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Revisada por Nyx 🌙

Última Atualização: 04/06/2025

Perth, Austrália, 2004

- Eu tenho educação física agora. – Daniel perguntou. – Você vai?
- Não mesmo! – Jemma disse, rindo. – Hoje é treino extra, não vou me desgastar por isso. Está chovendo.
- Nos vemos depois, então? Eu preciso de presença pelo menos. – Ele disse, coçando a nuca.
- Claro! Vamos sair hoje à noite? – Ela perguntou.
- É, claro! Eu te encontro na sua casa depois do treino. – Ele disse.
- Combinado. – Ela sorriu e eles trocaram um rápido selinho antes de se afastarem.
- Tchau! – Ele acenou e saiu para a parte externa da escola.
A chuva fina caía frequente e, juntando com o nublado, deixava um frio péssimo no meio de junho. O garoto apertou o casaco contra o corpo e correu em direção à quadra poliesportiva do colégio, pulando as poças maiores. Seus cabelos abaixaram instantaneamente, cobrindo parte dos olhos. Ele chegou na quadra, vendo a professora dando atenção para quatro alunos de tênis e viu poucos alunos esperando nas arquibancadas.
Ele ouviu passos rápidos pelas pedras que cobriam as ruas e virou o rosto, identificando descendo correndo, com a mochila nas costas e o taco de cricket na mão. O garoto suspirou longamente, eles não se falavam há duas semanas e isso era uma eternidade para ambos. Eles se conheciam desde antes dos três anos, ele faria 15 em alguns dias e ela em outubro.
Ele ainda estava confuso pelos motivos que brigaram. Ele sabia que e Jemma nunca se deram, os gostos de ambas sempre foram muito diferentes, tanto que o garoto escondeu sua paixonite por Jemma por um tempo, mas ele não era ninguém sem , até o pessoal em casa falava como ele ficava chato sem ela.
Ele também sabia que, se quisesse manter a amizade com a amiga, precisava dar o braço a torcer. sempre foi mais cabeça quente entre os dois, já Daniel tentava não revidar algumas coisas para ela, pois sabia que ela não fazia por mal. Era quase como a amizade perfeita. Então, literalmente entre a cruz e a espada, ele respirou fundo e esperou que a voz saísse com firmeza.
- ... – Ele a chamou e o olhar da menina apareceu por baixo do capuz do casaco.
- Ah, o que você quer? – Ela disse, apoiando o taco no ombro e o garoto engoliu em seco. Talvez não fosse a melhor hora para falar com ela.
- Conversar com você. – Ele disse e ela suspirou.
- Não estou no clima, Daniel! Me erra, vai! – Ela disse, dando alguns passos, mas o garoto correu para ficar em sua frente, impedindo que ela passasse.
- Por favor. – Ele disse, desviando o rosto do taco. – Eu estou me sentindo mal, eu sinto sua falta. – Ele suspirou. – Não dá para gente se ajeitar?
- Bem, você fez sua escolha. Eu fiz a minha. – Ela deu de ombros, ameaçando andar e ele a segurou de novo. – Daniel. – Ela disse firme.
- Eu não vou sair daqui. – Ele disse firme. – Mesmo se você bater em mim. – Ele olhava para o taco. Se ela fizesse um movimento, talvez tirasse a orelha dele fora.
- Eu não vou te bater. – Ela desviou o taco do ombro, apoiando-o no chão e ele a olhou sugestivamente. – Ok, não vou te bater mais. – Ela suspirou. – Mas não vou mais falar disso. Você escolheu, então eu escolho.
- O que está dizendo? Que não podemos mais ser amigos porque estou a namorando?
- Ah, vocês estão namorando agora? Uau! – Ela disse sarcasticamente. – Essa foi rápida! – Ela tentou desviar os pés e ele fez o mesmo. – Manda um oi para senhora Godzilla e cuidado para não se tornar um babaca como ela. – Ela desviou de novo e ele fez o mesmo. – Eu juro, Daniel, se você não sair da minha frente, aí sim eu vou usar meu taco e esse é o velho, além da marca, você vai ficar três dias tirando farpa do seu rosto.
- Você pode fazer o que quiser, eu não vou sair daqui até você me dar uma nova chance. – Ele suspirou. – Eu sei que ela não era legal contigo quando a gente era mais novo, mas você também provocava.
- Como eu provocava? – Ela disse firme. – Eu tinha problemas de crescimento e gosto de esportes, que tipo de direito isso dava para ela? – Ele suspirou, sem resposta. – Você pode falar o que quiser, eu não gosto dela e nunca vou gostar. E eu não vou fingir ser amiguinha dela só porque você está a namorando. – Ela suspirou. – Ela é interesseira e cruel, não sei como alguém como você pode querer ser namorado dela. – Ele suspirou. – Mas agora eu cresci, em todo sentido da palavra, não vou ficar quieta enquanto ela fica provocando os mais novos ou achando que o mundo gira em torno do umbigo dela.
- Eu gosto dela, . – Ele suspirou. – E como minha amiga, você deveria me apoiar.
- É, eu gostava do Toby também. – Ela pressionou os lábios. – Ele realmente te fez chorar aquele dia e eu o afastei de mim, porque é isso o que amigos fazem. – Ela suspirou. – Mas pelo jeito só funciona de um lado, porque perdi as contas de quantas vezes aquela idiota me fez chorar. – Ela respirou fundo. – Muitas pessoas me fizeram chorar, Daniel, só não achava que você seria uma delas. – Isso tocou fundo no garoto, fazendo-o engolir em seco.
- Deixa eu mostrar para você que eu não mudei, . Eu ainda sou o Danny de sempre. – Ele suspirou. – Eu não vou deixá-la fazer mais essas brincadeiras contigo, mas eu estou feliz... – Ela pressionou os lábios. – Por favor, posso fazer essas duas coisas funcionar, vai. Eu não quero perder você. Você é minha amiga mais antiga. Minha melhor amiga. – Ela suspirou.
- ADDAMS! – Ambos viraram o rosto para a quadra onde a professora chamava o time feminino de cricket. – VEM!
- Por favor... – Danny pediu.
- JÁ VOU! – gritou de volta, voltando a olhar para ele. – Você tem uma chance, Daniel.
- Isso! – Ele movimentou o braço, animado.
- Não comemore ainda. Você está em condicional. – Ele riu fracamente. – Não sei se viu que saiu Shrek 2...
- É! Eu vi! – Ele disse, animado. – A gente pode ver hoje!
- É... – Ela suspirou. – Tem uma sessão as oito da noite no cinema perto de casa. Te encontro lá. – Ela disse.
- Combinado! – Ele disse, animado. – Eu vou compensar contigo, . Eu prometo. – Ela suspirou.
- Não fique tão feliz, você paga a pipoca. – Ela disse, desviando dele e dessa vez ele deixou. – E o refrigerante! – Ela disse firme, pisando na arquibancada e desceu os degraus um a um. Enquanto o garoto comemorava sozinho.

Mônaco, 2016


Quando Danny me chamou para dar uma escapada, parte de mim falou sim muito rápido, mas agora eu sentia meu estômago borbulhar, pois sabia exatamente qual motivo ele queria nos afastar de seus pais e seus amigos. Talvez nosso primeiro beijo saia hoje e pensar em beijar meu melhor amigo causava diversos pensamentos em mim, especialmente se seria bom.
Assim, Danny estava muito lindo, os anos fizeram muito bem a ele em todos os sentidos, estava sendo realmente a pessoa mais incrível por quem eu já tinha me apaixonado e, com certeza a mais gostosa, mas pensava se isso tudo não era empolgação. Ainda somos amigos de infância, convivemos quase todos os dias desde antes dos meus três anos e mesmo com nossas profissões e problemas nas nossas vidas, nada mudou entre nós.
Depois que sua família se conformou que não éramos namorados e meus pais faleceram, fazendo Joe e Grace se tornarem meus representantes legais e minha casa se tornar a casa dele, nos tornamos irmãos em quase tudo, menos no sangue. E se fosse ruim? Se fosse como beijar a parede? Eu sentia meu corpo arrepiar com seus abraços, seus lábios em meu pescoço e a mão incrivelmente baixa em minha lombar, mas e se...?
Eu sei que estou para descobrir, mas o medo de não dar certo e acabar a amizade parecia falar mais alto. Só espero que esteja errada.
- Vem! – Danny me puxou pela mão e ri com ele, andando pelo estacionamento. – A gente pega a Vespa e consegue fugir do movimento.
- E você vai com essa roupa? – Perguntei sobre a camiseta e boné da Red Bull. – Vai ser difícil sumir entre as pessoas.
- Eu devo ter alguma coisa na mochila. – Ele disse, apoiando a mochila no banco da Vespa e arregalei os olhos com a McLaren azul na vaga do lado.
- Uau! – Falei, rindo. – Isso é uma 675LT! – Disse, rindo. – De quem é?
- É minha! – Ele disse e arregalei os olhos.
- MENTIRA! – Gritei, colocando a mão na boca. – Você tem uma McLaren e nunca me disse? – Ele gargalhou.
- Eu comprei no meio do ano passado, devo ter esquecido de falar. – Ele abanou a mão como se tivesse me dito que comprou um colar.
- DANNY! ISSO É DEMAIS! – Falei, rindo, dando uma volta no carro. – Oh, meu Deus! Ela é linda! – Ele riu e toquei levemente a lataria.
- É, ela é incrível! – Ele riu.
- A gente vai dar uma volta com ela, né?! – Perguntei rápido, virando para ele, vendo-o tirar a camiseta da Red Bull e mordiquei o lábio inferior com seu abdome definido.
- Nem vem! – Ele disse, rindo, fazendo sua cabeça aparecer pela gola da camiseta preta.
- Por que não? – Fiz um pequeno bico, olhando para ele.
- Você não tem noção como foi difícil comprá-la e trazer para Mônaco sem ninguém saber. Se eu aparecer com uma McLaren, ainda mais em fim de semana de GP, vão logo começar a imaginar que eu vou para McLaren e isso vai fazer uma bagunça enorme! – Ele falou, dramático. – Ela fica escondidinha aqui até eu conversar com a Red Bull.
- Ah, mas ela é linda... – Suspirei, fazendo um pequeno bico e ele se aproximou. – Eu mereço, vai...
- Eu prometo te levar para dar uma volta, outro dia. – Ele falou ,sério e me estendeu um capacete. – Serve a Vespa hoje? – Mantive o bico.
- Serve, né?! – Dei de ombros, pegando o capacete e ele riu antes de guardar sua mochila no lugar do banco e colocar o outro capacete.
Coloquei o capacete e ele subiu na Vespa e ligou-a. Subi logo atrás e passei as mãos pela sua cintura. Ele apertou minhas mãos e apoiei a cabeça em seu ombro, sorrindo. Não demorou para ele colocá-la em movimento e ri fracamente com o pensamento de seus pais tentando entender nosso sumiço. Só esperava que Michael nos avisasse a desculpa que usou para usarmos a mesma.
Não sabia para onde Danny nos levaria, mas, quando percebi o caminho, notei que estávamos voltando para a área do GP. Achei que a ideia fosse fugir das pessoas, não ir de encontro a elas. Talvez as coisas já estivessem mais calmas, especialmente pelas arquibancadas não estarem cheias na classificatória, mas acho que ainda não.
- Aonde vamos? – Perguntei para Danny.
- Port Hercule! Mas eu vou por dentro. – Ele disse e, realmente, ao invés de ir beirando a água, fomos por dentro dos quarteirões, mas uma hora precisamos voltar para o litoral e ele parou na frente do Yacht Club. Não exatamente discreto.
- Vamos logo! – Ele disse, tirando o capacete da cabeça e fiz o mesmo. Ele guardou ambos no banco novamente e colocou a mochila das costas.
- Por aí? – Perguntei, confusa.
- Anda rápido! – Ele disse e rimos juntos.
Ele me puxou pela mão novamente, entrelaçando os dedos e acompanhei seus passos rápidos por dentro do clube. O lugar era lindíssimo, com uma decoração antiga e aqueles lustres que eu imaginava que custasse o valor do carro na garagem de Danny, mas não deu para eu prestar tanta atenção, só desviava das pessoas. Assim que uma porta se abriu para fora, seguimos para ela e parei ao ver vários píeres com diversos iates. Um maior do que o outro.
De perto eles eram mais incríveis ainda. A mão de Danny me puxou e apressei o passo para juntar nossos braços novamente, caminhando até o píer extremo do lado esquerdo. Alguns iates estavam cheios, outros espaços vazios, mas cada um era mais luxuoso que o outro.
- Esse é meu! – Ele indicou para um e vi a bandeira da Austrália, me fazendo sorrir. – Pode entrar, já volto! – Ele disse e ri fracamente, observando o iate, sentindo nossas mãos se afastarem.
Eu não entendo nada de barco ou iates, só tive algumas experiências em cruzeiros para avaliar alguns chefs. Apesar de tudo, podia ver de cara que o iate tinha três níveis. O primeiro foi o que pisei ao entrar. Era um pequeno deck, com cobertura e ali tinha uma porta fechada e uma escada para cima. Ela me levou para uma área com alguns sofás e espreguiçadeiras, uma mesa e subindo mais algumas escadas, tinha a área do piloto.
Andei pela lateral dela, encontrando aquela área frontal onde as pessoas costumavam aparecer em fotos de paparazzi tomando sol e foi como se me sentisse no topo do mundo. Pelo tamanho dos outros iates em volta, entendo o que Danny diz sobre pequeno, mas isso deveria caber umas 20 pessoas com folga para curtir um bom dia de sol.
- ? – Virei o rosto, vendo Danny voltar com outro homem e caminhei até o deck novamente. – Esse é Anton! Ele vai nos levar para dar uma volta. – Vi o homem com uniforme do Yacht Club. – Essa é .
- É um prazer te conhecer. – Estiquei minha mão para ele e trocamos um aperto. – Aonde vamos? – Virei para Danny.
- Plage Marquet, é aquela praia na frente do porto perto de casa, dá para nadar um pouco, se você quiser. – Ri fracamente.
- Você poderia ter dito para eu trazer biquini, pelo menos. – Falei e vi Anton seguir para dentro do iate.
- A gente dá um jeito. – Ele deu de ombros. – O que acha? – Ele entrou também e ri.
- É lindo, Danny. – Sorri.
- Viu lá dentro? – Ele perguntou.
- Não, ainda não. – Ele indicou com a cabeça.
- Vem cá. – Ele chamou e o vi com um molho de chaves na mão e ele selecionou a chave, abrindo o cômodo e sumiu dentro dele.
Suspirei ao encontrar um quarto ali e Danny foi ligando as luzes. O cômodo era pequeno, mas tinha uma cama de casal encostada na parede que entramos e um banheiro pequeno no canto esquerdo com chuveiro, pia e vaso sanitário. Danny abriu outra porta e dois degraus nos separavam de uma sala com cozinha. Um sofá de três lugares de couro branco e uma televisão de umas 40 polegadas de um lado, e uma pia, um pequeno cooktop, uma bancada e uma pequena mesa com quatro banquetas do outro, além de alguns armários na parte de cima.
- Você consegue sair pela frente ali. – Ele indicou uma escada do outro lado que dava para a porta e ri fracamente.
- Isso é demais! – Falei, rindo, andando pelo quarto, vendo a cama arrumada com a roupa de cama branquíssima. – Eu poderia dormir aqui fácil, fácil. – Ele riu fracamente, deixando a mochila no sofá.
- Talvez no próximo descanso. – Ele disse e senti um puxão, me forçando a apoiar na parede.
- Wow! – Falei. – Estamos andando?
- Sim! – Ele disse, rindo. – Não vai passar mal, por favor.
- Nunca passei mal em navio. – Ele se aproximou de mim. – Maiores do que esse, mas estou bem.
- Vem cá! – Ele segurou minha mão apoiada com firmeza na parede e a soltei devagar antes de ele me puxar para fora do quarto, no deck que tinha ali.
- Danny! – Falei, nervosa.
- Confia em mim! – Ele disse e apoiei a mão nas paredes e nos apoios até colocar um pé para fora, vendo o Yacht Club se afastar aos poucos. – Vem... – Ele esticou a mão e soltei da parede, segurando em seu braço. – Não sabia que era tão medrosa.
- Eu só não quero cair. – Ele me abraçou pela cintura e passei os braços pelos seus ombros, segurando-o com firmeza.
- Está tudo bem. – Ele disse e os cabelos soltos do rabo de cavalo voavam pelos ares devido a velocidade. – Estamos chegando. Mônaco é pequena. – Assenti com a cabeça.
- Eu poderia esperar lá dentro. – Falei fracamente e ele deu um beijo em meu rosto.
- Você precisa aproveitar as coisas boas da vida. – Ele disse.
- Eu estou tentando. – Ri fracamente e notei a velocidade do iate reduzindo e minha mão soltou Danny aos poucos, devolvendo meu equilíbrio.
- Eu pedi para ele parar virado para o mar, não para praia. – Ele disse. – Os fotógrafos são incrivelmente bons, mas eles não conseguem nos ver, só se vierem de barco. – Rimos juntos e apoiei o quadril na altura da janela de dentro, colocando as mãos para trás, me segurando com firmeza.
- Dá até para fingir que a cidade está vazia. – Comentei, olhando o horizonte e ele riu fracamente.
- É, até que dá. – Ele sorriu.
- Senhor Ricciardo, estamos atracados. – Anton apareceu. – O lugar é próprio para nado, estamos com quatro metros de profundidade e sem peixes.
- Obrigado. – Danny disse e o homem deu um aceno de cabeça antes de subir novamente.
- Hum, senhor Ricciardo. – Falei, rindo.
- Aqui é só assim. – Ele suspirou e franzi a testa.
- Ele trabalha para a clube? – Perguntei e ele tirou os tênis.
- Sim! Eu pago uma mensalidade para deixar o iate no clube e ganho alguns serviços como limpeza e um piloto para quando eu precisar. – Sorri.
- Isso é legal, prático, apesar de tudo. – Ele tirou as meias, enfiando-as dentro dos tênis. – Vai nadar? – Perguntei.
- Não, mas dá para gente aproveitar um pouco. Está na hora do pôr-do-sol! – Ele disse e me aproximei da beirada, fugindo da cobertura acima e pude ver melhor o horizonte. O sol baixava devagar, mas ele já estava na linha do horizonte, começando a tocar o mar.
- Eu pareço um disco quebrado, mas é lindo, Danny. – Suspirei, apoiando a mão no peito e ele me abraçou pela cintura, colando nossos corpos lado a lado.
- Você precisa vir mais, sabe? – Ele suspirou. – Eu mal uso isso daqui, sozinho não tem graça. – Ri fracamente.
- Eu sei, mas também não faz muito tempo que você comprou. – Virei para ele.
- Ah, um ano acho. – Ele ponderou com a cabeça. – Junto com a McLaren. – Gargalhei alto.
- Ah, Danny!
- O quê? – Ele perguntou, rindo.
- Você compra uma McLaren e um iate na mesma época! – Ele riu fracamente e gargalhei alto. – E ainda fica pagando de garoto da roça.
- Eu sou um garoto da roça! – Ele falou firme, dando de ombros. – Você também, só tentamos enganar os outros mostrando que não somos. – Sorri.
- É, talvez você esteja certo. – Ele riu fracamente. – Apesar disso aqui, eu gosto de ir na fazenda e trabalhar lá...
- Eu também. – Ele falou, se aproximando da beirada do deck. – A vantagem é que podemos fazer as duas coisas. – Ele olhou para água e pressionei os lábios ao ter uma ideia ridícula e infantil. – A gente curte aqui durante o ano e depois voltamos para casa e ficamos lá. – Ele se virou para mim e deu de ombros.
- Vamos aproveitar aqui antes disso. Ou antes que sua mãe ligue. – Me aproximei dele.
- Eu desliguei o telefone. – Ele disse e ri fracamente.
- O meu está no vibra, como sempre. – Falei.
- Estamos só nós dois aqui, . – Ele disse e assenti com a cabeça.
- Ou só eu... – Dei de ombros.
- O que você qu... – Apoiei as mãos em seu peito, empurrando-o para trás e ouvi um grito dele antes de sentir alguns respingos de água e ele sumir por alguns segundos antes de aparecer novamente na superfície. – ! – Gargalhei alto, tombando o corpo para trás um pouco.
- Ah, você caiu direitinho! – Neguei com a cabeça.
- Não acredito que você fez isso. – Ele disse e ri fracamente.
- Não acredito que você não fez isso. – Neguei com a cabeça. – Está ficando mole, é?! – Ele fez uma careta, me mostrando a língua e sorri em meio a um riso.
- Qual é! Me ajuda a subir.
- Ah ! – Neguei com a cabeça. – Até parece que eu caio nessa. – Cruzei os braços. – Se vira! – Me afastei da borda e o vi revirar os olhos.
- Eu tentando ser romântico e você faz isso. – Ele nadou até um canto do deck e se impulsionou para cima.
- Ah, até parece que é um santo, né?! – Neguei com a cabeça e ele subiu de joelhos no deck antes de se colocar em pé e a água escorria de seu corpo, mantendo a camiseta e a bermuda coladas no corpo. – Precisa de uma toalha? – Dei um sorriso sarcástico e ele passou as mãos nos cabelos, jogando água em minha direção, me fazendo rir.
- Não... Acho que prefiro um abraço. – Ele disse, retribuindo o sorriso sarcástico.
- Nem vem! – Dei um passo para trás, virando meu corpo para porta e ele me puxou, me abraçando pela cintura. – NÃO! – Gritei, rindo, ouvindo-o rir comigo e me girar de frente para água. – NÃO! Não me joga! – Pedi entre risadas e ele levantou meu corpo, me tirando do chão. – Não, Daniel! Não faz isso. – Falei, rindo, sentindo seu corpo gelado. – Não!
- Nem pensou nisso na hora de me jogar, né?! – Gargalhei novamente, tombando minha cabeça para trás em seu ombro.
- Ah, eu preciso ganhar de vez em quando, né?! – Senti meus pés tocarem o chão e suas mãos afrouxaram um pouco de meu corpo e consegui me colocar em pé novamente.
- Eu vou deixar passar por hoje, plebeia. – Gargalhei, virando de frente para ele. – Não terei misericórdia da próxima vez. – Fiz uma careta.
- E o que vai fazer? Guilhotina? – Apoiei as mãos em seus ombros e ele negou com a cabeça, apertando as mãos em minha cintura.
- Não! Talvez escravidão eterna, mas eu penso nisso depois. – Rimos juntos e neguei com a cabeça.
- Quero ver quem vai me pegar... – Falei, observando seus olhos fixos nos meus e engoli em seco. – Digo... Quem vai...
- Eu... – Ele disse baixo. – Eu vou te pegar. – Suas mãos apertaram minha cintura e minha barriga colou na dele. – Eu cansei de esperar, . – Sua voz saiu em um suspiro.
- Eu também. – Minha voz saiu igual. – Mas e se for ruim? – Mordisquei meu lábio inferior, sentindo sua respiração tocar neles.
- Eu duvido muito disso. – Uma mão saiu de minha cintura e foi para meu pescoço. – Eu vou te beijar agora, Wandinha. – Assenti com a cabeça, sentindo nossos narizes roçarem por alguns segundos e fechei os olhos quando nossos lábios se tocaram.
O primeiro toque foi estranho. Podia ser o vento ou o corpo gelado de Danny, mas um arrepio forte passou pelo meu corpo. As mãos de Danny apertaram em minha cintura e meu pescoço e os lábios pressionaram nos meus por alguns segundos e tive a mesma sensação de nosso primeiro beijo em 2003: uma mistura confusa de sentimentos. O toque foi rápido e logo nossos lábios se separaram, mas estava receosa em abrir os olhos, especialmente por ainda sentir sua respiração em meu rosto.
Pressionei meus lábios um no outro, tentando sentir seu gosto em meus lábios, mas havia sido incrivelmente seco e uma pequena ponta de decepção começava a crescer em meu peito. Eu estava receosa, mas não era possível que era isso! Abri os olhos devagar, encontrando os olhos castanhos de Danny e sua feição parecia seca e confusa igual a mim.
- Ei... – Ele disse fracamente.
- Ei. – Falei no mesmo tom, lembrando de como esse beijo foi exatamente igual nosso primeiro, mas tinha uma diferença de 13 anos e muita coisa mudou desde então.
- Foi... Estranho... – Ele disse e ponderei com a cabeça, rindo com ele.
- É... – Suspirei, desviando meus olhos para seus lábios. – Não é possível, Danny! – Falei, ouvindo-o rir.
- Não é? – Ele disse no mesmo tom. – Você está me enlouquecendo, . Eu sei meus sentimentos, eu...
- Posso... – O interrompi, tendo outra ideia. – Eu quero tentar de novo... – Pressionei os lábios.
- É! Claro! – Ele disse rapidamente, me fazendo sorrir.
- Deixa comigo agora, ok?! – Ele riu fracamente.
- Sim, senhora. – Suspirei, olhando para seus lábios e depois seus olhos.
- Fecha os olhos. – Pedi e ele o fez, abaixando as mãos para minha cintura.
Dessa vez eu aproximei nossos rostos e rocei nossos narizes devagar, analisando as pintinhas do nariz dele, a barba e bigode ralo, a sobrancelha grossa e a feição séria. A diferença que um sorriso faz. Não é possível que tenha sido estranho. Passei as costas da mão em sua bochecha, sentindo a pele macia se misturar com a barba e seu rosto se inclinou em direção a mão e sorri. Simplesmente não tem como! Meu corpo arrepia só de olhar para ele.
Abaixei meus braços novamente para seus ombros e rocei nossos lábios devagar. Seu corpo pareceu contrair sobre o meu e dei um pequeno selinho entre eles, analisando sua reação antes de dar outro e outro, vendo-o sorrir com os lábios pressionados. Apertei meus braços com firmeza ao redor de seu pescoço, segurando firme em sua nuca e meu peito colou em seu corpo. Passei a língua de leve em seus lábios, sentindo-o entreabrir os lábios e pressionei nossos lábios.
Suas mãos apertaram minhas costas com mais firmeza e até me surpreendi quando sua língua encontrou a minha rapidamente. Subi uma mão para seu rosto, sentindo nossos lábios encaixarem de forma perfeita conforme o beijo ganhava mais velocidade e minha respiração pareceu falhar com muita rapidez. Danny me empurrou para trás, me colando na parede e suspirei enquanto sua língua brincava com a minha.
Foi como se uma chave tivesse virado e eu não queria mais tirar minhas mãos de seu corpo. Apertei minhas mãos em seu pescoço, segurando firme em sua nuca e suas mãos também me apertavam, fazendo minha blusa deslizar para cima e sua mão gelada tocar minhas costas e descer para minha bunda, apertando-a, o que fez meu corpo se afastar em um impulso.
- O quê? – Ele perguntou, olhando para mim. – Não pode? – Ele tinha um sorriso nos lábios.
- Foi automático. – Falei, rindo. – Isso é novo para mim.
- Um novo bom? – Ele perguntou, ponderando com a cabeça.
- Agora sim! – Falei, rindo.
- Acho que esqueci que não temos mais 13 anos. – Rimos juntos.
- É, estamos bem longe disso. – Sorri.
- Ainda bem! – Ele riu antes de colar nossos lábios novamente.

