu uma mordidinha provocante. — Posso sentir o quanto está ansiando por mais, . — Moveu a boca até a altura da clavícula, saboreando-a com seus lábios, língua e dentes enquanto a garota suspirava em resposta. Os dedos, que traçavam círculos em sua coxa, subiram um pouquinho mais, roçando em sua parte íntima de maneira gentil. — Se importa se eu levar as coisas adiante?
— Ah, Daeron. — Contorceu-se ao toque suave dele. — Eu me importaria muito se você não levasse as coisas adiante.
— Então, minha querida, lhe mostrarei o quão gentil posso ser. Eu quero lhe dar tudo o que deseja. — Seus dedos se moveram contra sua pele sensível em um toque delicado que também passava uma sensação subjacente de desejo e ternura. Tudo isso sem nunca desviar o olhar dos olhos dela. — É isso que você quer?
— Ah, deuses, sim! Sim, meu… meu príncipe. — Um gemidinho de prazer escapou de seus lábios. — É exatamente o que eu… quero.
— Você é adorável, sabia? Uma flor linda e delicada que precisa de cuidados. — Agarrou o queixo dela com a mão livre e puxou para um beijo apaixonado, sedento. Seus lábios se acariciaram como antigos amantes afoitos enquanto suas línguas dançavam e sua outra mão continuava a tocá-la, fazendo-a arfar e gemer contra a boca dele.
— Você também é adorável — sussurrou, arquejando. Seu quadril se moveu contra a mão dele, implorando por mais e mais daquilo. — Não ouse parar.
— Como a minha linda lady desejar — murmurou, uma risada suave brincando em seus lábios. — Não vou parar. — E beijou-a outra vez, e outra, e outra. Era impossível manter sua boca longe da dela. A paixão que demonstrava em seus toques era avassaladora demais. Precisava tocá-la tanto quanto ela precisava ser tocada. Embora seus dedos a tocassem em uma dança suave e desejosa, o corpo de já começava a tremer, quase como pétalas caindo de uma flor delicada. — É uma sensação boa, meu amor?
— Boa… sim. Muito… boa — murmurou entre arfados e gemidos, movendo-se mais contra a mão dele que a reivindicava. Sua respiração ficava mais e mais ofegante conforme os dedos dele pressionavam e exploravam mais. — É bom que esteja me pressionando contra essa árvore, sabia? — provocou-o. — Porque não acho que eu conseguiria me manter de pé sozinha… agora.
— Então te segurarei ainda mais firme. — Riu, em deleite, afirmando mais seu corpo contra o dela, sem nunca deixar de explorá-la com seus dedos, fazendo-a tremer deliciosamente. — Se concentra só em sentir o momento, . Meus lábios na sua pele. Eu te segurando. Minha mão te dando prazer… Gosta disso, meu amor?
— Se eu gosto? — Ela quase riu ao aproximar seu rosto do dele, mordendo o lábio dele. — Eu amo.
— Ah, vejo que está se sentindo mais confiante agora — provocou ele com um lindo sorriso no rosto. — Talvez seja porque está um pouco mais aquecida que antes… confortável. — Seus dedos deslizaram com mais avidez, arrancando doces suspiros de prazer dela… música para os ouvidos de Daeron. Deu-lhe mais um beijo desejoso e manteve-se assim, próximo, seus lábios se roçando em uma troca apaixonada de respiração, cheia de desejo. — Você fica linda quando está assim.
soltou um gemido mais alto quando ele encontrou o lugar perfeito para tocá-la, o ponto onde ela mais sentia prazer. Daeron percebeu e se dedicou àquilo como jamais fizera com qualquer outra coisa em sua curta vida. A garota se arqueou deliciosamente contra ele enquanto seu corpo atingia o ápice, as pernas tremendo e seus músculos se contraindo de puro júbilo. fechou os olhos e apoiou a cabeça no ombro de Daeron, tentando respirar devagar para se recuperar. Quando se sentiu um pouco menos ofegante, afastou o rosto para fitar os olhos brilhantes do garoto que ainda a segurava.
— E você é lindo quando me faz sentir assim. — umedeceu os lábios. — Fraca, eu acho… Mas de um jeito bom.
— Não, você nunca fica fraca; está apenas se divertindo. — Abriu um sorriso fofo para ela. — Está apenas aproveitando enquanto está nos meus braços assim… aproveitando os meus dedos em você. — Acariciou a bochecha dela, o polegar traçando lentamente seu lábio inferior em um movimento terno. Então deslizou a mão para trás da cabeça dela, afagando seus cabelos, e a beijou. — Você tem um gosto tão bom, . Como um bom vinho do qual não consigo me cansar.
— Tão doce quanto o dourado da Árvore — sussurrou ela.
— Não. Ao menos não como qualquer dourado da Árvore que eu tenha provado. Talvez meu gosto seja um pouco diferente. — Ele riu um pouco. — Você é muito mais do que isso. É como o melhor tinto dornês de variação doce que já provei. — Beijou o pescoço dela, seus dentes mordiscando a carne macia por onde passavam. — Tão forte… tão doce e deliciosa, que eu nunca consigo me contentar.
— Você também é. — Envolveu o rosto dele nas mãos e o trouxe para cima, para encará-lo. Acariciou sua bochecha e deslizou a mão até o cabelo dele, tomando um pouco de cuidado para não arrancar a máscara. Ela afagou o cabelo prateado com toda a ternura que foi capaz de reunir. — Esse é um bom jeito de começar o ano de 129, não é?
— O melhor. — Sorriu, olhando para como se ela fosse a pedra mais preciosa que ele havia encontrado. — Parece que tem uma certa pessoa que está gostando um pouquinho demais de estar em meus braços… Não que eu esteja reclamando. — Ele deu um beijo carinhoso na bochecha dela. — Talvez eu deva mantê-la assim… a noite toda, e no dia seguinte…
— Infelizmente, não temos todo esse tempo, embora ainda tenhamos um pouco. — Fitou os olhos violeta do garoto, que pareciam brilhar até mesmo ao luar. — Que tal me contar o seu sétimo segredo, querido?
— Bem, acho que não posso lhe negar mais nada, não é? E nem quero — garantiu. A única coisa que desejo de verdade agora é ficar com você. Encontrar um jeito de ficarmos juntos.
— Para o bem ou para o mal, isso é algo que resolveremos amanhã, mas saiba que eu também gostaria que isso fosse possível. — Ela sorriu para ele. — Qual é o seu segredo, Daeron?
— Meu segredo final, meu amor, é que ninguém é capaz de me fazer tão feliz como você.