Daniel

- Eu cansei de esperar, . – Minha voz saiu fraca, denunciando o nervosismo.
- Eu também. – Disse, suspirando. – Mas e se for ruim? – Dei um curto sorriso quando ela mordiscou o lábio inferior.
- Eu duvido muito disso. – Tirei a mão direita de sua cintura e subi para seu rosto, acariciando sua bochecha. – Eu vou te beijar agora, Wandinha. – Ela assentiu com a cabeça e rocei meu nariz no seu antes de tocar nossos lábios lentamente.
Meu corpo se arrepiou com o toque, como uma descarga elétrica. Pressionei meus lábios nos dela por alguns segundos, como se fosse 2003 novamente. Meu corpo estava tensionado e o pressionar foi longo, mais firme. Talvez completamente diferente do que eu esperava. Levemente... Decepcionante.
Nossos lábios se separaram e abri os olhos quase instantaneamente, encarando o rosto sereno de ainda com os olhos fechados. Tinha algo de errado, não é possível que tinha sido estranho. Essa mulher está me enlouquecendo há um mês só com o sorriso, não é possível que seria isso.
Ela abriu os olhos devagar e encarei seus olhos e algo estava errado. Essa mulher é incrível e perfeita, não tem como o beijo ter sido estranho, a confusão em seu olhar dizia o mesmo.
- Ei... – Falei fracamente.
- Ei. – Ela disse igual.
- Foi... – Pensei em uma palavra melhor para falar, mas não tinha. – Estranho... – Ela concordou rindo e sorri.
- É... – Ela mordiscou seu lábio. – Não é possível, Danny! – Ri com ela, apertando minhas mãos em seu corpo.
- Não é? Você está me enlouquecendo, . Eu sei meus sentimentos, eu...
- Posso... – Ela me interrompeu. – Eu quero tentar de novo...
- É! Claro! – Falei rápido, qualquer coisa para tornar isso melhor.
- Deixa comigo agora, ok?! – Ri fracamente.
- Sim, senhora. – Encarei seus olhos.
- Fecha os olhos. – Ela pediu fracamente e o fiz, abaixando as mãos para sua cintura novamente. Só queria ficar perto dela, tenho certeza de que tinha algo de errado.
Sua respiração tocou meu rosto e demorou um pouco para ela fazer algo, o que acabou me obrigando a apertar as mãos em sua cintura com medo de ela se afastar. Senti um carinho leve em minha bochecha, me fazendo sorrir e inclinei o rosto para sua mão, suspirando quando ela abaixou a mão novamente para meus ombros.
Notei que sua respiração ficou mais perto e senti seus lábios nos meus, aquilo fez meu corpo travar por algum motivo. Talvez com medo de ser estranho de novo. Ela pressionou nossos lábios em um curto selinho, fazendo nossos narizes se roçarem, depois outro selinho, até o terceiro. Senti minhas mãos afrouxarem em seu corpo e seus seios colaram em meu peito pelo abraço mais apertado.
Me surpreendi quando ela passou a língua em meus lábios e os entreabri pouco antes de ela pressionar nossos lábios com mais firmeza dessa vez. Minhas mãos apertaram em seu corpo automaticamente, cruzando e espalmando suas costas e foi como se minha língua tivesse um ímã para a sua, tornando o beijo mais rápido do que o primeiro.
Sua mão voltou para o meu rosto, dando firmeza nos movimentos de nossos lábios e andei para frente devagar, procurando a parede da porta atrás de si para sair da beirada do deck. As mãos de me apertavam com mais força, descendo do meu rosto para o pescoço, depois atrás da nuca, voltando para meu rosto novamente.
Eu não estava diferente, minhas mãos apertavam suas costas, deslizando pela lateral de seu corpo até encontrar a base de suas costas. Era disso que eu estava falando! Meu corpo respondia à ela e fazia com que eu mantivesse os lábios colados independente dos movimentos. Apertei sua cintura e deixei a mão deslizar para sua bunda, apertando-a em sua base e se afastou em um impulso, me assustando.
- O quê? – Perguntei, focando em seus olhos. – Não pode?
- Foi automático. – Ela disse, rindo. – Isso é novo para mim. – Sorri, abraçando-a pela cintura.
- Um novo bom? – Ponderei com a cabeça.
- Agora sim! – Ela disse, rindo.
- Acho que esqueci que não temos mais 13 anos. – Falei, mencionando nosso primeiro beijo travado, fazendo uma careta.
- É, estamos bem longe disso. – Ela deu um sorriso e me aproximei dela novamente.
- Ainda bem! – Ri, colando nossos lábios novamente.
Dessa vez o beijo foi mais calmo e gentil. Minhas mãos subiram para sua nuca e foi sua vez de deslizar as mãos pelas minhas costas, me abraçando pela cintura e colei meu quadril no seu. Trocamos um curto riso com o movimento e nossos lábios se juntaram mais uma vez. Mordisquei seu lábio devagar, puxando-o levemente para mim e alguns beijos acabaram saindo de seus lábios quando deslizei os lábios pela sua bochecha.
- Eu estava louco para fazer isso toda vez que você morde esse lábio. – Ela riu fracamente e nossos olhos se encontraram mais uma vez.
- Nós estamos ferrados, certo? – Ela perguntou e segurei seu rosto com uma mão, acariciando-o devagar.
- Talvez. – Falei, rindo e ela me abraçou apertado, apoiando a cabeça em meu ombro.
- Ah, cara. – Ela disse, rindo e sorri, dando um beijo em sua cabeça. – Isso explica tanto... – Ri fracamente.
- Eu fiquei levemente decepcionado da primeira vez. – Falei, passando as mãos em suas costas.
- Você me beijou como se tivéssemos 13 anos. – Ela ergueu o rosto e rimos juntos.
- Acho que ainda te trato como se você fosse quebrar. – Falei, deslizando as mãos pelos seus braços.
- Nós crescemos, Danny! Em todo sentido da frase. – Ela afrouxou as mãos em meu rosto. – E estamos aqui agora, completamente perdidos sobre o que está acontecendo. – Ri fracamente.
- Eu estou apaixonado por você, . – Suspirei. – E eu estou tão feliz por esse beijo ser bom. – Rimos juntos e colei nossos lábios novamente por alguns segundos. – Ah, cara! Eu posso fazer isso o dia todo. – Ela riu fracamente.
- Desacelera, Danny boy! – Ela roçou nossos narizes. – Isso é um terreno completamente novo para nós dois.
- Por que você corta meu barato? – Ela riu fracamente, pressionando seus lábios nos meus.
- Não estou cortando seu barato, baby. Só pensando com a cabeça antes do meu coração. Porque eu acho que ele parou depois que você apertou minha bunda. – Gargalhei, jogando a cabeça para trás.
- Pane no sistema.
- Total! – Ela disse, rindo, mas colou nossos lábios de novo. – Mas é bom, sabe? – Ela passou a língua levemente por eles e suguei-a de leve para meus lábios antes de soltá-los. – É bom demais.
- Sim? – Ela assentiu com a cabeça e deslizei minhas mãos pelas suas costas novamente, encontrando a divisão da blusa e dos shorts antes de acariciar sua bunda. Fechei a mão, apertando-a e ela suspirou.
- Ah, cara... – Ela disse, rindo e dei um beijo em seu rosto, deslizando o nariz pela sua bochecha. – Estamos muito ferrados, Danny!
- Eu sei... – Falei em um suspiro. – E a culpa é toda sua.
- Ah, minha? – Ela perguntou, rindo. – E o que eu fiz para ser culpada nisso?
- Eu não sei. – Ri com ela. – Não é possível que seja algo só de hoje, nos conhecemos nossa vida inteira. – Ela afastou o rosto, me olhando melhor. – Você já sentiu alguma coisa por mim ou...
- Eu não sei identificar. – Ela suspirou. – Digo, no nosso primeiro beijo, as coisas ficaram bagunçadas, mas era meu primeiro beijo, acho que era algo normal. Seria assim com você ou qualquer outra pessoa. – Assenti com a cabeça.
- Sim, penso o mesmo. E com Jemma? Você ficou bem enciumada naquela época. – Ela riu fracamente.
- Honestamente? Eu não consigo identificar isso também. Que o ciúme era por gostar de você. Não queria que você terminasse com ela para ficar comigo, eu só não gostava dela mesmo. Tanto que depois que tudo voltou ao normal, não cogitamos nenhum sentimento. – Ela deu de ombros e dei um beijo em seu queixo, fazendo-a movimentá-lo em cócegas.
- Eu não consigo lembrar também... – Suspirei. – Talvez tenha sido a proximidade mesmo. Nossa cota sem sentimento era de dois meses, quatro ultrapassou demais. – Ela riu fracamente.
- E antes disso éramos muito novos para entender. – Assenti com a cabeça.
- Eu tenho 26 e acho que entendo menos ainda. – Ela abriu um largo sorriso.
- Vamos descobrir o que é isso com calma, que tal? – Ela passou a mão em meu rosto. – Sem alarde, só você e eu. – Assenti com a cabeça.
- É perfeito para mim. – Nossos lábios se colaram mais uma vez e ela apertou os braços em meus ombros mais uma vez.
- Ah, merda! Isso é bom demais, Daniel! – Ela falou e rimos juntos.
- Meus beijos são incríveis, querida! – Ela gargalhou.
- É, uhum. Planejou tanto o primeiro beijo e foi péssimo. – Fiz uma careta.
- É, eu falhei nessa. – Ela riu. – Mas só erro uma vez, nunca mais.
- Preliminares, Daniel! Uma mulher não vive sem. – Ela falou em um sussurro e roubei outro beijo dela.
- Minha mulher. – Apertei-a mais uma vez e ela sorriu. – Ainda é estranho, mas vamos mudar isso. – Ela riu fracamente.
- Falando em mudar, não quer trocar de roupa? Você está muito gelado. – Ela deslizou as mãos em meus braços.
- Não quer nadar um pouco? Não sei quando voltamos com tempo para cá. – Falei, observando seus olhos.
- Se a água estiver tão gelada quanto você, não sei se quero. – Rimos juntos.
- Vem... Eu te esquento depois. – Ela riu fracamente.
- Antigamente eu te chamaria de tonto e metido, mas agora parece uma ótima ideia. – Ela cochichou.
- Vem... – Indiquei com a cabeça e ela riu, deslizando as mãos pelo meu corpo.



- Para, Danny! – Falei, rindo, sentindo-o jogar água em mim e revidei, mantendo os pés em movimento na água para não afundar.
- Parei! Parei! – Ele disse, rindo e me puxou pelo braço. – Vem cá! – Apoiei meus braços em seus ombros, sentindo nossas pernas se enroscarem dentro de água. – Eu paro... – Ri fracamente.
- A gente não precisa subir de novo? Está escurecendo. – Perguntei e ele colou nossos lábios devagar, ignorando o que eu disse. – Daniel...
- Eu ouvi, eu só estou ocupado com outra coisa. – Ri fracamente, apertando minha mão em sua nuca.
- Podemos nos ocupar lá dentro, no quentinho. – Fiz um beicinho e ele deu um beijo em cima.
- Não faça isso enquanto meus pais estiverem aqui, eu não sei do que eu sou capaz. – Sorri.
- Não prometo nada. – Neguei com a cabeça e ele pressionou nossos lábios mais uma vez.
- Nem eu! – Ele disse, sério e foi minha vez de colar nossos lábios.
- Sabe... Você fica sexy sério. – Ele riu. – E fofo sorrindo.
- Amo como as palavras honestas saem com mais facilidade agora. – Sorri.
- Eu estava doida para te beijar, mas também estava com medo. – Afastei nossos corpos devagar, nadando para mais perto do deck.
- Com medo de ser ruim e destruir nossa amizade? – Ele veio logo atrás e assenti com a cabeça, me apoiando no deck.
- É. – Suspirei, apoiando as duas mãos no deck antes de subir e ajoelhar no local, me sentando ali. Ele apoiou as mãos em minhas pernas.
- Eu não sei o que vai acontecer conosco, , mas eu não vou te perder. – Ele olhou em meus olhos e dei um curto sorriso. – Já fazemos parte da vida um do outro desde sempre, sabemos tudo o que o outro está sentindo, passamos por problemas juntos, a única diferença agora é que podemos fazer tudo isso e nos divertir. – Ri com ele, vendo-o desviar para o lado e subir para o deck.
- Você sabe que na prática não é fácil assim, né?! – Ele se sentou ao meu lado.
- Eu sei... Talvez... Mas vamos pensando nas estratégias quando chegarmos nos circuitos, que tal? – Ri fracamente com a referência e inclinei meu rosto para o dele e ele fez o mesmo.
- Combinado. – Falei antes de trocarmos um curto beijo.
- É, mas vou ficar viciado em te beijar agora. – Rimos juntos e sua mão subiu para meu rosto, iniciando outro beijo.
- Com licença, senhor... Desculpe. – Ouvi a voz, lembrando do piloto e pressionei os lábios, vendo Danny desviar para Anton. – Precisamos desancorar e voltar para o clube.
- É, claro! – Danny disse, se levantando e pressionei os lábios, rindo de vergonha.
- Com licença. – Ele se retirou e ergui o rosto para Danny, rindo com ele.
- No flagra! – Ele disse e segurei sua mão para me levantar.
- Ao menos estamos comportados. – Ele deu de ombros, me abraçando pela cintura. – Vamos para dentro enquanto voltamos para lá, tem toalha no armário.
- Eu estou enxarcada. – Ergui um pouco da camiseta que eu usava e dei uma torcida na barra.
- Eu vou. – Ele disse, puxando a camiseta para cima e pressionei os lábios pelo seu corpo definido e ele deu uma torcida na blusa antes de deixá-la na beirada do deck.
Senti o iate voltar a se movimentar e me apoiei na porta enquanto via Danny entrar com pressa no quarto e voltar com duas toalhas logo em seguida. Ele começou a se secar com naturalidade, mas esperei atracarmos novamente no Yacht Club para começar a fazer o mesmo.
- Eu vou me trocar no banheiro e arranjar uma roupa para você. – Ele disse e assenti com a cabeça.
Enquanto ele sumiu no banheiro, eu comecei a me secar como possível. A camiseta e os shorts jeans estavam completamente enxarcados, precisava tirar essa roupa e de uma ducha, então foquei em tentar torcer algumas partes da roupa para ao menos parar de pingar.
Danny saiu após alguns minutos com uma bermuda de tactel, a toalha em seus ombros nus e um cheiro de sabonete me lembrava que ele tinha feito exatamente a minha ideia. Ele caminhou pela área da cama e reparei no pequeno armário do outro lado da cama com algumas roupas quando ele abriu.
- Tem algumas coisas da Jemma aqui ainda...
- Não mesmo! – Falei, rindo, entrando no quarto. – Não vou colocar roupa da sua ex e acho que deveríamos queimar, só por diversão. – Dei um sorriso sarcástico e ele gargalhou.
- Ah, cara, você é má! – Ele disse e sorri, entrando no banheiro e pisando no tapetinho.
- Eu não sou má, eu só não gosto dela. – Dei de ombros. – E gostaria de saber por que ainda tem roupas dela aqui. – Ele gargalhou, trazendo outras roupas para mim.
- Eu não vinha aqui desde Mônaco no ano passado e ainda estávamos juntos...
- Eca, você transou com ela nessa cama. – Fiz uma careta e ele riu, apoiando a roupa na pia, aproximando o rosto do meu.
- Eu esqueci que minha amiga é ciumenta. – Segurei em sua nuca, roçando meus lábios nos seus.
- Garanto que agora vai só piorar. – Ele colou nossos lábios, me puxando pela cintura e deixei meus braços caírem em seus ombros quando ele me apertou com mais firmeza.
- Agora é um bom momento para eu falar que ela morou comigo no apartamento daqui ou... – Neguei com a cabeça.
- Péssimo momento! – Mordiquei seu lábio inferior. – Se depender de mim, nunca mais falamos dela. – Ele sorriu.
- Combinado. – Ele colou nossos lábios em um curto selinho.
- Deixa eu me trocar, já volto. – Ele assentiu com a cabeça, roçando seu nariz no meu antes de me soltar, me fazendo rir.
Observei-o tirar a toalha das costas nuas e parei para pensar quantas vezes vi Danny assim. Tirando piscina ou praia, Danny sempre foi comportado perto de mim, apesar da amizade. Nunca nos trocamos na frente do outro e ele raramente ficava sem camisa, tia Grace era bem rígida quanto a isso, mas acho que essa era a vantagem de cruzar a linha da amizade e poderia olhar para seu corpo definido sempre.
Fechei a porta e tirei a roupa que eu usava o dia inteiro. Dei uma torcida na pia e pendurei ao lado das de Danny. Fui para debaixo do chuveiro e inicialmente seria só uma ducha, mas tinha todos os utensílios possíveis de banho ali dentro, então aproveitei. Lavei o cabelo, me lavei e deixei o corpo relaxar um pouco na água quente antes de sair.
Me sequei e observei o que Danny tinha me dado. Uma camiseta e uma bermuda de tactel clássica e suspirei. Eu não tinha calcinha e a minha estava impossível de usar agora, além do sutiã. Então coloquei as roupas sem mesmo, agradecendo por Danny sempre optar por roupas mais largas e não deixar marcar o corpo.
Penteei os cabelos, jogando-os para trás e arranjei um espacinho para a toalha ali antes de sair do pequeno cômodo. Tinha um cheiro de queijo no ar, me fazendo franzir a testa e precisei virar o corpo para encontrar Danny na pequena cozinha.
- O que está fazendo? – Ele desviou o rosto e andei até ele.
- Tinha uma lasanha congelada no freezer. – Ri fracamente. – Está dentro do prazo de validade, mas eu não tenho a mínima ideia de como isso está. – Ele me abraçou pela cintura.
- Um ano, Danny. Tem certeza de que está dentro do prazo de validade? – Brinquei e ele pegou a embalagem com a outra mão.
- Junho de 2016. – Ele me indicou e ri fracamente.
- Por três dias. – Deixei a embalagem na pia e virei o rosto para ele. – Não acho muito garantido você comer uma lasanha velha cheia de queijo antes da sua grande corrida amanhã. – Rimos juntos.
- É o que tem aqui.
- A gente não precisa ir embora? – Ele franziu a testa.
- Não, a gente só voltou por segurança mesmo. Agora à noite alguns navios e cruzeiros começam a chegar por causa do GP e pode atrapalhar o tráfico náutico.
- Ah, entendi! – Falei.
- Podemos ficar aqui para sempre. – Ele pressionou os lábios em minha bochecha, me fazendo rir. – O clube fica aberto 24 horas por dia, com todos os serviços disponíveis.
- E não tem um restaurante nesse lugar chique, não? – Ergui uma mão para seu rosto, acariciando seus cachos na linha do cabelo.
- Até tem, mas acho que gosto da ideia de ficar escondido aqui contigo. – Rimos juntos.
- Eles podem nos entregar por uma boa gorjeta? – Fiz uma careta e ele riu.
- Você acha que eu vou passar mal, não é? – Rimos e ouvi o barulho do micro-ondas.
- Eu entendo um pouco disso, baby. – Dei de ombros. – E você tem sua intolerância, vai ser uma bomba enorme amanhã. E não de um jeito bom! – Rimos juntos.
- Ok, eu vou ligar na recepção e ver o que tem para gente.
- O cheiro está bom, mas... – Dei de ombros.
- Já entendi. – Ri fracamente, dando um beijo em seu rosto e ele me apertou pela cintura.
Meus braços foram para suas costas, apertando-o na altura do peito e ele colou nossos lábios mais uma vez naquele dia. Entreabri meus lábios quando sua língua encontrou meus lábios e suas mãos deslizaram pelo meu corpo, apertando o excesso de pano da blusa e desceu para minha bunda, apertando-a e ri fracamente.
- Não faça isso! – Falei, roçando nossos lábios conforme falava.
- Por quê? – Ele perguntou, encarando meus olhos.
- Tem pouco tecido aí. – Falei, rindo.
- O que você quer dizer? – Ele deslizou a mão novamente, me fazendo contrair o bumbum em sua direção. – Oh!
- Xi! – Pedi, rindo.
- Você está sem calcinha. – Rimos juntos e ele deixou um beijo em minha bochecha. – Não sabia que era safada assim, . – Gargalhei alto.
- A minha está molhada, ok?! – Empurrei-o de leve, sentindo-o me apertar com mais força pela cintura. – E não, eu não quero uma da Jemma.
- Nem eu quero! – Ele disse, me fazendo rir. – Por que falar isso me parece estranho? – Ri com ele.
- Nosso corpo quer uma coisa, mas nossa cabeça não sabe ainda que as coisas mudaram. – Ele sorriu.
- Ah, é bom a cabeça aprender isso logo. – Sorri.
- Você surtou quando sua cabeça mudou? Digo... Quando sua visão mudou?! – Subi as mãos para seus ombros.
- Como assim? – Suspirei, mantendo meus braços esticados para poder vê-lo melhor.
- Eu nunca te achei lindo, Danny, você sempre foi engraçado. – Ele gargalhou. – Você começou a melhorar quando entrou na Red Bull, mas eu te via como melhor amigo, não com alguém que eu queria pegar. – Rimos juntos. – Teve momentos nesses meses que eu não me conformava em te achar lindo. – Ele sorriu. – Quando você cortou o cabelo na China. De repente você virou o homem mais lindo do mundo e minha cabeça achava que eu estava louca. – Rimos juntos.
- Primeiro de tudo: agradeço o elogio. – Ri fracamente.
- Desculpe, baby! Você era fofo. – Colei meu rosto no seu. – Mas você começou a melhorar quando nos afastamos, você começou a se dedicar melhor na sua carreira e o dinheiro veio, né?! – Ele riu fracamente.
- Bom, diferente de você, eu sempre te achei linda. – Fiz um pequeno bico, sentindo nossos lábios se tocarem. – Mas eu não via isso, pela nossa amizade, só em algumas situações que ficava mais em evidência, festas, formaturas... – Sorri. – Mas é, eu tive um surto também, quando estávamos aqui em Mônaco... – Ele riu sozinho.
- É? – O encorajei a falar.
- Se lembra quando eu disse que eu... – Ele ponderou com a cabeça. – Bem, eu tive uma ereção por sua causa? – Abri um largo sorriso.
- Sim, eu lembro. – Passei meus lábios em sua bochecha, dando curtos beijos.
- Eu precisava sair daquela situação... – Ri fracamente. – E eu tentava pensar em várias coisas, mas nada fazia aquilo baixar. – Neguei com a cabeça, ouvindo-o rir.
- E o que você fez? – Perguntei, já sabendo a resposta.
- Foi de forma manual. – Gargalhei mais alto, apoiando minha cabeça em seu ombro. – E eu só pensava se não ia para o inferno por me masturbar pensando na minha melhor amiga. – Joguei minha cabeça para trás, ouvindo minha risada alta. – Ou se seu pai jogaria um raio na minha cabeça.
- Ah, cara! – Minha gargalhada falhou quando puxei a respiração e suspirei, rindo.
- Você ri, mas não sabe o surto que eu estava. – Neguei com a cabeça. – Piorou tudo quando eu precisei falar que estava com dor de barriga. – Rimos juntos.
- Eu me preocupei com você. – Passei as mãos em sua nuca, olhando em seus olhos. – Pelo menos foi só isso. – Dei de ombros, vendo-o rir.
- Esse foi meu surto cabeça e coração, mas qualquer coisa que você fazia, seu sorriso, suas roupas, aquele almoço...
- Foi um encontro, certo? – Afastei meu rosto novamente.
- Foi! – Ele disse, rindo. – Não oficial, mas foi! – Rimos juntos. – Precisamos fazer um de verdade agora. – Assenti com a cabeça.
- A gente combina depois. – Colei nossos lábios rapidamente. – Me contento com um piquenique agora. – Ele sorriu.
- Eu vou ver o que eles têm. – Ele indicou com a cabeça e colamos nossos lábios novamente antes de eu abaixar as mãos de seu corpo.

Daniel

- É, isso é melhor do que uma lasanha congelada de um ano. – disse, lambendo o polegar, me fazendo sorrir.
- Não posso negar. – Coloquei o último pedaço de carne na boca. – Eu vou dormir como um bebê. – Ela riu fracamente.
- Falando nisso, você não precisa descansar? Não é melhor a gente voltar? – Ela cruzou os garfos no prato, colocando-o de volta na bandeja.
- Eu preciso descansar, mas não quero voltar. – Ela riu fracamente, deixando o corpo cair para trás, apoiando a cabeça no travesseiro e sorri quando seus cabelos abriram como um leque no lençol branco.
- O que vamos dizer para sua mãe? Ela vai perguntar, tenho certeza. – Coloquei meu prato junto do de e me levantei da cama.
- Deixa eu ver se alguém mandou mensagem. – Levei a bandeja para a pia antes de seguir até minha mochila e peguei o celular, ligando-o novamente. – Tem mensagem do Michael.
- Ah, lá vai. – Ela disse e ri fracamente, puxando a porta de correr que dava para a cozinha, abrindo a mensagem dele.
- “Imagino que você e tenham dado uma escapada, né?! Estranhamos sua demora e sua mãe insistiu para gente ir atrás de vocês. Como não te achamos, suspeitamos que estão juntos. Ao menos fala que vocês se beijaram...” gargalhou alto e me sentei ao seu lado. – “Falei que liguei para você e que precisou voltar para garagem porque Christian te ligou falando de um problema técnico no carro e foi contigo. Estúpido, eu sei, mas foi a primeira coisa que veio à minha cabeça. Espero que não precise explicar amanhã. Vamos atrasá-los, mas não demora!” – Estiquei o celular para e ela riu fracamente.
- “Sim, nos beijamos”. – Ela disse, escrevendo antes de me devolver o celular. – Acho que é a única coisa que importa.
- É, mas eu preciso alinhar essa desculpa, minha mãe não cai nessa. – Me ajoelhei na cama, engatinhando até ela.
- Não mesmo, mas não consigo arranjar uma desculpa plausível para termos saído sem o pessoal. – Apoiei uma mão em cada lado de seu rosto, vendo-a sorrir. – Tipo... Por que sairíamos para uma possível festa sem os caras?
- Porque eles são péssimos. – Falei, fazendo-a rir e deitei meu corpo sobre o seu, descendo as mãos para sua cintura.
- Seus amigos. – Ela disse, passando as mãos em meus ombros.
- Meus amigos? – Falei, rindo, colando minha testa na dela.
- Eles começaram como seus amigos, mas eu os roubei quando você ficou chato no ensino médio. – Ela deslizou as mãos em minha nuca. – Depois você ficou rico e famoso, então eles preferiram você. – Rimos juntos e deslizei meu nariz em seu rosto. – Eu só sou a que faz comida.
- Acho que se os fizermos escolher, eles te escolheriam pela comida. – Rimos juntos e me deitei ao seu lado.
- Você também. – Sorri e ela se inclinou para mim.
- Eu vou te escolher sempre antes dos outros. – Senti seu pé deslizar pela minha perna. – Especialmente agora. – Deixei um beijo em sua bochecha antes de roçar nossos narizes.
- Viciado, Daniel? – Seus olhos focaram nos meus e ri fracamente.
- Uhum... – Dei um curto selinho em seus lábios. – Isso é incrivelmente viciante. – Ela riu fracamente.
- Muita prática, sabe? – Ela gargalhou sozinha.
- Ah, é?! – Falei, rindo, virando o corpo e ela apoiou a mão em meu peito.
- É, sabe? Muitos caras. – Ela negou com a cabeça. – Três de uma vez, sabe?! – Gargalhei, tombando a cabeça para trás.
- Você não vai se esquecer disso, não é?! – Ela subiu uma perna para minha cintura e suspirei com o contato, levando a mão até sua coxa.
- É outra realidade para mim, Daniel. – Ela acariciou meu rosto. – Eu não enxergo o Daniel da história do México e esse agora na mesma situação. – Ri fracamente, roçando meu nariz em sua bochecha, deixando alguns beijos no caminho.
- Eu estou apaixonado, . – Ela sorriu. – Eu viro um homem de uma mulher só. – Ela riu fracamente.
- Mas mesmo antes dos sentimentos, tirando aquele mal-entendido da Espanha, eu não te vi com ninguém. Chances tiveram, mas não da sua parte. – Suspirei.
- Eu não sei, ter você aqui comigo é diferente, nos divertimos, dormimos juntos, saímos para jantar, eu não senti a necessidade. – Dei de ombros e ela deu um curto beijo em meus lábios.
- A necessidade veio de outra forma. – Ela disse, me fazendo rir.
- E é muito bom! – Apertei minhas mãos em sua cintura, roçando meu nariz no seu.
- Sabe o que é bom também? – Ela perguntou, acariciando meu rosto. – Esse carinho. – Ela mordiscou seu lábio. – Sempre me perguntei se o nariz atrapalhava, mas... – Gargalhei alto, tombando a cabeça para trás. – Mas é um carinho gostoso.
- Eu sou todo gostoso, baby! – Foi sua vez de gargalhar.
- Ah, cara, está ficando tarde, estamos falando besteiras. – Ela apoiou a cabeça em meu peito e fechei os braços em suas costas.
- Você quer ir embora? – Perguntei, dando um beijo em sua cabeça.
- Honestamente? Só estou pensando na cama... – Ela riu fracamente. – É uma afronta dormir no sofá com essa cama aqui.
- Podemos ficar aqui e voltar antes do pessoal acordar. – Sussurrei. – Posso sondar o tempo online da Michelle e do Jason e a gente fala que chegou pouco depois. – Ela riu fracamente.
- Nem detetive faz isso e faremos por uma pequena mentira. – Sorri.
- Já mentimos muito para nossos pais, mas acho que esse é o melhor motivo. – Ela ergueu o rosto.
- Não sei se Alexander Addams concordaria com isso, mas é... – Trocamos um rápido selinho.
- Seu pai gostava de mim! – Ela riu.
- Não sei se agora ele gostaria de você. – Ergui o olhar para o teto.
- Por favor, tio Alex, não me mata! Eu sou um cara legal. – Ela riu, colando a boca em minha bochecha.
- Seu passado te condena, Daniel. – Rimos juntos e virei meu rosto, roçando nossos lábios.
- Eu vou focar no meu futuro agora. – Ela riu.
- Sendo romântico, Daniel?
- Eu falei que era, quem sabe agora você não acredita em mim?! – Ela assentiu com a cabeça, fazendo nossos narizes roçarem.
- Quem sabe? – Ela riu, colando nossos lábios longamente e dessa vez subi minha mão para sua nuca, fechando os olhos e alongando o beijo.
Ela tombou o corpo para o lado, apoiando uma mão em meu peito e nossos lábios se descolaram por alguns segundos. Minha mão foi para sua nuca, puxando seu rosto para mim e sua língua encontrou a minha com rapidez. Ela subiu uma perna para meu corpo e segurei-a firme, deslizando a mão pela parte de trás dela até chegar em sua bunda.
Ela mordiscou meu lábio devagar, separando nossos lábios por alguns segundos e deu alguns curtos selinhos espaçados. Ri fracamente, acariciando seu rosto com o polegar e ela inclinou o rosto em minha direção, abrindo um sorriso e deitou a cabeça em meu braço. Apoiei a mão em suas costas e ela subiu a mão para minha nuca e me aproximei para colar nossos lábios novamente, ouvindo-a suspirar.
- Por que demoramos tanto para fazer isso? – Ela perguntou em um sussurro.
- Eu não tenho ideia. – Falei baixo, roçando nossos lábios. – Mas agradeço por ter podido descobrir. – Ela sorriu, rindo fracamente.
- Nós poderíamos ficar aqui para sempre e eu não ia reclamar...
- Essa é só a sexta corrida, . Temos outras 15... – Ela abriu os olhos.
- E eu vou ficar contigo até o fim? – Assenti com a cabeça. – É, estamos ferrados. – Rimos juntos.
- Eu estou amando isso. – Pressionei meus lábios em sua bochecha. – Vai ser divertido. – Ela riu fracamente.
- Eu tenho muitas perguntas, sabe? Como... Como vamos fazer isso? Para quem vamos contar? – Ela suspirou. – Mas estou com sono. – Chequei o horário no celular.
- São quase onze horas. O dia foi pesado. – Falei, deslizando minha mão sobre sua perna.
- Que horas vamos voltar para o apartamento? – Ela apoiou a cabeça em meu peito e fiz carinho em seus cabelos.
- Umas quatro? Minha mãe acorda as seis e eu preciso estar até as oito no paddock. – Falei.
- E eu vou contigo. – Ela ergueu os olhos para mim. – É um dia importante. – Assenti com a cabeça.
- Obrigado, baby. – Ela sorriu, colando nossos lábios por alguns segundos.
- Eu deveria dormir... – Ela suspirou.
- Dorme, amor. Eu vou colocar o despertador. – Falei.
- Eu preciso escovar os dentes. – Ela falou, sonolenta. – Mas não quero levantar. – Ri fracamente. – Não quero dormir também. – Ela deslizou a mão pelo meu peito. – Acordar e perceber que foi só um sonho.
- Não foi, baby. – Dei um beijo em sua testa. – Eu estarei aqui quando acordar. – Deslizei os lábios pelo seu rosto. – E a primeira coisa que eu vou fazer é te beijar. – Ela riu fracamente.
- Ok, combinado. – Ela suspirou e sabia que ela não se levantaria mais dali hoje.

Domingo


Franzi os olhos ao ouvir o despertador tocar e precisei de um tempo para me localizar no espaço e tempo, mas senti algo se mexer entre meus braços, me forçando a abrir os olhos devagar e encontrei Danny em minha visão com um largo sorriso nos lábios.
- Bom dia. – Ele disse e fiz uma careta, coçando os olhos.
- Bom dia. – Falei, manhosa e ele colou seus lábios nos meus, me fazendo suspirar. – Não foi um sonho...
- Não. – Ele disse e senti sua mão deslizar pelo meu corpo e estava na mesma posição de ontem. – Mas precisamos voltar para o apartamento, . – Suspirei.
- Não quero... – Fiz um beicinho e ele deu um beijo neles, me fazendo rir.
- Vamos, baby! – Ri fracamente. – Eu tenho a corrida. – Abri os olhos, encarando os seus.
- Hoje é o dia que você vai vencer! – Falei firme. – Hoje é seu dia, Danny! – Ele sorriu.
- Que Deus te ouça, . – Ele deu um curto beijo em meus lábios. – Vamos? – Ele perguntou.
- Vamos, né?! – Falei, rindo e me espreguicei, esticando os braços e as pernas.
- Vai antes! Vou arrumar a cozinha. – Assenti com a cabeça e suspirei antes de me impulsionar para cima, me levantando.
Pela janela, era possível ver as luzes o Yacht Club e de outros iates a nossa volta, mas quando virei para o horizonte, só tinha o breu e alguns pontos de luz. Os iates e cruzeiros que Danny disse que chegariam. Me levantei ainda preguiçosa, passando a mão nos cabelos e fui até o banheiro, sendo levemente cegada pela iluminação antes de fechar a porta.
Chequei nossas roupas ali e fiquei feliz por estarem secas. A ventilação do iate ajudou com isso. Tirei a roupa de Danny e coloquei minha roupa de ontem. Ela estava completamente dura e estranha, mas espero que os pais de Danny não acordem quando chegarmos e que possamos trocar por um pijama e enfiar a roupa no fundo da mala antes de eles acordarem.
Prendi meus cabelos novamente em um rabo de cavalo e usei o dedo para dar uma rápida e má escovada nos dentes, depois usei o enxaguante bucal para despistar o cheiro que pudesse ter ficado do jantar de ontem. Deixei para fazer xixi por último, pois sei que não poderia ir com o pessoal lá no quarto de Danny.
- Pode ir! – Falei para Danny quando saí, encontrando o quarto arrumado e sua mochila ali, somente a camisa da Red Bull para fora.
- Já vamos. – Ele disse, se aproximando de mim e me segurou pela cintura. – Bom dia.
- Bom dia. – Falei, apoiando minhas mãos em seus braços e nossos lábios se tocaram em vários curtos selinhos.
- Isso é pouco. – Ri fracamente. – Eu não vou poder te beijar o dia inteiro. Preciso aproveitar. –Sorri.
- A gente dá um jeito, vamos focar na corrida antes. Se Deus quiser, até o fim do dia, todos estaremos bêbados e de volta aqui para comemorar! – Ele riu fracamente.
- Que Deus te ouça! – Rimos juntos e colei nossos lábios rapidamente.
- Agora vai! – Empurrei-o e ele riu fracamente antes de entrar no banheiro e fechar a porta.
Me sentei na cama novamente, suspirando e vi que Danny já tinha fechado tudo. Vi a caixa de comida ali junto de algumas coisas de lixo e suspirei. O sono estava começando a pegar, já sabia que seria um daqueles dias e mais uma vez estava preocupada com a disposição de Danny. Hoje é a corrida mais importante da carreira dele, ele precisa estar bem.
Vi a ponta do caderno de Danny saindo da mochila e abri o zíper, tirando-o dali e virei até a última folha, encontrando alguns rabiscos. Encostei as costas na cabeceira e comecei a desenhar literalmente a única coisa que eu sou boa. Ele não demorou para sair, com a mesma roupa de ontem, inclusive a camiseta da Red Bull e sorriu para mim indo, até a mochila.
- O que está fazendo? – Ele perguntou.
- Desenhando... – Comentei.
- Ah, eu gosto das suas rosas. – Ri fracamente, vendo o desenho quase completo e coloquei alguns sombreados antes de virar o caderno para ele.
- O que acha? – Ele pegou o caderno.
- Você deveria tatuar isso.
- Mas por que motivo? – Devolvi a caneta para ele.
- Porque é bonita para caralho. – Rimos juntos.
- Quem sabe um dia? – Dei de ombros, bocejando. – Quando eu não estiver com sono.
- Vamos lá, aproveitar que a cidade está vazia. – Ele disse e joguei as pernas para trás, me levantando.
- Eu estou me sentindo uma fugitiva. – Rimos juntos e ele colocou a mochila nas costas antes de se aproximar.
- Quase isso! – Ele me abraçou pela cintura. – Mas é por um bom motivo. Meus pais vão surtar, você sabe disso.
- É claro que sei! – Subi os braços para seus ombros. – Eu estou surtando um pouco. – Ele aproximou o rosto do meu.
- Relaxa, . Pensa com seu coração, não sua cabeça. – Ri fracamente e colamos nossos lábios.
Ele apertou as mãos em meu corpo, me trazendo para perto dele e minhas mãos apertaram em seus ombros. Nossos lábios se movimentaram lentamente, fazendo meu corpo arrepiar e logo nos afastamos com curtos selinhos e risos bobos.
- Nós terminamos isso depois. – Assenti com a cabeça, deslizando meus braços de seu corpo.
Ele deu uma última checada pela parte interna do iate e o ajudei com as coisas que utilizamos. Logo pisei no píer e foi estranho sentir os pés firmes no chão depois de uma noite incrível como essa. O píer estava vazio, alguns iates acesos, mas ninguém nos atrapalhou.
- Está chuviscando. – Comentei.
- A gente chega rápido. – Ele disse.
- Estou comentando pela corrida, a estratégia muda, não? – Virei para ele.
- Depende, vamos ver em seis horas. – Ele ponderou com a cabeça e confirmei com ele.
Devolvemos o que utilizamos ontem no restaurante e jogamos o lixo na primeira lixeira que vimos antes de sair. A Vespa ainda estava em seu lugar, colocamos os capacetes e guardamos a mochila no banco antes de subirmos nela. Abracei-o pela cintura e seguimos de volta para o apartamento. A cidade estava completamente vazia e escura, então conseguimos chegar bem mais rápido e nem precisamos fugir tanto mais, além das ruas fechadas para o GP.
Entramos no estacionamento e ele parou ao lado da McLaren novamente, me fazendo suspirar com o fim do dia. Lhe devolvi o capacete e trocamos um rápido selinho antes de nos aproximarmos da porta.
- Eu vou mandar mensagem para Maria. Pedir para ela compartilhar a mentira pela garagem. – Ri fracamente, chamando o elevador.
- Ela vai te matar por você estar acordado agora. – Falei.
- O que você prefere? Esporro da Maria ou da dona Grace? – Fiz uma careta.
- Oh, isso é difícil! – Ele riu fracamente.
- Maria está torcendo por nós, talvez ela entenda.
- Talvez. – Brinquei, ouvindo-o rir e o elevador se abriu. – Vem, vamos cuidar disso antes. – Falei e ele suspirou.
- Lá vai! – Ele disse, dramático e entramos, apertando o botão do décimo primeiro andar.
Ele me abraçou pela cintura, dando um beijo em minha têmpora, me fazendo sorrir e podia realmente ficar envolvida em seu abraço e dormir aqui de novo que eu não perceberia. Quando o elevador se abriu novamente, fizemos curtos sinais da cruz antes de ele abrir a porta do apartamento devagar.
Ele colocou a cabeça para dentro e me chamou com a mão. Entrei devagar e vi a porta de seu quarto fechada e isso parecia um bom sinal. Entrei na ponta dos pés e fui até a sala, encontrando-a vazia e com o sofá arrumado para nós, me fazendo suspirar.
- Eles preparam para nós. – Falei em um sussurro.
- Vamos nos trocar e fingir que estávamos realmente dormindo. Dá para eu tirar umas duas horas de sono. – Assenti com a cabeça e fui até minha mochila e peguei meu pijama. – Eu vou no quartinho. – Ele indicou com a cabeça.
- Você tem pijama? – Perguntei.
- Não, mas trouxe uma bermuda e uma camiseta do iate. – Ele disse e assenti com a cabeça.
Ele sumiu pela porta e aproveitei para trocar de roupa bem rápido antes que ele voltasse e enfiei as roupas de antes bem fundo na mochila. Me sentei no sofá tentando fazer o mínimo de barulho possível e me deitei, puxando a coberta para meus ombros. Danny apareceu logo em seguida, com uma roupa que enganava muito o pijama dele e se deitou ao meu lado.
- É até engraçado. – Ele sussurrou, me fazendo sorrir.
- Não me faça rir. – Pedi e ele ajeitou o lençol em cima de si.
- Meu despertador toca as seis. – Ele disse e assenti com a cabeça.
- Não se preocupe. – Falei e ele se aproximou, tocando nossos lábios levemente. – Não podemos...
- Só unzinho. – Ele brincou, me fazendo rir.
- Precisamos ser discretos, Daniel. E sem showzinho. – Ele assentiu com a cabeça.
- Não se preocupe, eu vou ser. – Ele colou nossos lábios rapidamente. – Depois disso. – Ri fracamente.
- Dorme, baby. – Falei, apoiando a mão em seu peito. – Você precisa estar perfeito.
- Eu estou. – Ele sorriu. – Agora eu estou. – Sorri, apoiando a cabeça em seu braço e fechando os olhos.

Domingo
Daniel

Ouvi o despertador tocar e acordei em um pulo. Apalpei o sofá até encontrar o aparelho e o desliguei rapidamente, evitando fazer barulho em excesso. Suspirei, tombando a cabeça no travesseiro novamente e fiz sinal da cruz. Hoje o dia precisa ser perfeito. Nada pode dar errado.
- Não vai levantar? – Virei o rosto, encontrando com o rosto afundado no travesseiro.
- Não queria te acordar. – Falei, virando o rosto para ela.
- Eu não consegui pegar forte no sono de novo. – Assenti com a cabeça e ela apoiou a mão em meu peito. – Vamos fazer um bom espetáculo, ok?!
- Ok. – Falei, aproximando meu rosto do dela e deixei um rápido selinho.
- Não abusa, Daniel. – Ela riu fracamente e sorri.
- Difícil de resistir. – Falei.
- Ah, vocês estão aí! – Me assustei, virando para porta e me cegando por alguns segundos quando a luz acendeu. – Vocês não têm noção do quão preocupada me deixaram! Vocês poderiam ter avisado! – Senti alguns tapas em minha perna.
- Ai, mãe! – Falei, vendo minha mãe ainda de pijama.
- “Ai” nada! Vocês dois me deixaram muito preocupada! – Ela deu outros tapas e tentei desviar as pernas, quase subindo em .
- Ai, tia Grace, cedo! – disse, sonolenta.
- E que horas vocês chegaram, hein?! Onde vocês estavam? Ninguém atende ao telefone, não manda uma mensagem...
- Mãe! – Afundei o rosto no travesseiro. – São seis da manhã, pega leve! – Falei, tentando evitar responder sua pergunta.
- Por que não nos avisaram? Podíamos ter ido com vocês! – Ela disse firme.
- A gente recebeu uma ligação de última hora, tia. – disse, se sentando no sofá. – O Danny foi me mostrar a McLaren dele na garagem, que ele tinha esquecido, e a Maria ligou. Eles viram pelo radar que teria chuva hoje e aí acharam melhor chamar o Danny para conversar, e eu acabei indo junto, oficialmente eu estou trabalhando para Red Bull, né?! – Ela disse aleatoriamente e olhei surpreso para ela.
- Mas poderiam ter avisado. – Ela disse firme e vi meu pai entrar na sala.
- Desculpe, mãe, mas a gente está acostumado a fazer as coisas meio na pressa. – Falei e ela bufou.
- Querida, se acalme, eles estão bem. – Meu pai disse. – Bom dia, crianças.
- Bom dia, tio Joe! – sorriu. – Posso usar o banheiro?
- Claro! – Ele disse e deslizou para fora do sofá, sumindo pelo corredor.
- Ao menos podiam ter avisado quando chegaram. – Minha mãe continuou.
- A gente chegou de madrugada, mãe, quase ficamos lá na garagem. Tomamos banho lá, jantamos, ficamos por lá. Está tudo bem, relaxa. É só para estar tudo perfeito para hoje. – Ela bufou.
- Eu estou nervosa, tudo precisa estar perfeito. – Ela disse e me levantei do sofá.
- Não se preocupe, mãe. Estamos bem, o carro está bem, eu estou calmo, ligado, só preciso confirmar isso. – Apoiei as mãos em seus braços e ela me abraçou com firmeza.
- É seu momento, amor! – Sorri. – Boa sorte.
- Obrigado, mãe! – Ela beijou minha bochecha e depois meu pai me abraçou também.
- Quais são seus planos para hoje? – Ela perguntou.
- Eu preciso estar na garagem as oito, então vou tomar um banho, me arrumar e ir até a estação. A Maria deve ter disponibilizado um barco para me levar lá... – Peguei meu celular. – Eu tomo café na estação e vou para garagem. Vocês podem ir mais tarde, igual ontem. Queria que a descansasse um pouco também...
- Eu vou contigo, Daniel! – Ela apareceu. – Já falei. Eu durmo depois. – Ela andou até sua mochila, colocando-a na cama. – Está chovendo e está frio. – Ela disse. – Se aqueça. – Assenti com a cabeça.
- Quer tomar banho? Vou ver se tem alguma mensagem. – Ela assentiu com a cabeça.
- Claro, é rápido. – Ela disse, pegando suas coisas antes de seguir de volta para o quarto. Me sentei na beirada do sofá para ver as mensagens, encontrando algumas de Maria.
“O QUE VOCÊ ESTAVA FAZENDO ACORDADO AS QUATRO DA MANHÃ, DANIEL?! E POR QUE EU PRECISO INVENTAR UMA MENTIRA ENORME PARA VOCÊ?!” – Suspirei.
“Porque eu passei a noite com no iate e não estou pronto para contar para os meus pais que nos beijamos e levar outro esporro como esse”. – Enviei. – “Já estou de pé, em 45 minutos estou pegando a lancha para estação”. – Saí da conversa dela e fui para Michael.
“Y-Y-Y-YHA-A-A-A-A-A! É ISSO QUE A GENTE ESTAVA ESPERANDO! AÍ, GAROTO! Estou feliz por vocês!” – Ri fracamente.
“Obrigado, cara! Eu vou direto para estação da Red Bull, te encontro lá?” – Saí da conversa dele, vendo algumas de minha mãe e Michelle, mas Maria já tinha respondido.
“OK, ISSO É UM BOM MOTIVO! Mas você não está cansado para hoje, está? Ai, Daniel! Estou feliz por vocês, mas tinha que ser ontem? E sua regra de não transar antes de corrida?” – Ri fracamente e parei para pensar por um segundo sobre isso.
Eu deveria achar estranho a vontade de transar com , mas por algum motivo eu estava empolgado demais com isso. Não sei se são duas partes do corpo pensando, mas acariciar seu corpo, sentir suas coxas, sua perna e seu quadril pressionando no meu, só me fazia pensar quando isso aconteceria.
Será que tem uma regra de melhor amigo? O beijo ontem e a transa vai ser daqui alguns dias? Não sei muito como se sente quanto a isso, ela não é do tipo que tem sexo casual, então antes de tudo acho que preciso garantir que nossos caminhos vão andar lado a lado. Na verdade, isso é outra coisa que ronda minha cabeça. Estamos apaixonados um pelo outro, nos beijamos e agora? O que somos? Namorados? Sacudi a cabeça e respondi Maria.
“Não se preocupe, não aconteceu nada demais. E eu estou bem, nasci pronto”. – Suspirei, vendo-a digitar.
“Bom, então! Te vejo daqui a pouco e estou feliz por vocês. Já avisei ao Christian aqui e ele gargalhou alto, mas dá para fingir se seus pais perguntarem algo. Vamos falar disso depois, ouviu?! Vocês dois!”. – Sorri.
“Ok”. – Respondi, vendo a resposta de Michael pela notificação.
“Já estou pronto, chego aí em 20 minutos”. – Suspirei, relaxando meu corpo no sofá.
- Você e a estão lidando bem com isso, não? – Ergui o rosto.
- Oi?! – Perguntei, confuso.
- Com ela te acompanhando, parece que está dando tudo certo! – Minha mãe disse.
- É a , mãe! – Dei de ombros. – Nos damos muito bem. – Sorri.
- Ah, mas vocês estão sempre juntos, poderia dar briga. – Ri fracamente, pensando em ontem.
- Está tudo bem, mãe! – Sorri e ela assentiu com a cabeça.
- Está livre, Danny! – apareceu novamente de jeans e a blusa da Red Bull.
- Eu vou tomar um banho rápido e logo volto. – Falei e assentiu com a cabeça. – Michael deve estar chegando.
- Eu o recebo. Não se preocupe! Vai se arrumar. – Ela disse, pressionando os lábios. – Você tem uma corrida para ganhar. – Sorri e ela deu de ombros, rindo em seguida.
Fui para o quarto, encontrando Jason, Michelle e Isaac dormindo e ri fracamente antes de sumir dentro do banheiro. Tomei um banho mais relaxante do que de ontem e fiz minhas necessidades, escovei o dente e coloquei a roupa da Red Bull antes de sair, sacudindo os cabelos. Minha irmã ainda estava do mesmo jeito e segui para a sala novamente, vendo Michael se juntar à e meus pais.
- Bom dia, cara! – Falei para Michael.
- E aí, cara? Deu tudo certo ontem? – Ele perguntou rindo fracamente e senti meu rosto esquentar.
- Sim, sim! Deu sim! – Falei, rindo. – Quer comer algo?
- Não, eu estou pronto para ir. – Ele disse e subi o zíper do casaco da Red Bull.
- Tem certeza de que não quer ficar, ? – Minha mãe perguntou.
- Eu estou bem, tia, não se preocupe. – Ela deu um curto sorriso.
- Ela gostou da coisa, mãe! – Falei, fazendo rir.
- Não fala isso, eu não me conformo por ter perdido cinco anos disso, Danny. – Ela fez um bico e olhei sugestivamente para ela e ela deu com os ombros, rindo em seguida.
- Aconteceu, querida, e tenho certeza de que seus pais estão felizes por você largar esse medo para trás. – Meu pai disse, fazendo dar um daqueles sorrisos se forçando a não deixar a emoção atingi-la.
- Além de que ele está novo ainda, tem muito tempo para você aproveitar, querida. – Minha mãe disse.
- É, olha o Kimi, por exemplo. – Falei, fazendo-a rir.
- Jenson, Felipe, Alonso... – Ela ponderou com a cabeça. – Se você envelhecer como eles, acho que estamos bem! – Ela deu dois tapinhas em meus ombros, me fazendo rir.
- Bom, vamos? - Michael disse.
- É, claro! – Falei, pegando minha mochila e conferindo rapidamente os itens dentro dela. – Nos vemos mais tarde.
- Pode deixar, filho! – Meu pai disse e dei um abraço em cada um, depois e Michael fizeram o mesmo.
- A gente se encontra depois. – disse, seguindo com Michael e sorri para meus pais antes de fazer o mesmo.
Fechei a porta de casa e esperei o elevador com eles, batendo levemente o pé no chão. Entramos quando ele chegou e bati a mão no térreo, vendo eles entrarem e logo depois a porta do elevador se fechar.
- Ok, estamos seguros agora. – Sorri, virando para .
- Daniel. – Ela disse, rindo e abracei-a pela cintura.
- O quê? – Michael perguntou e riu perto da minha orelha. – Ah, cara, não... – Ignorei-o e segurei pela nuca, colando nossos lábios por alguns segundos e ela passou as mãos em minha cintura.
- Bom dia. – Ela riu fracamente.
- Bom dia. – Dei outro selinho em seus lábios.
- Ok, ver isso é incrivelmente estranho. – Ele disse, nos fazendo rir.
- Não se preocupe, é estranho para nós também... – Sorri para . – Mas é bom para caralho! – Abracei-a e ela apoiou a cabeça em meu ombro.
- Eu preciso furar meus olhos agora. – Ele disse, dramático, me fazendo rir.
- Para, Michael! Você sempre torceu pela gente, vai.
- É, no ensino médio, mas depois de 10, 12 anos as coisas ficam estranhas. – Ele olhou para gente e neguei com a cabeça. – Mas é, vocês são fofos.
- Obrigada! – Ela disse, rindo e deixei um beijo em sua testa antes do elevador se abrir. – Mas agora somos só Daniel e , ok?! – Ela virou para mim.
- Podemos tentar, mas não garanto! – Dei de ombros.
- Ah, cara! Eu estou entre querer ou não saber o que aconteceu na noite passada. – Michael disse enquanto saíamos do elevador.
- Agora você não vai saber de nada, só amigos, ok?! – virou rapidamente para mim e ponderei com a cabeça, virando para Michael.
- Eu te conto no treino! – Falei e revirou os olhos, seguindo à nossa frente. – Não fica assim! – Abracei-a pela cintura, puxando-a para mim.
- Quero ver se você vai achar graça com seus pais descobrindo isso. – Ponderei com a cabeça.
- Eles adorariam, você sabe disso. – Virei para ela. – Na verdade, acho que você é a única mulher que eles não reclamariam. – Ela riu fracamente, soltando minhas mãos de seu corpo.
- Tudo no seu tempo, Daniel! Guarda essa energia para corrida, ok?! – Ri fracamente.
- Você está certa! Você está certa! Só está difícil manter as mãos longe de você. – Falei, ouvindo-a rir.
- Eu não preciso saber disso! – Michael disse, sério, me fazendo sorrir.
- Depois, Daniel! Depois. – Ela piscou para mim e estalei um beijo em sua bochecha antes seguir pelas escadas da entrada do apartamento.





Perth, Austrália, 2004

- Vai dar tudo certo, querida. – Helena disse.
- Não sei, mãe. Ele estranho. – disse.
- Isso é normal quando as pessoas começam a namorar, meu amor. – Helena virou rapidamente para a menina.
- A Déborah e o Michael não mudaram. – virou o rosto para mãe.
- Tem certeza de que é por que você não gosta da menina, filha? – Helena perguntou.
- Eu me afastei do garoto que ele não gostava, por que ele não pode fazer o mesmo por mim? – Helena suspirou, não sabendo responder. Na prática ela sabia como é difícil, mas também sabia como Toby estava mexendo com o coração dela e magicamente a paixonite acabou por uma briga que o garoto e Daniel tiveram.
- Mas vocês vão se ajeitar, querida. Tenho certeza. Vocês adoram Shrek. – suspirou.
- É, vamos ver... – Ela disse fracamente, pressionando os lábios.
Helena estacionou o carro em frente ao cinema que estava relativamente vazio por ser dia de semana, mas tinha uma pequena fila para compra de ingresso. A menina olhou rapidamente em volta, vendo que o amigo ainda não estava lá e checou o relógio, tinha uns 20 minutos para o filme começar ainda.
- Você quer que eu espere? – Helena perguntou.
- Não, tudo bem. – A menina disse, empurrando a porta do carro.
- Me liga, ? – Helena disse e a menina assentiu com a cabeça. – Amo você.
- Também te amo. – se debruçou sobre a mãe para dar um beijo em sua bochecha antes da menina sair do carro.
foi até a bilheteria, entrando na pequena fila. Helena estava receosa sobre esse encontro, Grace também tinha reclamado sobre o filho e esse namorinho com uma patricinha da escola. Até em treinos de kart ele tinha chegado atrasado, o que não era nada normal dele. estava bem chateada com esse afastamento e chorou bastante nos dias que seguiram uma briga de ambos, o qual Helena não soube detalhes.
Pensando nessa desconfiança, Helena deu a volta na avenida e estacionou do outro lado, observando a menina na fila enquanto segurava sua bolsa. Ela pediu dois ingressos para as oito da noite e guardou o troco na bolsa novamente quando a mulher lhe entregou. Ela se afastou um pouco e esperou na porta do cinema.
ao menos esperava que fossem dois ingressos, esperava que Daniel não aparecesse com aquela nojenta. Era o filme de ambos e uma noite só dos dois, ela ficaria muito mais irritada se o garoto aparecesse com a menina. O sangue dela fervia só de imaginar isso.
Quem dera Daniel aparecesse com Jemma, para isso ele precisaria ir ao cinema. Os minutos foram se passando, as pessoas entrando e a frente do cinema ficou vazia. sentia o peito doer, era uma mistura de tristeza, decepção e raiva. Raiva por ter acreditado que ele valorizava a amizade de ambos. Os olhos dela ardiam, mas ela estava fazendo de tudo para segurar o choro. Seu coração já estava em pedaços por perder seu amigo, não precisava fazer os outros sentir pena de si.
- O filme vai começar. A senhorita vai entrar? – O homem que recebia os ingressos se aproximou dela.
- Me dá só dois minutos. – Ela pediu. – Eu estou esperando alguém.
- Não tem como, senhorita. Desculpe. – Ele disse e ela assentiu com a cabeça.
- Eu consigo usar esse ingresso outro dia? – Ela perguntou.
- Precisa trocar na bilheteria. – Ele indicou e ela assentiu com a cabeça.
- Obrigada. – Ela disse e deu um aceno de cabeça para o homem antes de seguir para a bilheteria novamente, encontrando a mulher. – Meu amigo não veio, tem como trocar? – Ela perguntou para mulher do caixa.
- Claro...
- Pode deixar! – Uma terceira voz foi ouvida e se assustou com sua mãe atrás de si. – Cheguei!
- Mãe? – perguntou e Helena a abraçou pela cintura.
- Vamos! O filme vai começar! – Sua mãe lhe deu um sorriso de lado e a menina assentiu com a cabeça, sentindo o nariz coçar devido ao choro e deixou sua mãe guiá-la até a entrada do cinema.
- Vai entrar? – O homem falou sorridente e lhe entregou os ingressos. – Bom filme.
- Obrigada! – Helena disse e tentou dar um sorriso.
Ambas entraram na sala de cinema e se colocaram em uma das primeiras fileiras para não procurar um lugar no escuro. Helena apertou a mão da sua menina que estava com o coração partido em vários pedacinhos. Bem que dizem, dificilmente as amizades duram, né?! Ter durado 12 anos era um milagre.
O filme era bom e incrível, melhor do que o primeiro, segundo , mas Helena sentia pela filha manter essa lembrança ruim junto dele. A menina não sabia ainda, mas essa seria uma de suas principais e favoritas lembranças com sua mãe, por mais que doesse tanto agora.
Em meio às risadas, o rosto de brilhava à luz da tela com lágrimas deslizando pela sua bochecha. Independentemente do que aconteceu entre ambos, Helena mesma teria uma conversinha com Daniel. Ele não era esse tipo de garoto! Amigos sempre vem em primeiro lugar, todos sabem disso.
Enquanto isso, quando deveria estar chegando ao cinema, Joe estacionou o carro em frente à casa dos Boskovich, onde Danny desceu animado. Seu pai frisou ao menos cinco vezes sobre pegá-los em duas horas, mas ele não pareceu se importar muito com isso.
- Dez horas, Daniel! Ou eu apareço aqui! – Joe disse firme.
- bom, pai! legal! – Ele disse, emburrado. – Posso ir agora?
- Vai! – Ele disse e o garoto fechou a porta antes de seguir rapidamente até a porta da casa e tocou a campainha algumas vezes.
Antes de Jemma aparecer com um largo sorriso, Daniel teve a pequena impressão de que estivesse se esquecendo de algo e bateu as mãos nos bolsos da bermuda, encontrando o celular em um e a carteira no outro, com isso teve certeza de que não tinha esquecido de nada.
Seu pai bufou no automóvel. Sentia saudades do seu filho animado ao visitar e não emburrado e irritado com todos para visitar a namorada, a qual Grace, Joe e Michelle já tinham uma má impressão por causa . Essa impressão só viria a piorar quando Helena e Alexander aparecerem na casa deles no dia seguinte. Daniel levaria o xingo do ano de seus pais, perderia o celular por quatro meses e não poderia ver sua namorada.
Mas o pior não era isso, quando ele tentasse ir atrás de , teria todas as chamadas ignoradas, seja pelo telefone ou pela campainha de casa. E, para piorar, quando chegasse na escola na segunda-feira, a história já teria se espalhado entre seus amigos e, além de ignorá-lo em todas as aulas, Déborah, Michael, Blake e Tom fariam o mesmo.
Daniel ainda não sabia naquela noite, mas se esquecer do encontro com seria a pior coisa que aconteceria na sua vida. Mas com o tempo e maturidade, eles saberiam se encontrar novamente... Eventualmente.

Mônaco, 2016


Hoje finalmente entendi o que Danny diz sobre Mônaco ser diferente, a cidade estava um verdadeiro caos e, todo lugar que eu fosse, estava cheio. Seja na estação da Red Bull, no paddock ou na garagem. Se eu quisesse me esconder, precisava ficar dentro do vestiário de Danny, o que acabou não acontecendo porque ele precisava se concentrar e roubava um beijo sempre que tinha a oportunidade.
Não que eu não esteja gostando, era bom demais ter essa liberdade com ele, mas hoje é o dia mais importante do ano para ele e precisa ser perfeito. Tirando Maria, que ficou animada conosco, mas disse que queria conversar depois, ninguém comentou nada sobre nosso beijo, nem Christian, então imaginei que ainda era um segredo bem guardado entre nós.
O tempo tinha virado um pouco e estava realmente gelado, me mantendo com o moletom o dia inteiro, além da chuva fina que caía, mas é gelada e molhava bastante. Quando fomos nos aproximando da corrida, acabei conhecendo Louis Tomlinson do One Direction, o ator Patrick Dempsey, o jogador de futebol do Manchester United Michael Carrick, o cantor chinês G.E.M. e a atriz Li Yefeng. Preciso ser honesta em falar que depois do Louis, foi difícil focar em outra coisa.
Essa foi a hora que eu mais vi Danny, foi pouco antes da corrida, então ele ficou interagindo com os convidados da Red Bull por alguns minutos antes de finalizar os protocolos de início de corrida. Com a movimentação na garagem e a presença de seus familiares com Isaac, que voltou a me agarrar, só consegui dar um forte abraço nele e um beijo em sua bochecha antes de ele seguir para a formação do grid.
O GP de Mônaco era diferente demais dos outros em que eu estive, então não consegui seguir com ele até o grid, o que eu senti uma falta enorme, mas se ele estivesse bem, era o que importava para agora. No momento, eu estava abraçava a Isaac, tentando me aquecer pela temperatura de 17 graus. Saudades do calor de ontem.
Quando Danny apareceu em foco nas várias televisões, eu só consegui fazer um sinal da cruz, dando um beijo em Isaac. Vamos lá! Vamos lá!
Diferente das outras corridas, dessa vez a largada foi atrás do safety car, por causa da chuva e da pista molhada. Segundo os engenheiros, isso era bom para Danny, pois tinha que manter a velocidade e ninguém poderia ultrapassar ninguém, então era perfeito para ele. Perfeito até demais, na verdade, as voltas passavam e não tinha nenhuma alteração, o sol começava a sair, a pista parecia secar e nada de eles liberarem. Conheço a fama de Mônaco, mas eles precisavam correr para eu conhecer de verdade.
A corrida foi liberada somente no final da sétima volta e finalmente o barulho alto tomou conta das finas ruas de Mônaco. Pena que não deu tempo nem de ver o nome de Danny em primeiro lugar quando, na oitava volta, já tivemos uma bandeira amarela quando Jolyon Palmer atingiu a barreira. Pelo visto, parece que ele perdeu o controle sozinho, deslizando na área do grid.
A corrida foi liberada na décima volta e meus olhos focaram na televisão novamente. Demorei para perceber que Isaac dormiu em meu ombro, mas ainda estava calmo, ele podia folgar bastante. E esperava que folgasse pelo resto da corrida.
Danny fez sua primeira volta mais rápida na décima primeira volta com 1:44:658, mas isso foi melhorando com Button por um segundo, depois Nasr. Danny estava lento ainda. Sei que é difícil, mas adoraria vê-lo fazer o tempo de ontem.
Uma volta depois, ele conseguiu abaixar o valor para 1:38:140. Esse é meu amigo!
Felipe, Grosjean e Kimi acabaram tendo um pequeno problema após Kimi bater na barreira, mas os dois primeiros conseguiram continuar na corrida, enquanto o finlandês precisou abandonar.
Na décima terceira volta, Danny reduziu o valor para 1:37:896, depois 1:37:561, e Verstappen apareceu no pit stop para troca de pneus, saindo em vigésimo. Confesso que nem me lembrava de Max ou de sua família do outro lado, meu foco era Danny. Ele merece essa vitória, mas ainda tínhamos mais 65 voltas.
Na décima sexta volta, por alguma escolha de equipe ou lentidão de Rosberg, Hamilton o passou e agora era ele quem estava a 13 segundos de Danny. Enquanto isso, Danny melhorou a melhor volta da corrida com 1:35:783 e, na vigésima primeira volta, desceu para 1:34:360, além disso, Kvyat e Magnussen se esbarraram, um fechando o outro, o que causou outra bandeira amarela por duas voltas. Magnussen conseguiu sair dessa rapidamente, já Kvyat teve mais dificuldades e precisou abandonar a corrida logo em seguida.
Na vigésima quarta volta, Danny fez seu primeiro pit stop da corrida, a pista já tinha secado quase completamente. Ele saiu atrás de Hamilton e isso já me fez ficar nervosa novamente, soltando suspiros mais longos. A distância de ambos era de oito segundos, e eu só queria que Danny tomasse o primeiro lugar de novo.
Quando a volta mais rápida da corrida e de Danny desceu para 1:30:181, ele já estava colado em Hamilton de novo com uma distância de dois segundos. Mas Danny só voltou a ultrapassá-lo novamente na volta 32, quando Hamilton entrou foi para o pit lane. Max fez o mesmo e eu achei que essa era a oportunidade de Danny conseguir uma grande vantagem para um pit stop mais para o final, mas, de repente, o carro número três apareceu na garagem e, o pior, a equipe não estava pronta.
- OS PNEUS! – Nigel gritou e meu coração simplesmente parou.
- OS PNEUS! – Outros mecânicos correram com os pneus para fora e eu não conseguia desviar o olhar do caos que havia se formado.
- CADÊ OS PNEUS?! – As vozes se misturavam e eu estava completamente travada.
Meu rosto focou na cabeça negando de Danny dentro do carro e o barulho forte do carro que esperava só ser baixado novamente para voltar a correr. Danny ficou exatamente 13,9 segundos para fazer um pit stop que costuma durar três, mas esperar que ele conseguisse sair do pit lane a frente de Lewis durou muito mais. Quando Danny estava saindo, a câmera subiu e engoli em seco ao ver a Mercedes de Hamilton passar como um foguete ao lado dele e ficar em primeiro lugar novamente.
- PORRA! – Minha voz saiu alta.
- Titi? – Isaac perguntou e Michelle arregalou os olhos de mim.
- Desculpe, desculpe...
- O QUE ACONTECEU AQUI? – A voz de Adrian foi alta na garagem.
- Segura ele, por favor. – Entreguei Isaac a Michelle.
- ... – Grace me segurou.
- Eu não vou fazer nada, eu...
- MAX BATEU! – Virei meu rosto para o lado, vendo a imagem focar em Max e ele travou o pneu antes de bater na parede.
De repente tudo o que já estava mal, ficou ruim, e o pior foi quando Hamilton começou a bloquear todas as chances de ultrapassagens de Danny. Coisa que eu lembro que não é permitida, é preciso deixar o espaço se existe a oportunidade de ultrapassagem.
- QUE PORRA! – A voz de Danny explodiu nos fones e apertei as mãos na cabeça, bagunçando os cabelos.
- Eu preciso de dois minutos. – Falei baixo, desviando dos pais de Danny.
- ...
- Tente relaxar, você está mais rápido do que ele. – A voz do engenheiro de Danny saiu no fone e o abaixei com força, entrando no primeiro corredor que vi ali.
Minha respiração começou a ficar mais forte e o coração bater rápido. Eu sei que é a crise de ansiedade novamente, mas sentia que tinha alguma coisa diferente. Era quase como se eu estivesse vivenciando uma possível reação de Danny. Isso não pode definir essa corrida. Um erro desse não pode definir a maior chance de toda carreira de Danny.
- ! – Senti uma mão em meu ombro e vi Michael. – Respira! – Ele pediu e eu o fiz. – Respira!
- Isso não pode estar acontecendo... – Ele me abraçou fortemente.
- Ainda tem 30 voltas, ! Ele vai conseguir! – Ele falou contra meu ouvido. – Só aguenta...
- O que aconteceu aqui? Por que os caras demoraram com os pneus? – Perguntei, apertando meu rosto em seu ombro.
- Eu não sei... Eles começaram a brigar e Max chegou... – Ele falou. – Só foca em você agora. Você está bem, você está bem... – Apertei-o com mais força. – Estamos aqui por você. – Suspirei, apertando os olhos.
Os barulhos finos dos carros faziam minha cabeça pesar e todos os motivos iniciais de eu não querer estar aqui, vieram à tona. Talvez eu conseguisse lidar melhor com uma batida do Alonso, mas não ver isso acontecer com Danny diante dos meus olhos.
- ... – Ergui o rosto para tia Grace. – Ah, querida...
- Eu estou bem, eu estou bem... – Falei rapidamente e ela me abraçou antes da minha voz falhar.
- Você não precisa ser forte, querida. Está tudo bem. – Ela acariciou meus cabelos.
- O Danny, tia...
- Xi... Vamos cuidar de um problema de cada vez. – Ela disse, passando as mãos em meu rosto que estava úmido. – Estamos aqui contigo... – Assenti com a cabeça. – Respira... Respira... – Soltei a respiração devagar. – Você está gostando disso, você está aproveitando seu tempo, lembra? – Suspirei, assentindo com a cabeça. – Infelizmente, tem as partes ruins também. – Ela acariciou meu rosto.
- Não deveria ter...
- Eu sei, o que eu menos gosto é ver vocês chateados... – Ela acariciou o rosto de Mike também e suspirou. – Mas agora, talvez Daniel vá precisar de vocês. – Ela disse e suspirei. – E qual o primeiro passo para ajudar uma pessoa?
- Estar bem. – Michael disse e suspirei.
- Vamos, a esperança é a última que morre. – Ela disse e soltei a respiração fortemente. – Eu estarei contigo... – Assenti com a cabeça, deixando ela e Michael me puxarem de volta para a garagem.
Já estávamos na volta 66, não parecia que eu tinha demorado tanto, minha cabeça funcionava diferente quando estava nas minhas crises. A garagem estava em silêncio novamente, todos focados nas últimas 12 voltas da corrida. Aparentemente nesse tempo Ericsson e Nasr bateram e ambos abandonaram. Max estava de volta na garagem, apoiado em uma das paredes como todos nós.
- ... – Virei o rosto para Maria. – Você teve uma crise?
- Eu estou bem. – Suspirei, assentindo com a cabeça.
- Estamos aqui por você, ok?! – Ela disse, me abraçando de lado e dei um curto sorriso, passando o braço pelos seus ombros.
- Obrigada, Maria. – Falei em um suspiro.
Eu não consegui mais prestar atenção no que acontecia na corrida além de fixar o olhar no onboard de Danny e a diferença de tempo dele para Lewis. Ele estava ficando mais lento, deixando o espaço maior para Lewis e eu não aguentava mais essa pressão. Eu queria vê-lo, queria falar com ele, abraçá-lo, mas também não queria que as voltas passassem mais rápido para ele ter outras oportunidades de passar Lewis.
Quando a bandeira quadriculada sacudiu, foi diferente de outras corridas. Ninguém da equipe foi na grade comemorar com Danny, a animação de Danny não estourou em meu ouvido, tudo ficou em silêncio por alguns segundos.
- Sinto muito, Daniel! A equipe não poderia estar mais triste pelo que houve... – Simon disse.
- Nada que você possa dizer vai me deixar melhor, me poupe. – A voz de Danny parecia magoada e isso quebrou comigo.
- Vamos, caras, o Danny merece isso. – Brad disse, tirando o capacete e alguns mecânicos saíram pela porta.
- Vamos... – Michael disse, indicando com a cabeça e segurei em seu braço.
Desviamos de algumas pessoas e cadeiras dentro da garagem e seguidos com alguns mecânicos até a área do grid. Os caras da Mercedes já ocupavam o espaço, mas me enfiei no meio das pessoas, sem me importar muito com educação e vi o carro de Danny ali. Procurei-o por entre as pessoas, enquanto Lewis fazia uma festa com sua equipe, mas só o encontrei quando ele subiu no pódio para receber seu prêmio.
Existiam coisas que simplesmente não combinavam na vida, e Danny triste, decepcionado ou de cara fechada, não é uma delas. A decepção era óbvia em seu rosto, desde o momento em que ele pegou o prêmio, cumprimentou a realeza de Mônaco e, principalmente, quando o hino que tocou não era o nosso.
Acho que a última vez que o vi assim, pelo menos pessoalmente, foi quando brigamos no ensino médio, depois que ele não apareceu em um compromisso nosso. Naquele dia, para mim, pelo menos, nossa amizade tinha acabado, eu estava magoada e tudo doía, mas ver seu rosto exatamente como hoje, quase me fez mudar de ideia... Quase.
Quando Lewis, Danny e Checo, que acabou ficando com o terceiro lugar, se juntaram para a foto, ele até tentou sorrir, como ele tentou bastante durante os três anos em que não nos falamos, mas ele não sabia fingir.
Na hora do champanhe, eu acabei levando um banho sem querer, mas de Lewis, ele comemorava de verdade, agora era óbvio que Danny queria sair dali. Eu queria aproveitar a brecha na segurança quando Lewis invadiu o pessoal, mas não tive coragem. Em compensação, quando Danny nos viu, ele se aproximou.
- Danny... – Chamei-o baixo, tentando não chamar tanta atenção para mim e nem deixar a voz chorosa sair.
- Segura para mim, por favor... – Ele me entregou seu capacete e abracei o objeto com firmeza, quase como se fosse ele.
- Lewis, nos fale um pouco mais sobre essa corrida? – As entrevistas começaram, mas acabei me fechando em sua resposta, sei que ele só aproveitou a oportunidade, mas ele tentar ser animado e feliz não me deixava bem. – Daniel te perseguiu bastante, especialmente na relargada. – O entrevistador disse e foi como se minhas orelhas ligassem novamente.
- Primeiro de tudo precisamos parabenizar esse cara, ele foi incrível o fim de semana inteiro, acho que foi o melhor corredor com quem eu corri contra, ele fez uma corrida incrível hoje, foi azar dele, sorte minha, mas espero ansioso por mais batalhas como essa. Não é fácil sair de pole e chegar em segundo, mas ele pode sentir orgulhoso de tudo o que fez hoje... – Suspirei.
- Daniel, foi uma corrida que escapou... – A risada sarcástica de Danny saiu mais forte primeiro.
- Eu nem quero comentar sobre a corrida honestamente, quero agradecer aos fãs, obrigado por permanecerem nesse tempo, acho que, de fora, conseguimos fazer um ótimo espetáculo, não deveria ter sido empolgante como foi, mas são dois fins de semana que me ferram, é uma droga, dói, mas agradeço a todos por ficarem. – Engoli em seco, lembrando da corrida na Espanha.
Droga! Ele está certo.
- Você sabe nos dizer o que aconteceu com os pneus? Os pneus perdidos?
- Não... – Ele disse seco. – Nem ideia. Eu fui chamado nos boxes, não fiz a decisão. Então... Eles deveriam estar prontos. – Ele disse, visivelmente segurando falar algo que talvez não devesse. – É... Machuca, dói... Não tem mais o que dizer. – Suspirei.
- Você arrasou o fim de semana inteiro, sua vez vai chegar...
- Obrigado. – Ele disse, dando um curto sorriso e suspirei.
- Devemos esperar por ele na garagem. – Michael disse e neguei com a cabeça.
- Pode ir, só saio daqui quando ele sair. – Falei, suspirando.
- Temos a coletiva agora. – Maria falou ao meu lado. – Você provavelmente não vai querer ver isso. – Engoli em seco.
- Eu não sei de mais nada. – Suspirei.
- Vamos, ... – Michael me puxou. – Não faça isso consigo mesma. – Ele disse e vi Danny apoiado na bancada enquanto Checo era entrevistado. – Vamos... Falamos com ele depois, sem plateia... – Ele me puxou pela mão e pressionei os lábios antes de desviar o rosto da feição apática de Danny.

Daniel

- Posso ir? – Perguntei baixo.
- Desculpe, Daniel, ainda temos algumas entrevistas. – Maria passou a mão em minhas costas, fazendo um carinho e suspirei.
- Eu quero sumir daqui... – Bufei, coçando o olho.
- Só mais um pouco. – Ela deu um tapinha em minhas costas e suspirei forte, saindo da sala de coletiva de imprensa.
Era quase como se eu estivesse pintado de laranja neon, os olhares foram imediatamente para mim e eu sabia muito bem que tipo de olhar era: de pena. Eu não quero pensar nisso agora, eu não quero conversar com ninguém, eu não quero entender o problema de ninguém depois de dois fins de semana em que fui ferrado pela minha própria equipe, não tem mais nada do que eles podem fazer para eu me sentir melhor. A bola presa na garganta era enorme.
Hoje era meu dia! Era a porcaria do meu dia! E por coisa de 10 segundos, minhas vantagens foram literalmente jogadas no lixo. O carro estava perfeito, o dia estava perfeito, mas algum problema de comunicação ou de equipe fez tudo ir para a merda.
Tem muito de sabotagem em equipes e coisas assim aqui na Fórmula 1, mas não tinha motivo nenhum para eles sabotarem nossa melhor chance do campeonato. Especialmente depois de Max bater na classificatória e na corrida logo em seguida. Precisava falar com Christian, mas não agora. Não quando eu sei que talvez fale algo que me arrependa.
- Ei, Danny boy. – Suspirei ao encontrar Nando.
- Ei, Nando. – Falei.
- Desculpe, cara! – Ele me abraçou, dando alguns tapas em minhas costas. – Sinto muito mesmo. Você estava demais! Foi só azar.
- É... Espero que sim. – Assenti com a cabeça.
- Daniel... – Virei para Valtteri. – Desculpe, cara! – Ele deu dois tapinhas em meus ombros.
- Obrigado. – Assenti com a cabeça, dando um curto sorriso.
- Vem... – Maria me chamou e suspirei antes de entrar na área das entrevistas, parando na primeira que ela indicou.
- Daniel, você pode dizer o que aconteceu hoje? Como está se sentindo? – Suspirei.
- Parece duas semanas atrás de novo. Deveria ser meu dia e não foi, e eu não tenho o troféu. Se Barcelona não ficou claro, hoje ficou claro igual água. – Suspirei. – Eu aguentei bem em Barcelona, mantive a cabeça em pé, mas agora eu não sei como lidar com isso, eu não sei se consigo lidar bem como da outra vez. É uma corrida prestigiosa e, talvez eu ganhe no futuro, mas essa eu nunca vou ter de volta. Essa dói demais, mais do que qualquer coisa. – Suspirei.
- Obrigado, Daniel. Sinto muito. – O repórter disse e andei para o lado, encontrando outro repórter.
- Eu não sei o que te dizer, segunda corrida seguida em que sua vitória foi perdida, só me fala sobre isso, como está se sentindo agora, de preferência sem xingar. – Dei um curto sorriso.
- Sem xingar é difícil. – Ajeitei o boné na cabeça. – Como eu me sinto? Como se eu tivesse sido atropelado por um caminhão de 18 rodas, hum... Foi a segunda semana consecutiva, acho que lidei bem com Barcelona, mas, para mim, estar aqui e agir positivamente sobre isso, é impossível. Não consigo. – Suspirei. – Na verdade, eu odeio me sentir assim, eu odeio me sentir miserável. Digo, eu consegui um pódio em Mônaco, eu deveria estar extremamente feliz e grato, e parte de mim quer ficar bem com isso, mas duas semanas seguidas, especialmente aqui. – Suspirei. – Sabe, acordei essa manhã e tinha uma tempestade se formando, sabia que tinha uma bola curva vindo para me testar, outro desafio no fim de semana, outro motivo para eu me provar... – Cocei o rosto. – Eu estava rápido no começo, indo bem, é... Eu não tenho ideia do que dizer sobre isso. A estratégia, a espera pelos pneus, não foi minha decisão, a equipe me chamou, então eles deveriam ter se preparado. Eu não fiz uma chamada tardia... Eu não tenho o que dizer, para ser honesto.
- Você falou com a equipe? Christian falou com você?
- Eu só pedi para eles pouparem o fôlego. – Suspirei. – Não tinha nada que eles poderiam falar que fizesse eu me sentir melhor.
- Você vai sentar com a equipe e conversar? É algo que faz você querer quebrar o contrato? – Pressionei os lábios.
- Não vamos conseguir resolver nada hoje, eu só quero sair daqui, para ser honesto. – Suspirei.
- Obrigado, Daniel. – Ela disse e dei um aceno de cabeça, seguindo para outro grupo de repórteres.
- Daniel fala conosco como está se sentindo após esse desastre. – Puxei a respiração forte com o repórter italiano.
- Eu estou muito magoado agora, Barcelona me machucou muito, mas consegui superar, mas esse dói muito mais. Provavelmente porque são duas seguidas e com a pole, fiz tudo o que deveria ontem e hoje tivemos condições novas, mas conseguimos começar muito bem, e não é justo eu perder isso porque não tinham os pneus preparados para mim. Me chamaram para o pit stop, eles deveriam ter tudo pronto, então é bem frustrante. – Assenti com a cabeça.
- Grazie, Daniel. – Assenti com a cabeça.
- Último, prometo. – Maria sussurrou e segui para outro repórter.
- Daniel, imagino que não preciso perguntar como está se sentindo hoje, é difícil não ver um sorriso no seu rosto... – Assenti com a cabeça. – Você pode comentar sobre a corrida? Nos dizer o que aconteceu?
- Honestamente, nem tenho o que comentar, foram dois fins de semana péssimos, machuca demais. – Suspirei. – Ao menos fizemos um bom espetáculo para os fãs, pena que não era necessário. Nós começamos bem nos pneus de chuva, depois mudamos para os médios e caímos em uma corrida com Lewis que não precisávamos e aí teve o pit stop. Fomos superiores em todas as condições, mas acabamos com o segundo lugar por um erro amador. – Dei de ombros.
- Você vai falar com sua equipe?
- Hoje não. Não estou preparado para isso e eles provavelmente também não. Eu quero sair daqui e tentar esquecer que esse dia existiu. – Suspirei.
- Eu vou te deixar descansar. Obrigado. – Ele disse e assenti com a cabeça, seguindo com Maria para fora do cercado da imprensa, sentindo-a apoiar as mãos em minhas costas.
- Vamos para a garagem...
- Não! – Falei firme. – Eu não quero ver Christian ou os caras agora, eu não quero falar merda e perder a razão. – Suspirei. – Eu preciso de um tempo.
- Te espero na garagem mais tarde? – Ela perguntou.
- Sim... – Falei, tentando manter minha cabeça firme.
- Falo algo para sua família? ?
- Não, sério! Eu não preciso disso agora. – Suspirei. – Eu falo com eles daqui a pouco.
- Ok, não se perca e não sofra sozinho. Eu sei que gosta de fazer isso.
- Só preciso um tempo. Sério. – Suspirei e ela assentiu com a cabeça.
- Eu estarei lá, se precisar de algo.
- Obrigado. – Falei, suspirando, seguindo pelo paddock.



- Maria, o que o Danny disse exatamente? – Perguntei devagar.
- Ele disse que precisa de um tempo e falava com vocês daqui a pouco. – Chequei o horário, a coletiva tinha acabado há mais de uma hora, e virei para Michael.
- Ele deve estar no vestiário. Você o conhece. – Tia Grace disse e suspirei.
- Até demais... – Falei baixo, amarrando o casaco na cintura e segui pelos corredores da garagem com os meninos ao meu lado.
- O que está pensando? – Michael sussurrou para mim.
- Você o conhece melhor do que eu nessas situações. – Suspirei, vendo Blake, Alex, Tom e Jason andarem mais rápido à nossa frente.
- Ele não está no paddock. – Ele sussurrou.
- Eu sei. – Bufei baixo. – Ele gosta de sofrer sozinho. – Engoli em seco.
- Ah, Danny. – Vi os caras entrarem no prédio da Red Bull, se separando para os lados e entrei logo em seguida.
- Vocês viram o Daniel? – O pessoal perguntou e subi as escadas de dois em dois degraus com Michael e dei dois toques na porta antes de empurrá-la, vendo somente minha mochila e de Michael jogadas no sofá.
- Ótimo, ele sumiu. – Suspirei, batendo a mão na cabeça.
- Ah, caralho, Danny! – Mike disse e vi os pais dele subirem.
- Danny? Filho? – Tia Grace falou e suspirei.
- Eu vou matar seu filho, tia Grace! – Michael disse e suspirei.
- Onde ele se meteu? – A voz de tio Joe ficou um pouco mais alta.
- Ele não mandou mensagem para vocês? – Tia Grace perguntou.
- Liga no apartamento, ele pode ter chegado lá. – Mi falou.
- Não tem portaria! – Blake falou e peguei meu celular, puxando as notificações.
- Nada para mim. – Tom disse.
- Nada aqui. – Michael falou e vi uma mensagem de Danny, abrindo-a discretamente.
“Eu estou bem, estou no nosso lugar. Não conta para eles, não quero me preocupar com isso agora”. – Suspirei, bloqueando o celular rapidamente.
- ? – Grace perguntou.
- Ele mandou para mim, disse que está bem e volta amanhã. – Suspirei.
- Ele não disse onde estava? – Tia Grace perguntou rápido.
- Não, não disse. – Guardei o celular no bolso e coloquei a mochila nas costas.
- Algum de vocês deve saber onde ele foi, gente! – Tia Grace disse rápido.
- Eu não sei, eu... – Era tão difícil mentir para tantas pessoas olhando para mim. – Por que não vamos para o apartamento? Ele vai ter que aparecer lá uma hora ou outra. – Suspirei.
- As coisas do Isaac ficaram todas na garagem. – Mi disse.
- Vão pegar as coisas dele, eu e os caras arrumamos as coisas dele e nos encontramos na saída. – Falei.
- Eu vou perguntar para o pessoal lá embaixo novamente. – Tio Joe disse, saindo, e tia Grace foi logo atrás.
- Eu vou pegar as coisas de Isaac. – Mi disse.
- Eu te ajudo, amor! – Jason disse, pegando-o de seu colo e inclinei a cabeça para o lado junto de Michael até os cinco terem sumido do vestiário e descido as escadas.
- Desembucha, ! – Michael disse rapidamente. – Eu sei que ele te mandou mais coisa.
- O quê? Danny falou onde ele está? – Blake perguntou.
- Ele está bem e, se ele quisesse falar com vocês, ele teria mandado mensagem para vocês. – Dei um curto sorriso. – Despistem os pais dele, a gente volta pela manhã. – Falei, começando a andar, mas Michael me puxou.
- Ah, não! Vocês não vão ficar me usando de desculpa para namorar. – Ele disse.
- Não é namorar, Michael. Vamos ser honestos que para esses momentos eu sempre fui a melhor, vai... – Ele bufou. – Vocês todos sabem... – Virei para os outros três.
- Ela está certa, vocês sabem... – Alex disse e assenti com a cabeça.
- Eu vejo como ele está e juro que mando mensagem. Se tia Grace perguntar aonde eu fui, fala que eu fui checar no porto perto lá do apartamento. – Falei para Michael.
- Mas onde vocês vão estar? – Ele perguntou firme.
- Nem vem, você é péssimo para guardar segredos. – Dei dois passos, afastando sua mão. – Eu vou correr antes que eles voltem... – Parei rapidamente. – Na verdade, dá para emprestar o carro? – Virei para Blake.
- Ah, você só pode estar me zoando. – Ele suspirou. – Nunca na vida eu pensei que vocês ficariam juntos depois de velhos, agora, para ajudar, eu viro cúmplice. – Ele foi reclamando, mas tirou a chave do bolso. – Eu te odeio.
- Te amo também. – Falei, puxando a chave de sua mão.
- Quando vocês tiverem filhos, eu quero ser padrinho do primeiro! – Ele disse e franzi a testa. – Rápido demais?
- É! Bastante! – Falei, rindo fracamente e puxei a chave de sua mão antes de descer correndo pelo prédio da Red Bull, esbarrando em Maria.
- Achou ele? – Ela perguntou.
- Não! – Falei, saindo correndo para fora do prédio.
Olhei rapidamente em direção a garagem, vendo se o restante da família Ricciardo estava por lá, mas saí correndo em direção à saída, desviando das pessoas, equipes e carrinhos que passavam por ali. Passei meu crachá pela catraca para sair e desviei dos fãs que se acumulavam do outro lado da grade.
Não pensei em perguntar qual era o carro que a Red Bull emprestou para os caras, mas imaginei que fosse um Renault, estilo o que estamos usando o fim de semana inteiro, então precisei apertar algumas vezes o alarme até ver os faróis acenderem e entrei com pressa no carro. Mônaco era pequena, mas eu precisei colocar o GPS para me localizar e escolhi o Yacht Club. Só podia ser esse o lugar que ele estava falando, o Blue Bay deveria estar lotado agora.
Pelos efeitos da corrida, até a rua do clube estava lotada, mas deixei o carro nas mãos do valet, esperando que não perdesse o papel para pegar o carro da Red Bull de volta depois. Entrei no clube, esperando alguém me parar, mas acabou não acontecendo. O local estava bem mais lotado do que ontem, a música estava incrivelmente alta e as luzes de alguns iates eram bem fortes, quase fazendo o pôr-do-sol parecer dia novamente.
Ignorei o que estava me incomodando e caminhei até o píer onde estava o iate de Danny e encontrei a bandeira da Austrália primeiro. Pisei no deck, vendo a porta do quarto aberta e as luzes acesas, e entrei.
- Danny? – Perguntei baixo, deixando minha mochila na cama e fechei a porta. – Danny? – Procurei-o dentro do banheiro e desci as escadas para a cozinha. – Dan... – Minha voz parou quando o encontrei na frente do barco do lado de fora e suspirei.
Andei até a pequena escada que tinha do outro lado e subi no convés, sentindo o vento forte bater em meu corpo e bagunçar os cabelos. A roupa da Red Bull já tinha ido há muito tempo e a calça jeans e a camiseta branca talvez o fizessem passar por alguém normal. As grandes festas com os iates grandes estavam mais perto da costa, mas tinha algumas pequenas entre nós.
- Danny... – Ele virou o rosto e suspirei ao notar os olhos avermelhados. – Ah, Danny...
Me ajoelhei atrás dele e passei os braços em seus ombros, apoiando a cabeça na sua. Suas mãos apertaram as minhas com força e alguns suspiros mais fortes escaparam. Eu simplesmente não conseguia lembrar da última vez que o vi chorar. Talvez na morte dos meus pais. O pior é que isso parecia doer quase tanto quanto aqueles dias.
- Eu sinto muito, Danny. – Suspirei. – Sinto muito, sinto muito.
- Você não tem que se desculpar de nada. – Ele disse, fungando e deslizei a mão em seu corpo, me colocando na sua frente. – Você não fez nada.
- Eu sei, mas eu não tenho o que dizer e eu odeio te ver assim. – Ele me puxou pela cintura.
- Só fica comigo... – Ele suspirou e me sentei em sua frente, passando as pernas em cima das suas.
- Sua mãe está muito preocupada... – Falei e ele me apertou contra si.
- Eu falo com ela depois, eu não quero todo mundo aqui, eles vão querer tentar fazer eu me sentir melhor e... – Ele negou com a cabeça. – Eu só preciso de uma noite nisso. – Assenti com a cabeça.
- Mas eu também vou querer fazer você se sentir bem. – Passei a mão em seu rosto, limpando algumas lágrimas acumuladas ali e depois fiz um carinho em suas bochechas. – Você está até um pouco inchado. – Suspirei, deslizando as mãos para sua nuca.
- Raiva, choro... – Ele suspirou. – Agora só estou triste... – Assenti com a cabeça, apertando-o novamente em meus braços.
- E está tudo bem. – Dei um beijo em sua bochecha.
- Eu não acredito que isso aconteceu, . – Engoli em seco. – Eu corri sozinho por tanto tempo, e aí um erro tão... Idiota... – Suspirei. – Ninguém falou nada?
- Confesso que não estava prestando muita atenção no rádio essa hora. – Afastei nossos rostos e colei minha testa na dele. – Eu só sei que Hamilton fez o pit, depois o Max e, do nada, você apareceu lá. – Suspirei. – Não sei se foi confusão da saída do Max e sua chegada, ou se foi desatenção do Simon ou do Adrian... – Neguei com a cabeça. – Eu não posso dizer que sabia o que estava acontecendo. – Ele assentiu com a cabeça.
- Christian disse algo?
- Eu não sei o que aconteceu depois do final, os mecânicos foram te apoiar comigo e os caras, mas, quando voltei, Christian gritava, seu pai gritava, seus engenheiros gritavam... – Neguei com a cabeça. – Não adiantava eu me colocar na briga para ver quem gritava mais, não ia mudar o resultado. – Ele assentiu com a cabeça.
- Não... – Ele suspirou. – Mas foram dois fins de semana, . Precisa ter uma explicação.
- Eu sei, e você vai atrás disso. – Acariciei seu rosto, subindo para seus cabelos. – Mas depois. – Dei um beijo em sua bochecha. – Você precisa descansar agora...
- Eu sei, eu só... – Ele suspirou, me abraçando pela cintura. – Só quero ficar aqui contigo... Ao menos uma coisa boa nesse dia estranho. – Ele roçou seu nariz no meu e suspirei.
- Fico me perguntando quantos dias estranhos você não teve e não precisou disso. – Acariciei sua nuca devagar. – Você se esconde, Danny. Você sofre sozinho. Quando passou uma hora que a Maria disse que você ia dar um tempo, ficou óbvio que você tinha sumido. – Ele riu fracamente.
- Melhorou quando o Michael começou a me treinar, ao menos é um amigo no meio desse caos. – Assenti com a cabeça. – Mas Michael que me perdoe, seu colo é melhor. – Ri fracamente, sentindo nossos lábios roçarem levemente. – E aposto que os beijos também. – Sorri, segurando seu rosto e nossos lábios se tocaram em um curto selinho.
- Vamos lá dentro, alguém pode te reconhecer e deixar tudo pior. – Falei e ele assentiu com a cabeça.
- Eu acho que precisava de um pouco de ar...
- Eu sei, mas essa música alta, essas luzes...
- A festa do Lewis, a festa da Red Bull... – Suspirei.
- Festa da Red Bull? Mesmo assim? – Ele deu de ombros. – É, nada disso vai te deixar melhor. – Me levantei, segurando suas mãos. – Aqui dentro pelo menos tem cobertas e leite vencido. – Ele riu fracamente e sorri, já vendo um pequeno sorriso se formar em seus lábios.

Daniel

- Esse é o dito cujo. – Indiquei o troféu dentro da caixa no sofá.
- A caixa é da Louis Vuitton? – perguntou, fechando a porta e ri fracamente.
- É... – Suspirei e ela se aproximou dela.
- Posso?
- Claro. – Falei, apoiando na bancada e cruzando os braços, e ela se ajoelhou na frente do sofá, abrindo a caixa e suspirei ao ver o prêmio.
- Uau. – Ela disse, passando a mão nele. – É lindo, Danny.
- É... – Falei aleatoriamente. – Mas é prata. – Ela virou o rosto para mim, se levantando novamente.
- Apesar de tudo o que aconteceu hoje, Danny... – Ela veio em minha direção. – Você deveria sentir orgulho disso. – Ela apoiou as mãos em meus braços. – Você foi incrível o fim de semana inteiro. Foi sua melhor corrida até agora... Das que eu vi, é claro. – Ri fracamente. – O que aconteceu hoje não foi sua culpa. Você é incrível e você mostrou para todo mundo hoje. – Ela subiu as mãos para meus braços.
- Eu sei tudo isso, . Eu só quero entender por que eu fui ferrado por dois finais de semana seguidos. – Soltei os braços, abraçando-a pela cintura e ela aproximou nossos corpos ao me segurar pela nuca. – O que está acontecendo com a equipe? Ano passado já foi uma merda, esse ano vai ser pior?
- Não pensa sobre isso, Danny. Teorias da conspiração e o que for. – Ela acariciou minha nuca. – Relaxa hoje, esquece sobre isso, amanhã é um novo dia. Achei que você e Michael tinham uma regra quando acontece algo assim.
- É, temos, eu tenho 12 horas para ficar mal, depois eu tenho que focar na próxima corrida...
- Então...
- Mas isso é diferente, . Me faz pensar em tudo. Inclusive um jornalista falou sobre troca de equipe e até isso eu estou pensando...
- Não, eu não vou deixar você pensar nisso agora. – Ela segurou firme em minha nuca, me forçando a olhar para ela. – Você está bravo, você não vai decidir nada assim. Ainda mais a Red Bull que está ao seu lado há oito anos. – Suspirei. – Se você quiser sair, você tem todo direito, mas vamos falar disso de novo no fim da temporada. – Ponderei com a cabeça. – Você me escuta, Daniel Ricciardo.
- Eu estou. – Abracei-a mais apertado. – Você está certa, só estou resmungando.
- Ainda bem que sabe. – Ela disse firme e ri fracamente.
- Obrigado por vir... – Ela negou com a cabeça, dando um curto beijo em meus lábios.
- Você não precisa agradecer por isso. – Ela colou nossas testas. – Achei que precisasse de um amigo agora.
- Acho que preciso mais do que isso agora. – Falei e ela riu fracamente antes de colar nossos lábios.
Apertei minhas mãos em seu corpo, entreabrindo os lábios para encontrar sua língua. Suas mãos deslizaram pelos meus ombros, colando seu peito no meu e minhas mãos deslizaram pelas suas costas. Mordisquei seu lábio inferior, deslizando nossos narizes, fazendo-a sorrir e deslizei meus lábios pelo seu rosto, deixando curtos beijos.
A mão de deslizou pelos meus braços e meus lábios delinearam seu queixo, deslizando os lábios para seu pescoço, sentindo o cheiro gostoso de seu perfume misturado com champanhe. Deixei um beijo em seu pescoço, sentindo-a apertar as mãos nas mangas de minha blusa e continuei dando mais alguns, deslizando pela região de sua garganta, até a base de seu pescoço, adentrando a gola da camisa da Red Bull que ela usava.
- Ah, Danny. – Ela suspirou e passei a língua pelo local, sugando um pouco sua pele. – Daniel... – Ri fracamente contra sua pele, erguendo meu rosto devagar, deslizando o nariz pelo seu pescoço antes de alinhar nosso rosto novamente. – Você não pode fazer isso...
- Por que não? – Sussurrei, deslizando o nariz pelo seu rosto, deixando alguns beijos em seu rosto.
- Porque você vai me excitar. – Ela suspirou, deslizando as mãos em meus braços.
- E isso é mal? – Perguntei, rindo fracamente e ela acariciou meus cabelos na nuca, focando os olhos nos meus.
- É, é sim. – Ela disse, rindo e dei curtos beijos em seus lábios.
- Muito estranho pensar em transar comigo? – Ela riu mais alto, dando uma distância maior entre nossos rostos e dei um sorriso de lado.
- É... Interessante, na verdade. – Ela ponderou com a cabeça. – Estranho, mas interessante. – Ela suspirou. – É uma linha perigosa.
- Eu adoro o perigoso. – Ela riu fracamente, segurando meu rosto e seus olhos encontraram os meus.
- Você quer isso? – Ela perguntou sério.
- É... – Falei, rindo fracamente. – Eu estou curioso. – Ela riu fracamente. – Mas quero você confortável com isso. – Ela mordiscou o lábio inferior.
- Eu estou curiosa também... – Ela deu seu sorriso safado e colei nossos lábios novamente. – Vai ser divertido...
- Engraçado. – Falei e ela negou com a cabeça.
- Ah, merda, estamos ferrados. – Ela disse, me abraçando apertado e sorri, deixando alguns beijos em seu pescoço.
- Você quer ir para o quarto? – Perguntei e ela assentiu com a cabeça, deslizando seu nariz no meu.
Ela se afastou de mim, deslizando suas mãos pelos meus braços e mordiscou seu lábio inferior antes de se virar para o quarto, fazendo meu coração palpitar por vários motivos. Ela passou a mão em seus cabelos, puxando o laço de seus cabelos antes de sentar na cama. Ela se livrou dos tênis e das meias antes de eu conseguir respirar.
Meu corpo foi automático até ela, subindo os degraus da cozinha para o quarto e puxei a porta de correr que separava os cômodos. Ela mantinha os lábios mordiscados e as mãos apoiadas nas coxas e sentia que, pela primeira vez, desde que esses sentimentos começaram a aparecer, eu não tinha nenhum pensamento me mandando parar, estava limpo.
Dei a volta na cama, puxando a porta que dava para o deck, deixando o quarto ser iluminado somente pela luz do pôr-do-sol e pela luz amarelada do quarto. Me aproximei de , me colocando entre suas pernas e levei minha mão para seu rosto, acariciando-o devagar e ela sorriu. Inclinei meu rosto em sua direção e segurei seu rosto com as duas mãos antes de colar nossos lábios em um curto beijo.
Seus olhos me encararam por alguns segundos antes de dar um curto sorriso e afastar um pouco, deslizando o corpo mais para o meio da cama e se encostar nos travesseiros colados na cabeceira. Tirei os tênis com os pés e depois as meias antes de ajoelhar na cama. Me aproximei dela e puxei minha camiseta pela gola, tirando-a e riu fracamente.
- Isso é algo que você não vê todo dia. – Ela mordiscou seus lábios e joguei a blusa para trás.
- Eu sou gato. – Falei, apesar do nervosismo crescente em meu peito.
- Ao menos disso eu não tenho o que reclamar. – Ela comentou e passei uma perna entre as suas e inclinei meu corpo em sua direção. – Eu estou nervosa... – Ela disse, rindo fracamente e sorri.
- Eu também. – Assumi, segurando-a pela cintura. – Mas um nervoso bom.
- Uhum... – Ela concordou antes de colar nossos lábios.
Nossos lábios se moveram lentamente por alguns segundos, fazendo nossos narizes roçarem devagar. Deixei meu corpo cair ao seu lado na cama e puxei-a pela cintura, fazendo sua perna vir para minha cintura e a outra se enroscar entre as minhas. Sua mão apoiou em meu peito e sorri, observando-a com os olhos pressionados antes de colar nossos lábios novamente.
Entreabri meus lábios, levando minha língua até a sua, sentindo-as se enroscarem com rapidez e minhas mãos apertaram mais forte em sua cintura enquanto seu corpo pressionava com mais força no meu. Minhas mãos deslizaram pelo seu corpo, apertando suas coxas e puxei a respiração quando ela mordiscou meus lábios.
Antes de nossos lábios se colarem novamente, ela passou as pernas em volta de meu corpo, sentando em minha cintura, me fazendo suspirar. Ah, merda! Isso é incrível! Ela passou as mãos em seus cabelos, jogando-os para trás e eu não conseguia parar de sorrir. Ela segurou a barra de sua camiseta e puxou-a para cima, me fazendo suspirar ao ver seus seios dentro do sutiã preto e ela mordiscou o lábio.
- Merda, . – Falei, ouvindo-a rir e subi minhas mãos pela lateral de seu corpo, sentindo-a contrair a barriga.
- Respira, Danny boy. – Ela falou fracamente, inclinando o rosto até o meu e coloquei seu cabelo atrás da orelha antes de segurar seu queixo, colando nossos lábios.
Ela apoiou as mãos em meu peito e deslizei as mãos pelo seu corpo. Nossas pernas se enroscaram e o beijo começou a criar mais velocidade conforme nossas mãos deslizavam apressadamente no corpo do outro. Desci as mãos pelas suas costas, passando-as em sua bunda, apertando-a e pressionou seu corpo contra o meu, me fazendo suspirar novamente. Meu pênis estava respondendo a esses movimentos e começava a pressionar dentro da calça.
Pressionei minhas mãos em suas costas, inclinando meu corpo para frente e ela apertou as mãos em meus ombros. Sentei na cama, amparando-a pelas costas, apertando sua pele e ergui o pescoço para nossos lábios se tocarem novamente. Sua mão deslizou pelos meus cabelos, fazendo um carinho gostoso e a outra fez o mesmo em meu rosto.
Minhas mãos deslizaram pelas suas costas, descendo pela barra de sua calça e minhas mãos foram para o local, girando-a ao redor de seu corpo até encontrar o botão à frente, vendo parte de sua calcinha aparecer. Nossos lábios pararam automaticamente e ela mordiscou meu lábio inferior enquanto abria e descia o zíper, fazendo-a suspirar.
Seus olhos encontraram os meus e ela deslizou o polegar em minha bochecha antes de deixar um curto beijo em meus lábios. Ela desceu as mãos pelo meu peito, afastando nossos lábios e deu um beijo em minha bochecha antes de deslizar para fora da cama. Ela mordiscou seu lábio inferior, jogando os cabelos para trás e abaixou a calça devagar, fazendo a calcinha preta aparecer, depois as coxas, até que ela inclinou o corpo para baixo para tirar a peça de roupa.
Quando ela se ergueu novamente, com os cabelos jogados em seus ombros, eu sorri. Sempre espiei uma vez ou outra, mas tê-la completamente entregue para mim é completamente diferente. É perfeito! Deslizei de joelhos até a beirada da cama e abracei-a fortemente pela cintura antes de colar nossos lábios novamente. Suas mãos foram em meus ombros, me apertando mais perto de si e depois desceram pelo meu peito.
Deslizei meus lábios pelo seu rosto, fazendo o caminho novamente até seu pescoço e deslizei os lábios por cima da tatuagem de flor pouco abaixo de seu ombro, descendo para seus seios. Ela suspirou, afastando seu cabelo do local e deslizei a língua pela pele fora do sutiã, deixando alguns beijos. Minha mão apertou em sua cintura novamente, erguendo o rosto para ela, vendo-a sorrir.
- Isso é bom. – Ela sussurrou.
- É? – Ela assentiu com a cabeça, roçando nossos narizes. – Não estranho?
- Um pouco, sim. – Ela riu fracamente. – Mas estou tentando me manter concentrada. – Ri fracamente, sentindo-a deslizar a mão pelo meu peito.
- Relaxa, baby. – Falei, imitando-a, vendo-a sorrir. – Somos só nós, lembra? Danny e ? – Ela riu fracamente.
- Quando as pessoas dizem isso, elas queriam dizer outra coisa. – Sorri.
- Agora eles vão ter que dizer sobre outra coisa. – Ela assentiu com a cabeça, suspirando.
- Mas tem uma vantagem nisso tudo... – Ela disse, deslizando os lábios pelo meu rosto.
- Qual? – Fechei os olhos, sentindo seus lábios em minha orelha.
- Nossos corpos estão respondendo bem... – Ela deslizou a mão em minha barriga e abaixei o rosto para meu quadril, vendo a ereção marcando a calça e ri fracamente, vendo a mão de deslizar para perto de meu pênis, me fazendo suspirar. – Não tem como voltar depois disso... – Ri fracamente.
- Bom... – Ergui meu rosto para o seu. – Sem arrependimentos*, lembra? – Ela riu fracamente.
- Sim... Só memórias. – Sorrimos juntos e segurei-a pela nuca, colando nossos lábios novamente.
Desci as mãos pelo seu corpo, apertando sua bunda quando passei por ela, ouvindo sua risada e apertei as mãos em suas coxas, erguendo-a, ouvindo sua risada.
- Daniel! – Ela disse alto, me fazendo rir e tombei meu corpo para trás, caindo na cama e puxando-a comigo. – Ah, você é louco. – Ela riu ao meu lado e virei meu corpo para ela, deslizando a mão pela sua barriga.
- Você descobriu isso agora? – Falei, pressionando meu corpo no seu.
- Sempre me surpreendo contigo, Daniel. – Sorri, deslizando meus lábios em seu rosto.
- Espero te surpreender mais. – Ela riu fracamente.
- Tentando ser romântico, Danny? – Ponderei com a cabeça.
- Ou sexy. – Ela riu fracamente.
- Ok... – Ela assentiu com a cabeça. – Me mostre, então... – Ela mordiscou o lábio, erguendo os olhos para mim e, por algum motivo, aquilo fez minha ereção apertar mais forte.
- Ok... – Falei, sentindo minha risada sair nervosa. – Eu só preciso... – Falei, tirando meu braço de baixo de sua cabeça e abri o botão de minha calça, puxando-a para baixo, erguendo o quadril para tirá-la, ouvindo rir.
- Devagar... – Ela falou baixo, apoiando a mão em minha barriga. – Temos tempo...
- Não está fácil me segurar com você assim. – Beijei sua bochecha, deslizando os lábios pelo seu rosto. – Você é gostosa, ...
- Descobriu isso agora? – Ela brincou, me fazendo rir e deslizei a mão pela sua perna, puxando-a para cima de meu corpo.
- Você vai me enlouquecer. – Falei, ouvindo-a rir fracamente e deslizei os lábios em seus seios, enquanto a mão subia para sua coxa.
- Bom... – Ela sussurrou e subi a mão para atrás de sua bunda, apertando-a fortemente, ouvindo-a suspirar. – Ah... – Sorri, deslizando a mão para sua barriga, sentindo-a contraída e deslizei os dedos para barra de sua calcinha, sentindo o barrado de renda na ponta dos dedos.
- ... – Deslizei o nariz para seu pescoço novamente, deixando curtos beijos.
- Hum... – Ela disse fracamente.
- Se eu colocar a mão dentro da sua calcinha... – Sussurrei. – Ainda seremos amigos? – Ela riu fracamente.
- Depende... – Ela falou, abaixando o rosto para mim.
- Do quê? – Perguntei, encarando seus olhos.
- Se você me fizer gozar ou não. – Ela disse, séria, fazendo minha ereção pressionar dentro da boxer.
- Eu adoro um desafio, você sabe? – Falei fracamente, ouvindo-a rir.
- Cala a boca, Daniel. Só faça isso. – Ela sussurrou, deslizando os lábios pela minha cabeça e deslizei a mão para dentro de sua calcinha, pressionando os lábios ao sentir sua virilha e logo sua vagina, o que me fez suspirar.
Deslizei os dedos por entre seus lábios vaginais, ouvindo suspirar e desci os lábios pelo seu colo, mordiscando seu seio. já estava bem úmida, me fazendo sorrir e deslizar os dedos mais fundo, encontrando sua entrada.
- Ah, Dan... Daniel... – Ela suspirou e subi os dedos para seu clitóris, fazendo movimentos circulares pelo local.
soltou um suspiro alto e aquilo me fez sorrir. Observei seus lábios pressionados, as veias tensionadas em seu pescoço e sua mão pressionando seu seio, amassando o sutiã. Minhas mãos continuaram fazendo movimentos circulares em seu clitóris e seus suspiros altos faziam minha ereção apertar cada vez mais forte.
Minhas mãos desceram por entre seus lábios novamente, tocando sua entrada e ela arfou quando deslizei um dedo para dentro dela. Sua mão apertou minha nuca e até minha respiração estava forte. Deslizei meus lábios em seu pescoço, deslizando a palma da mão na extensão de sua vagina enquanto movimentava o dedo dentro de si.
Vi sua mão afastar o sutiã e apertar seu seio com mais força e aquilo me fez arfar. Deslizei meu dedo para fora de sua vagina e subi para seu clitóris novamente, continuando os movimentos circulares ali, sentindo meus dedos deslizarem pela lubrificação. Sua mão soltou seu seio, deixando-a cair no colo e meus lábios automaticamente tocaram seu mamilo.
- Ah, Dan... – Ela suspirou e passei a língua pelo seu mamilo antes de abocanhá-lo, sugando-o. –Porra, Dan... – Sorri com seu corpo tensionado.
Tentei manter o ritmo dos meus dedos em seu clitóris, mas meu foco estava em seus seios agora. Porra, . Passei a língua em seu mamilo, mordiscando levemente em seguida e a mão de foi para minha cabeça, puxando meus fios.
- Dan... Dan... – Ela suspirou, soltando um gemido mais alto e relaxei as mãos em seu clitóris, dando um último beijo em seu mamilo. – Porra... – Ela suspirou e deslizei meus lábios pelo seu pescoço, dando curtos beijos antes de deixar mais um em seu rosto.
- Você está bem? – Perguntei e ela assentiu com a cabeça.
- Muito bem. – Ela suspirou, apertando a mão em cima da minha dentro de sua calcinha. – Bom saber que esses dedos longos sabem o que fazer. – Ri fracamente. – Porra, Daniel! – Sorri e ela abaixou o rosto para mim. – Isso foi incrível. – Ela suspirou forte.
- E agora? – Perguntei, deslizando meus lábios em seu pescoço.
- O quê? – Ela perguntou em um suspiro.
- Ainda podemos ser amigos? – Ela riu fracamente.
- Não mesmo! – Ela virou o rosto para mim. – Eu quero mais! – Sorri, dando um beijo em seus lábios.
- Eu vou pegar uma camisinha. – Falei e ela riu fracamente.
- Vai logo... – Ela disse em um suspiro e me deslizei para fora da cama, abrindo a porta da divisão com pressa.
Andei até minha mochila no sofá e procurei pela minha carteira, pegando uma camisinha e voltei para a cama, encontrando-a deitada da mesma forma, mas agora ela tinha se livrado do sutiã de vez e tive uma visão perfeita de seus seios empinados e, porra! Essa mulher é incrível! Deixei a camisinha na cama e me coloquei entre suas pernas, inclinando meu corpo para ela e dei um beijo em sua barriga, vendo-a erguer o rosto.
- Ah... – Ela suspirou e minhas mãos foram para o elástico de sua calcinha e abaixei-a devagar e ela ergueu um pouco do quadril para eu deslizar a peça para baixo.
Passei meu olhar pelo seu corpo, pelas três tatuagens visíveis e beijei sua coxa, encontrando a frase “no regrets, only memories” em uma caligrafia bem mais discreta do que a minha, depois subi os beijos para nossa tatuagem na lateral de seu corpo, na linha do sutiã e, por último, na flor em homenagem a seus pais perto do ombro.
Meus lábios subiram para seu rosto, pressionando-os. passou os braços em meu corpo, me apertando e nossos lábios deslizaram devagar, antes de afastar em seguida. Suas mãos deslizaram pelas laterais de meu corpo e pela minha boxer, puxando-a para baixo, fazendo nossos lábios afastarem em um sorriso. Ela deslizou as mãos pelo meu corpo e tombei meu corpo para o lado para conseguir terminar o serviço.
Joguei a boxer para o lado e procurei a camisinha pela cama, encontrando-a embaixo de minhas costas e estiquei para , vendo-a com os lábios pressionados e os olhos perdidos e dei um curto beijo entre eles, vendo-a erguer os olhos para mim.
- Você está ok?! – Perguntei e ela assentiu com a cabeça.
- Eu estou muito bem, eu só... – Ela suspirou, desviando o olhar para baixo. – Estamos pelados? – Ri fracamente.
- Sim. – Falei, rindo
- E esse é o pequeno Daniel? – Desci o olhar para meu pênis, sentindo minhas bochechas esquentarem e acabei rindo de nervoso.
- É... Uhum... – Ela riu comigo. – Mas, ei, não pequeno...
- É... – Ela ergueu os olhos para mim novamente. – Não pequeno... – Rimos juntos e trocamos um rápido selinho.
- Estamos fodidos, Daniel. – Ela disse e sorri.
- Literalmente? – Brinquei e ela assentiu com a cabeça.
- É, literalmente. – Ela sorriu e nossos lábios se colocaram por alguns segundos. – Posso colocar? – Ela segurou minha mão.
- É... – Falei, rindo fracamente e ela se sentou na cama novamente, cruzando uma perna e levou a embalagem à boca para abrir e jogou-a para fora da cama e ela ergueu o rosto para mim.
Ela inclinou seu rosto para o meu, colando nossos lábios por alguns segundos e acariciei sua nuca, sorrindo e ela fez o mesmo. Ela se afastou novamente e suspirei quando senti suas mãos em meu pênis, deslizando a camisinha para baixo e seu olhar se ergueu para o meu, fazendo seus cabelos caírem em seu rosto e minha mão foi para eles, jogando para trás.
Arfei quando ela deslizou as mãos devagar pelo meu membro e voltou a inclinar o rosto para o meu, me fazendo sorrir. Ela apoiou a mão em meu peito, me empurrando para trás e deitei o corpo no colchão, ajeitando a cabeça no travesseiro. Ela apoiou as mãos em meu peito antes de passar as pernas ao redor de meu corpo e apertei minhas mãos em sua coxa.
Ela jogou seus cabelos para trás e minhas mãos deslizaram devagar pelo seu corpo e deixei meus olhos passarem devagar por ele. Eu só quero guardar essa visão, essa emoção em meu peito, todos esses sentimentos malucos e, principalmente, esse sorriso mordiscando os lábios. Isso me deixa louco.
- Você está bem? – Ela perguntou baixo e assenti com a cabeça.
- Só não consigo tirar os olhos de você. – Ela sorriu, inclinando seu corpo e nossos lábios se colaram por alguns segundos.
- Eu estou pronta, Danny... – Ela sussurrou.
- Tem certeza? – Perguntei baixo.
- Já cruzamos todas as linhas, Daniel... Esse é o último fio... – Ela beijou meu rosto. – Acaba logo com isso. – Sorri.
- Ok... – Dei um curto beijo em seus lábios, vendo-a endireitar o corpo novamente e levei uma mão até meu pênis, deslizando a mão sobre ele algumas vezes, suspirando com isso e direcionei-o até sua entrada, ouvindo-a suspirar.
- Devagar... – Ela suspirou, apertando a mão em meu peito e se sentou devagar, fazendo meu pênis deslizar facilmente dentro dela e sua bunda colar em minha virilha. – Ah...
- Tudo bem? – Perguntei e ela riu fracamente.
- Para de me perguntar isso. – Sorri. – Estou perfeita, Daniel. – Deslizei minhas mãos em suas pernas. – Estou muito bem... – Ela disse em um suspiro, inclinando o corpo em minha direção, suspirando quando começou a movimentar o corpo sobre o meu.
Minhas mãos foram para sua cintura, deslizando os dedos em sua bunda, sentindo-a se movimentar devagar em meu pênis. Suas mãos apertaram meu peito e nosso corpo começou a trabalhar em sintonia. Apoiei os pés na cama, começando a movimentar o quadril, fazendo meu pênis deslizar dentro dela com mais força.
deslizou o corpo sobre o meu, me deixando mais próximo de seu rosto e nossos lábios se tocaram em um rápido beijo antes de um gemido nosso sair sincronizado. Continuei impulsionando meu quadril cada vez mais rápido e forte e meus dedos pressionavam suas coxas com força.
- Dan... Ah! – suspirou.
- Porra... – Falei próximo ao seu ouvido, sentindo meu corpo se contraindo aos poucos e a mão de apertou meu ombro, soltando gemidos curtos.
Minha mão apertou a sua em meu peito, entrelaçando nossos dedos e nossos olhos se encontraram. Sua respiração saía falhada e tocava meus lábios. Seus olhos não conseguiam focar por muito tempo, pressionando-os com força, tentando focar logo em seguida. Continuei forçando meu quadril, mantendo meus olhos no seu, enquanto meu corpo pressionava cada vez mais forte e eu sabia que estava para gozar.
- Vai, Dan... – Ela suspirou, entreabrindo os lábios. – Dan... Ah! – Ela deu um gritinho, fazendo nossas mãos relaxarem e meu gozo saiu logo em seguida.
- Porra... – Suspirei.
- Porra... – Ela sussurrou e sabia que tinha um largo sorriso em meu rosto. – Danny... – Sentia a respiração de bater em meu peito.
- Sim... – Suspirei, deslizando minha mão pelas suas costas.
- Isso foi incrível... – Ri fracamente, suspirando.
- Sem amizade mais? – Brinquei e ela ergueu o rosto para mim, com o lábio mordiscado.
- Vai ser difícil esquecer isso. – Ela sussurrou e segurei seu queixo, colando nossos lábios por alguns segundos.
- Eu não quero esquecer... Eu quero mais! – Falei, vendo-a sorrir.
- É... – Ela assentiu com a cabeça. – Eu só preciso de um minuto. – Ela suspirou, apoiando a cabeça em meu peito novamente.

*No regrets, only memories - Frase da primeira tatuagem que Daniel fez, em sua coxa, junto de um barco. Ele diz que fez quando foi tentar a carreira na Itália.



Apertei a descarga e abaixei a tampa antes de seguir para a pia. Lavei as mãos, secando-a na toalha e apoiei as mãos na pia, rindo com o largo sorriso em meu rosto. Os cabelos estavam mais armados do que antes, o suor deslizava pelo corpo e colo, mas eu me sentia a mulher mais linda do mundo.
Eu ainda estou um pouco perdida com o que é que aconteceu aqui hoje. Danny é um incrível amante e me surpreendi com seu pênis e o que ele consegue fazer com ele e seus dedos. Porra! Sempre achei que esse lado metido tivesse uma parte negativa. Mas por trás de toda essa fachada dele, ele conseguiu ser incrível, fofo, firme, mas romântico. Merda! Danny realmente é romântico e não era só brincadeira nossa.
Eu ainda sentia meu corpo formigar, especialmente entre as pernas, era como se seus lábios ainda tivessem em minha pele e, ao fechar os olhos, poderia voltar ao que é que aconteceu agora pouco. Merda, Daniel! Assim era mais fácil ainda eu me apaixonar por você.
Suspirei e juntei meu cabelo, formando um rabo de cavalo e girei-o algumas vezes antes de soltar em meu ombro. Passei a mão em minha barriga, mordiscando o lábio inferior e ergui o olhar para o reflexo do espelho, vendo o rosto de Danny aparecer na fresta da porta, me fazendo rir.
- O que está fazendo?
- Posso entrar? – Ele perguntou e ri fracamente.
- É claro que pode. – Ele empurrou a porta, se colocando atrás de mim.
- O que está pensando? – Ele me abraçou pela cintura, colando seu corpo no meu e apoiei meus braços em cima dos seus.
- Nada especial, só estou feliz. – Observei-o pelo reflexo. – Me sinto leve... – Suspirei. – Honestamente, não lembro a última vez que me senti assim depois de sexo. – Ele apoiou o queixo em meu ombro.
- É diferente, baby... – Ele me apertou mais forte, pressionando os lábios em meu rosto, me fazendo rir. – Primeiro: somos nós. Tudo o que fazemos é perfeito. – Ri fracamente. – Segundo: nós nos conhecemos a nossa vida toda, então é um pouco engraçado. – Sorri.
- É, é sim. – Rimos juntos.
- E terceiro... – Ele se apoiou na pia, se colocando em minha frente. – Nós nos amamos. – Me coloquei entre suas pernas. – Bem... Eu quero dizer... – Ri fracamente.
- São dois tipos de amor, Daniel. – Abracei-o pelos ombros. – Nossa amizade de 24 anos e o que está acontecendo aqui. – Colei nossos lábios levemente. – Eu sei... Eu sinto que isso vai se misturar, como já está acontecendo, mas vamos devagar com isso. – Colei minha testa na dele. – Se realmente formos entrar afundo nisso, eu quero tudo. Tudo mesmo. – Ele sorriu. – Mas ainda temos várias coisas para lidar, a começar com seus pais. – Ele fez uma careta.
- Eles vão amar...
- Mas... – Falei, ouvindo-o rir.
- Eles vão surtar também, é claro. – Assenti com a cabeça.
- Eu não sei como não estou surtando com o que acabou de acontecer, honestamente. – Ele riu fracamente.
- É o orgasmo falando ainda. – Ele disse, endireitando o corpo e ri fracamente. – Quantos foram? Três? Quatro? – Ri fracamente, negando com a cabeça.
- Dois! – Ele riu fracamente. – E você? Está bem? – Segurei sua nuca com ambas as mãos.
- Eu estou perfeito! – Ele disse, rindo. – A última vez que eu cansei assim em uma transa foi... – Apoiei a cabeça em seu ombro.
- Se você disser México ou Jemma, eu vou chutar seu saco...
- Uh, essa ia doer. – Ele disse e ri fracamente, erguendo o rosto para ele. – Mas eu não lembro. – Neguei com a cabeça. – Eu estava com camisinha no México, não me lembro do que aconteceu. – Rimos juntos. – E eu prometi para mim mesmo não falar sobre a outra e agora eu tenho um motivo muito melhor... – Ele pressionou os lábios nos meu rosto e sorri. – Por que nunca fizemos isso antes mesmo? A compatibilidade é incrível...
- Porque éramos só amigos... Amigos não fazem isso. – Ele fez uma careta.
- Pelo jeito fazem. – Ele deu de ombros e sorri. – E é incrível... Podemos fazer de novo?
- Ficando dependente? – Brinquei e ele segurou meu rosto, colando nossos lábios.
- Eu estou dependente de você desde 1992. – Gargalhei alto. – Agora eu estou fodido, porque caí dentro de um poço sem fundo mesmo. – Ri fracamente.
- Mas vemos que uns seis meses sem sexo deixa você bem necessitado. – Ele riu fracamente.
- Agora eu tenho você... E é incrível... – Ele suspirou, colando os lábios em meu ombro.
- Como está se sentindo sobre isso? – Acariciei seus cabelos. – Digo... Cruzamos toda linha possível... – Ele ergueu o rosto. – Isso é importante.
- Eu estou feliz, . – Ele olhou em meus olhos. – Eu estou apaixonado por você. – Ele deu um beijo em meus lábios. – De verdade... – Dei um curto sorriso. – Eu sei também que vamos passar por alguns desafios, mas estou contigo... – Ele sorriu. – Meus dias sempre foram melhores contigo...
- Então você é realmente romântico. – Dei um curto sorriso e ele riu fracamente.
- Eu te disse! E quando eu estou interessado, sou mais ainda. – Sorri, colando nossos lábios e ele apertou as mãos em minha cintura, deslizando pelas minhas costas.
- Vamos devagar, baby. – Ele sorriu. – Vamos resolver uma coisa de cada vez. – Acariciei seu rosto.
- O que temos para conversar além de por que você não volta para cama? – Ri fracamente.
- Por que não tomamos um banho, hum? – Passei a mão em seu rosto, tirando um cílio de sua bochecha.
- O que quer conversar? – Ele perguntou e fechei a porta atrás de mim.
- Sobre a corrida. – Ele suspirou.
- Tem certeza? – Ele fez uma careta.
- Sim, eu tenho. – Beijei sua bochecha. – Se não fosse o sexo, você estaria pensando nisso até agora. – Me afastei dele e abri o box, abrindo as manoplas.
- Talvez não... Você ainda estaria aqui e consegue fazer eu me sentir bem. – Ele cruzou os braços.
- E se eu não estivesse aqui? – Coloquei a mão embaixo da água, ajustando a temperatura.
- Aí talvez teríamos um problema. – Ele ponderou com a cabeça e deslizei o olhar pelo seu corpo.
- Vem... – Estiquei as mãos para ele. – Está morna... – Ele sorriu, segurando minhas mãos e se aproximando de mim e puxei-o para dentro do pequeno box, sentindo a água cair em minhas costas enquanto ele fechava a porta. – Vem cá...
Passei as mãos pela sua cintura, puxando-o para perto, sentindo-o fazer o mesmo e fui mais para trás, sentindo a água cair em meus cabelos e puxei-o para baixo do jato. A água abaixou os cachos de Danny e ele aproximou nosso rosto, colando nossos lábios. Trocamos curtos beijos, precisando desviar do jato de água quando sua língua encostou na minha. O beijo foi lento, mas me mostrou mais uma vez porque eu estava mole desse jeito.
- Não me lembro de você fofa assim. – Ele sussurrou e ri fracamente.
- Esse lado morreu em... 1999? – Brinquei, observando a água deslizando pelo seu rosto e as covinhas em sua bochecha quando ele sorria. – Depois eu comecei a usar só quando precisavam, e você nunca precisou...
- Eu precisei várias vezes. – Ele sussurrou, abaixando seu rosto e colando nossas testas. – Várias vezes no ano passado... Straya 2014 depois da desclassificação... Meus primeiros dois anos na Toro Rosso... – Acariciei seu rosto com as costas da mão. – Eu sei e entendo que era difícil para você, mas eu precisei de você. Os caras não conseguem me distrair como você, meus pais não conseguem, nem Jemma conseguia... – Assenti com a cabeça.
- Somos diferentes, baby. – Falei baixo. – Somos amigos, é diferente...
- Dois amigos pelados, mas ainda amigos... – Ri fracamente.
- Isso ainda é estranho. – Falei, rindo, sentindo meu rosto esquentar quando levei o olhar para seu pênis novamente.
- Ah, eu gostei disso. – Ele disse, rindo. – Poderíamos ter começado isso antes, sabe? Minha mãe sempre foi chata com isso de me trocar na sua frente, mas, nha, poderíamos ter tentado... – Ri fracamente.
- Temos a clássica foto da banheira. – Brinquei e ele riu.
- Ah, porque é igualzinho, te garanto. – Ele falou, irônico, me fazendo rir. – Você é linda, ... – Sorri, roçando meu nariz no dele.
- Você também, Danny. – Ele colou nossos lábios, acariciando meu queixo, me fazendo sorrir.
- Somos um casal gato! – Rimos juntos.
- Casal? – Brinquei e ele riu. – Indo um pouco rápido, não acha?
- É... Eu não sei, é tão gostoso que eu estou correndo com as coisas... – Ri fracamente.
- Desacelera, Danny. – Ele sorriu.
- Eu vou tentar. – Ele pressionou os lábios em minha bochecha e sorri, passando os braços em seus ombros.
- Mas é... – Suspirei. – Sinto muito por não estar contigo nesses anos. – Ele acariciou minhas costas. – Eu deixei um medo tonto tomar conta de mim e me afundei no trabalho, achando que ajudaria com alguma coisa... – Ele acariciou minha cintura. – Mas agora eu estou aqui... – Apertei meus braços em seu pescoço. – Somos jovens ainda, eu posso me dedicar em outra coisa e você tem muitos anos na sua carreira ainda. – Ele sorriu. – Podemos aproveitar juntos.
- Vamos aproveitar juntos. – Ele disse firme. – E nos divertir nesse meio tempo. – Sorri, sentindo-o me apertar em seus braços e colar os lábios em minha bochecha.
- E mesmo longe, você vai ter que prometer me ligar depois de todo treino, toda classificatória, toda corrida, para gente conversar.
- E por que você estaria longe? – Ele perguntou, afastando o rosto, me fazendo rir.
- Não dá para eu abrir um restaurante e te seguir sempre... – Falei, vendo-o abrir um largo sorriso.
- Gostei de ouvir isso... – Ri fracamente. – Mas será que não dá para ser um food truck e você me acompanhar? – Ri fracamente.
- Seria interessante trazer um food truck para Mônaco. – Rimos juntos.
- Seria, mas acho que você é metida demais para um food truck. – Neguei com a cabeça, entrando embaixo da água novamente.
- Talvez... – Ponderei com a cabeça. – Mas acho que prefiro o restaurante mesmo. Um lugar organizado, bonito... Onde eu posso tentar conseguir minha estrela. – Ele sorriu.
- Mas você vai ficar comigo até o fim da temporada? – Ele perguntou.
- É claro que eu vou. Foi nosso combinado, não? – Peguei o xampu, colocando um pouco na mão antes de levar à cabeça. – Eu não tenho ideia do que vai acontecer depois de hoje, podemos brigar... – Ponderei com a cabeça, esfregando os cabelos. – Coisas podem ficar sérias... Complicadas... – Ele riu fracamente. – Mas sim, eu vou ficar aqui.
- Eu estou pronto para o desafio, . – Sorri, passando os braços em seus ombros.
- Hum, Daniel Ricciardo falando sério? – Brinquei.
- Aproveita enquanto estou anestesiado pelo sexo ainda. – Rimos juntos. – Isso provavelmente vai passar em breve.
- Oh, ok, então, que tal eu tirar essa coisa da minha cabeça e continuarmos de novo? – Beijei seu rosto, ouvindo-o rir.
- Sim, sim... Você quer ajuda? Eu te ajudo! – Ele disse rapidamente, me fazendo rir e tombei a cabeça para trás, sentindo a água voltar a cair em minha cabeça enquanto os lábios de Danny procuravam pelo meu pescoço novamente.

Daniel

“MON, 30 de maio de 2016, manhã de segunda-feira.
Eu, honestamente, não tenho a mínima ideia de como começar isso. Faz muito tempo que eu não pego esse caderno, mas provavelmente é por causa de . O único motivo desse caderno existir era para contar para ela detalhes do que aconteceu comigo durante essas corridas, coisa que eu nunca tive tanta paciência, apesar de ela falar que é para extravasarmos nossos pensamentos nos momentos mais difíceis ou estranhos. Bom, aqui vai alguns pensamentos difíceis e estranhos.
Esse é, de longe, o fim de semana mais fodido de toda minha vida.
No sábado eu realizei um dos meus maiores sonhos como corredor, que era conseguir a pole position. Consegui de forma incrível e perfeita. Não tinha ninguém mais rápido do que eu aqui. Foi perfeito! Para deixar tudo melhor ainda, eu comemorei fazendo algo que eu nunca pensei em fazer na minha vida – ao menos não antes de dois meses atrás – eu beijei .
Merda!
É até estranho ver essas palavras escritas juntas, mas é. Depois de seguir com tudo devagar, aguentando fortemente suas mordidas de lábio e aquele sorriso fofo, consegui montar um cenário perfeito e aconteceu da melhor forma possível. Na verdade, o segundo foi perfeito, eu acho que pensei que ainda éramos crianças e deu um beijo bem estranho, mas depois ela pegou as rédeas da situação e foi o melhor beijo da minha vida.
No domingo, com a pole e com meu corpo ainda formigando pelos beijos e carinhos de , achei que selar a vitória seria algo simples, mas não... Um erro de pit stop da equipe me fez perder a corrida e eu não sei se algum dia vou ter cabeça para lidar com isso.
Mas, mais uma vez, veio ao resgate e fizemos algo que eu nem pensava que podia cogitar tão cedo, mas transamos. E não sei, talvez seja clichê ou ridículo, mas não foi sexo, não foi uma transa, foi amor.
Eu estou apaixonado por Addams. Minha melhor amiga. Que eu conheço desde meus dois anos e sete meses. Que temos a clássica foto dentro da banheira aos quatro. É, essa mesma.
Eu não tenho nem ideia do que vai acontecer aqui agora, é perfeito por si só, parece que algo combina, sabe? É diferente das outras, da Jemma, parece que a gente combina de uma forma até estranha. Seus lábios nos meus, sua mão em meu peito, porra! Essa mulher é incrível e gostosa. E eu fico pensando: como não vi isso antes?
Eu sei que o beijo e a transa são só o começo de algo gostoso, mas também estou receoso em descobrir. Assim, eu me atrevo a dizer que a conheço melhor do que ninguém, como sei que ela me conhece melhor do que ninguém, mas será que conseguimos separar isso para fazer isso dar certo? Meio cedo, eu sei, mas eu não quero me afastar dela...”

Ergui o rosto do caderno e virei para cama, vendo dormindo de bruços na cama, abraçada em um travesseiro, somente de calcinha e ela se mexeu devagar. A rosa dos ventos atrás da coxa era a única coisa diferente ali, outra tatuagem que dividíamos. Um sorriso apareceu em meu rosto, me fazendo rir fracamente. É, eu estava ferrado.

“Honestamente, espero ler isso no fim do ano e saber que minhas dúvidas e pensamentos idiotas não passam de um receio de um cara perdido por estar apaixonado pela sua amiga. Porque eu sei que não vou conseguir me afastar dela”.

Fechei o caderno, prendendo a caneta novamente nele antes de me levantar. Inclinei o corpo para ver pela janela e o dia começava a amanhecer. Ri fracamente, ajeitando a boxer e voltei para a área do quarto, sorrindo para . Apesar de tudo o que aconteceu, Mônaco conseguiu me surpreender mais uma vez.
Me sentei na cama, deslizando devagar até me colocar ao lado de novamente. Passei o braço pela sua cintura, colando meu corpo no seu e deslizei os lábios pelos seus, dando curtos beijos nele.
- Hum... – Ela resmungou e sorri, acariciando suas costas.
- Vamos acordar... – Falei, deslizando os lábios pelo seu rosto.
- Nã-ã-ão... – Ela resmungou, me fazendo sorrir.
- Vamos... Está amanhecendo, precisamos voltar.
- Não quero voltar... – Ela disse, apoiando a cabeça em meu peito e subi a outra mão para seus cabelos, jogando-o para trás.
- O pessoal vai embora amanhã, podemos aproveitar o dia com eles. – Dei um beijo em sua testa.
- Isaac... – Ela suspirou.
- É. Podemos aproveitar com ele mais um pouco, depois não sei quando vamos vê-los de novo. – Sorri, deslizando as mãos em suas costas.
- Eu estou com preguiça. – Ela suspirou.
- A gente cansou bastante ontem. – Ela deu um curto sorriso, virando o corpo para o lado, deitando na cama.
- Vamos ter que fingir que nada aconteceu? – Ela coçou os olhos antes de abri-los devagar.
- Só hoje. – Passei a mão em sua barriga, me inclinando para dar um beijo em seus lábios. – Amanhã eles vão embora e temos uma semana até a próxima corrida, podemos aproveitar o apartamento só para nós. – Ela riu fracamente.
- Tem o Michael. – Ela se espreguiçou, contraindo o corpo.
- A gente fica no iate. – Ela riu fracamente, passando as mãos em meus ombros e deslizei meus lábios pelo seu pescoço.
- Eu gostei muito disso daqui. – Ela suspirou. – E entendo por que você gosta dessa cidade.
- É? – Deixei alguns beijos em seu corpo.
- Uhum... – Ela suspirou e deslizei os lábios até seu seio.
- Agora gosto muito mais por sua causa. – Passei meus lábios em seu seio.
- Da-a-a-anny. – Ela gemeu, me fazendo rir. – Não faça isso agora. Eu estou sonolenta ainda. – Ri fracamente.
- Tudo bem, aproveitamos mais amanhã. – Beijei seu pescoço novamente, sentindo-a movimentá-lo em cócegas e depois dei um beijo em seus lábios. – Vamos?
- Sim... – Ela suspirou. – Me dá cinco minutos. – Ela disse e ri fracamente, pressionando nossos lábios por alguns segundos antes de me levantar.
Voltei para minha mochila, pegando uma troca de roupa limpa e coloquei a bermuda de ontem, depois uma camiseta limpa. Guardei o restante das coisas na mochila e vi se levantar. Os cabelos bagunçados, somente a calcinha cobrindo seu corpo... É, eu consigo me acostumar muito fácil com isso.
Ela foi para dentro do banheiro e terminei de arrumar minhas coisas antes de dar uma geral no quarto. Dessa vez não tínhamos nem lembrado de comer, então a cozinha estava intacta. Arrumei a cama, esticando o lençol e joguei os travesseiros no canto, deixando tudo pronto para próxima vez.
- Eu estou com fome. – disse ao sair do banheiro amarrando os cabelos.
- Posso passar em uma padaria antes de irmos para casa. – Falei e ela sorriu.
- Eu mataria por uma tartine beurre confiture agora. – Ri fracamente, me aproximando dela e apoiei as mãos em sua cintura.
- Não sei o que é isso, mas não precisa matar. – Dei um beijo em seu rosto. – Eu pago mesmo. – Ela riu fracamente antes de desviar o rosto.
- Falando nisso, como você veio para cá? – Ela perguntou e suspirei.
- Eu peguei um táxi. – Falei, ouvindo-a rir.
- Ah, cara! Você está brincando! – Ela colocou sua mochila na cama.
- Não... – Neguei com a cabeça. – O cara não falou nada, ele parecia que viu um fantasma. – Ela negou com a cabeça, pegando seu sutiã.
- Ah, Daniel! – Ela negou com a cabeça, me fazendo rir.
- E você?
- Peguei o carro que está com os meninos. – Ela disse, rindo. – Está com o valet aqui do clube, espero que eu não tenha perdido o papel. – Ela colocou o sutiã, me fazendo observar enquanto ela o subia pelos ombros.
- Pelo menos temos como ir embora. – Sorri, vendo-a pegar a calça jeans e mexer nos bolsos.
- Aqui! – Ela me entregou e guardei-o no bolso.
- Passamos lá e voltamos para casa, minha irmã mandou mensagem mais cedo. Ela espera que eu esteja bem e contigo, mas falou para eu voltar logo antes que minha mãe tenha um ataque cardíaco. – riu fracamente, vestindo a calça.
- Ah, não duvido nada. – Ela riu fracamente. – Se a gente ouviu ontem, hoje vamos ouvir mais. Se prepara! – Suspirei, fazendo uma careta.
- É errado eu já querer que anoiteça para gente dormir abraçadinho de novo? – Ela colocou uma camiseta branca, rindo fracamente.
- Não, mas acho que você já está dependente. – Ela fechou a mochila e me aproximei novamente.
- E você não? – Rocei nossos lábios.
- Sempre fui dependente de você, não acho que vá mudar. – Ela disse, me fazendo rir e trocamos um rápido beijo. – Tenho até medo, na verdade.
- Vamos devagar. – Imitei-a, fazendo-a rir. – Podemos ir?
- Sim, claro! – Ela suspirou. – Vamos sair desse buraco. – Sorri.
Peguei minha mochila, colocando-a nas costas, depois a caixa do prêmio. Seria difícil sair discreto daqui com isso, mas esperava que a ressaca do dia seguinte mantivesse o pessoal dormindo por mais algumas horas. pegou a caixa para mim enquanto eu desligava e fechava tudo dentro do iate. Pisamos no píer novamente e voltamos a andar lado a lado.
- Oh! É estranho andar em terra firme. – Ela comentou, rindo.
- Cambaleando aí? – Falei.
- Eu não tinha notado até agora, mesmo atracado tem uma maré, né?! – Ela disse e ri fracamente.
- Aposto que estávamos mexendo mais do que a maré. – Falei e ela riu, abrindo um largo sorriso.
Duas pessoas me pararam para tirar fotos e dar autógrafos, acabei recebendo algumas falas de “sinto muito”, mas não era culpa deles, só podia tentar ser simpático. Eu e entramos no carro da Red Bull e fui dirigindo até a padaria mais perto de casa. Peguei vários croissants e alguns tartine beu sei lá das quantas que havia dito e não era nada mais do que pão com manteiga e geleia.
Entrei na garagem do prédio, estacionando o carro em uma das vagas livres e seguimos juntos até o elevador. Ele chegou rápido até o décimo primeiro andar, mais rápido do que eu esperava, mas sabia que não dava para adiar mais.
- Pronto? – Ela perguntou e suspirei.
- Só mais uma coisa. – Aproximei meu rosto do dela, dando um curto selinho, vendo-a sorrir. – Agora estou. – Ela assentiu com a cabeça.
- Eu estarei logo atrás de você. – Assenti com a cabeça, suspirando antes de colocar a chave na porta e destravei-a antes de abrir a porta, entrando devagar.
- Grace, ele chegou! – Ouvi meu pai.
- Ah, finalmente! – Minha mãe saiu da cozinha, vindo correndo em minha direção. – Ah, eu fiquei tão preocupado contigo. – Ela segurou meu rosto. – Você não pode fazer isso. Estamos todos aqui por você! Você precisa parar de sumir assim quando as coisas não dão certo.
- Eu falei para ele... – sussurrou.
- Você fique quieta, , você sabia onde ele estava e não nos falou. – fez uma careta.
- Desculpe, ele queria estar sozinho, eu só fui uma boa amiga. – Ela deu de ombros, dando um sorriso sarcástico antes de passar por nós. – Trouxemos café da manhã!
- Ah, ao menos isso, eu estou faminta! – Michelle disse.
- TITI HARPER! – Ouvi o grito de Isaac.
- Vamos conversar mais tarde, senhor Daniel. – Minha mãe disse firme.
- Eu estou bem, mãe. Sério. – Suspirei. – Eu e a só ficamos papeando e falando besteiras. – Dei de ombros. – Eu precisava extravasar e, vocês gostem ou não, ela é a melhor nisso. – Ela suspirou.
- Você está bem mesmo?
- Eu estou! – Falei firme. – Eu preciso passar isso... – Andei com ela até a sala, vendo que os caras também estavam lá e camas foram improvisadas no chão. – Ei...
- EI?! – Michael falou alto. – Porra, cara! Achávamos que você tiraria umas horas para você, não a noite toda.
- Desculpe, acabamos dormindo. – Dei um sorriso sarcástico e ele revirou os olhos.
- Eu te odeio… – Seus lábios movimentaram devagar.
- Desculpe. – Fiz uma careta.
- Titi Daniel! – Vi aparecer com Isaac em seu colo.
- Ei, carinha! – Deixei a caixa do prêmio no sofá antes de pegá-lo no colo.
- Você bem, titi Daniel? – Sorri.
- Ah, carinha, eu bem sim. – Beijei sua cabeça. – Titi Daniel está muito bem. – sorriu e Isaac me abraçou fortemente.
- Por que eu não faço um café para vocês? – disse. – Para compensar o susto.
- Ah, mas você vai fazer muito mais do que só o café para gente! – Michael disse.
- Crepe? – Ela deu um sorriso.
- Agora estamos começando a falar minha língua. – riu e deixou sua mochila no sofá também antes de ir até a cozinha.
- Eu te ajudo, . – Falei. – Eu vou ajudar a titi, carinha, já volto! – Coloquei Isaac no sofá. – Todos querem crepe?
- Hum, ! – Blake disse, me fazendo rir e fui até a cozinha, vendo Michael com .
- Calma, calma! – dizia. – Está tudo bem!
- O que estão cochichando aí? – Perguntei, vendo ambos virarem o rosto na pressa.
- Não assusta a gente! – disse, suspirando. – Ele está surtando pela demora. – Ela sussurrou.
- Cara, são nove da manhã! Você sumiu por 16 horas. Sabe o quão difícil foi evitar que sua mãe chamasse a polícia? – Ele falou mais baixo. – Foi pior do que ontem.
- Desculpe, estávamos ocupados. – Falei, rindo e vi as bochechas de enrugarem enquanto ela pegava a farinha.
- Vocês dois... – Michael parou a frase no meio do caminho quando sorri. – Vocês dois?! – Ele arregalou os olhos. – Cara, isso é enorme! – Ele olhou para mim. – Isso é... – Ele virou para , parando a frase no meio do caminho. – Ok, isso acabou de ficar complicado para mim. A gente fofocava na frente dela e agora? – Rimos juntos.
- Vamos aprender isso com o tempo. – Falei.
- É, relaxa. – disse, rindo. – Não vão me expulsar do grupo por isso, porque sei que vocês são louquinhos para fazer isso desde que eu fui para faculdade. – Eu e Michael rimos.
- Ah, você sempre nos conteve de fazer várias merdas... – Ela sorriu. – Em compensação vocês dois fizeram a maior de todas. – Rimos juntos.
- Bem, não dá para acertar sempre. – Ela deu de ombros. – Agora querem sair da cozinha? – Seu tom de voz aumentou. – Não cabe três aqui, por favor! – Rimos juntos.
- É para já, chef! – Falei, vendo-a sorrir e dei uma piscadela para ela antes de esbarrar em Michael e sair gargalhando aos tropeços.




Continua...


Nota da autora: Oi, gente, tudo certo?
Enviando THB aqui para o Ficsverse, quem sabe seja uma nova casa para minhas histórias?
Espero que gostem!
Beijos!

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